June 22, 2020

O bastonário da ordem dos médicos não sabe viver em democracia



Se a decisão do Parlamento for inversa e a eutanásia não for tornada legal, ele cumpre mas se for legalizada ele manda os médicos todos desrespeitar a lei? Ele é o ditador de serviço que põe e dispõe das consciências alheias como se fossem suas? Então todos os médicos têm de concordar com ele? 

Se a lei for aprovada é implementada, quer ele goste ou não. Ele pode recusar-se, pessoalmente a aplicar a eutanásia, mas não pode proibir os médicos que sejam a favor de a aplicar, cumprindo a lei. O mais que pode fazer é aconselhá-los, porque ele não está acima da lei, nem os médicos são filhos menores do indivíduo para ele lhes dar ordens de consciência.

Neste país o autoritarismo já entrou na normalidade.


"A função dos médicos é salvar vidas". Ordem avisa que não vai colaborar para que a eutanásia seja uma realidade

A Ordem dos Médicos avisou o Parlamento que vai recusar participar em qualquer fase do processo da instituição de eutanásia ou ajuda ao suicídio, ainda que a lei venha a ser aprovada em Portugal.

Décadas de políticas erradas



... e sem sentido, como construir estradas para o interior e incentivos para que as pessoas as usem para o abandonar. Isto enquanto imensas organizações avisam para a desertificação do território e da consequente aridez dos solos. Mas como os governos servem para resolver a vidinha dos políticos e amigos e não os problemas do país, estamos nisto.

A aridez dos solos já atinge a totalidade do interior do Algarve e Alentejo

Cerca de 63% do território do continente está classificado como estando susceptível à desertificação e 32,6% tem em solos em situação degradada.


Diário de bordo



Acabei a avaliação dos trabalhos dos 10s anos. Foram poucos os que fizeram o trabalho facultativo dos dois dilemas, na totalidade das turmas. Uma quinzena. Um dos dilemas -o dilema imaginário da prof. de Filosofia- era difícil e como os alunos sabem que não descem as notas do 2º período, se calhar pensaram que não valia o esforço, por um valor. Dessas quinze, tive três respostas bastante boas. Não é mau.
Faltam os trabalhos do 12º que chegaram ao mail este fim-de-semana.
Estou a trabalhar às escuras e com uma barulheira desgraçada. Andam a lavar para depois pintar a fachada do prédio. Está um tipo na minha varanda com uma pistola de alta pressão daquelas de jacto de água a lavar as paredes. Parece o motor de um avião.

O que vale é que a o som da do player está mais alto que a pistola de água e a música é boa 🎸


22 de Junho de 1633



Galileu é obrigado a abjurar a teoria de Copérnico que põe o Sol no centro do sistema e a Terra a orbitar em torno dele. Em 1892 a igreja admitiu que afinal ele é que estava certo. Para uma instituição que tem linha directa ao Criador deixa um bocadinho a desejar. Just saying...




Leituras pela manhã - 'inhuman power of the lie'



"If the authorities have done you an injustice, chances are they’d never forgive you for it."

Dostoevsky’s memorable insights in The Brothers Karamazov


citado por Michael Weiss in inhuman power of the lie a propósito do livro,  The Great Terror: A Reassessment, by Robert Conquest; 608 pages, Oxford University Press

June 21, 2020

Determinismo-indeterminismo III



Indeterminacy in Brain and Behavior

Paul W. Glimcher
Annual Review of Psychology
(tradução minha)

(continuação)

