March 31, 2020

da beleza das coisas simples





Gustave Caillebotte 

I like this. Very much



Dear Friend,

“So life mostly sucks right now, plain and simple.… Slowly, and rightfully, the shock and surreality of the pandemic is setting in across the United States.”
TNR’s Nick Martin reminded us that “more work, maybe the single most constant feature of American adulthood, is not the answer. Neither is more needless productivity.”

His simple idea struck a nerve, attracting a quarter-million page views. “For those with the privilege and ability to conduct their work from home,” Martin wrote, “the coming weeks should be a time to focus on ourselves, our communities, and our loved ones.”

These are frightening times. “It should be a time to do nothing,” Martin argued, “and produce little without the accompanying feeling of guilt or panic caused by a ping from a higher-up that you should be doing more as the rest of your world slowly cranks to a halt.”

“Managers at The Wall Street Journal instructed newly remote workers to answer work chat messages ‘within just a few minutes’ and to leave cameras on during videoconference meetings, as if there’s some productivity or accountability benefit to letting your boss see what the couch in your apartment looks like....”

As Martin put it: “Burying yourself in mindless busywork is not the solution. So, go ahead, turn the video function off when your boss calls.”


Thank you.

And be safe!

Art Stupar,
Associate Publisher

The New Republic 


Coronavirus Li Wenliang - pôr as coisas em perspectiva II



Nos EUA já morreram mais pessoas do Coronavirus Li Wenliang que do ataque terrorista às Torres Gémeas. Quando pensamos nos triliões que foram gastos, dinheiros desviados para o exército e empresas de segurança mercenárias privadas e nos milhares de vidas que se perderam ou destruíram em países invadidos por causa desse ataque e no que agora estão a poupar e a cortar em ajudas a médicos, enfermeiros e outro pessoal que trabalha em hospitais, dá que pensar, não?

Coronavirus Li Wenliang - Dr. Richard Horton, editor-chefe da revista, The Lancet, a propósito da incúria dos responsáveis políticos



Coronavirus Li Wenliang - um tiro no porta-aviões [nuclear]



Exclusive: Captain of aircraft carrier with growing coronavirus outbreak pleads for help from Navy

The captain of a nuclear aircraft carrier with more than 100 sailors infected with the coronavirus pleaded Monday with U.S. Navy officials for resources to allow isolation of his entire crew and avoid possible deaths in a situation he described as quickly deteriorating.

Coronavirus Li Wenliang - pôr as coisas em perspectiva



Estamos todos preocupados com a crise económica que esta pandemia anuncia mas a todos aqueles que defendem serem exageradas as medidas de confinamento por prejudicarem a economia, só pergunto, para que serve uma economia saudável com trabalhadores mortos?

Humanos em casa, animais agradecem



Dr. Ashley Jacob

Índia - day 4 of lock down!



St. Sinner

Dois minutos de Bach por dia nem sabe o bem que lhe fazia




Diário da quarentena 18º dia



Agora vim esticar-me um bocado até à próxima reunião, que é daqui a uma hora, a ver se as dores se atenuam, enquanto vou respondendo a emails. Abri a TV. As notícias são um bombardeamento tóxico.
Preciso de descansar.




Diário da quarentena 18º dia - intervalo para o almoço



olá  🙂 enquanto o feijão verde coze


A realidade VI



Relatos de vários colegas de mais do que quatro escolas sobre experiências de aulas síncronas com o zoom:

- alguns alunos estavam na sala com as famílias todas a verem e a falarem.
- um aluno tinha um irmão pequeno sempre a pôr a cabeça à frente do ecrã.
- ouvia-se, numa das casas, um cão a ladrar, o tempo todo que a sessão durou.
- a sessão era para perguntas e respostas: em três ou quatro casas o barulho de fundo não deixava perceber nada do que diziam.
- ouviam-se gritos vindos de vários lados.
- ouvia-se, em várias casa, a televisão em alto som.
- numa das casas a mãe também fazia perguntas sobre as notas do filho.
- ouvia-se imenso barulho de explosões, ou de um filme, ou de um jogos de vídeo, não sei. Era difícil falar e perceber o que diziam.
- Alguém perguntou várias vezes, 'quando é que isso acaba que eu preciso de trabalhar. Diz ao professor para mandar respostas pelo email'.

