July 04, 2020

À atenção do senhor primeiro-ministro



Que interessa isto agora? Agora vem tarde, não? Que andam vocês a fazer no governo? Como é possível não terem percebido a importância fulcral do turismo na nossa economia? O que anda o SS a fazer, ele e os diplomatas? Os espanhóis e os italianos tiveram um cenário de pandemia dramático com milhares de mortos e souberam resolver politicamente o assunto. Esta decisão dos britânicos, que há-de ser seguida por outros, é o resultado de uma enorme falha e falta de visão políticas do governo. Muita arrogância e desprezo por medidas de segurança. Quantos hotéis, restaurantes e pequenas empresas subsidiárias vão este ano à falência por conta da displicência do governo?
De modo que pergunto: isto é o quê e em que é que ajuda a mudar a situação? Ou é a vossa maneira de se desresponsabilizarem da vossa incapacidade em resolver os problemas do país?



Temos a censura de volta



A jornalista vai deixar a estação televisiva após 20 anos de trabalho. Ana Leal tinha recentemente sido suspensa pela TVI por ter divulgado e-mails que trocou com a Direção de Informação do canal ao Conselho de Redação.

É a Ana Leal castigada e é a ministra filha do papá que vai perseguir os que têm discursos que ela e o papá não gostam e castigá-los. E é para isto que pagamos a essa gente.


"A TODOS QUERO AGRADECER A FASE MAIS FELIZ DA MINHA VIDA ENQUANTO JORNALISTA.
FORAM MOMENTOS DE PURO PRAZER E DE DEVER CUMPRIDO.
DURANTE O PROGRAMA ANA LEAL EMITIMOS CERCA DE CEM REPORTAGENS DE INVESTIGAÇÃO QUE INCOMODARAM PODERES INSTALADOS E PESSOAS QUE SE JULGAVAM INTOCÁVEIS.
VOLTARIA A FAZER TUDO DA MESMA FORMA, COM O ORGULHO DE QUEM NÃO VERGA A NENHUM TIPO DE PRESSÃO."
Ana Leal

🤣 🤣 🤣



É isto...



Estou aqui há um par de horas a enviar papéis e a fazer contas. No mês passado, entre exames de medicina nuclear, consultas, tratamentos e fisioterapia foram-se cerca de 850 euros.

Agradeço que tenham a decência de me descongelar a carreira, sff.
Obrigada.

Princípios fundamentas da educação infantil segundo Marguerite Yourcenar



′′Condeno a ignorância que reina neste momento tanto nas democracias como nos regimes totalitários. Essa ignorância é tão forte, muitas vezes tão total que diríamos ser desejada pelo sistema, senão pelo regime. Tenho pensado muitas vezes sobre o que pode ser a educação da criança.


Penso que seria necessário estudos básicos, muito simples, onde a criança aprendesse que existe no universo, num planeta cujos recursos deverá aprender a poupar para mais tarde, dependendo do ar, da água, da todos os seres vivos e que o menor erro ou violência pode destruir tudo.

Aprenderia que os homens se mataram uns aos outros em guerras que só produziram outras guerras, e que cada país arranja a sua história, de modo falso, de maneira a lisonjear o seu orgulho.
Seria ensinada acerca do passado para se sentir ligada aos seres humanos que a precederam, para que os admire quando o merecem, sem forjar ídolos, nem com o presente ou com um futuro hipotético.

Tentaríamos familiarizá-la com os livros e as coisas; saberia o nome das plantas, conheceria os animais sem se entregar às horríveis vivissecções impostas às crianças e aos adolescentes muito jovens, sob pretexto de biologia; aprenderia a dar primeiros socorros aos feridos; a sua educação sexual incluiria a presença de um parto, a sua educação mental a vista de grandes doentes e de mortos.

Também lhe dariam simples noções de moral sem as quais a vida em sociedade é impossível, instrução que as escolas básicas não se atrevem a dar neste país.