Pascal havia desenvolvido essa lógica básica no século XVII, argumentando que o "valor esperado" de uma ação era igual ao produto de qualquer ganho ou perda possível resultado dessa ação e a probabilidade de ganho ou perda. Bernoulli havia expandido essa noção com a observação de que os seres humanos parecem, a um nível empírico, mais avessos ao risco do que a formulação de Pascal previa. A conclusão de Bernoulli foi que os humanos tomam decisões com base no produto de uma estimativa subjetiva de custo ou benefício e na probabilidade desse ganho ou perda, em vez de com base em uma medida objetiva de ganhos ou perdas. Devido à forma precisa desta hipótese, Bernoulli foi capaz de mostrar que essa noção dava conta da aversão, empiricamente observada, dos seres humanos ao risco. Assim, a ideia crítica que a teoria da utilidade avançou foi a de que se poderia computar os resultados desejados relativos de todas as ações possíveis para um selector e, excepto no caso, presumivelmente raro, em que duas ações tenham resultados desejados subjetivos idênticos, era possível prever as ações de um seletor com precisão determinada. a partir dessa base, Adam Smith (1776) argumentou que todos os actores económicos poderiam ser vistos como efetivamente trocando custos e benefícios para maximizar ganhos num mercado complexo. Presume-se que os preços dos produtos, por exemplo, sejam definidos pelas interações determinadas das curvas de oferta e procura que representem os resultados desejados ​​subjectivos agregados e os custos dos produtos para consumidores e produtores. Era, portanto, uma tese central da teoria econômica dos séculos XVIII e XIX que o processo racional pelo qual a conveniência era avaliada poderia ser modelado com precisão e que esses modelos faziam previsões determinísticas sobre o comportamento humano.

É importante ressaltar que a incorporação de probabilidades na teoria da utilidade esperada permitiu que a abordagem fizesse predições determinadas mesmo quando o ambiente no qual decisores humanos operavam era imprevisível. Supunha-se que os decisores consideravam o risco quando determinavam a conveniência de uma ação e a teoria previa explícita e convincentemente que nenhuma característica dessa incerteza ambiental seria propagada para o comportamento dos decisores. O único momento em que a teoria da utilidade previu indeterminação no comportamento foi quando duas ou mais ações mutuamente exclusivas tinham exatamente as mesmas vantagens subjectivas e a importância dessa situação em particular parecia limitada aos economistas clássicos. 

[entrámos na economia e a conversa ficou logo desinteressante...]

Na primeira metade do século XX, a Teoria dos Jogos desenvolvida por John VonNeumann, Oskar Morgenstern e John Nash desafiou diretamente essa abordagem determinada (Nash 1950a, b, 1951; VonNeumann & Morgenstern 1944). A Teoria dos Jogos representou um desvio da tradição clássica especificamente porque propunha que, quando um selecionador racional enfrenta um oponente inteligente e interessado, em vez de um ambiente económico passivo, podem facilmente surgir situações em que os resultados desejados subjectivos de duas ou mais ações são direcionados para uma igualdade precisa. A teoria passou a fazer previsões surpreendentes e fundamentalmente indeterminadas sobre como os seres humanos racionais se comportariam sob muitas condições que poderiam ser bem descritas pela Teoria dos Jogos. 

[ a conversa voltou a ser interessante...]

Para entender esse insight teórico, considere-se dois oponentes repetidamente jogando o jogo infantil de pedra-papel-tesoura, no qual o perdedor paga ao vencedor US 2$ numa rodada ganha com papel e US 1$ em uma rodada ganha com tesoura ou pedra. Se o comportamento do oponente for imprevisível, qualquer resposta pode vencer, em princípio. O papel venceu a pedra por US 2$, a tesoura venceu o papel por US 1$, e a pedra venceu a tesoura, novamente por US $ 1. A teoria da utilidade clássica pressupõe que os seres humanos escolham entre as ações combinando multiplicativamente o valor subjectivo e a probabilidade de cada resultado e, em seguida, selecionando a ação com o resultado que produz a maior utilidade esperada. Supondo ingenuamente que o oponente tem a mesma probabilidade de jogar pedra, papel ou tesoura, o maior valor de ganhar com papel deve levar todos os jogadores a escolherem papel deterministicamente em cada rodada. O que VonNeumann reconheceu foi que essa suposição sobre o comportamento do oponente simplesmente não podia estar correta. Um competidor que apenas escolhesse tesoura poderia derrotar com segurança qualquer jogador que realmente se comportasse de acordo com essa estratégia.

