Neste dia, em 1471, nasceu Dürer. Dürer pintou esta Némesis (por vezes também chamada, das große Gluck (a grande felicidade? alegria?) em 1500 (o ano em que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil).
A Némesis que na mitologia grega antiga era a deusa da vingança, aparece aqui como uma deusa protectora e distribuidora da fortuna.
Vêmo-la como uma figura alada, já com uma certa idade -idade de prudência e sabedoria- a pairar sobre uma paisagem montanhosa, com rios e cidades, os pés em cima de uma esfera que pressiona as nuvens e lhes causa uma depressão: o impacto da sua vigilância sobre a Terra e os seus habitantes.
Némesis tem numa mão um cálice de ouro, símbolo da fortuna e na outra um cabresto com o freio, símbolo da contenção e do controlo.
Ela é aqui a deusa da moderação, a ser respeitada e amada e não temida, como é costume ser, na sua representação grega tradicional de retaliação e vingança.
Capaz de olhar o interior do coração dos homens, pesa a responsabilidade individual de cada um. Esta Némesis fala da nossa Némesis interior, do balanço interior necessário face à fortuna do mundo e dos perigos da hubris. É uma Némesis de esperança e não de vingança.
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