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June 21, 2024

Este governo aprovou a continuidade dessa aberração que é o projecto MAIA. Lá está: a notícia de que este ME era uma pessoa diferente da anterior foi largamente exagerada

 



Dei uma oportunidade à casa da democracia portuguesa, levei o meu estudante da escola pública como testemunha e para ver ao vivo o funcionamento normal de uma sessão plenária, e assisti a uma manhã inteira da AR. Estava na agenda a petição para acabar com o projecto MAIA. A petição era clara e o prejuízo sentido por todos no dia a dia das nossas escolas era e é tão evidente que me pareceu valer a pena o sacrifício de aguentar duas horas numa discussão inútil sobre o reconhecimento da Palestina e outra menos inútil sobre as dunas de Ovar, quando, finalmente, decidiram apresentar argumentos pró e contra o "MAIA".
Triste figura a do PCP, que mete cada vez mais dó, parece uma criança perdida no mundo, porque perdeu a noção do mundo real à sua volta. Querem mudar a "democracia" nas escolas (não percebi bem o argumento... se é que é possível perceber alguma coisa do que dizem estes deputados-fantasmas), antes de repudiar o projecto que mais dano causou à escola pública.
Tristíssima figura do PS, agarrado às suas próprias utopias, a uma escola que não existe, a um modelo de avaliação disruptivo para o qual todos foram empurrados de uma forma ou de outra, sacrificando a qualidade de todas as aprendizagens, mas, graças à "liberdade de escolha", a nossa escola pública é a melhor do mundo. O pior é que o mundo acha que não é e os exames internacionais também não acham que sejamos grande coisa.
A maior desilusão foi a do PSD. Em vez de aproveitar a oportunidade (PAN, IL, LIvre e Chega acordaram em defender a suspensão do "MAIA"), decidem esperar para ver se se faz algum resgaste, se se faz alguma avaliazaçãozinha para salvar o barco. O pior é que o barco já está a naufragar lentamente e o PSD não quer ver.
Não sei ainda o resultado da petição. Já não tive mais estômago para ficar a ver. Demorou a ir assistir a uma sessão plenária da AR, vai demorar ainda mais a lá voltar. Fraquíssima qualidade geral dos deputados, mais preocupados em destilar ódios de forma vulgar e grosseira (a bacanda do CHEGA vale uma comédia de costumes!), do que em argumentar e contra-argumentar com classe e propriedade.
Podia pedir-lhes que tivessem vergonha do que fizeram hoje PCP, PS e PSD, ao darem mais uma oportunidade ao desvario educativo em que caímos por força de más decisões políticas, mas acho que não iam compreender. Fiquei a imaginar: se me fosse dada a palavra ali mesmo, o que diria?
Diria que, com aqueles deputados, só haveria um caminho: implementar ali mesmo e agora uma avaliação MAIA de desempenho profissional de todos eles. E todos seriam obrigados a avaliação das competências dos seus pares, com muitos domínios e subdomínios, e com descritores com fartura, até lhes encher os miolos e a paciência. À frente de cada um, uma grelha permanente com 100 pontos de observação de todas as intervenções. Não haveria tempo para palmas nem insultos. Apenas cruzes e mais cruzes. Tudo pré-determinado pela ciência comportamental. Queria ver quanto tempo iria durar esse modelo brilhante de avaliação! E também se era assim, seguindo a lógica da senhora deputada do PS que falou em interpelação, que conseguiríamos os melhores deputados do mundo, tal como temos agora os alunos mais criativos do mundo, para alegria socialista da nossa terra generosa.

June 19, 2024

Porque é que não há dinheiro na educação: fraudes de milhões



Não sabemos se o senhor em questão ou um seu colaborador esteve metido na fraude. Era mais uma minhoca. Se foi vítima de fraude, isso só mostra o amadorismo incompetente do serviço em questão


Presidente do Instituto de Gestão Financeira da Educação demite-se


José Manuel Matos Passos sai da direcção do instituto que faz a gestão financeira do sistema educativo depois de este ter sido alvo de uma fraude que o terá lesado em 2,5 milhões de euros.

O presidente do Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE), José Manuel Matos Passos, apresentou esta quarta-feira a demissão, anunciou o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) numa nota à comunicação social.

