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October 16, 2022

35 anos do assassinato de Thomas Sankara



Fez ontem 35 anos que Thomas Sankara, o líder revolucionário do Burkina Faso, foi assassinado aos 37 anos com tiros de pistola num golpe de Estado levado a cabo pelo seu ex-companheiro e mais tarde Presidente do país, Blaise Compaoré, que foi condenado, no ano passado, a prisão perpétua.

 Thomas Sankara aspirava a uma sociedade igualitária e feminista, a uma economia construída sobre a auto-suficiência e regeneração ecológica de África e independente das potências ocidentais.

Foi sob o seu domínio que o país foi renomeado - de Alto Volta, o nome que os franceses lhe tinham dado, para Burkina Faso, que significa, "Terra de Povos Justos". 
O próprio Sankara levava um estilo de vida austero. Reduziu o seu próprio salário e o dos altos funcionários públicos. Proibiu o uso de motoristas do governo particulares e os bilhetes de avião de primeira classe.

Sob o seu governo a educação e a saúde progrediram exponencialmente em todos os índices. Atacou a corrupção instalada do país.
Sankara via a dívida dos países africanos como um neo-colonialismo. "É uma reconquista de África. Cada um de nós torna-se um escravo financeiro. É-nos dito que pagar é uma questão moral, mas não é... Se não pagarmos, os credores não morrem por isso, mas se tivermos de a pagar, morremos nós".

Falando aos líderes africanos na OUA, disse: "Gostaria que esta conferência declarasse que não pagaremos a dívida; temos que fazê-lo em conjunto, para evitar sermos assassinados individualmente... Se o Burkina Faso for o único a recusar, eu não estarei aqui na próxima conferência. Vamos criar uma frente unida contra a dívida e vamos deixar de competir uns com os outros. As nossas terras são ricas. Temos muita mão de obra e um grande mercado. Deixemos que o mercado africano pertença aos africanos. Vamos fabricar em África e consumir em África... ...Vamos produzir o que precisamos e consumir o que produzimos, em vez de importarmos bens. Eu, juntamente com a minha delegação, estamos vestidos pelos tecidos dos nossos tecelões, com algodão dos nossos agricultores. Nem um único fio vem da Europa ou da América. É assim que se vive com liberdade e dignidade". (@jasonhickel)
Thomas Sankara foi um indivíduo extraordinário em termos de visão das potencialidades do continente africano e dos problemas do futuro em termos globais, uma pessoa muito à frente da sua época (a wiki tem uma biografia dele), um líder daqueles que só raramente aparecem, mas sendo contra o colonialismo e neo-colonialismo ocidentais e tentando construir uma África diferente, virou-se para a única ideologia que na época parecia combater essas políticas: o marxismo. 

Quando as democracias ocidentais falham em ser o que apregoam, as pessoas que mais sofrem com essa hipocrisia procuram alternativas entre as forças e as ideologias que existem e se o que existe é o extremismo ideológico, é nele que apostam. Nos dias que correm vemos pessoas defenderem o indefensável (forçar Zelensky a entregar a Ucrânia a um fascista colonialista como Putin, por exemplo) apenas porque o ódio que têm aos americanos se sobrepõe a tudo, até à capacidade de pensar racionalmente.

África continua a ser um continente, tal como Sankara dizia, rico em terras e mão de obra, cheio de potencialidade, mas em vez de se tornar auto-suficiente, os seus líderes entregam-se à corrupção e os africanos em geral à vitimização. Oportunidades perdidas...

Descubra as diferenças

 


Obama explica o contexto moral da decisão de não ter apoiado publicamente as mulheres iranianas em 2009: houve uma discussão e ganhou a parte que achava que ao fazê-lo ia minar o esforço das mulheres dado que iriam ser acusadas de estar feitas com o imperialismo americano. 


Merkel explica porque acha que fez tudo muito bem quando decidiu ficar dependente do gás russo: era um bom negócio para a Alemanha, iam ganhar muito dinheiro.


January 15, 2022

Tristes tempos

 


Esta imagem da rainha resume a situação da Inglaterra em vários aspectos: um filho acusado de crimes sexuais, metido com um predador, um neto que publica livros a dizer mal da família que ela criou, um primeiro-ministro que na véspera do funeral do marido, em pleno confinamento, foi para festas dançar e meter-se nos copos, um outro que tirou a Inglaterra da UE por ambição e vaidade. Para os que pensam que  os bons vencem e os maus pagam, olhe para a imagem...

Não é que o passado tivesse sido isento de líderes -reis, rainhas e dirigentes em geral- eticamente reprováveis, sem cabeça, egoístas, etc., mas tínhamos a ideia que a educação generalizada e o 'avanço' social e cultural 'produzissem' pessoas mais ponderadas, mais conscientes. Puro engano. 




September 17, 2020

Confiança dos países nos líderes mundiais

 


A confiança nos EUA está abaixo da confiança na China e na Rússia. Uma coisa impensável há meia dúzia de anos. Isto é o legado de Trump.



July 28, 2020

Questão



O que distingue governantes carismáticos democráticos de governantes carismáticos autoritários? O carácter: os primeiros servem algo maior que eles mesmos - o país e os próprios princípios democráticos - e os segundos servem-e a si mesmos - os seus correligionários, a sua família e os amigos contra os princípios democráticos.

November 30, 2019

Os pequenos partidos e os seus protagonistas




Podemos dizer dos partidos o que Montesquieu dizia dos países: quando surgem são sustentados, em primeiro lugar, por uma sucessão de líderes excepcionais; depois pela fortaleza e justiça das suas instituições.

Isto explica porque é que há países que desaparecem -a corrupção corrói-lhes as instituições que os haviam de sustentar-, porque é que alguns partidos nunca passam de uma promessa e morrem antes de crescer -falta-lhes os líderes excepcionais- e porque é que outros que cresceram não se sustêm e desaparecem à primeira grande crise -não se enraizaram em instituições fortes e justas.