Alguns disseram que aquilo foi um suplício e que estavam desejando que acabasse.

São putos, com famílias que não têm condições ou não respeitam o trabalho do professor ou não percebem o que é o ensino. Pudera, se a própria tutela também não percebe...

Ainda, notícias de várias escolas, digo, mais do que quatro escolas, pelo menos: as direções agora só falam e, sobretudo, só escrevem, o que vem diretamente do ME, ou melhor, reencaminham - não dizem nada, de nada, da sua própria cabeça, e quando o fazem é para reforçar as ordens que vêm do ME, tal não é o medo que têm do secretário de Estado e do ministro. Estão mudos em todo o lado. É uma tristeza... é assim que temos os chefes que temos. Quando o que se tem pela tutela não é respeito, mas medo, o que de bom se pode esperar destes? Nada. Os súbditos calam-se com medo e os chefes pensam que são fantásticos pois ninguém os contraria. E os que fazem crítica, que se contam pelos dedos de uma mão, são rotulados de botas-abaixo e coisas piores.

A realidade V - notícias insuportáveis II



Forças da segurança que existem para nos proteger e representar a Lei matam uma pessoa à pancada(!!!), uma coisa selvática e todos os chefes deles encobrem o crime... encobrem o crime??... quem são as 'autoridades' deste país? A quem andamos entregues? Assustador.


Homicídio de ucraniano escondido no aeroporto de Lisboa

PJ detém os três inspetores do SEF suspeitos de matar à pancada um viajante ucraniano.

O silêncio de quadros de topo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, face às fortes suspeitas de ter ocorrido um homicídio de um ucraniano, de 40 anos, no interior do aeroporto de Lisboa, às mãos de três inspetores da polícia de fronteiras, levou esta segunda-feira à demissão do diretor e subdiretor da Direção de Fronteiras de Lisboa, respetivamente Sérgio Henrique e Amílcar Vicente. Pouco mais de duas horas depois de a PJ ter detido três inspetores, por homicídio do estrangeiro, a direção nacional do SEF anunciou a demissão imediata daqueles responsáveis e a abertura de um processo interno.

CM

A realidade IV - notícias insuportáveis



Não protegerem as pessoas que protegem os outros e estes terem que ir para os hospitais como quem vai para a guerra sem saber se voltam para a vida, é não admissível.
Estamos a pagar os cortes cegos e as austeridades dos 'mercados'. Onde estão, gostava de saber, esses que mandam nos 'mercados'? Os que impuseram as austeridades? Estão resguardados nas villas de campo enquanto estes que foram vítimas dessas políticas arriscam as vidas?

Enfermeira e 7 médicos infetados com coronavírus correm risco de vida 

853 profissionais de Saúde estão infetados. São 13% dos 6408 doentes em Portugal.

Correia Azevedo vai "avançar com uma providência cautelar contra o Estado por falta de equipamento e incoerência na realização dos testes. E deu o exemplo de um hospital onde o médico fez o teste e só dias depois os enfermeiros". A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, reconheceu que "pode haver casos pontuais de laboratórios" que estão a cobrar para realizar os testes apesar da convenção que os torna gratuitos para o utente.

A realidade II



A realidade não é os portugueses serem disciplinados e terem obedecido a Costa. A realidade é os portugueses terem mais juízo que as autoridades e terem começado a fechar-se em casa, a tirar os filhos das escolas, a fechar as escolas, etc., ainda a ministra da saúde e a senhora da DGS diziam que não havia razão nenhuma para alarmismos e fechar escolas era completamente desnecessário e ainda o primeiro ministro desvalorizava a situação e adiava para o dia seguinte as medidas de confinamento.

Il y a un mystère portugais que nous allons essayer de résoudre ensemble. Le mystère est le suivant : alors que l'Espagne est sévèrement confinée et que le gouvernement espagnol vient de décréter l'arrêt de toute activité économique non essentielle... les Portugais sont certes confinés, les lieux publics sont fermés mais pas de sanctions, ni d'attestation de déplacement. Interrogé, le Premier ministre portugais, António Costa, a répondu : "Les Portugais sont si disciplinés que la répression est inutile".