A demissão aconteceu na sequência de uma fraude de que o IGeFE foi alvo que envolveu a transferência de verbas no montante global de 2,5 milhões de euros, que já está a ser investigada pela Polícia Judiciária. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, ordenou igualmente a abertura de um inquérito interno.

June 18, 2024

Sou só eu que reconheço aqui a táctica do governo anterior?





Primeiro saem notícias a dizer que afinal é muito mais dinheiro do que se pensava (lembram-se quando o Costacenteno falava em 1300 milhões de euros?), a seguir que o Estado não tem dinheiro e que para pagar aos professores tinha que pagar aos outros da FP (que sabemos já ter pago) e finalmente que afinal não vão pagar ou pagam em 10 anos? 

Terá sido este o acordozinho -às escondidas- que a FNE fez com o ministro sonsinho - vou fazer grandes coisas mas faço o mesmo que os outros?

Reposição salarial dos professores deverá custar 469 milhões, mais 50% do que o previsto pelo governo

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que, no cenário faseado (4 anos de reposição até 2027) como assume o governo, a medida pode custar mais 169 milhões do que os cerca de 300 milhões apontados pelo ministro da Educação há menos de um mês.

June 07, 2024

da sala de professores

 


Quando cheguei à escola toda a gente comentava que se não fosse esse ministro avisar que as aulas começam entre 12 e 16 de Setembro estaríamos todos perdidos a pensar que as aulas pudessem começar a 6 de Outubro e que saber essa informação reformadora e surpreendente iria ter um enorme impacto na qualidade das aprendizagens e no bem-estar das famílias. 

Ah, e cantaram-se loas ao ME por nos dar uma semana de descanso a meio das nossas férias.

Entretanto os professores do básico está-nos últimos dias de aulas, cheios de ter para ver, notas para calcular, reuniões para preparar mas pararam tudo para vigiar e depois corrigir provas de aferição que não servem para nada. É só coisas boas.

May 24, 2024

Como disse?!

 


Mas quem são os inteligentes que pensam que tornar a carreira ainda mais longa e impossível é uma solução seja para o que for??? Dantes tínhamos 8 escalões, depois passaram para 10, para ninguém lá chegar e agora querem 11 ou 12? Estão doidos? E desde quando só as pessoas do 10º escalão ficam impedidas de recuperar os anos que trabalharam? Mas quem é que querem enganar? 

Já não se aguenta... cada ministro vem com esquemas de prejudicar, de pôr uns contra outros e há sempre sindicatos que dão facadas nas costas dos professores que deviam representar. Já não se aguenta. Uma náusea. Quem pensa que é assim que se pacifica as escolas deve viver no planeta da realidade imaginária.

Há uma escola com 50 professores de saída e outra em Braga com 92.

Continuem assim que vão bem.

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De recordar que, na terça-feira, depois da assinatura do acordo com o Governo, o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) tinha deixado no ar a possibilidade de estes docentes verem contabilizado o tempo de serviço, com “a criação de eventuais novos escalões”.

May 23, 2024

O ME diz que só quem está no 10º escalão não beneficia da recuperação do tempo de serviço prestado - é falso

 


Pessoas que estejam no 9º ou no 8º escalão mas em cima da reforma, a um ano ou dois ou três, não beneficiam nada.

Eu não estou no 10º escalão e este acordo, em que se recupera um bocadinho e depois não se pode recuperar mais porque tem de estar-se, pelo menos 1 ano, em cada escalão, até se poder voltar a ter direito à recuperação do tempo, prejudica muito.

A minha questão é: porque é que todos os ME tentam enganar os professores e o povo?


May 22, 2024

Para o ME, quem não aceita as 'suas' soluções é porque não quer soluções

 


Portanto, as suas soluções são a verdade  - onde é que já ouvi isto?

Na realidade não foi só a Fenprof que não aceitou os termos do acordo. Foram 5 organizações, entre as quais, a Fenprof, o Stop e a Pró-Ordem, que levam o maior número de professores. O ME fez um acordo com o sindicato da sua família política e apresenta aos outros como assunto arrumado. Onde é que já vimos estes acordos de família política manhosos 500 vezes?


