Depois de terem sido centros de vida e de desenvolvimento social e cultural. Como se resolve isto?
Com a tematização — alguns chamam-lhe também disneylandização, outros artistização — oculta-se o facto de que estas transformações respondem a poderosos interesses económicos privados, com a intenção de transformar em espaços de consumo os lugares de residência, participação e encontro. O resultado são quarteirões desabitados, cheios de restaurantes, bares, hotéis e lojas de luxo. Terreno propício a uma especulação imobiliária que exige preços exorbitantes para habitar e promove assédio urbanístico sobre os residentes economicamente mais frágeis. O risco, diz-nos Miquel Fernández González, é o da submissão da vida urbana a uma simplicidade representacional inspirada em lugares-comuns que apostam no turismo como técnica de monocultivo.
Luís Fernandes in o turismo-tecnica-monocultivo