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August 01, 2024

Venezuelanos contra o ditador

 

Onde está a multidão de russos contra o seu narcisista psicopata?


June 06, 2024

Cerimónia do 80º Aniversário do Dia D na Normandia, França



O que se comemora hoje é a Libertação do fascismo nazi e a vida em liberdade. Uma pena que a Rússia não possa estar presente, mas se o estivesse, tendo em conta o caminho de fascismo, destruição e morte em que está, transformaria a cerimónia numa impostura e num desrespeito para todos os que lutaram para que os outros fossem livres de Estados fascistas.


April 26, 2024

Liberdade? "Falta muito para cantar vitória"




Feriado passado, 50 anos assinalados, já tudo foi recordado sobre o que não podíamos fazer antes de 1974, e sobre como aquele ano nos atirou alegremente para a vida plena de escolhas, de oportunidades e de crescimento. Terminados os festejos, e depois da palavra “liberdade” repetida até à exaustão, será que praticamos mesmo o que evocámos nas últimas 24 horas?

“Liberdade é não ter medo”, já dizia Nina Simone. A compositora, cantora e ativista pelos direitos civis das pessoas negras norte-americanas sabia do que falava, por observação de quem vivia constantemente alerta para o ataque, para o preconceito e para o julgamento infundado. Se ser livre é não ter medo, quantos/as de nós podemos dizer que o somos?

Numa crise de habitação conjugada com um padrão de precariedade, quem é que não tem medo de nunca conseguir comprar casa própria? Em Portugal os jovens saem de casa dos pais, em média, aos 29,7 anos, acima da média da UE de 26,4 anos, segundo dados do Eurostat para o ano de 2022. Este número, apesar de alto, irá ainda assim surpreender muitos dos jovens que leem este artigo, para os quais essa materialização da liberdade é ainda uma miragem.

Num contexto laboral hipercompetitivo e de relatos assustadores, quem são as mulheres que não têm medo de avançar com a maternidade e de serem prejudicadas nas oportunidades de trabalho?

Em Portugal, muito recentemente, houve professoras que não receberam aumentos salariais por terem estado ausentes por gravidez de risco e por licença de maternidade. Estas ausências totalmente justificáveis (sem que seja preciso referi-lo) levaram a que as docentes não pudessem usufruir dos novos escalões para docentes contratados, e ter atualizações salariais.

Num momento em que se envergonha e se sonda o regresso ao domínio do corpo da mulher, quem são as mulheres que não têm medo de exercer o direito a acederem à interrupção de uma gravidez?

Em Portugal, há obstáculos criados por médicos e hospitais, deixando a autodeterminação do corpo da mulher apenas para as privilegiadas.

Em Itália, soube-se ontem que os grupos “pró-vida” vão poder entrar nas clínicas de aborto para tentar dissuadir as mulheres a não o fazer - um verdadeiro cenário de tortura psicológica, que parte de um pressuposto de infantilização e menorização da mulher, que “ainda não terá pensado bem” sobre a sua decisão - como se fosse um ato feito de ânimo leve ou um “capricho”, como foi sugerido recentemente por um conceituado professor de Direito em praça pública.

Num país em que os problemas entre Governo e sindicatos impedem que a Justiça se faça, quem é que não tem medo da sua segurança?

Noticiou o Diário de Notícias que a greve dos funcionários judiciais levou à “libertação” de 12 suspeitos de crimes. Entre eles, cinco detidos por suspeitas de violência doméstica que saíram em liberdade por não poderem ser presentes a juiz de instrução para o primeiro interrogatório no prazo de 48 horas, devido à ausência de serviços mínimos. Temos, portanto, suspeitos de crimes públicos, que atentam diretamente contra a integridade física de outros/as cidadãos/ãs, a circular livremente, pela ineficiência do sistema.

A lista de medos engrossa todos os dias. Uns foram-nos passados geracionalmente, pelos avós e bisavós do tempo da ditadura, mas outros são impregnados nas nossas vidas pela falta de respostas do Estado e da sociedade em proteger todas as pessoas e cada uma.

À medida que o medo aumenta, a liberdade fica mais ténue. Falta muito para cantar vitória.


