March 31, 2020

A realidade



Desde que as escolas encerraram deixei de ter horário de trabalho. Ontem, até às 11.30 da noite recebi e enviei emails a preparar as reuniões de hoje. Domingo e sábado passados, a mesma coisa. Os alunos e os pais, agora que não vêem os professores na escola, enviam emails a qualquer hora do dia ou da noite. A escola  também.
No ME esperam que a Páscoa seja para trabalharmos dia e noite e sábados e domingos como tem acontecido mas eu vou parar na Páscoa porque o 2º período foi e continua a ser extremamente cansativo e eu já ando carregada de medicamentos para aguentar as dores, vigiada por uma enfermeira, sem saber se ainda vou parar a um hospital fazer uma TAC de urgência.
Como eu andam milhares. Como tudo isto é, sabemos agora, para fingir, não me vou stressar com as aulas do 3º período. O secretário de Estado já veio dizer numa reunião que aquilo não é a sério. De modo que a pausa da Páscoa, para mim, vai ser para descansar. E quando entramos no 3º período, logo se vê. Mas uma coisa é certa. No 3º período vou trabalhar dentro do meu horário de trabalho oficial e tudo quanto for email que me interrompa o tempo de descanso, atiro para o spam, até que esses emails começam a ir sozinhos para o spam. Não posso e não quero estar impedida de estar no computador a fazer o que me apetece no meu tempo de descanso com receio de estar sempre a stressar-me por ver emails do trabalho a entrar fora de horas. O email é como se fosse um telefone e eu nas horas de descanso estivesse a receber constantemente telefonemas do trabalho. Não tenho isenção de horário, não tenho que estar ao serviço a toda a hora a ver o meu computador ser invadido pelo trabalho.
Quando a tutela não tem respeito por nós, nós também não temos respeito por eles.

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