Em matéria de religião, não lhe imporia nenhuma prática ou dogma, mas dir-lhe-ia algo de todas as grandes religiões do mundo, principalmente da do país onde se encontra, para despertar nela o respeito e destruir antecipadamente alguns preconceitos odiosos.

Seria ensinado a gostar do trabalho quando o trabalho é útil e a não se deixar levar por fraudes publicitárias, começando por aquela que gaba os doces, preparando cáries e diabetes futuros.

Certamente há uma maneira de falar com crianças sobre coisas verdadeiramente importantes mais cedo do que nós fazemos. "


Marguerite Yourcenar
(tradução minha)


Angela Merkele em entrevista ao Guardian, em modo estadista



Não há dúvida que a mulher tem a cabeça no lugar e as ideias ordenadas e quando sai do modo alemão e entra no modo estadista faz muita diferença qualitativa na estabilidade e motivação do projecto europeu. Repare-se que em toda a entrevista nunca diz mal ou critica outros países - em vez disso, muda sempre a orientação do discurso para os desafios da UE e o seu potencial positivo. Muito inteligente. O problema é ser, cada vez mais, uma voz a reflectir uma minoria e não a corrente que arrasta as águas.
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I see my job as working for a self-determined, liberal Europe rooted in the fundamental rights of the individual.

We should start by doing everything we can to make ourselves more resilient. We need to stand together as Europeans, otherwise we will only weaken ourselves. China has become a global player. That makes us partners in economic cooperation and combating climate change, but also competitors with very different political systems. Not to talk to each other would certainly be a bad idea.

We need to let go of the idea that it is for us to define what Britain should want. That is for Britain to define – and we, the EU27, will respond appropriately.

Look at the world; look at China or India. There are compelling reasons to remain committed to a transatlantic defence community and our shared nuclear umbrella. But of course Europe needs to carry more of the burden than during the cold war. We grew up in the certain knowledge that the United States wanted to be a world power. Should the US now wish to withdraw from that role of its own free will, we would have to reflect on that very deeply.

We recognise misinformation campaigns; the weapons of hybrid warfare, as it is called, are part of Russia’s arsenal …

… the murder in Berlin’s Tiergarten park is a serious incident, obviously, the blame for which is currently being ascertained in court. At any rate, we recognise hybrid warfare, methods of destabilisation, as a Russian behaviour pattern. On the other hand, there are good reasons to keep engaging in constructive dialogue with Russia. In countries like Syria and Libya, countries in Europe’s immediate neighbourhood, Russia’s strategic influence is great. I will therefore continue to strive for cooperation.


Outro a pedir para os professores morrerem em serviço como se estivéssemos em guerra




Uma hora nobre para as escolas
Manuel Carvalho

Se, em Setembro, as escolas e os professores forem capazes de recuperar as aprendizagens perdidas com a pandemia, desenvolvendo as capacidades dos alunos sem descurar a recuperação de bases sólidas para aprendizagens futuras, terão prestado um enorme serviço ao país.


Não é uma questão de ser capaz é uma questão de ter condições para trabalhar. 

Outro histérico




Porque quem não trabalha com a ciência tem de trabalhar com a percepção e com o medo. E são eles que nos levam a arrancar as crianças da escola, tirando-lhes o direito a crescer e aprender, apesar do vírus não representar qualquer risco significativo para elas. Para nos protegermos.

Tenho poucas certezas sobre o que nos está a acontecer. Só uma se vai instalando: que isto vai durar. Que teremos más notícias durante muito tempo. Podemos começar a disparar uns contra os outros, para ver se as culpas caem no vizinho. Ou podemos começar a discutir a fase seguinte: como vamos lidar com o vírus de forma a não sacrificar o futuro dos nossos filhos, a não destruir a economia e a democracia e a não viver numa sociedade patologicamente deprimida em nome da ilusão da imortalidade? Gostava de ser merecedor da herança dos que estiveram dispostos a morrer em nome da minha liberdade. Isso implica correr riscos para que a vida em comunidade não se torne numa paranoia infernal. Não estou disposto a fechar a juventude da minha filha em casa por dois anos para viver até aos 90.
Daniel Oliveira

Expresso


Porque quem não trabalha com a ciência tem de trabalhar com a percepção e com o medo? Os cientistas não trabalham com a percepção? Então? Vá ver o significado do termo, sff. E quem não é cientista só lhe resta o medo? Então e racionalidade, não existe? O pensamento, o espírito crítico?