Os exemplos que vêm das 'autoridades'




A realidade



Desde que as escolas encerraram deixei de ter horário de trabalho. Ontem, até às 11.30 da noite recebi e enviei emails a preparar as reuniões de hoje. Domingo e sábado passados, a mesma coisa. Os alunos e os pais, agora que não vêem os professores na escola, enviam emails a qualquer hora do dia ou da noite. A escola  também.
No ME esperam que a Páscoa seja para trabalharmos dia e noite e sábados e domingos como tem acontecido mas eu vou parar na Páscoa porque o 2º período foi e continua a ser extremamente cansativo e eu já ando carregada de medicamentos para aguentar as dores, vigiada por uma enfermeira, sem saber se ainda vou parar a um hospital fazer uma TAC de urgência.
Como eu andam milhares. Como tudo isto é, sabemos agora, para fingir, não me vou stressar com as aulas do 3º período. O secretário de Estado já veio dizer numa reunião que aquilo não é a sério. De modo que a pausa da Páscoa, para mim, vai ser para descansar. E quando entramos no 3º período, logo se vê. Mas uma coisa é certa. No 3º período vou trabalhar dentro do meu horário de trabalho oficial e tudo quanto for email que me interrompa o tempo de descanso, atiro para o spam, até que esses emails começam a ir sozinhos para o spam. Não posso e não quero estar impedida de estar no computador a fazer o que me apetece no meu tempo de descanso com receio de estar sempre a stressar-me por ver emails do trabalho a entrar fora de horas. O email é como se fosse um telefone e eu nas horas de descanso estivesse a receber constantemente telefonemas do trabalho. Não tenho isenção de horário, não tenho que estar ao serviço a toda a hora a ver o meu computador ser invadido pelo trabalho.
Quando a tutela não tem respeito por nós, nós também não temos respeito por eles.

A kind of Ruisdael detail




March 30, 2020

O espírito de perseguição do ME é tal que nos manda engonhar só para nos controlar



Nas escolas dão-se disciplinas que vão do Desenho e da Educação Física à Filosofia e à Biologia mas o secretário de Estado acha que todos devem fazer o mesmo à mesma hora, da mesma maneira.
E diz que é para não dispersar... deixa-me rir... como se os alunos tivessem problemas em ir a plataformas diferentes... é para nos controlarem, mais nada.

A questão dos conteúdos, diz ele, 'é pouco importante e é tudo informal', ou seja, ele sabe que isto não é a sério nem pode ser dadas as características das escolas e dos alunos, de que já aqui falei muitas vezes. Então isto é para quê? Para nos controlar... mais nada, nadinha.

De facto, não sou pessoa de ter ódios a ninguém mas é difícil com estes tipos. Então o nosso trabalho não vale nada para nos mandar ir engonhar? Usando as palavras do primeiro-ministro, 'é re-pu-gan-te'.

Total falta de respeito. Não têm soluções e atiram para cima de nós uma montanha de trabalho que sabem não servir para nada.
Se isto tivesse um mínimo de seriedade diziam para cada professor encontrar maneira de rentabilizar o trabalho em vez de dizer, 'isto não tem importância', o que interessa é que estejam uma vez por semana numa plataforma a fazer qualquer merdice, tanto faz, queremos que seja tudo igual porque o objectivo é controlar e se se dispersam não é possível controlar.

Entretanto, por coincidência, apareceu logo um questionário da UNL, a mesma em que o secretário de Estado foi director ou lá o que foi, para preenchermos, anonimamente (só que perguntam onde damos aulas, que disciplina, o código postal, em que anos nascemos... lol só falta perguntar o número que calçamos), a perguntar tudo o que fizemos e vamos fazer e a que hora espirramos. Ora quem encomendou isto, senão o mesmo que tem a obsessão pelo controlo de professores que despreza ao ponto de tratar como se fossemos idiotas e crianças cujo trabalho vale nada? Não? É isso.

É difícil aceitar sermos obrigados a trabalhar mal e muito abaixo das nossas possibilidades porque os chefes são medíocres.