Fenprof repudia declarações do ministro que acusou sindicato de não ser parte da solução


O secretário-geral da Fenprof repudiou, esta terça-feira, as declarações do ministro Fernando Alexandre, (...) que, ainda antes de receber a Fenprof, tinha considerado que a federação "nunca foi parte da solução" e disse duvidar, por vezes, que a educação e os professores sejam a "sua grande preocupação".

"Isto é lamentável, merece o nosso repúdio e dissemos ao ministro que não lhe admitimos isso em momento algum. 

Por outro lado, acusou ainda o ministro de ter tido uma atitude pouco democrática na forma como conduziu o último dia das negociações, por ter assinado um acordo com a Federação Nacional da Educação ao final da manhã e ter apresentado essa última proposta às restantes organizações sindicai 
[como um assunto decidido e acabado], sem qualquer margem para alterações.

"É a negação da negociação e é grave que essa negação seja feita pelo Ministério e por uma organização sindical que se presta a fazer este frete ao Ministério, que é criar um contexto em que os outros ou querem, ou paciência", lamentou.

Quanto ao conteúdo da proposta, Mário Nogueira explicou que a Fenprof não poderia aceitar o documento,

"Este é um acordo que exclui professores", disse o dirigente sindical, estimando que fiquem de fora cerca de 25.400 que já se encontram nos últimos escalões da carreira docente.

"Seria hipócrita fazer um acordo hoje e depois irmos pedir negociação suplementar, ou irmos à Assembleia da República pedir a retificação para considerar os colegas que são excluídos", justificou, questionando como é que alguém poderia assinar o acordo.

As cinco organizações sindicais que recusaram a proposta - Fenprof, Stop, ASPL, Pró-Ordem e SEPLEU - vão agora avaliar junto dos associados a hipótese de requererem a negociação suplementar da recuperação do tempo de serviço.


May 03, 2024

Não vou classificar a proposta do ME para não ser mal educada

 

Estamos a falar de, no máximo, 200 euros e querem dá-lo em 5 anos... aos polícias vão dar já este ano 600 euros de aumentos em subsídios. Para não falar que os políticos se aumentaram todos em subsídios no último dia da legislatura. Não estamos a pedir aumentos de 600 euros ou milhares de euros de subsídios como os políticos ou os juízes, mas a exigir que nos paguem o que nos devem há 15 anos, seus ladrões. Vão-se encher de pulgas. Continuam ser perceber o estado da educação.


Durante a manhã, os sindicatos ficaram a conhecer a proposta do executivo que quer devolver faseadamente os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo congelado a uma média anual de 20%, começando em setembro deste ano.

April 04, 2024

🍾 Comemorar a saída de um dos piores ministros da educação de sempre

 

À frente dele só mesmo a Rodrigues, em quem ele se inspirou para as malfeitorias. Deixou o país sem professores, os alunos sem saber ler nem escrever, as escolas entregues aos favores. Não foi o único que aceitou o cargo sem perceber um boi de educação escolar. Crato também não percebia nada. A Rodrigues também não. Enfim, tenho estado a antibióticos, sem poder celebrar como deve ser o fim do mandato deste incompetente de meia-tijela. Ele que volte lá para a universidade e fique lá estacionado em ponto morto para não estragar mais coisas (deve estragar alunos... deve ser um péssimo professor). 

Enfim, amanhã é que vai ser 🍾


March 24, 2024

A experiência nem sempre traz sabedoria

 

Os exames tinham que ser digitais porque sim, porque sim, porque sim, mesmo sendo óbvia a falta de meios e condições para tal: falta de equipamentos, rede de internet instável, sempre a cair, nenhum relatório de apuramento do ensaio piloto do ano anterior, para saber o que correu mal e corrigir os erros- é o interesse que o ME tem por isto tudo. 
Enfim, primeiro, sua excelência lançou um concurso de professores à pressa, com vagas para escolas nas quais nem existem os grupos de recrutamento das referidas vagas. Depois, resolveu contratar, como se a contratação pública fosse, atar e pôr logo ao fumeiro, em dois segundos. Agora, perante a evidência de todos "terem claramente visto o lume vivo" da falta de condições em que se hão-de queimar, afinal até já é possível recuar. 
Na verdade, a experiência nem sempre traz sabedoria e a alguns, o número de voltas que dão ao sol parece que só serve para os deixar tontos.