...as crianças da escola, tirando-lhes o direito a crescer e aprender, apesar do vírus não representar qualquer risco significativo para elas? Se usasse a racionalidade percebia que, se desconhecemos o vírus, não sabemos se ele representa um risco significativo para as crianças, não é verdade? Por exemplo, as pessoas que apanham varíola estão sujeitas a apanhar mais tarde uma infecção viral grande. Esta consequência significativa só se soube muitos e muitos anos depois de se encontrar vacina. As doenças podem deixar sequelas latentes, invisíveis durante anos até que comecem a desenvolver-se num contexto qualquer que lhes é favorável e que desconhecemos. Por conseguinte, não sabemos se as crianças e adolescentes, ao contrair a doença, não ficam expostos e vulneráveis a consequências que só mais tarde se manifestarão. E não sabemos se essas consequências são pequenas ou graves. É por se desconhecer quase tudo do vírus que ele é tão perigoso: não conseguimos fazer um cálculo dos riscos.

... e a não viver numa sociedade patologicamente deprimida em nome da ilusão da imortalidade? Portanto a opção é entre viver no medo ou aceitar correr riscos desnecessários e morrer já? ... "morrer em nome da minha liberdade"? ..." correr riscos para que a vida em comunidade não se torne numa paranoia infernal"? "Não estou disposto a fechar a juventude da minha filha em casa por dois anos para viver até aos 90."  Fala como se estivéssemos em guerra e a opção fosse entre viver em paranóia ou atirarmo-nos do cimo do prédio para a morte... então e a opção do meio que é investir em segurança? Por exemplo, as escolas abrirem mas com segurança, como aconteceu neste final do ano com o 11º e o 12º anos? Isso implica desviar o dinheiro da banca, dos projectos bilionários  dos amigos e de todos os outros roubos e desperdícios. Não é preciso suicidar-nos, só é preciso ter políticos honestos e competentes.

Vejamos: os médicos que tratam de tuberculoses, SIDA e outras doenças infecciosas, os cirurgiões, trabalham constantemente com o risco de infecções. Tocam nas pessoas, falam com elas, abrem pessoas, as pessoas estão doentes, muitas têm doenças infecciosas. No entanto, trabalham e vão para casa e não infectam as famílias a torto e a direito. Porquê e como? Medidas de segurança.

E outra coisa: os pais hoje em dia assumem o papel de treinadores dos filhos como se os filhos fossem atletas de alta competição que não podem perder um dia de treino. Os miúdos são extremamente plásticos e resilientes e não são meses ou até um ano ou dois que dão cabo do desenvolvimento deles. Os seres humanos, a não ser que crescem isolados de contacto e linguagem humanas, mantêm o seu potencial de desenvolvimento apesar de terem desacelerado uns meses ou um ano ou até dois. E não estamos em tempo de guerra onde acontece toda a normalidade ser substituída pelo horror. Estamos em tempos de paz, de modo que essa histeria de, 'quero que todos morram porque o crescimento da minha filha tem de ser perfeito' é irracional. 

Precisamos de políticos que saibam gerir a crise com racionalidade e recursos aplicados, não em esgotos económicos e financeiros, mas em serviços que projectem o país no futuro - a educação, a saúde, a economia. Precisamos de flatten the curve das desigualdades que é isso que nos põe em desvantagem para lidar com crises.