Dizzy Dirty Machine · Art of gardens





700 filmes gratuitos para descobrir ou rever



Mais de 700 filmes raros totalement gratuitos, disponíveis graças ao site OpenCulture que luta pela educação e pela cultura de modo totalmente gratuito, na internet.

Há curtas e longas metragens, algumas verdadeiras raridades como as primeiras curtas-metragens de George Lucas, Wes Anderson, Stanley Kubrick, Jean Cocteau, Andy Warhol, Salvador Dali, Andreï Tarkovski, Christopher Nolan, David Lynch, Tim Burton, David Cronenberg, Sofia Coppola…enfim, para todos os gostos.

“Toda a história da física mostra que a coisa mais interessante é aquilo que não se espera”



Uma das coisas que faz esta vida valer a pena está em que, de vez em quando e muito inesperadamente, acontecem-nos coisas e pessoas extraordinárias. É certo que é preciso estar desperto e reconhecê-las porque há quem passe ao lado delas sem as ver ou valorizar. O que acho piada é que esse aspecto da vida, pelos vistos, também se estende à física. Pelo menos, é isso que diz o meu amigo Mário Pimenta, neste entrevista ao P

O CERN dedica-se à construção e operacionalização do conhecimento científico numa lógica de cooperação pacífica internacional. É preciso lembrar que a WWW, a internet, nasceu ali, justamente para que cientistas de todo o mundo pudessem compartilhar dados e, mais ainda, foi propositadamente deixada livre, para fomentar o conhecimento e a cooperação no planeta?


Mário Pimenta: “Toda a história da física mostra que a coisa mais interessante é aquilo que não se espera”

Delegado de Portugal ao Conselho do CERN e presidente do LIP — Laboratório de Instrumentação e Partículas, Mário Pimenta defende que a estratégia apresentada esta sexta-feira abre o caminho à exploração de novas fronteiras do conhecimento e vai manter a Europa na liderança da ciência e da tecnologia.

                                         O físico português Mário Pimenta DR


Andrea Cunha Freitas -- 19 de Junho de 2020, 20:46

Em entrevista ao PÚBLICO, Mário Pimenta fala do que pode estar para lá do modelo-padrão que explica o Universo tal como o vemos e também do que Portugal já ganhou e ainda tem a ganhar com o CERN. Sobre o futuro, o professor catedrático no Instituto Superior Técnico lembra que “a ciência não pode ser angustiada”.

Há vários interessados em avançar para um novo grande acelerador de partículas de nova geração. Além do CERN há a China e o Japão. O que acha que vai acontecer?
O Japão tem nos seus projectos a possibilidade de fazer um acelerador linear [assente num colisor electrão-positrão como a fábrica de Higgs que a Europa quer fazer]. Mas ainda não está decidido, eles querem que haja muito dinheiro de fora, precisam de um grande consórcio internacional. A China corre no seu tabuleiro e também poderá fazer um grande acelerador, mas não tem a tecnologia para isso nesse momento. Se o CERN dissesse hoje que desistia deste projecto, a China deveria avançar mais depressa. O que é claro é que o CERN é o único laboratório que tem neste momento a densidade de gente e a tecnologia capaz de fazer estes aceleradores.

Não é uma estrutura demasiado grande e dispendiosa para avançarem os três?
Se o Japão avançar, a Europa vai encarar esse projecto como um esforço global e, com certeza, vai participar. O que não significa que na Europa não venha a fazer-se uma fábrica de Higgs. Mas esse é um debate que não é para fazer agora. O que se aprova hoje é um caminho e o começo dos estudos mais aprofundados sobre isso.

Ainda não está nada decidido então?
Não. O que está decidido é abrir o caminho para começar os estudos. E a primeira opção é a construção de um novo acelerador circular. Mas é possível que se chegue à conclusão, por uma razão qualquer, que não há condições técnicas, políticas ou financeira para avançar. Mas essa decisão só será tomada daqui a cinco anos.