March 23, 2024

Diz-se por aí à boca pequena que durante o mandato o senhor ministro não teve disponibilidade para ser ministro




Outras prioridades...
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Chegamos, assim, ao que parece ser uma falta de diálogo entre Ministério da Educação e professores/diretores. Pelo menos, de acordo com notícias centradas nos exames do 9.º ano de escolaridade que, este ano, deverão ser feitos em ambiente digital.

Desde o início do ano letivo, em setembro, um dos temas praticamente sempre em cima da mesa tem sido a utilização dos computadores nas escolas. Lemos e ouvimos várias situações: falta de computadores, falta de técnicos para os reparar, escolas sem wi-fi fidedigno para se poderem ter inúmeros portáteis ligados ao mesmo tempo e outras mesmo sem wi-fi. A estes pequenos problemas junte-se o facto de nem todos os alunos terem computador, o que cria de imediato um problema de igualdade no acesso às matérias e provas.

Os alertas foram sendo feitos e esta semana o Diário de Notícias publicou um trabalho onde Filinto Lima (presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas), Arlindo Ferreira (diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio) e Sandra Nobre, (Associação de Professores de Matemática) voltavam a lembrar as dificuldades que os alunos do 9.º ano vão enfrentar para fazer os seus exames em ambiente digital e pediam para se estudar a possibilidade de adiar essa decisão.
É certo que esses exames estão marcados a partir de 12 de junho (o primeiro será de Matemática), portanto ainda falta algum tempo, mas também é verdade que até ao momento o ministro João Costa não se pronunciou sobre o tema. Nem mesmo depois de os professores de Informática terem marcado uma greve a partir de 8 de abril para evitarem ser eles a irem reparar, segundo garante a sua associação, as centenas de computadores que estarão avariados pelos agrupamentos escolares fora.
Fosse para manter os exames digitais - será bom não esquecer que os do 9.º ano contam para a nota final do aluno que termina o Ensino Básico -, fosse para reconhecer que o problema poderia ter outra solução, o governante já deveria ter vindo a público falar sobre o assunto.

O caso pode parecer ao ministro, a cumprir os últimos dias na pasta - pois será substituído a partir de dia 2 de abril -, apenas uma “tempestade num copo de água”, mas quando se ouve um professor de Matemática dizer que os alunos nem sabem como fazer os carateres especiais da disciplina no computador , talvez seja o momento de parar e perceber o que de facto se passa.


March 08, 2024

da sala de professores

 

Hoje falava-se na impossibilidade de os alunos fazerem exames em formato digital com os computadores emprestados, como o ME quer. É que os alunos, quando mudam de escola, são obrigados a devolver os computadores. Na escola seguinte, voltam a pedir computadores. Acontece que, como já passaram uns anos desde que os computadores chegaram às escolas, quando esses alunos pedem um computador na nova escola, já só há computadores usados por outros e fora do prazo da garantia. Resultado: os pais recusam esses computadores, autênticos presentes envenenados. Portanto, o ME vai obrigar os alunos a receber computadores nestas condições? Não me parece que o possa fazer.

A meio da manhã entraram na sala de professores alguns homens da junta de freguesia, de um certo partido político. Vinham com cravos vermelhos e um marcador de livro com um poema que li por alto e que dizia algo como, 'mulheres, sejam livres mas humildes, o 25 de Abril e tal...'. Saí dali a correr antes que me entregassem flores e poemas a apelar a que seja humilde, para não dar uma resposta torta e dizerem que tenho mau feitio. É que apeteceu-me dizer, que passados 50 anos do 25 de Abril, ganhamos quase 250 euros a menos que os homens e que agradeço que me devolvam os 6 anos e meio que trabalhei, com um salário digno da importância da profissão. Eu depois trato de comprar as minhas flores.