Dá vontade de invocar o espírito de Marx e dizer, 'anda tudo vendido ao capital'




Estar à altura do prestígio que se tem

Luís Aguiar-Conraria

Lendo a notícia, ficamos a saber que Ferreira Machado foi administrador não-executivo da EDP. Nogueira Leite, idem. Também Daniel Traça, pouco depois de eleito diretor da Faculdade, foi escolhido para o Conselho de Administração do Santander Totta. Outros exemplos poderiam ser dados. Os conflitos de interesse que estas situações geram são óbvios. Por exemplo, há uns tempos, António Mexia encomendou um estudo sobre os contratos da EDP a professores desta escola, que depois usou em sua defesa. O Santander Totta foi um dos grandes financiadores do novo campus da Nova SBE e, depois, contratou o diretor da Nova SBE para o seu Conselho de Administração.

Por outro, o argumento é inconsistente com as práticas comerciais da Nova SBE. Por exemplo, um seu professor, Miguel Ferreira, aparece em anúncios do BPI promovendo os seus empréstimos à habitação com taxa fixa e é identificado como professor da Nova e diretor do seu Mestrado em Finanças.

Não discuto os problemas éticos de uma universidade pública permitir que o seu nome seja usado em campanhas publicitárias de bancos privados. Apenas sublinho a hipocrisia de não quererem a marca Nova SBE associada a alguns artigos de opinião, mas não se importarem que seja associada a produtos financeiros de bancos privados.

O ME assume publicamente que no próximo ano vai tudo para as escolas à balda e ao molho



... ou seja, não valoriza a saúde de alunos, professores e funcionários. Os infectados serão residuais, diz ele, mas se não for paciência, digo eu, o que interessa é pôr a educação a pagar a pandemia e o que ele quer é que se vá para as escolas como se não houvesse pandemia. Não vão tomar medidas de segurança. A única diferença será o uso de máscara. O ME assume que se está nas tintas para alunos e professores. Tudo vai ser igual mas de máscara. E diz que assim, com tudo ao molho e à balda, mas de máscara, as escolas são os sítios mais seguro de todos. Que tipo de pessoa se presta a estes serviços?

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Ao certo, quantos professores serão contratados?

Vamos ter um reforço muito substancial de docentes que equivale ao horário integral de cerca de 2500 professores. Pensando que cada professor tem 35 horas de trabalho, são todas essas horas que vamos ter (a mais) nas nossas escolas.


(2500 professores e €125 milhões no universo da escola pública são uma esmolinha)

Há €1200 milhões para a TAP, €850 milhões para o Novo Banco e para a Educação foram dados €125 milhões para recuperar daquele que foi o ano letivo mais difícil de sempre. Faz sentido?

Faz sentido que apostemos na recuperação e consolidação das aprendizagens. Os professores dos nossos alunos já lá estão e continuarão lá. Os €125 milhões são para reforçar esse esforço.


(os professores já lá estão habituados a ser mulas de carga, não vamos mudar isso)


Mas se não couberem todos na mesma sala, com esse distanciamento de 1 metro?

Os alunos vão caber todos na mesma sala. Não haverá desdobramento de turmas. A única obrigatoriedade é a máscara a partir do 2º ciclo. O distanciamento (entre alunos) não.

(se não há desdobramento é impossível a distância de 1 metro, nem de meio metro, sequer. Vão estar dois alunos por mesa, ou seja, a 5cm um do outro e, a meio braço de distância dos professores)

Ainda há muito receio dos pais relativamente ao regresso à escola. Como vai gerir o próximo ano, à medida que aparecerem casos e que houver pressão dos pais para fechar?

As crianças regressaram aos jardins de infância e o número de casos positivos foi absolutamente residual. O mesmo aconteceu no 11º e 12º anos. Não temos nenhum caso conhecido de propagação (do vírus) em ambiente escolar, nenhum link epidemiológico entre alunos ou entre alunos e professores. Tivemos casos positivos, mas foram infetados fora, muitas vezes em casa. Estou convencido que haverá poucos sítios mais seguros do que as escolas.