Andamos nós nas reuniões a pensar a sério qual a melhor maneira de trabalhar com os alunos e afinal é tudo para inglês ver e sermos controlados! Vão-se encher de pulgas sff, sem ofensa.


Resumo da reunião com o Secretário de Estado da Educação



– Devem as escolas eleger uma única plataforma de contacto, de modo a não causar dispersão de tempo a conhecer mais aplicações, devendo a plataforma conter formatos de trabalho síncrono e assíncrono, complementando-se assim as diversas hipóteses de contacto;
...
– A questão dos conteúdos é pouco importante, pois o mais importante é o exercício de competências, onde se poderá fazer um avanço em conteúdos, mas que não podem ser formais, dada a impossibilidade de garantir a universalidade do acesso;

Diário da quarentena ... nem sei em que raio de dia é que vamos...



Isto hoje não pára. Sentei-me ao computador às 8 da manhã, fiz um intervalo para almoçar de 20 minutos, mais um enfianço na banheira de meia-hora para ver se me passavam as dores, que às tantas são mais de cansaço e de stress que outra coisa, comi uma omelete, espreguiço-me aqui para ver as notícias ou o FB ou outra porcaria qualquer destressante e já tenho 4 emails do trabalho com adendas e acrescentos e cenas para as reuniões de amanhã... lá vai uma pessoa escrever e emendar e adendar... livra! Amanhã vai ser outro dia igual. Não sou pessoa de odiar ninguém mas acho que vou ganhar ódio a esta tutela de educação. Não têm respeito pelas pessoas.

Num dos papéis que vêm da DGESTE li que no terceiro período, onde já vamos ter pouco trabalho a reconverter todo o plano das aulas para agradar ao ministro e ao secretário de Estado e fingir que este trabalho à distância com putos é normal, ainda vamos ter que passar dias da semana a preencher papelinhos para a tutela controlar tudo o que fazemos. E querem pôr os DT a serem os controleiros dos colegas. Epá, não contem comigo para isso. Uma coisa é, naturalmente, os professores da turma coordenarem o trabalho uns com os outros e dizerem qual vai ser a sua metodologia de trabalho com os alunos, outra é andarmos a preencher papelinhos diários e semanais com tudo o que fazemos e a que horas espirrámos, para agradar ao espírito de perseguição que a tutela tem para connosco.

Assange continua preso por denunciar crimes




Para destressar, o contributo do Immanuel Content para o ensino online 😄




Intervalo - 15 minutos apenas para ler os títulos



Fui logo dar com isto. Este Louçã é um palerma. Mas isto é lá coisa que se diga? Mas algum país gosta de ver gente a morrer aos milhares?

"A Alemanha gosta desta situação, beneficia destas crises"

Louçã


Logo a seguir fui dar com isto:
Thomas Schäfer, ministro das Finanças do Estado alemão de Hesse, foi encontrado morto numa linha de comboio.

Numa linha de comboio? Suicidou-se. Volto a dizer, o Louçã é um palerma e o que é triste é sabermos que é um conselheiro de Estado. Qual estado? O estado de rebaldaria a que isto chegou??

#ficaemcasa 😄






Os patos são os novos turistas




Quando Trump dá a entender que médicos e enfermeiros andam a roubar máscaras...




If



“If the world was responding to climate change like it’s responding to the coronavirus – with the level of urgency that the science says is necessary – things would look dramatically different.” So, we have to hope that, in opening our minds to the need for change as the current crisis is forcing us to do, we will become open to that other problem that will not have gone away once the pandemic subsides. The lesson of coexistence, which this virus has taught us, is not and will not be easy – the more so, it is our duty not to waste it.
Julia Fiedorczuk
Translated by Annie Jaroszewicz


All Alone in the Night - Time-lapse footage of the Earth as seen from th...