Catarina Marques Rodrigues in https://www.dn.pt/2305300257/nao-nao-somos-livres/

December 02, 2023

Londres - manifestações de negação de vida

 


November 26, 2023

#UnitedAgainstDictators

 


November 13, 2023

United against dictators:

 

September 16, 2023

Habituamo-nos a tudo? II

 

A nova escravatura é mais tolerada porque é menos visível.


February 19, 2023

Textos intemporais para saborear aos pedaços - Kant, Uma Resposta à Pergunta: O que é o Iluminismo?




1. O iluminismo é a emergência do homem da sua imaturidade auto-imposta. A menoridade é a incapacidade de usar o seu entendimento sem orientação de outrem  Esta menoridade  é auto-imposta, quando a sua causa não reside na falta de entendimento, mas na falta de determinação e coragem para a utilizar sem orientação de outrem. Sapere Aude "Tem a coragem de usar o teu próprio entendimento" - esse é o lema do Iluminismo.

2. Preguiça e cobardia são as razões pelas quais uma porção tão grande de homens, muito depois da natureza os ter libertado da orientação alheia (natura-liter maiorennes), continuem, no entanto, de bom grado, menores durante toda a vida e porque é tão fácil para os outros estabelecerem-se como seus tutores. É tão fácil ser menor. Se tenho um livro que sirva como meu entendimento, um pastor que me sirva de consciência, um médico que me determine a minha dieta e assim por diante, não preciso de me esforçar de todo. Não tenho que pensar, desde que possa pagar: outros, prontamente, farão o trabalho incómodo por mim. Os guardiães que tão benevolentemente assumiram a supervisão dos homens trataram, cuidadosamente, de que a maior parte deles (incluindo todo o sexo feminino) considerassem que dar o passo para a maioridade fosse muito perigoso, para não dizer, difícil. Tendo primeiro tornado o seu gado doméstico embrutecido e tendo assegurado cuidadosamente que estas dóceis criaturas não darão um único passo fora da carroça a que estão acorrentadas, estes guardiães mostram-lhes o perigo que as ameaça, caso tentem caminhar sozinhas. Ora, este perigo não é, de facto, assim tão grande e depois de algumas quedas, acabariam por aprender a andar sozinhas mas, um exemplo deste tipo torna os homens tímidos e normalmente assusta-os para outras tentativas.


January 13, 2023

Acerca da liberdade de ensino



E a propósito de uma professora numa universidade americana ter sido despedida pelo crime de mostrar uma pintura de Maomé do séc. XIV numa aula de história de arte, tendo avisado previamente e depois na própria aula, que ia mostrar imagens de Maomé (e de Buda) no curso, para o caso de algum muçulmano se ofender e querer sair:
"Se não quer que as suas tradições, crenças, ou pontos de vista sejam desafiados, então não venha para uma universidade, pelo menos não para estudar humanidades ou ciências sociais. O ponto de vista de Miller [o director da universidade que despediu a professora] ao que parece, é que a liberdade académica só significa tanta liberdade quanto os seus estudantes mais sensíveis conseguem suportar, o que é uma posição irresponsável que coloca a universidade, a sala de aula e as carreiras dos académicos nas mãos de estudantes inexperientes na matéria, novos na vida académica e, muitas vezes, ainda na adolescência.

O objectivo da universidade é criar adultos educados e pensantes e não criar crianças abrigadas da dor de aprender que o mundo é um lugar complicado. As aulas não são uma refeição de restaurante que deve ser servida segundo as especificações dos estudantes; não são um acto de stand-up que deve fazer rir e divertir os estudantes mas nunca ofendê-los. Miller abriu a porta aberta para futuros problemas curriculares.

Um estudante queixou-se, o que aparentemente desencadeou vários eventos, incluindo López Prater ser convocada por um reitor e um administrador da Universidade Hamline, ser despedida e um e-mail ter sido enviado aos funcionários do campus dizendo que certas acções numa aula on-line foram "inegavelmente irreflectidas, desrespeitosas e islamofóbicas".
      — Tom Nichols

Desde quando este tipo de coisa ridícula tem lugar numa sociedade livre? Queremos que a nossa sociedade evolua para uma sociedade como a do Irão onde não podes andar de cabeça à mostra porque ofende o Islão, não podes andar de bicicleta porque ofende o Islão e por aí fora? Ridículo. Pessoas ridículas, ignorantes e perniciosas são postas à frente de instituições que deviam fazer avançar o conhecimento e não recuar ao tempo das teocracias e outras ditaduras.