As soluções do ME são sempre para o ano a seguir ou para nunca

 

Não são apenas os computadores dos alunos que precisam de reparação. Os computadores das salas de aula bem como de outras valências (secretaria, sala de DTs, mediateca, etc), os projectores e outros equipamentos informáticos estão a ficar muito velhos e estão constantemente com problemas ou avarias. Não há nenhum técnico nas escolas para tratar disso. Na minha escola, que tem umas 50 salas de aula, mais as outras valências referidas, havia um professor de TIC que tinha o horário lectivo reduzido para tratar de todos os problemas técnicos e não só: de vez em quando é preciso abrir a torre dos computadores e limpar tudo por dentro porque acumulam imenso pó e migalhas, é preciso fazer actualizações dos programas, limpar bugs dos programas, etc. Pois a inspecção, gente de grande inteligência e bom senso, mandou que se enchesse o professor de turmas. Resultado: agora não há ninguém para essa tarefa gigantesca e os computadores, os projectores e outros equipamentos estão constantemente com problemas e/ou a avariar. Na semana passada não se conseguia entrar nos computadores da sala de DTs para trabalhar e não foi apenas porque a câmara não pagou a licença da aplicação do programa de alunos - isso também aconteceu. Portanto, entregam computadores mas não se preocupam em ter protocolos com uma firma que trate deles, não se preocupam em ter nas escolas técnicos que reparem os equipamentos das escolas... calculo que no ME, seja o ministro e os SE quem arranja, nas horas vagas, todos os equipamentos com problemas e avariados - já que é a receita que recomendam aos outros. 

As soluções do ME são sempre para o ano a seguir ou para nunca. Está sempre tudo em curso... nos títulos dos jornais e currículos de suas excelências. É pena nunca acontecer na realidade...


February 27, 2024

O ME acha normal considerar "uma brincadeira" actos de grande brutalidade




A brincar com quem?

José Júdice

Há pouco mais de um mês, a 19 de Janeiro, um grupo de alarves de uma escola no Vimioso, Distrito de Bragança, todos rapazes com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos, resolveu brincar aos médicos enfiando uma vassoura no ânus de um colega de 11 anos. Tratava-se, informa um relatório divulgado há dias pelo Agrupamento de Escolas local, da simulação de um “exame médico à próstata”. A brincadeira não foi denunciada nem por outros colegas, nem por uma funcionária da escola, descrita em burocratês como “funcionária operacional”, que “terá” presenciado o acto clínico e que “nada fez” para refrear os ímpetos dos candidatos a futuros funcionários operacionais do Serviço Nacional de Saúde. Foi denunciada pelo presidente da Junta de Freguesia do Vimioso, que aproveitou para denunciar “um clima de terror” derivado de diversos outros casos de violência nessa mesma escola.

Só após a denúncia pública do presidente da Junta, as autoridades escolares tomaram medidas, graves, sérias e severas. Os oito brincalhões foram suspensos da frequência da escola. Por quatro dias. Quatro. E quatro dias após terem sodomizado o seu colega de 11 anos com uma vassoura e cumprido o seu justo e severo castigo, sete dos foliões regressaram às aulas. Como se nada de realmente grave se tivesse passado.

“Já regressaram todos à escola e estão a frequentar as aulas”, tranquilizou o Ministério da Educação para dissipar a natural preocupação do país, para nem falar dos pais, com as possíveis e talvez irreversíveis consequências para as aprendizagens e o futuro escolar dos empenhados promissores clínicos. Regressaram todos à escola, às aulas e, presume-se, ao saudável convívio com colegas, professores e “funcionários operacionais”. Danados para a brincadeira, com certeza, mas não é por isso que o seu futuro escolar pode ser posto em causa. Desde que o acesso às vassouras lhes seja interdito.

Com a revelação do caso, as autoridades naturalmente intervieram. Polícia Judiciária, Ministério Público, Procuradoria-Geral da República, GNR e Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, e toda a panóplia de entidades que asseguram que Portugal é um país de brandos costumes e assim tem de continuar a ser, anunciaram que tomaram o assunto entre mãos. Os inquéritos mais aguardados, no entanto, foram o anunciado pelo próprio Agrupamento de Escolas do Vimioso e, porque o assunto foi considerado digno de consideração superior, pelo próprio Ministério da Educação através da sua Inspecção-Geral de Educação e Ciência que, a acreditar nos jornais, se pôs “a apurar responsabilidades” dias após a denúncia.