Sobre Portugal, qual é o impacto que esta estratégia pode ter para o país?
Na ciência é muito grande. A entrada de Portugal no CERN foi a entrada de Portugal na primeira organização científica internacional, numa iniciativa de José Mariano Gago em 1986 e teve um enorme impacto na ciência em Portugal. Felizmente, hoje em dia há muitas colaborações internacionais, mas o CERN continua a ser um caso de referência nas suas competências, ou seja, na física, na tecnologia, na formação e também na colaboração com a indústria. À nossa escala, claro. Nós representamos 1% do CERN, do ponto de vista financeiro da nossa quota, mas à nossa escala, quando se olha para os números, temos tido uma taxa de sucesso que é muito elevado e da qual nos devemos orgulhar. São oportunidades muito importantes para o nosso país. O trajecto do desenvolvimento científico em Portugal nos últimos 35 anos está muito ligado ao CERN.

O que é que Portugal tem a ganhar?
Dou-lhe apenas mais um exemplo, além da formação científica, que tem a ver com a indústria portuguesa participa no CERN desde o início. Tem havido grandes contratos entre o CERN e a indústria, com transferências tecnológicas imensas. Há vários exemplos, com o Instituto Português de Soldadura, com os tanques de hélio líquido, entre outros projectos que são hoje coordenados pela Agência Nacional de Inovação. Portanto, há um enorme benefício não só por contratos directos, mas sobretudo pelo salto tecnológico que muitas vezes as empresas dão com esta colaboração e com o selo de garantia e reputação do CERN. Temos hoje em dia pequenas startups de alta tecnologia, de electrónica, que estão ligadas ao CERN. Uma parte da contribuição portuguesa no projecto [do acelerador LHC] de alta-luminosidade do CERN é com a indústria portuguesa. Temos nichos de tecnologia de que nos podemos orgulhar.

Depois de terem sido encontradas as partículas previstas no modelo-padrão, o que é que ainda estamos à procura?
Toda a história da física mostra que a coisa mais interessante é aquilo que não se espera. As maiores descobertas são sempre aquelas que a tecnologia e os instrumentos permitem alcançar, mas não são aquelas que justificaram o pagamento desses objectos.

Mas o que podemos descobrir além do modelo-padrão?
Sabemos que o modelo-padrão funciona bem a uma determinada escala. O modelo-padrão está para o futuro como a mecânica de Newton esteve para a mecânica de Einstein. A mecânica de Newton não está errada, e eu continuo a ensiná-la aos meus alunos da universidade, mas é dentro de um determinado conjunto de aplicações. Se eu for trabalhar sobre velocidades perto da velocidade da luz, não funciona. Mas se eu quiser estudar as leis do futebol e o esférico a andar, não preciso de Einstein, só preciso de Newton. Se eu quiser estudar um GPS, já preciso de Einstein…

Vem aí um novo modelo?
São fronteiras que se abrem. Temos uma comunidade teórica que tem muita imaginação, que publica centenas de milhares de artigos a dizer quais são as hipóteses a seguir. Compete ao CERN a parte experimental. Não há verdades na ciência. A ciência nunca diz que uma teoria está certa. O que a ciência diz é que uma teoria ainda não está errada. A mecânica de Newton não esteve errada. Surgiu Einstein a dizer que era preciso mais qualquer coisa. A ciência avança assim. Uma teoria nunca está certa ao ponto de ser uma verdade absoluta: funciona. A ciência é operacional, explica o mundo. Temos uma teoria agora que explica aquilo que nós conseguimos medir. Precisamos de experimentar as novas hipóteses. Neste momento não há nenhuma evidência de que chegámos ao fim. Já houve duas pessoas – o lorde Thomson, no fim do século XIX, e o Stephen Hawking – que disseram que a física tinha acabado e as duas estavam erradas. Stephen Hawking chegou mesmo a escrever um livro chamado O Fim da Física. As pessoas têm a mania de achar que a determinada altura descobriram a teoria final. Isso até seria aborrecido. Na verdade, é uma quimera.

