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October 01, 2020

July 12, 2020

April 12, 2020

Coisas para fazer no Domingo de Páscoa em confinamento



A Filarmónica de Berlim disponibilizou gratuitamente a sua Digital Concert Hall. Só é necessário fazer o registo.

Embora a minha peça de oratória preferida de Bach seja A Paixão de S. Mateus BWV 244, a Paixão de S. João é muito apropriada nesta época e é extraordinária. Aqui com Simon Rattle e Peter Sellars:

https://www.digitalconcerthall.com/en/concert/51855

E para quem não é fã de oratória ou de Bach (quem não gosta de Bach, parece-me que não há-de ser pessoa de muita confiança...) o MET disponibiliza uma Ópera por dia.

https://www.metopera.org/

So, enjoy


April 07, 2020

Dürer e a inevitabilidade da morte



Nesta gravura, a morte olha para o cavaleiro, todo ele pujança, superioridade, poder e vida, realçados pela musculatura e pose confiante do cavalo e cavaleiro, esplendidamente engalanados, com uma ampulheta na mão e uma expressão de comando, na carne já corrompida a lembrar, com a coroa na cabeça, que a única rainha é ela e nenhuma glória, armadura ou castelo murado o pode defender da inevitabilidade da morte. O diabo vem logo atrás, como uma hiena à espera dos despojos da alma quando a morte voltar os seus olhos para a presa seguinte. Dürer pintou a vacuidade e fugacidade da vaidade, da soberba e do poder no grande esquema das coisas.



Albrecht Dürer (1471-1528): O cavaleiro, a morte e o diabo 1513

March 29, 2020

2 minutos de Bach por dia nem sabe o bem que lhe fazia




March 20, 2020

March 14, 2020

Livros lindos de comer à trinca 🙂



Mira calligraphiae monumenta (The Model Book of Calligraphy, 1561-1596), the result of a collaboration across many decades between a master scribe, the Croatian-born Georg Bocskay, and Flemish artist Joris Hoefnagel. In the early 1560s, while secretary to the Holy Roman Emperor Ferdinand I, Bocksay produced his Model Book of Calligraphy, showing off the wonderful range of writing style in his repertoire. Some 30 years later (and 15 years after the death of Bocskay), Ferdinand’s grandson, who had inherited the book, commissioned Hoefnagel to add his delightful illustrations of flowers, fruits, and insects. Text in Latin. Watercolors, gold and silver paint, and ink on parchment.


olha este tão amoroso com a lagarta da fruta, a mosca, a borboleta, a minhoca... são os predadores da fruta.


February 27, 2020

Dürer - Nemesis



Nemesis, winged balancer of life, dark-faced goddess, daughter of Justice (Mesomedes)

(Segundo Poliziano, um italiano do século XV, Nemesis tem o poder de esmagar os triunfos dos arrogantes bem como confundir os seus planos excessivamente ambiciosos.)











Albrecht Dürer (German, 1472-1528), Nemesis (The Great Fortune), ca. 1501-02, Engraving


A quantidade de texturas, a minúcia do trabalho, a enorme variedade de pormenores e a riqueza das linhas revelam, ao mesmo tempo, um profundo sentido de observação e uma paixão fora do vulgar que, por sua vez, cativam o nosso olhar.

O que gosto mais no Dürer são dois aspectos: um é que não se consegue tirar os olhos dele, quer dizer, das suas obras. É possível ficar imenso tempo a percorrê-las com os olhos, sempre a descobrir novos pormenores, tonalidades de cor, formas e ideias; outro é a delicadeza, quer dizer, até em obras de violência, como O Martírio dos 10 Mil, a visão dele é sempre compassiva, mesmo na representação realista dos decapitados, por exemplo e, nunca deixa de observar o que há de belo, ou mágico, melhor dizendo, no aparentemente vulgar. Percebemo-lo quando observamos os pormenores. Isso é o que amo no Dürer.

Nessa obra (mais abaixo, com link na imagem) quando reparamos no pormenor do lirismo com que representou as árvores com as folhas delicadas de um verde luxuriante, cheio de vida e os pássaros nos ramos entretidos na sua vidinha no meio daquela cena de horror e morte percebemos que o olhar dele vê sempre para além do que está ali, à sua frente.
Transporta-nos para a nossa própria vida, para as situações dramáticas, algumas trágicas mesmo e no limite, porque já passámos e, como no meio das coisas mais terríveis, reparamos em pormenores da natureza e percebemos, com lucidez, que somos indiferentes ao mundo e que nada da beleza das coisas se altera com as nossas desgraças, sofrimentos ou desaparecimento.

Há artistas que falam para si, para dentro, embora nos deixem ver o que dizem mas, há outros, como Dürer, que falam para nós. Dürer é um festim para os olhos e para a mente. O que mais se pode querer dos outros?