Apurar responsabilidades é a maneira elegante e protocolar de dizer “sacudir a água do capote”. Quase um mês após terem iniciado o apuramento de responsabilidades, que responsabilidades foram então apuradas.

O que o Agrupamento de Escolas do Vimioso apurou, segundo foi comunicado aos jornais, foi que se tinha tratado de uma “brincadeira entre alunos simulando exames médicos à próstata”. Foi preciso quase um mês para chegarem a esta conclusão num processo, esclarece o Ministério da Educação na sua elaborada linguagem, “ao nível da escola”.

Se foi preciso quase um mês para “ao nível da escola”, e por “nível” presume-se que não tiveram de sair do sítio, para chegar a esta conclusão, seria esperar demais que um inquérito elaborado por uma instituição tão augusta como a Inspecção-Geral de Educação e Ciência estivesse se não pronto, no mínimo, com algumas conclusões prévias, que adiantassem algo mais sobre não só o ocorrido, mas por que é que ocorreu, por que é que foi possível ter ocorrido e por que é que, mesmo apesar de ter sido presenciado por uma “funcionária operacional”, o caso só foi do conhecimento público pela denúncia do presidente da Junta e a escola, ou o Agrupamento de Escolas, só dias depois tomou medidas. As graves, sérias e severas medidas de suspender a ida à escola dos brincalhões. Por quatro dias.

O inquérito da Inspecção-Geral da Educação e Ciência, diz o Ministério da Educação, ainda não concluiu, ou não deu conhecimento de ter concluído, as suas diligências. Um mês depois.

É certo que o Vimioso é longe e - informação útil - não há comboio, mas pode-se ir de autocarro. São 7 horas e meia. Ida e volta 15 horas. Tempo manifestamente insuficiente para meditar naquilo a que o Ministério da Educação chama, com a pudicícia específica e própria do Estado, de “comportamento inadequado”. Sodomizar uma criança de 11 anos com uma vassoura. Inadequado? O que seria adequado? Um cabo de enxada?

A escola em questão, tranquilizam as autoridades, realiza durante todo o ano lectivo um “conjunto de acções” para “sensibilizar os alunos para os perigos da actualidade”, especificando com rigor exaustivo que nesses perigos da “actualidade” estão a “violência e bullying, violência sexual sobre crianças e jovens e consumo de drogas”. Mercê de tanta sensibilidade com estes “perigos da actualidade”, a escola ostenta “selos” de “escola sem bullying” e “escola sem violência”.

A única coisa actual em todo este relambório burocrático é o “bullying”, e mesmo esse a única actualidade que tem é ser em inglês. Talvez porque se for em estrangeiro sempre se pode dizer que é um fenómeno importado e estranho neste país de brandos costumes.

Sempre houve brutamontes nas escolas, sempre houve violência nas escolas, sempre houve abuso dos mais velhos sobre os mais novos, dos mais fortes sobre os mais fracos, dos mais gabarolas sobre os mais tímidos.

Não se sabe quanto tempo mais precisará o Ministério da Educação e a Inspecção-Geral da Educação e Ciência para terminar as suas “diligências” e dar conhecimento das suas recomendações. Talvez entre estas a criação, a acrescentar ao selo de “escola sem violência” e “escola sem bullying”, um selo de “escola sem vassouras”?

DN

February 26, 2024

Uma aventura com o computador 'emprestado' pelo ME

 

Um professor usou o portátil do ME até este ter uma avaria. A avaria não se deveu a mau uso do equipamento mas tão somente ao uso diário do equipamento, sujeito a desgaste, como todas as máquinas. O portátil foi enviado para reparo. O professor foi logo informado que, dado o portátil já não estar dentro do tempo da garantia, o arranjo ficava por sua conta: cerca de 100 euros. O professor deu o ok e ficou à espera que a reparação fosse feita. Passado algum tempo veio a resposta da entidade oficial responsável pela entrega dos equipamentos: afinal o portátil tinha um problema no disco rígido, o ecrã também não sei quê e mais isto e aquilo e a reparação ficava muito cara, de maneira que mais valia comprar um novo. Dado que já tinha pago100 euros, eles ficavam com esses 100 euros cativos como adiantamento e só era preciso o professor enviar os outros 500 euros ou algo parecido, para lhe enviarem um portátil novo. Ou seja, o ME empresta-te um portátil mas após os dois anos de garantia arriscas-te a ter de pagar o preço de um novo. Gostava de saber se avisam os alunos e os professores destas... minudências... É como o empréstimo de manuais -"emprestamos-te o livro mas se o devolveres com sinais de uso vais ter de pagar um novo"- só que muito mais caro. É por isso que aqui a minha pessoa já entregou o portátil. Antes do fim da garantia. Não estou para correr o risco de andar a pagar portáteis a aldrabões.