Vale a pena o risco de apostar tantos recursos mesmo não sabendo ainda o que vamos encontrar?
Parece muito dinheiro, mas também é muito pouco. É conforme a escala. Se pensarmos no orçamento para a defesa, não tem nada a ver. Vale a pena investir. É isto que nos faz mexer. É aquilo que permite o melhor da humanidade que é o conhecimento. Um dos aspectos extraordinariamente importantes do CERN e foi para isso que ele foi fundado é a investigação pacífica, não militar, isso está nos estatutos do CERN: meter à volta da mesa a trabalhar gente de países que podem estar em guerra. Assisti a isso na altura da Guerra Fria, entre os russos e os americanos, assisti com os ingleses e os argentinos que estavam na Guerra da Malvinas e ao mesmo tempo a trabalhar juntos na mesma experiência, com os israelitas e os palestinianos… Ter um lugar onde isto pode acontecer, pelo conhecimento, tem um valor inestimável.

Por explorar há ainda questões que vão além do modelo-padrão, tudo o que está relacionado com a matéria escura, a energia escura…
Nós queremos saber onde estamos, para onde vamos, isso tudo. Mas a ciência não pode ser angustiada. A ciência aponta um caminho, qual é a estrada. E depois vai-se descobrindo. O CERN está a dar uma mensagem para a Europa do ponto de vista de valores, acreditar na comunidade internacional científica pacífica e não militada. Está a dar uma imagem da tecnologia, dizendo que queremos continuar a ter os melhores engenheiros e técnicos e dar-lhes desafios. Temos uma mensagem na ciência porque sem a ciência não há progresso.

Então, a física de partículas tem futuro…
A física de partículas é parte do futuro.

June 19, 2020

Vem aí um fim-de-semana de bom tempo



I'll be Back ☺️

entretanto deixo aqui um vídeo de música para ficar bem disposto com a Gunhild Carling, uma sueca 'polyharmonica' - canta, dança e toca mil e um instrumentos, num 'cover' de uma música muito conhecida de Pharrell Williams.

Take care!


O milagres dos peixes ao contrário dos 'nuestros hermanos'




Governo espanhol anunciava zero mortos quando morriam 68 pessoas por dia em média

Os dados divulgados pelo ministério da Saúde de Espanha não coincidem com os números registados pelas regiões autónomas.

I love you dad. Please love me back. Please, please, please




Polaroid do país que somos (com a acção de uns e o silêncio de outros)



O grupo internacional "EndCoronavirus.org", onde se reúnem mais de quatro mil cientistas, coloca Portugal na categoria dos países em alerta vermelho no combate à epidemia (na companhia, entre outros, do Reino Unido, Estados Unidos e Suécia). A Dinamarca, Áustria, Grécia, Bulgária, Chipre e Lituânia não aceitam turistas portugueses. Muitos outros países colocam-nos severas restrições e obrigações de quarentena. O bom aluno europeu parece estar a piorar a avaliação nos últimos testes, também à boleia daquele optimismo de Costa de que tanto Marcelo falava.

Amanhã começa o Verão, veremos que Verão.
Miguel Guedes (JN)


- Estamos já numa grande crise económica. Tão grande que o Centeno, passado um ano das eleições legislativas fugiu do governo para ir viver à grande no BDP. [desconfio que Centeno só tenha acedido fazer parte deste governo depois de muita insistência de Costa acerca da sua importância para ganhar as eleições e com promessa de poder sair pouco tempo depois para tacho de sonho]
- 20% da nossa receita depende do turismo - Lisboa e o Algarve são os grandes motores.  O que fazem os portugueses nesses dois distritos? Vão para festas infectar-se, vulgo, 'cuspir no prato em que comem.' Depois hão-de queixar-se de não haver turistas no Algarve ou em Lisboa e de terem de fechar portas de negócios ou ter de pagar mais impostos ou de ficar desempregados, mas no que dependia dos seus comportamentos, trabalharam para agravar a crise. 