(o ministro a ser descaradamente desonesto: haverá poucos sítios mais seguros que a escola... sabe ele bem que o 11º e o 12º anos são meia dúzia de alunos e por isso foram cumpridas medidas de segurança que ele agora não quer que se cumpram) 

Ou seja, no geral as escolas vão funcionar quase como funcionavam antes da pandemia.

A diferença está no quase. Nada funciona na nossa sociedade como anteriormente. A forma como nos movimentamos e relacionamos é diferente e assim também será na escola. Tudo estará adaptado em termos de circuitos, de cantinas, biblioteca, tal como já fizeram os jardins de infância e as escolas secundárias.

(Olhe-se esta resposta idiota de frases de FB onde diz nada. Que desonestidade)

Centenas de professores integram grupos de risco e são mais vulneráveis à covid-19. Vão voltar à escola?

Como em todas as outras áreas, quem esteja em grupo de risco é autorizado a ficar em teletrabalho, se possível.

("Se possível", porque estão-se nas tintas. Se morrermos são mais uns tostões que se poupam para os amigos.)

O Parlamento aprovou a criação de um prémio para reconhecer o esforço dos profissionais de saúde. O dos professores também deveria ser reconhecido?

Essa foi uma decisão do Parlamento. Nós no Ministério trabalhamos todos os dias para criar as melhores condições para os profissionais de educação. Temos feito o reconhecimento da sua enorme valia também salarialmente, criando condições para que a progressão das carreiras fosse retomada, para o reposicionamento dos contratados e para vincular milhares de docentes. Nestes últimos anos entraram na carreira cerca de 8 mil docentes.

(aldrabices - eu continuo congelada na carreira -devemos ser milhares- e o reconhecimento salarial só se foi o de nos roubarem 9 anos de trabalho - outra vez desonesto)

Estão previstos €400 milhões para a digitalização do ensino. Quantos alunos vão receber computadores?

O objetivo é dar computadores a todos os alunos e professores do sistema público, o que vai acontecer paulatinamente já a partir do próximo ano.

(paulatinamente... deixa-me rir)

Foi o primeiro ministro da Educação a ser reconduzido no cargo. O que o levou a aceitar?

O dever de serviço público, que foi exatamente o que me levou a aceitar da primeira vez, e o facto de acreditar neste projeto político e no primeiro-ministro.


Expresso

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Serviço público... deixa-me rir... projecto político de poupar dinheiro? Deixa-me rir... quem nos livra destes indivíduos? Este, que leva o mesmo nome que a megera, é pior que a ministra da saúde porque essa nem se dá conta das parvoíces que diz e do mal que faz. 

Lemos essas notícias aí em baixo e depois pensamos no ministro a dizer que vai tudo ao molho para a escola sem cuidado nenhum a não ser usar máscara e que assim, a escola é o sítio mais seguro de todos. Como pode uma pessoa tão pouco racional e de pensamento mágico infantil estar à frente dos destinos da educação?


Coronavírus europeu seis vezes mais potente que o original


Mais 374 casos de covid e 11 óbitos. 

July 03, 2020

poesia ao anoitecer




CHORUS: O Death, in that dark tangle of your mind, if you have
eyes to see, look among the herded dead who go
with Charon in his long slow crossing over Acheron;
look and you will see, blazing in that crowd of ordinary
dead, the noblest life the sunlight ever shone upon!

You shine in memory. And mortal men, remembering
you, will praise your death: a song that does not die.
Each year, unaccompanied, your song shall rise,
a shining on the lips of men; or sometimes chanted
to the rude and simple lyre, at Sparta when the year
has come full circle, and the moon, a splendor, rides
the livelong night; or there in Athens’ blazing noon.
Wherever there is light, wherever men remember love.
Death shall not eclipse the glory of your shining.

 Eurípedes, Alceste

Coisas boas de Setúbal: Casa Ermelinda Freitas já leva 46 medalhas e é a melhor produtora europeia do ano





Para o ano imita-se o calendário deste: não há Páscoa de descanso



O começo está agendado para 14 e 17 de setembro, terminando a 18 de dezembro, no 1º período. 
O 2º período começa a 4 de janeiro de 2021 e termina a 24 de março. 
Já o 3º período começa a 6 de abril de 2021, termina a 9 de junho para os 9º, 11º e 12º, a 15 de junho para os 7º, 8º e 10º ano e 30 de junho para a pré-primária, 1º e 2º ciclos.