July 20, 2022

Press Freedom Index 2022 - Top 10 Countries




Informal Economy

@EconomyInformal


Top 10 Countries


Norway🇳🇴🥇
Denmark🇩🇰🥈
Sweden🇸🇪🥉
Estonia🇪🇪
Finland🇫🇮
Ireland🇮🇪
Portugal🇵🇹
Costa Rica🇨🇷
Lithuania🇱🇹
Liechtenstein🇱🇮

May 02, 2022

Uma imprensa livre faz toda a diferença



May 01, 2022

Isto faz toda a diferença

 


January 28, 2022

Palavra do dia: liberdade

 


έλευθερία, -ας f. (eleutheria) = liberdade. Como sempre, o objectivo é silenciar mulheres. O que reparo é que as mulheres transgénero, aquelas que se afirmam como tendo identidade masculina, não reclamam querer frequentar o espaço dos homens biológicos. São só os homens que se dizem mulheres que exigem invadir todos os espaços das mulheres. Old habits die hard...  




BY HELEN JOYCE: BRITAIN EDITOR, THE ECONOMIST

Em "sobre a liberdade", a maior defesa da liberdade de expressão jamais escrita, John Stuart Mill, filho de um filósofo e economista escocês, condenou a "suposição de infalibilidade" - o estar tão certo de ter razão, que toma sobre si a resolução de uma questão para todos os outros, sem se permitir ouvir o que pode ser dito pelo lado contrário". Se ao menos os políticos escoceses de hoje o ouvissem. 
A nova «Lei do Crime de Ódio» do país, que deverá entrar em vigor em 2022, entende certos argumentos políticos puníveis com até sete anos de prisão. Cria um crime de "incitamento ao ódio", que criminaliza afirmações que são consideradas inflamatórias ou insultuosas, mesmo quando não causam danos reais e não se destinam a incitar a um acto específico. E abrange conversas privadas, mesmo dentro de casa.

Como ficou claro no debate no Parlamento escocês durante a sua passagem, o seu objectivo principal é silenciar as mulheres que argumentam que o acesso a espaços e serviços de um só sexo deve ser de acordo com o sexo biológico, e não de acordo com a identidade de género auto-declarada.


October 24, 2021

Em defesa do secularismo e da liberdade de expressão

 


"Os nossos alunos precisam das nossas luzes, não da nossa consideração pelas suas sensibilidades religiosas


A professora Delphine Girard (professora de Letras Clássicas nos subúrbios de Paris) faz um apelo ao secularismo "ao estilo francês", que permite aos estudantes afastarem-se dos seus determinismos.

Se o problema do secularismo se coloca, hoje como há um século atrás, de uma forma tão divisória nas escolas, é sem dúvida porque o secularismo foi imposto pela primeira vez nas e pelas escolas e isto depois de uma luta muito longa e depois de conflitos amargos. 
A questão principal colocada pelo secularismo e que é justamente a causa de tantas tensões é a da educação: é a questão do quadro filosófico e político em que desejamos ver as mentes dos nossos filhos formadas e desenvolvidas. 
Isto é de facto uma questão de grande controvérsia! Pois não é de todo a mesma coisa construir a imaginação e o julgamento num ambiente onde se pode dizer qualquer coisa que não ataque ninguém e estar interessado em todos os tipos de conhecimentos e modos de expressão, ou num ambiente onde certos conhecimentos (como o darwinismo, reprodução sexual, argumentação sobre todos os tipos de assuntos, etc.), ou certos modos de expressão (como a caricatura), seriam proscritos ou atenuados sob o pretexto de que poderiam chocar os crentes.

Neste confronto essencial entre dois mundos escolares, onde os nossos olhos seculares, herdeiros do universalismo do século XVIII, estão naturalmente habituados a ver a luz na livre circulação de conhecimentos e ideias e a escuridão na sua limitação, os nossos alunos, em contraste connosco, vêem cada vez mais a violência no primeiro e o respeito no segundo. 
Esta triste dicotomia geracional sugere que, estranhamente, aos olhos da nossa juventude, o respeito é uma virtude do silêncio e não do debate, que não reside na consideração que um tem pela mente do outro, pela sua razão, essa parcela de logótipos universal a todos os Homens, pela capacidade do outro de abraçar, para o momento de uma lição ou discussão, outras formas de pensar que não a sua própria: Pelo contrário, o respeito pelo outro residiria em evitar qualquer coisa que pudesse ofender a sua família, confessionário ou cultura comunitária, agora considerada como constitutiva da sua essência, da sua identidade, e portanto tão indiscutível como a sua cor de pele ou orientação sexual.