- Depois vem o ministro SS dizer coisas de quem entrou em delírio. Parece os suecos a dizerem que a estratégia deles de deixar morrer pessoas é que é bestial. Em vez de fazer ameaças tolas de não deixar entrar turistas, uma vez que precisamos deles, vá mas é fazer algo de útil para o país. 

Governo admite retaliar contra países que proíbem entrada de portugueses
Para o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), liderado por Augusto Santos Silva, em causa estão decisões que "contrariam flagrantemente" o espírito da União Europeia (UE) e defende que o país está a ser prejudicado pelo sucesso da sua estratégia.


- Os hospitais de Lisboa já estão aflitos e a esgotar a capacidade de atender os doentes, como não estiveram durante o tempo pior da pandemia. O nosso grande sucesso na gestão da pandemia deu nisto.

Surto em Lisboa. Hospital Militar de Belém chamado a receber doentes
O aumento de casos de covid-19 na Grande Lisboa está a levar ao limite as capacidades de internamento e pelo menos duas unidades hospitalares pediram apoio à ARS.


-Os hospitais estão às portas da morte, trabalho do PPC e do Fugitivo. E tudo para engordar bancos e lobbies. Tem sido uma sangria de médicos por conta dos hospitais estarem sem pessoal, sem equipamentos e sem condições de trabalho. 
Gostava que a ordem dos médicos e as universidades explicassem porque razão, dada a situação, não deixam abrir mais vagas de medicina, como foi noticiado nos jornais, esta semana. Sem explicações convincentes, fica uma vaga impressão de 'agenda', como dizem os anglo-saxónicos.

Hospital de Setúbal em risco de deixar de formar médicos

O Hospital de S. Bernardo está em risco de perder especialidades, se não receber investimento para renovar os equipamentos obsoletos e contratar especialistas.

Determinismo-indeterminismo II


(passou-me o sono...)


Indeterminacy in Brain and Behavior

Paul W. Glimcher
Annual Review of Psychology
(tradução minha)

(continuação)

Cientistas sociais que trabalham em áreas como a Teoria dos Jogos começaram a argumentar que, para o comportamento ser eficiente sob certas circunstâncias, deve ser irredutivelmente incerto do ponto de vista de outros organismos e, portanto, deve ser estudado com as ferramentas da teoria da probabilidade. Em princípio, isso levanta problemas críticos para a teoria dos jogos. Por todas as razões que Popper identificou, quando a teoria dos jogos faz previsões probabilísticas, fá-lo de uma maneira que não pode ser falsificada. Obviamente, se Schrodinger estava correcto, a aparente indeterminação da teoria dos jogos apresenta apenas um impedimento temporário à investigação científica. Uma abordagem reducionista do comportamento humano durante jogos estratégicos acabaria revelando os mecanismos que dão origem a essa aparente indeterminação e, portanto, deveria, em última análise, produzir uma teoria determinada e falsificável do comportamento humano. Embora a teoria contemporânea dos jogos enfrente, assim, a indeterminação, a ciência empírica pode esperar resolver essa aparente indeterminação por redução. Curiosamente, no entanto, os psicólogos que trabalham com um nível de redução menor do que os cientistas sociais também começaram a encontrar evidências de aparente indeterminação nos sistemas que estudam (cf. Staddon & Cerruti 2003). Recentemente, os psicólogos começaram a análise de padrões aparentemente estocásticos de respostas individuais e foram capazes de demonstrar classes de comportamento individual que parecem ser tão completamente aleatórias quanto podem ser medidas. A indeterminação, nas mãos desses psicólogos, parece ser uma característica aparente do comportamento de humanos e animais individuais. Num nível ainda mais profundo de redução, os neurobiologistas também começaram a reunir evidências da existência de processos aparentemente indeterminados na arquitetura do cérebro dos mamíferos (cf. Schall 2004). Os padrões de potenciais de acção gerados por neurónios individuais, por exemplo, parecem altamente estocásticos por razões que ainda não são bem conhecidas.