March 29, 2020

Alegoria da Peste - século XV



Anonymous, século XV
Alegoria da Peste. Capa de livro do Biccherna, Siena, Itália, 1437. Inv. K 9224. Fotografia: Saturia Linke.
Lugar: Kunstgewerbemuseum, Staatliche Museen, Berlin, Germany


Difícil



A minha taxista ligou-me. Sim, tenho uma taxista. Ela e o companheiro dela que é irmão de uma ex-aluna (foi assim que nos conhecemos) e o pai dela. Os três tratam de mim a qualquer hora do dia ou da noite. Pessoas impecáveis. Já outro dia ligou para saber como estava. Desta vez foi porque o sobrinho precisa de umas coisas de Filosofia. Estão em casa, como nós todos. O trabalho escasseia porque as pessoas estão em casa e para além de ser um perigo, andar por aí a levar pessoas, não dá sequer para pagar o gasóleo. É uma chatice. Estas pessoas que têm pequenos negócios e agora estão paradas, sem dinheiro a entrar... e os bancos que comeram dezenas milhares de milhões... se alguma coisa não muda depois disto e da outra crise que aí vem, então é que vamos ter muitos Chegas, à direita e à esquerda. Muitos, mesmo.

(“In Spain, José María Aznar, the former prime minister, packed his bags for his holiday villa in Marbella, a celebrity resort on the Mediterranean. The move fueled anger across social media as well as calls to monitor Aznar and lock him inside his villa.”in rich europeans flee virus for 2nd homes, spreading fear and fury)

Krzysztof Penderecki morreu


Menos um espírito lúcido e criativo no mundo.
Mais conhecido pela Trenodia pelas vítimas de Hiroshima, que não ponho aqui porque é uma espécie de grito de Munch amplificado e posto em música e é demasiado triste para ouvir hoje.
As notícias já são uma espécie de bombardeamento.


2 minutos de Bach por dia nem sabe o bem que lhe fazia




Coronavirus Li Wenliang - vale muito a pena ver esta síntese acerca de como os países estão a controlar os cidadãos na pandemia


Interessante e assustador.

This is us


We are many but we are one. One ecosystem. Everything and everybody is related with everything and everybody.


Uma coisa boa que me animou 🙂



Durante um mês a orquestra de Berlim dá acesso gratuitamente, a todos os concertos em arquivo!

https://www.digitalconcerthall.com/en/concerts


The Digital Concert Hall now free for everyone
The Philharmonie is closed – so we will come to you! Redeem the voucher code BERLINPHIL and receive free access to all concerts and films.
REDEEM VOUCHER

Gazing inside from the outside



"I am interested in the way that we look at a given landscape and take possession of it in our blood and brain. None of us lives apart from the land entirely; such an isolation is unimaginable. If we are to realize and maintain our humanity, we must come to a moral comprehension of earth and air as it is perceived in the long turn of seasons and of years."
-- N. Scott Momaday (from the movie Remembered Earth)




The Reykjavík Grapevine

March 28, 2020

Hoje chegaram instruções do ME via DGESTE



Dizem para darmos aulas através do zoom a turmas de 30 alunos, como se os alunos, excepto 8 ou 10 em cada turma tivessem à sua disposição um computador e espaço próprio e auto-disciplina para estarem 6 ou 8 horas por dia sozinhos a ter aulas como se estivessem na escola. Putos com 10, 12, 14, 16 e 17 anos. E como se os professores não fossem pais com filhos em casa, de quarentena a tempo inteiro para cuidar, outros precários, a viver em casa dos pais e sem meios.

Esta gente do ME vive no La La Land, numa realidade virtual. São ofensivos. São os Dijsselbloem portugueses. Livrem-nos desta gente...

de Proust




Auto-censura em directo



Preparar agora um mundo pós-pandémico



E se a Europa não é capaz de liderar este processo cooperando ou se a sua solução for criar um euro de 1ª e um de 2ª então os ingleses tinham razão nos argumentos e medos que os levaram a sair e mais vale sairmos nós também, países do Sul, e fazermos uma petite UEPS (união europeia de países do sul), do que sermos eternos escravos e fornecedores de mão-de-obra fértil e formada para usuários.

A nível europeu e a nível planetário:

Precisamos de mais, não menos, cooperação.
Precisamos de mais, não menos, saúde.
Precisamos de mais, não menos, justiça.
Precisamos de mais, não menos, educação.
Precisamos de mais, não menos, empregos estáveis.
Precisamos de mais, não menos, famílias capazes de sustentar-se sem ter de emigrar.
Precisamos de mais, não menos, pequenas empresas e pequenas indústrias.