Não há necessidade nenhuma disto. Depois admirem-se que as pessoas não aguentem.

O ME só atrapalha




Portal das matrículas inoperacional desde quinta-feira

Era suposto os alunos não irem para a secretaria entupir o serviço com matrículas, mas isso era se o portal das matrículas estivesse a funcionar. No meio de 70 ministros e secretários de Estado ninguém sabe pôr aquilo a funcionar?

A segunda barraca ainda é pior e parece a gozar com as pessoas. O CDS fez aprovar uma resolução de não devolução dos manuais escolares este ano, dada a situação. O normal seria o governo avisar as escolas para não começarem a receber manuais e esperarem para ver se a resolução se mantinha na votação na generalidade que ia acontecer dali a 3 dias, isto é, hoje. Não senhor. Veio uma directiva imediata do ME via DGE para que se começasse a receber os manuais. O que aconteceu. Já houve alunos a entregar manuais. Hoje, como se esperava, a AR aprovou a não devolução de manuais.
Agora faz-se o quê? Convocam-se outra vez alunos e professores para devolverem aos alunos os manuais devolvidos? Epá, então isto não é gozar com os professores e com os alunos? 

Os alunos têm que apagar todas as anotações que escreveram nos manuais; têm que ir à escola em dias desencontrados o que obriga a uma logística difícil nesta altura. Os professores têm que andar no meio de dezenas de alunos a ver se os manuais estão apagados e outras cenas. Para que foi isto?
Em vez de resolver problemas só atrapalham com estas palhaçadas. E isto mostra o carácter torcido e manhoso autoritário das pessoas que não aceitam as decisões democráticas. 

JMT - quando as pessoas estão com medo e disparam bacoradas



O JMT está chateado e um bocadinho histérico por a pandemia ter estragado os planos de férias da filha e da família e ainda de pensar que a situação se pode prolongar para o ano. Nas circunstâncias faz o que faz a maioria que é culpar outros do seu infortúnio, neste caso, os professores -  aquele alvo fácil dos indolentes intelectuais.

Nunca abrem a boca para pressionar os governos a diminuir o número de alunos por turma e o número de turmas por professor - não vêem grande necessidade disso, mas agora que estão com medo vêm dizer que as condições de ensino à distância são melhores nos colégios. A sério?? Onde as turmas têm 20 alunos e os professores duas turminhas, onde aos alunos não faltam dispositivos digitais e aos professores também não? Pois é, nas escolas públicas falta muita coisa, aos alunos e aos professores.

Sim, há professores muito envelhecidos. É uma profissão muitos desgastante. Muitos professores têm doenças, o que é próprio da idade, mesmo em profissões suaves, como estar sentado a escrever umas cenas para o jornal, o que não é o caso. Não sei se o JMT quer que os professores peçam desculpa ao país de não terem morrido cedo para dar lugar a outros ou se quer que os professores, ao fim de 30 e tal anos de trabalho duro se demitam e abdiquem da reforma ou que vão trabalhar doentes para lhe agradar e não estragar as férias da filha e da família.

Pois é certo que se os professores não chegassem aos 60 e tal anos cheios de turmas com alunos a abarrotar e burocracias e um trabalho infernal, se calhar havia menos doenças e menos cansaço. Mas nisso o ilustre indolente nunca viu problemas. Por ele estava tudo bem. O problema não lhe batia à porta, não queria saber.

E sim, muitos professores mais velhos e mais novos, contratados, não têm computador nem estão para gastar dinheiro do salário que é curto e anda sempre congelado com material de trabalho e usam os computadores das escolas. Agora com o ensino à distância isso ficou complicado.

Nenhuma destas questões alguma vez lhe interessou nem interessaria se de repente a pobreza e falta de condições da escola pública não lhe tivesse batido à porta.