February 13, 2024

Abandono escolar - o ME tirou da equação os anos anteriores, de modo a garantir tendência de descida

 

(parece que voltámos ao tempo do mãozinhas de veludo - bate certo já que o grande modelo deste ME é a Rodrigues - que ministério irá ele estragar a seguir?)


INE contraria Ministério da Educação e confirma agravamento do abandono escolar

INE contraria Ministério da Educação e confirma agravamento do abandono escolar

Pela primeira vez desde 2016, o abandono escolar aumentou em 2023. Tutela tirou da equação anos anteriores, de modo a garantir tendência de descida. INE garante que dados retirados são válidos

Ao contrário do anunciado pelo Ministério da Educação há dias, o Instituto Nacional de Estatística (INE) garante que, apesar da correcção efectuada para o período da pandemia, os dados referentes à taxa de abandono escolar precoce são comparáveis entre todos os anos da série actual, iniciada em 2011.
Público


February 05, 2024

What??!!




Tenho dificuldade em acreditar que a Ucrânia tenha pedido ajuda a João Costa, seja para o que for, relacionado com o ensino escolar - uma pessoa que destruiu o nosso ensino público, pôs as escolas sem professores, os alunos com necessidades especiais amontoados em turmas enormes e ao deus dará e o país a cair em todos os índices educacionais internacionais. Talvez tenha sido o próprio João Costa a convidar-se para ter protagonismo... caso contrário é simplesmente inacreditável...
E o Cravinho...? Serve para quê...? 

Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Educação estão em Kiev e serão recebidos por Zelensky

João Costa destacou ainda que, além da recuperação de infraestruturas, no quadro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal está também a participar no "redesenho de toda a dimensão curricular", com vista a apoiar os alunos que vivem "uma situação inusitada daquilo que são as condições de aprendizagem".~

January 22, 2024

ME - uma lástima até ao último dia que se sentar na cadeira





que nome se dá a este tipo de pessoas? Não digo que é feio. 
E o mais certo é vir depois dizer que deu 77 milhões às escolas e as escolas não os aproveitaram. 


Educação. Como se desperdiçam 77 milhões


Escolas têm mês e meio para concorrer ao Plano de Recuperação das Aprendizagens e apenas o 3.º período para fazerem as ações e gastarem 77 milhões. 

O Plano [devia ter sido] para este ano letivo.

As escolas têm pouco mais de dois meses para justificar o gasto de 77 milhões de euros na implementação das medidas de recuperação das aprendizagens em consequência da pandemia. O Plano 23/24 Escola+, criado em julho deste ano e sucessor do Plano 21/23 Escola+, arrancou este mês e só no final do ano letivo é que as medidas serão aprovadas e implementadas. Medidas para um plano que devia ter a sua abrangência até junho, para o presente ano letivo, mas que, assim, só podem executadas no terceiro período.

“Está aberto, até dia 14 de fevereiro de 2024, às 18h, o concurso PESSOAS-2024-01, que vai apoiar o plano de recuperação das aprendizagens, promoção do sucesso escolar e combate às desigualdades, para o ano letivo de 2023-2024, com o montante total de 77 milhões de euros”, anunciou o Governo no site Pessoas 2030, o programa do acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia “que fixa os grandes objetivos estratégicos para aplicação, entre 2021 e 2027, do montante global de 23 mil M€”. O anúncio, publicado em 29 de dezembro, estabelece o período para a apresentação das candidaturas – que vai de 2 de janeiro até 12 de fevereiro – e determina que os resultados têm de ser divulgados em 12 de abril. O ano lectivo acaba dois meses depois. E não deixa margens para dúvidas: “São elegíveis as ações a desenvolver enquadradas no plano integrado para a recuperação de aprendizagens em particular as ações específicas a desenvolver por domínio, no ano letivo de 2023/2024, previstas para o Plano 23|24 Escola +”. Destes 77 milhões, 85% são comparticipados pelo Fundo Social Europeu Mais, ou seja, 65,5 M€.