Evidências crescentes de que processos aparentemente indeterminados operam nos níveis social, psicológico e até neurobiológico estão a obrigar os cientistas behavioristas a confrontar-se com os mesmos problemas filosóficos e científicos enfrentados, no século passado, por Popper, Heisenberg, Schrodinger e outros. Podem essas teorias ser científicas ou, chamar sinal neural ou comportamento a um processo aleatório, é apenas uma desculpa para a ignorância? Pode ser que os cientistas comportamentais escolham afirmar como um axioma que todos os fenómenos físicos que estudamos são fundamentalmente determinados para evitar esses problemas, mas, por outro lado, essa afirmação pode-nos forçar a negligenciar um corpo crescente de evidências convincentes.

A Maré Crescente da Indeterminação Aparente

Indeterminação nas ciências sociais
Tal como os estudiosos das ciências físicas, os cientistas sociais dos séculos XVIII e XIX enfatizaram fortemente uma abordagem científica determinada nos seus estudos do comportamento humano. A teoria económica clássica daquele período, por exemplo, baseava-se numa teoria de utilidade determinada, desenvolvida por Blaise Pascal (1670, Arnauld & Nicole 1662) e Daniel Bernoulli (1738). Essa teoria da utilidade argumentava que os seres humanos agem de maneira previsível para maximizar benefícios e minimizar custos, e que os custos e benefícios de qualquer ação podem ser computados com confiança.

[ai... esta teoria é de Pascal? Não é de Mill? Bem, agora não continuo sem investigar isto]

Filmes - Cairo Time



Descobri este filme, por acaso, a vaguear por aí pela rede universal. É de uma realizadora canadiana. Não é que o filme seja uma coisa extraordinária. É um filme sobre uma mulher que vai ter com o marido, que trabalha para a ONU, ao Egipto, o marido atrasa-se em Gaza e um amigo dele, que também trabalhou para a ONU, acaba por andar a fazer de cicerone dela. E é claro, sendo o Cairo e o Egipto sítios de encantar é difícil uma pessoa ficar indiferente a tudo o que lá existe.
O filme é delicado e encantador, mas vale a pena, em primeiro lugar, pelas imagens do Cairo, sobretudo para quem já lá esteve. É uma reminiscência dos sons, da música, das cores, da vibração da cidade, dos cafés e ruas antigas, do correr vagaroso do Nilo, das chamadas para a oração que se ouvem em toda a cidade com os seus mil minaretes e, claro, da visão imponente das pirâmides que impressiona mais que qualquer arranha-céus. Fez-me voltar à viagem ao Egipto e quem lá esteve percebe muito bem a facilidade com que nos deixamos embriagar por aquela atmosfera e vi o filme meio a suspirar. Hei-de vê-los umas poucas de vezes para matar saudades dessa viagem.

Bem, entretanto pus-me à conversa com o filho e passaram duas horas desde que escrevi isto e esqueci de publicar.


June 18, 2020

Uma fila de desempregados nos EUA




Coisas encanitantes



Uma pessoa vai ao YouTube ver um tutorial para fazer uma cena no PC. Um procedimento simples de três minutos. O vídeo a explicar tem 12 minutos. O indivíduo começa a explicar no Adão e Eva e aos 5 minutos ainda não chegou à Idade Média. Sou só eu que acho isto mesmo encanitante?

Quando os alunos já me deitam pelos cabelos kkkkk



Fui encontrar isto dentro de um dos livros que me caíram na cabeça. Tem mais de 15 anos, de certeza, porque ainda se falava no Bachelard a propósito da filosofia da ciência. lol Não sei que turma era esta mas já estava farta de mim :)))


This speek volumes!



The mask from 9 to 5?