Do que todos vemos que não precisamos são 70 ministros e secretários de Estado; dezenas de banqueiros parasitas, sociedades parasitas de advogados e muitos outros que sugam os dinheiros públicos.

E precisamos de muitas vozes críticas. Precisamos de oposição nas democracias. Lá por estarmos com uma crise de saúde pública daí não se segue que a oposição tenha que calar-se e não ser vigilante em relação ao que se decide e faz, justamente neste momento em que estamos fechados e absorvidos pela crise que é quando os aproveitadores, aproveitam. Falta de patriotismo é o oposto de ser crítico: é ser cúmplice pelo silêncio, pela inacção e pela incúria. Os políticos são curadores. Curem.

Quando elegemos líderes políticos, seja internamente, seja a nível europeu ou mundial, aqueles que estão à frente de organizações e instituições e cujas decisões tem, sobre nós, poder de vida e de morte, temos de pensar seriamente se essas são as pessoas que queremos ter à frente dos nossos destinos numa crise grave, como a que agora temos.

Se pensassem nisso, tinham votado em Trump, no Boris Johnson? Alguém tinha deixado a UE ter grupos como o Conselho Europeu e outros, que decidem sobre as nossas vidas sem escrutínio?

Temos que desenhar outros modos de escrutínio das pessoas a quem damos poderes de vida e de morte. Sim, de vida e de morte. As decisões de fazer cortes na saúde, por exemplo, são decisões que agora custam vidas e desde logo aos que lá estão para tratar dos outros. Não é um assunto despiciente.
E todos os que nas escolas, alunos e professores que não têm meios para ter, sequer um computador com internet, têm as vidas encurtadas por falta de oportunidades e de meios de progredir.

É preciso preparar um mundo pós-pandémico ou havemos de padumar gravemente.

Preparing for a post-pandemic world

If and when the COVID-19 storm subsides, new norms will likely be needed to dictate how states behave with each other.
by






A sculpture Eros Bendato with a mock mask is seen on the main square during the coronavirus disease (COVID-19) lockdown in Krakow, Poland, on March 23, 2020 [Jakub Wlodek/Agencja Gazeta via Reuters]


... the pandemic will likely demonstrate that a world without safety nets, cooperation and deep cross-border engagement is no longer tenable. Leaders and electorates will have to answer tough questions about why they were caught unprepared, and the sustainability of a planet dictated by climate deniers and political chauvinists whose ascent to power has been enabled by a tradition of misrepresentation, manipulation, and misinformation. 

Escrevi isto há 5 anos no outro blog. A dívida de Itália, Portugal e Espanha



Podíamos agora acrescentar: porque é que há poucos mortos de Coronavirus Li Wenliang na Alemanha? Não sei... o que sei é que não têm falta de médicos dos países postergados por dívidas asfixiantes.

Ainda perguntam porque é que há interesse em manter-nos escravos da dívida??


Alemanha já vem buscar médicos à saída das universidades

A Alemanha lida há vários anos com uma forte carência de profissionais e tem-se desdobrado em esforços para captar recursos qualificados. Mas houve algo que mudou entretanto, conta ao DN fonte ligada ao setor do recrutamento. "As unidades são mais seletivas. Procuram mais profissionais que tenham formação, cultura e língua semelhantes. Por isso têm apostado mais em Portugal, Itália ou Espanha em detrimento dos países de Leste ou árabes."
.

Daqui a uns anos, quando precisarmos de ir ao médico, vamos até à Alemanha. Quem diz um médico diz um engenheiro, um enfermeiro, etc.
Que futuro tem um país sem os seus jovens qualificados, com uma dívida que nunca poderemos saldar, juros de usuário, não de parceiros, com uma situação tão dramática que a sua sobrevivência depende de estarem todos caladinhos e quietinhos virados para o mesmo lado, género, play dead, para não sobressaltar as hienas [credores] e serem comidos vivos, como disse o Presidente: queremos um governo maioritário na AR para que não haja oposição possível, que ninguém levante ondas [para se poder cortar ainda mais na função pública, nas pensões, mandar mais jovens para Inglaterra e Alemanha, dar mais dinheiro aos bancos, bombardear de vez o SNS, fechar as portas da escola pública, nomear incompetentes sem ter que aturar portugueses queixinhas, etc.] porque se alguém espirra em sentido contrário em Portugal, sobe logo a dívida, os mercados queixam-se, a Alemanha puxa-nos as orelhas, os credores baixam-nos a nota... enfim, estamos na situação do Sísifo... cujo esforço era tremendo e... inútil... sem esperança, como se sabe...