Como serão operacionalizadas medidas que apenas têm a duração de dois meses?, quantas escolas estarão interessadas em aderir a este plano?, qual a sua eficácia? e quanto dinheiro será efetivamente gasto ou onde será? só o tempo dirá. Certo é que, uma vez mais, o Plano de Recuperação das Aprendizagens (PRA) se define como um conjunto de anúncios e não como um conjunto de medidas concretas e implementadas. E continua a gerar polémica e a levantar dúvidas, como tem acontecido desde que arrancou em 2021. Sem resultados para mostrar.
Tendo em vista a “preparação e implementação dos seus planos, as escolas procedem à identificação prévia dos principais domínios em que subsiste a necessidade de recuperação de aprendizagens”. Produzem então um diagnóstico e “elaboram o seu plano, selecionando as ações específicas a desenvolver no ano letivo de 2023/2024, sinalizando para cada uma o número de alunos abrangidos”. Tudo isto num mês em meio e para ser aplicado no último período.

 

January 10, 2024

O ME deve estar admiradíssimo

 


Acredito que o ME esteja admirado e confuso com os resultados do PISA porque ele tem-se, de tal modo, na conta de agente excepcional, que não consegue processar a sua incompetência. Então, diz que é o processo do PISA que tem erros ou que é a oposição que é redutora ou outra coisa qualquer. Podia ter dito que o é diabo da direita que fez uma magia obscura qualquer. Na cabeça dele, de certeza que não pode ser a realidade. A única coisa que não lhe passa pela cabeça é a sua incompetência e o seu carácter de pessoa cujo ódio aos professores tolda o juízo estar na origem destes maus resultados.


O que fez cair os resultados do PISA? 

Os deputados quiseram que o ministro da Educação explicasse o que está na base da regressão generalizada da performance dos alunos portugueses no Programa de Avaliação Internacional dos Alunos e nas Provas de Aferição. João Costa foi explicando um e outro fator, mas não apresentou um conjunto sistematizado de razões.

O que disse Costa: 

essas análises facilitistas” e “redutoras” do PSD e da Iniciativa Liberal em que “se pesca à linha a informação que interessa;

o ministro acusou o PSD de usar e abusar do tema do facilitismo

João Costa desvalorizou que o sucesso [em 2015] tivesse sido tão grande como o alardeado no passado

os fatores explicativos merecem ter uma análise mais aprofundada, lançando para cima da mesa dois: uma diferença muito grande relacionada com o perfil dos estudantes, que se tornou muito diferenciado com a redução do abandono escolar e com o aumento da população escolar imigrante.



ME - até Março ainda tem muito para estragar II

 


Portanto, um professor mora no Porto e é colocado em Portimão e o ME atribui-lhe uma casa em Tavira, na outra ponta do Algarve. Qual é o propósito de atribuir casas a professores deslocados que sejam longe das escolas onde trabalham? Estamos a falar de 29 casas atribuídas num universo de dezenas de milhar de professores. Pois nem mesmo assim este ME consegue resolver o problema e atribuir essas casas. Um indivíduo politicamente balofo: ar e vento, nenhuma substância. 


Há professores deslocados que ainda não conseguiram entrar nas casas atribuídas em Setembro


Professores que conseguiram um lugar na bolsa de casas com renda acessível disponibilizada pelo Ministério da Educação e pelo IHRU ainda não vivem nelas.

Há também professores que optaram por não ocupar essas casas por serem longe das escolas onde leccionam.

Por agora, o ministério, tutelado por João Costa, ainda não esclareceu se essas casas voltarão a ser disponibilizadas para serem ocupadas por docentes.


Ministério não esclarece

Uma das questões que continuam por esclarecer cabalmente é o facto de, das 29 casas que foram protocoladas, apenas 11 terem sido para já atribuídas. Na verdade, face à recusa de alguns professores sobrarão agora mais. Não terá sido por falta de procura, uma vez que, segundo informou então a tutela, concorreram 388 professores.