Epá, ó João, pela parte que me toca, sendo que faço parte dos professores mais velhos e com doenças, embora não analfabeta digital, digo-te já que não me vou demitir, não me vou atirar para a escola para o meio de milhares de pessoas a infectarem-se de COVID-19, nem me vou suicidar para agradar à tua mentalidade portuguesinha de, 'não quero pagar a escola pública com os meus impostos mas quero que os professores sejam padres e freiras e dêem a vida pelas férias da minha filha e da minha família.'

E mais: acho que não te fica bem usares um jornal público para descompensares dos teus problemas pessoais. Arranja um blog para fazer isso.


"Happiness is a by-product" - Gretta B. Palmer



"...the seemingly inexorable rise of income inequality and the winner-take-all economy. One result has been consolidation of the art market around a small number of mega-galleries and a squeeze on the rest. And when the galleries are ailing, it’s the artists who are most affected.

Art is always about putting our habitual perceptions on hold and taking another look. 


If you really, really want to be in a gallery ... You have to forget about being in the studio and working uninterrupted. Half your life will probably be spent on the phone or on the computer, dealing with stuff that’s not immediately related to making your work.”

Vega understands that entering a relationship with a gallery is a calculated trade-off. Dealers sometimes push artists to produce more of what they’ve already been able to sell, rather than encouraging them to experiment freely.

Barry Schwabsky

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Este artigo é sobre as galerias de arte e os artistas que dependem delas para se darem a conhecer, no contexto actual que é o das galerias sofrerem do mesmo vírus que ataca a economia e que o autor tão bem sintetiza em, the winner-take-all. Os artistas dão por si a terem que ser showbiz ao ponto de comprometerem a sua visão às modas do momento de quem frequenta galerias e compra arte.
Já outro dia li um artigo acerca da música, cada vez mais ser produzida por IA, vir sem falhas. E o autor perguntava: mas porque haveremos de querer músicos que não erram, que não falham, porque haveremos de querer uma música sem inovação, toda mais ou menos igual? A arte inovadora é disruptiva, perturbadora, polémica, profunda e não agradável e prazerosa de modo a ir ao encontro dos prazeres fugazes.

Estes artistas e estas galerias de arte, sofrem de estarmos num tempo em que as pessoas sobrepõem o prazer a tudo e confundem-no com a felicidade, mas acontece que um não é o caminho para o outro e que a felicidade não é um produto de obtenção directa. Isto aplica-se à arte e à vida, em geral.

Outro dia li uma crítica de uns turistas holandeses que vieram a Portugal, acerca de um museu que visitaram. Diziam eles que não tinham gostado porque não era divertido e dinâmico, quer dizer, era um museu à antiga onde as obras estão expostas e não se passa nada para divertir. Ora, uma pintura, da mesma maneira que um livro ou outra obra artística, não existem sozinhas, independentes do observador. Elas mostram-se mas nós temos que fazer um caminho, que é o esforço de as perceber o mais independente de nós que for possível, pois a riqueza da arte está em vermos 'algo' com os olhos do outro, o artista. Isso não se faz se apenas procuramos prazer e divertimento de gratificação imediata.

Hoje em dia as pessoas queixam-se que os museus não são divertidos, não há prazer neles, porque vão à procura de prazer fácil, sem obstáculos e não de sentido ou de crescimento ou de partilha ou do sacrifício de termos que sair das nossas percepções e aceitarmos outras que até podem ser um espelho negativos de nós próprios -Self inquiry is not for the faint of heart. A questão é que, até esse espelho, sendo negativo, causa felicidade na medida em que aumenta a compreensão e o sentido de nós mesmos e, nessa medida, torna-nos mais livres, aumenta o sentimento de liberdade que tanto contribui para a felicidade enquanto bem-estar, tranquilidade interior e capacidade de apreciar o mundo, as coisas e os outros.