Recebido agora mesmo pelo WhatsApp. Completamente de acordo!!




Boas notíciasII



Pior que a UE desaparecer por cegueira, egoísmo e racismo do Norte é desaparecer por inacção e indiferença dos outros todos, o que significaria a cumplicidade com eles. Pelo menos tentam. Espero que arrastem outros para o seu lado.

Costa, Macron e Sánchez entre os 9 líderes que assinam carta a pedir coronabonds

"Se queremos que a Europa de amanhã cumpra as aspirações do seu passado, devemos agir hoje e preparar o nosso futuro comum. Vamos abrir esse debate agora e seguir em frente, sem hesitação", escrevem.

Boas notícias



Como eu gostava que o Costacenteno tivesse este respeito pelos professores e nos dessem incentivos para além das palavrinhas sonsas e inconsequentes dos da tutela. Mas não. É só dizer mal, desprezar e controlar, controlar, controlar, desconfiar, desconfiar, desconfiar.

Covid-19: Auchan vai pagar mais 20% do salário aos funcionários

A cadeia de supermercados Auchan vai entregar prémios de 20% do salário total de março aos funcionários em Portugal.

Este "bónus de incentivo", referiu a mesma fonte, foi a solução encontrada pela Auchan Retail Portugal para "reconhecer o esforço diário dos seus colaboradores" neste período marcado pelo surto do novo coronavírus.

Talvez os adultos que decidem dos destinos do mundo devessem perguntar aos jovens se querem a mesma coisa que eles


















via Paula Pio

Uma história pessoal de Itzhak Perlman com música 🙂




Notícias insuportáveis - Assange continua preso por denunciar abusos



Que moral têm para falar da China?




Coronavirus Li Wenliang








mind blogging facts

Acerca do final do ano lectivo e espero que ninguém me mate...



Penso que todos quanto estão nas escolas sabem que não é possível isso de dar aulas à distância a todos os alunos, no 3º período. Nem os alunos têm condições e não falo apenas de terem acesso à internet mas de terem computadores não partilhados com as famílias, do tipo de vida complicada e privacidade que muitos milhares não têm em casa, mas também os professores não terem essas condições, para não falar de disciplinas práticas, como educação física, laboratórios, práticas oficinais, etc.
Portanto, o ministro e o secretário de Estado da educação obrigarem-nos a um simulacro de ensino só porque têm contra os professores o mesmo preconceito e discurso que o ministro das finanças holandês tem acerca dos portugueses e querem dizer que nos obrigaram a trabalhar, é um custo sem retorno para ninguém... que me parece mesmo um exercício fútil. Nem no ensino universitário os professores estão a conseguir fazer isso com eficácia e de modo a chegar a todos...

Como as coisas estão não se pode ir para a escola antes de Junho e isto é se o pico da crise for a meio de Maio e no fim do mês se puder começar a normalizar a vida. Mesmo assim, pessoas doentes e com comorbilidades, que nos professores são milhares, dada a idade da maioria, não poderão ir logo para as escolas ou outros sítios com muita gente. De modo que esta teimosia em ver o óbvio e os arremedos de soluções em papéis infantilizantes que enviam para as escolas com pseudo-princípios de trabalho, só torna tudo ainda mais ridículo.

A mim, parece-me que há uma solução possível, embora calculo que não agradasse a muitos porque implica fazer as férias agora e não as fazer no Verão:

1. o ano lectivo seria interrompido aqui e o terceiro período recomeçava a meio de Junho e acabava no fim de Julho.
2. Agosto seria para fazer exames. Simplificavam-se. Fazia-se apenas os exames do 12º ano e esses seriam os específicos.
3. Setembro e metade de Outubro seriam para preparar o ano seguinte: horários, turmas, etc. O ano seguinte começava a meio de Outubro.

