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April 06, 2023

"He must learn to bridle himself, even if Hope puts wings to his steps." (Davide Stimilli)




 

Neste dia, em 1471, nasceu Dürer. Dürer pintou esta Némesis (por vezes também chamada, das große Gluck (a grande felicidade? alegria?) em 1500 (o ano em que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil).

A Némesis que na mitologia grega antiga era a deusa da vingança, aparece aqui como uma deusa protectora e distribuidora da fortuna.

Vêmo-la como uma figura alada, já com uma certa idade -idade de prudência e sabedoria- a pairar sobre uma paisagem montanhosa, com rios e cidades, os pés em cima de uma esfera que pressiona as nuvens e lhes causa uma depressão: o impacto da sua vigilância sobre a Terra e os seus habitantes. 

Némesis tem numa mão um cálice de ouro, símbolo da fortuna e na outra um cabresto com o freio, símbolo da contenção e do controlo. 
Ela é aqui a deusa da moderação, a ser respeitada e amada e não temida, como é costume ser, na sua representação grega tradicional de retaliação e vingança. 

Capaz de olhar o interior do coração dos homens, pesa a responsabilidade individual de cada um. Esta Némesis fala da nossa Némesis interior, do balanço interior necessário face à fortuna do mundo e dos perigos da hubris. É uma Némesis de esperança e não de vingança.

Texto tirado -mais ou menos- daqui:



May 30, 2021

Dürer - um lago na floresta

 


As aguarelas de Dürer são muitas vezes estudos de paisagens para serem integradas em gravuras e não têm, portanto, um fim em si mesmas. Não sei é o caso desta, o livro não diz porque também não sabe. Sabe-se daquelas que apareceram depois em gravuras e mesmo essas podem ter ido feitas como um fim e usadas depois por conveniência.

Seja como for, esta aguarela, cujas cores não são tão vincadas como a fotografia as pôs, são mais esbatidas, a mim impressiona-se pois o olhar dele pôs todas as coisas -a terra, os troncos das árvores, o lago, as montanhas ao fundo, as nuvens, como se fossem uma, apenas com intensidade e expressões diferentes. O tom castanho amarelado da terra vai escurecendo e esverdeando e para um lado prolonga-se em terra, troncos de árvores, céu; para outro em água e folhas e pedras e nuvens. Tudo é a mesma matéria, só que exposta ou expressa de um modo próprio. Tudo está em tudo. Não só no tempo presente mas no passado e no futuro. Somos reciclados. Não inventámos a reciclagem. A Natureza faz um enorme trabalho de reciclagem com a matéria. O resto? O espírito? O espírito de Dürer, onde está? Está escondido nas obras se quisermos e soubermos olhá-las.




May 22, 2021

Dürer fez ontem 550 anos

 


O grande artista é um criador e a arte é liberdade


* A arte está embutida na natureza e aqueles que a podem extrair, têm-na.

* À medida que fui envelhecendo, percebi que era muito melhor insistir nas formas genuínas da natureza, pois a simplicidade é o maior adorno da arte.

* O que é a beleza, não sei, embora adira a muitas coisas.

* Porque é que Deus me deu um talento tão magnífico? É tanto uma maldição como uma grande bênção.



- auto-retrato em tons gulosos e suculentos de chocolate (if you know what I mean🙂)