Também vejo isso nas pessoas. Conheço, cada vez mais, pessoas que procuram na vida relações de prazer fáceis. Costumo dizer que procuram pets. Querem alguém que seja um pet, que abane o rabo sempre que aparecem e que não ofereça dificuldades e obstáculos. Em contrapartida tomam muito bem conta do seu pet. Levam o pet à rua, dão-lhes ossinhos cheios de carninha agarrada, apanham os cócós, satisfazem-lhes as necessidades, etc. Também conheço pessoas que querem ser o pet de alguém que tome conta delas e dos seus desejos e prestam-se a abanar o rabo ao seu dono se ele cumprir estas condições. Estas relações são aquelas onde as pessoas procuram nos outros a satisfação dos seus desejos, necessidades e prazeres do momento fazendo cálculos de probabilidade à obtenção de felicidade directa. Nestas relações falta crescimento, totalidade e liberdade. Aquele sentimento extraordinário de estar completamente em casa com alguém, sem nenhuma reserva ou defesa. Totalidade. São relações infantis.

É como na arte: se somos crianças, para nos interessarmos pela arte, ela tem de ter algum aspecto de divertimento, mas se chegamos à idade adulta nessa superficialidade, nunca a apreciamos. O que não faz mal, pode viver-se uma vida na superficialidade e sem apreciar arte, mas eu não quereria abdicar duma fonte tão grande de sentido e de felicidade.

No mês passado conheci duas pessoas à procura de pet. Foi lisonjeador -é sempre lisonjeador- mas não estou à procura de dono nem fico bem impressionada por desesperados à procura de pet.

A Rothko silence



Christophe Jacrot

O rosto da pobreza



Jovens abridoras de ostras, Josie, seis anos; Bertha, seis anos e Sophie, dez anos, Port Royal, Carolina do Sul, 1912. O trabalho começava às quatro da manhã.
Têm olhar de adultos.



July 02, 2020

Iogurtes e nozes? Isso posso fazer



O meu ortopedista disse-me que a radioterapia enfraquece muito as costelas e que tenho de ter cuidado porque isto leva tempo a recuperar. Isso eu sei. Tenho montes de sequelas dessa merde. O meu fisioterapeuta acha que parti uma costela. Mandou-me fazer umas coisas e esteve para aqui a tocar e acha que tenho uma costela partida. Também acho. Custa-me respirar e deitar-me é uma tortura. Disse-me que devia fazer uma TAC para ver. Pois, isso agora não posso. Fiz uma coisa muito radioactiva há pouco tempo.
Fui à internet ao dr. google, 'como tratar de uma costela partida'. 1. vá ao médico. Pois, isso não. Vai mandar-me fazer exames que não posso nem quero fazer e nem estou para ter que explicar tudo e mais alguma coisa desde o Adão e Eva. Estou farta disso. 2. tome medicamentos para a dor porque tem que respirar profundamente para o pulmão não colapsar. Do lado em que é não há grande coisa para colapsar, mas enfim... Isso tomo, não quero ter dores. 3. descanse e não faça exercício. Que grande chatice... estão ali os meus halteres amarelinhos estacionados à espera. Às tantas arranjei isto com as parvoíces que fiz com eles. 4. coma iogurtes, nozes, brócolos e sardinhas. Sardinhas? Yuk... mas iogurtes e nozes? É para já.



Uma pena o que se passa na Rússia



Penso que tudo podia ter sido muito diferente não fora a arrogância e a falta de visão do Ocidente. Houve uma altura em que ele mostrou sinais de poder enveredar por outro caminho muito diferente para a Rússia -antes da invasão da Ucrânia- mas não houve, nem inteligência, nem abertura do Ocidente para ver outras possibilidades. Putin é um caso de efeito de Pigmalião. Agora já não há volta atrás. Uma pena porque isto vai atrasar a Rússia.

Référendum en Russie : Washington « préoccupé », l’UE demande une enquête

L’un des amendements les plus controversés donne au président russe l’option de deux mandats supplémentaires à l’issue de l’actuel, en 2024.