Isto permitiria completar o ano lectivo, fazer os exames de disciplinas específicas, os alunos terem avaliações finais, resolver o problema das disciplinas semestrais que começaram aulas em Janeiro, etc. Seria cansativo, sim, um ano muito comprido, para nós e para os alunos, habituados a terem quase 3 meses de férias, a começar em Junho, mas seria uma coisa excepcional.

É claro que para todos os professores, os meses de Abril e Maio (e para alguns, os tais com doenças, até mais) substituiriam, este ano, as férias da Páscoa e de Verão. Calculo tanto os professores como os pais, não lhes agrade esta solução porque gostam de ir de férias no Verão para a praia e porque estamos confinados e isto não é um tempo de descanso e descontração como são as férias, estamos aqui obrigados, presos e stressados (alguns com os filhos e/ou os pais em casa cheios de trabalho) e não de livre vontade, mas enfim... era uma solução, uma situação excepcional.

Faziam-se algumas mudanças no próximo ano para atenuar a maratona de períodos de enfiada, como não fazer reuniões intercalares que são extremamente cansativas ou libertar os professores de tarefas burocráticas e outras não lectivas muito cansativas, fazer uma semana de interrupção no carnaval, enfim, dar algum retorno para compensar o sacrifício.

O que quero dizer é que, se não pensam soluções para além desta parvoíce de mandar trabalhos pelo correio e fingir que é possível o ensino à distância para todos os alunos e professores, o ano está, ipso facto, acabado, mesmo que obriguem os professores a farsas.


Eduardo Marçal Grilo. "Não me chocaria a decisão excecional de acabar o ano letivo para todos"


Nasceu o dia



Alguém pintou nuvens de aguarela no céu.



Só mais um :)




Ok, é o último. Já chega :)




Desanuviar IX




Desanuviar vVII




Desanuviar VII




Desanuviar VI




Desanuviar V - Being Durer's wings



Desanuviar IV



As asas do Dürer.




Desanuviar III



Esta águia tem as asas do Dürer.

Desanuviar II











não há pão para malucos

Desanuviar













by intelligence is sexy

Diário da qurentena IV - insónias e as notícias são todas una mierda



DW Science

Diário da qurentena III - insónias e as notícias são todas una mierda



"As the sun disappears and the shadows
descend from the mountain top
and human cares drop away, one by one,
leaving hearts tranquil,
death and cruel fate fill me with anguish,
rest refuses to come to my tired heart,
and I pass my hours and nights crying
with tears in my heart as well as my eyes."

--Laura Battiferri (1523–1589), also called Laura Battiferri Ammannati, was an Italian poet during the Renaissance period. She was born in Urbino, Italy.






Bronzino, Portrait of Laura Battiferri, c. 1560; Oil on canvas; Palazzo Vecchio, Florence

Diário da quarentena 15º dia II - insónias e as notícias são todas una mierda












'The Plague'. A mother bearing her child's coffin in a funeral procession for victims of the plague. Colour lithograph after Felix Jenewein, 1900.

Diário da quarentena 15º dia


acordar às 3 e meia da manhã sem sono... cara de insónia... quem é que me livra disto?
e agora é que estou a ver. preciso de cortar o cabelo...

March 27, 2020

What a world we live in!




Uma espécie de poesia - ao anoitecer II



"The crisis was over. What was more, they had taken the first step toward genuine friendship. They had exchanged vulnerabilities."

-- from the book "2010"

poesia ao anoitecer - em construção



Oh noite rumorejante

dos negros silêncios dos campos
cortados pelo ciciar das cigarras
nos anos de cálidas
Primaveras


Oh noite rumorejante

aroma viçoso do tempo
deleite ameno
noite sem pressa
de promessa
ao relento

Noite rumorejante

bja

Verdade



Enlightenment is intimacy with all things.
-- Jack Kornfield

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Coronavirus Li Wenliang - a vida dos outros


One doctor "told me she hadn’t taken a day off in weeks," Amy Weiss-Meyer writes. "She cries every night when she comes home, she said, and has trouble sleeping through the night. The day before we spoke, she had intubated the father of a friend."