Esta terrível confusão entre o inato e o adquirido é o que está em jogo no fosso filosófico que se tem vindo a alargar desde há várias décadas entre a secretária do professor e a fila da frente dos seus alunos. Esta lacuna é a da História: a história do secularismo, que já não conseguimos fazer herdar aos nossos alunos; a história da nossa república, que já não serve de identidade para eles, esta identidade cívica que já não os faz sonhar e que no entanto está cheia de sagas de homens e mulheres autodidactas, de filhos de imigrantes pobres, como eu e tantos outros, que se tornaram professores, jornalistas, médicos, ministros...


Como podemos fazer compreender aos nossos alunos que a escola da República permite aos indivíduos escapar aos seus determinismos tribais, sociais e culturais? Como podemos fazê-los compreender que o respeito é alimentado pelo diálogo aberto e não por tabus, ou melhor "tapu", como se pronuncia em polinésio, palavra que na Polinésia pertence ao vocabulário religioso, e que se traduz exactamente pela noção latina de nefas: etimologicamente, "não falar"!

"Proteger com força as instalações da escola"

Primeiro, não ceder. Falar, não se censurar, debater, não se curvar à injunção para permanecer em silêncio ou para evitar os chamados assuntos sensíveis. Fique firme: não aceitar, como se ouve frequentemente nas aulas: "Não é correcto dizer que podemos gozar com as religiões", ou "Senhora, não tem o direito de nos obrigar a estudar isso!" Proteger o recinto escolar com força: agarrar-se firmemente às muralhas do que Catherine Kinztler chama o espaço de "respiração secular", aquele lugar precioso onde se ensina que a identidade só é feita de escolhas realizadas em consciência e não por hereditariedade, que é uma questão de liberdade: a liberdade oferecida pela escola para se construir com todo o tipo de materiais que por vezes são estranhos à sua cultura de origem; que é uma questão de conhecimento adquirido, e não de conhecimento inato.

Depois, devemos voltar aos autores: estudar o Iluminismo, incluindo os textos mais irreligiosos da ironia Voltairiana. Não se trata de dizer aos estudantes que devem tornar-se ateus, mas de os fazer compreender que historicamente, os pensadores e inspiradores da nossa república sempre lutaram contra todos os dogmas religiosos, que este não é um destino reservado ao Islão de hoje, mas antes para a religião católica no passado, algo de que muito poucos deles estão conscientes.

No meio da ascensão de uma doutrina indigenista e 'des-colonial' particularmente fecunda entre os jovens, e no meio do assalto dos fanáticos à nossa escola na pessoa de Samuel Paty, a actual renovação da velha crítica do Iluminismo, cruelmente sobrecarregada com um desenho para o imperialismo cultural e a rejeição de outras culturas, deve mais do que nunca ser contrabalançada pela leitura das obras e pela explicação corajosa destes textos com os nossos estudantes.

Mais do que nunca, para compreender os debates nacionais e o espírito das nossas leis, os nossos adolescentes precisam mais do nosso esclarecimento como professores do que da nossa consideração pela sua possível susceptibilidade, mesmo que seja a dos crentes ou das chamadas minorias. 
Como podemos compreender a diferença entre liberdade de expressão e incitação ao ódio se não aprendemos com Voltaire a distinguir entre os homens e a sua fé, se não lemos em Candide que podemos rir de uma piada sobre Deus e que nunca devemos ser castigados por isso, se não se tiver lido em Zadig que se acreditar num grande "Deus da terra e do céu que não aceita ninguém", é necessariamente indiferente aos pequenos rituais dos homens, todos eles igualmente ridículos para ele e que nunca poderão justificar a violência; se não leu em L'Ingénu que pode discutir pacificamente a religião e até formar uma profunda amizade com alguém de uma religião inicialmente oposta à sua?

É esta cultura comum que a nossa juventude carece profundamente e que é a condição sine qua non para desenvolver o sentimento, que a escola deve suscitar, de pertença a uma comunidade de princípios e património, este sentimento de fraternidade cívica que, indo além de identidades particulares, nos torna profundamente iguais, e nos permite formar uma sociedade.

Além disso, nada mais é do que a "identidade francesa" de que temos ouvido falar durante anos. Nós, secularistas, devemos ter baixado muito a guarda e adormecido na nossa história para ouvir algumas pessoas repetir que a "identidade francesa" tem as suas origens nas "raízes cristãs da França" e não na República! Ou ouvir outros dizerem que o secularismo "à la française" hoje em dia seria demasiado nocivo para os fiéis e demasiado irreverente para as religiões!

A história do pensamento francês diz-nos outra coisa: a luta entre razão e crença, entre liberdade de pensamento e autoridade religiosa, não só tem sido sempre amargamente violenta, como até parece ser uma parte constituinte da nossa cultura, da nossa "identidade". 
A identidade francesa e europeia é uma longa guerra civil intelectual que, desde a Renascença, nos tem conduzido pouco a pouco à apostasia! Vejamos os nossos grandes autores: desde Rabelais, o evangelista, até Montaigne, o céptico, Descartes, Molière e, claro, todos os pensadores do Iluminismo e, até Hugo, aquele crente anti-clerical.
Os nossos principais escritores têm em comum que se opuseram à ditadura intelectual da Igreja com o seu espírito crítico, o seu sentido de zombaria, e a encenação, em verso ou em narrativa, das suas dúvidas; nenhuma verdade revelada se a mente humana não tiver uma parte nela, se não a puder examinar, discuti-la e exercer a sua autonomia de pensamento sobre ela. 
Autonomia é uma palavra nobre que caracteriza o espírito francês: ser autónomo é etimologicamente dar-se "a si próprio", ou como diz Voltaire, "pensar por si próprio". E se existe tal coisa, é a "identidade francesa": a da escolha, literalmente em grego, de aïrèsis, que em francês significa "heresia"!

October 21, 2021

Navalny ganhou o prémio Sakarov

 


Ainda bem que premeiam um indivíduo de grande coragem na defesa da liberdade de expressão e de governo democrático. Tenho pena que Assange esteja esquecido.



September 12, 2021

Liberdade

 


pinturas de George Catlin da vida dos nativos americanos.






August 26, 2021

Sacha Baron Cohen discursa contra a democracia em nome da democracia

 



Sacha Baron Cohen acusa Zuckerberg de incentivar mentiras e discursos de ódio por permitir que pessoas falem contra os judeus, por exemplo. Argumenta que se estivéssemos em 1930 veríamos Zuckerberg  permitir que Hitler usasse o FB para promover o extermínio dos judeus. Diz que Zuckerberg devia impedir que as mentiras fossem publicadas com fact-checkings porque liberdade de expressão não significa poder dizer mentiras. 

Em primeiro lugar, falar contra pessoas ou coisas é muito diferente de aconselhar e incentivar assassinatos. Em segundo lugar, não há factos livres de interpretação e considerar que há pessoas que estão no domínio da Verdade como Deuses e essas é que ditam os factos e como devem ser interpretados, é já um apelo à censura e à repressão da palavra. Dar um passinho em direcção a Putin. Nem falo do precedente que isso significa. Finalmente e mais importante, apelar a que Zuckerberg se transforme num censor autoritário -e com eles as outras plataformas sociais de grande impacto- é apelar ao fim da democracia partidária, pois essas empresas, embora particulares, gerem e imiscuem-se na nossa vida com grande poder político, como se viu com a censura a Trump nas redes sociais. Por muito que gostemos de não ter que o ouvir. Hoje calam Trump, amanhã calam-nos a nós todos.

Numa democracia quem governa e tem poderes são os nossos representantes eleitos e não os donos de grandes empresas cujos interesses são egoístas, os do lucro através da exploração. Como Zuckerberg já tem pouco poder, ele quer que o sistema político lhe transfira ainda mais poder.

Sacha Baron Cohen quer uma democracia onde haja liberdade de expressão de acordo com a sua realidade de factos.
Os americanos estão numa cruzada onde uns se julgam os puros sem mancha e querem construir uma sociedade de impolutos. Esquecem-se que estamos na estação dos humanos, bem abaixo dos puros celestiais.