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December 05, 2025

"Trump's entire "peace plan" is just a $400 billion mafia deal"

 

December 01, 2025

Porque se diz que Putin é um cancro

 

Na biologia, quando uma única célula deixa de seguir as leis do corpo e começa a danificar as células ao seu redor, isso é chamado de cancro.

Podemos considerar a organização dos países pelo direito internacional, o corpo e Putin o cancro. Putin tem destruído tudo à sua volta. 


A Rússia não é um país com Estados originais, é uma federação de países/povos colonizados que só pela força se mantêm unidos. 

Putin não foi capaz de desenvolver a Rússia e torná-la num país moderno e democrático quando chegou ao poder. Para isso são precisas mais do que competências de KGB e ademais Putin tem muita ganância de poder, o que é incompatível com a alternância de poder de um país moderno e democrático. Portanto, Putin não se pode dar ao luxo de não ser agressivo com todos à sua volta, porque no dia em que Putin colapsar, que razões têm esses países colonizados para se manterem federados à Rússia, um país atrasado? 

Voltando à analogia, a melhor maneira de erradicar um cancro é detectá-lo cedo e, sendo possível, lidar logo com ele, antes que cresça e se espalhe. A Europa e os EUA falharam em detectar o cancro-Putin cedo e, mesmo depois de o terem detectado, comportaram-se como aquelas pessoas que fingem não ver para não terem que lidar com os problemas.

Há 3 modos de lidar com um cancro. Tirar o tumor, se for possível; tratá-lo com quimio/radiação/imunoterapia (antes ou depois do o tirar); ou, não podendo tirá-lo, encapsulá-lo de maneira a que não tenha modo de escapar. Neste último caso, usam-se os químicos/radiação até que o tumor fique encapsulado numa massa de células mortas sem vasos sanguíneos que sirvam de caminho de saída das células que, por ventura, lá restarem. 

Putin devia ter sido destruído em 2008, depois em 2014. Não só não foi destruído como foi alimentado. Tem estado a gerar metáteses: Orban e depois Trump. Agora é tarde e é mais difícil destruí-lo porque tem esses gânglios metastásicos a alimentá-lo.

Tem de ser atacado com doses massivas de quimio/rádio -destruir-lhe a economia de guerra, destruir-lhe as bases militares- até ficar encapsulado, incapaz de se mexer, impotente de movimentos, como um rei cercado no tabuleiro sem casas para escapar.

Orban pode ser encapsulado de maneira relativamente fácil. Trump, outro tumor maligno em pleno desenvolvimento, já passou a fase de poder ser destruído rapidamente e requer mais tempo e paciência. Esse é um trabalho que pode ser interior ou exterior. 

Interior pelos do seu partido, se não forem cobardes ou demasiado gananciosos (J. D. Vance e Rubio ainda podem ser destruídos). Basta legislar e obstaculizar as suas ambições ditatoriais e malignas. Criar-lhe empecilhos no Congresso e no Senado. Se a sua acção for impedida pelos legisladores, ele torna-se impotente. Porém, não parece que os republicanos tenham coluna vertebral para o fazer. Pelo menos, até agora. 

Exterior pela Europa, se não for medrosa e hesitante. Todos os acordos que Trump fizer sobre a segurança da Ucrânia e da Europa noutro Continente, num salão qualquer da Flórida valem zero se a Europa não os considerar como válidos ou aceitáveis sequer, se apoiar a Ucrânia e a armar até aos dentes e se não colaborar com ele. A certa altura ele e Putin ficam a falar sozinhos. A Europa pode até alimentar estas conversas fantasiosas e enquanto eles se entretêm a planear castelos de nuvens, o tempo passa e a Europa vai-se armando e fortalecendo. É preciso tornar Trump irrelevante para o destino da Europa para se poder lidar com Putin como deve ser.

É claro que nada disto conta se a Ucrânia continuar a ser destruída pelas bombas russas e se os europeus se limitarem a fazer declarações...

November 27, 2025

Li sobre isto há dois dias mas fiquei na dúvida se seria verdade

 

 Oliver Carroll, The Economist. 

"Even in the Trump era, this is stunning. Here is Steve Witkoff, an American official, giving instructions to a Kremlin adviser on how Putin should behave with Trump."
***
Timothy Snyder

Witkoff não está a comprar a narrativa russa. Está a vendê-la.

***

Não que tenha dúvidas quanto à imoralidade e vícios de carácter de Trump e dos que o rodeiam. Trump fez um acordo com Putin há muito tempo e se virmos os seus actos por essa perspectiva, tudo o que ele tem feito desde que chegou ao cargo faz sentido - mesmo os ziguezagues de diplomacia em que fingiu estar chateado com a Rússia e do lado de Zelensky e da Europa serviram para lhe dar folga para aprofundar a traição à Ucrânia e aos seus aliados europeus.

Trump quer muito ser Putin. Ser temido internamente, ter uma zona de influência externa que aumente o seu poder de extrair riquezas e fazer negócios para a família. Até mudou o nome do Departamento de Defesa para Departamento de guerra, porque não tem essa medalha ao peito de ser um comandante de guerra como pensa que o outro é. Trump não vê a realidade de Putin: um criminoso dos serviços secretos muito esperto que usou as tácticas que aprendeu para subir na vida mas que, quando chegou ao poder, mostrou a sua incompetência em criar riqueza para o país e agora mostra-a na guerra que criou na Ucrânia e não consegue ganhar, nem mesmo com o segundo maior exército do planeta.

Agora, isto de Witkoff ensinar aos russos como manipular «o idiota do seu Presidente» (porque é isso que mostram as gravações e até se riem) ultrapassa tudo o que pensava possível e fico incrédula com o facto de ninguém no Congresso, no Senado, nos tribunais ou em outro sítio qualquer dos EUA abrir uma investigação por traição a este tipo e ainda, como não forçam Trump a abandonar este plano de destruição da Ucrânia.

Já não há ninguém com coluna vertebral nos EUA? A administração americana há-de ter muitos funcionários de carreira a trabalhar há décadas que não se revêm na traição ao país do bando de mafiosos que o governa. A única pessoa que se portou bem nisto tudo foi a que mandou a gravação das conversas à Bloomberg...  

Quer dizer, estamos a falar dos EUA, um país que se preza e gaba dos seus pergaminhos democráticos e de luta pela liberdade e pela Lei e Ordem e que por essa razão luta há décadas contra o imperialismo russo. Os EUA têm uma história cheia de erros, mas têm sido erros de hubris e a tempos, de egoísmo, mas não isto. Aliar-se a inimigos que são o oposto de todos os seus princípios e destruir aliados  de séculos para ganhar dinheiro com negócios.

Os EUA neste momento são o governo de Vichy: negoceiam com os invasores a exterminação alheia e o enriquecimento pessoal.

A Europa tem de mostrar força e determinação unida face a Trump, não hesitação ou fraqueza. Temos de fazer mais do que só falar.

November 25, 2025

Quem beneficia do acordo secreto entre Witkoff e Dmitriev?



Cui Bono?

Quem beneficia dos acordos de Trump com os russos e os sauditas? Não nós.

Anne Applebaum

Steve Witkoff é um promotor imobiliário sem qualquer conhecimento histórico, geográfico ou cultural sobre a Rússia ou a Ucrânia. Kirill Dmitriev dirige o fundo soberano da Rússia, um trabalho que envolve negociar acordos financeiros destinados a beneficiar os oligarcas russos que controlam o Estado, incluindo Putin. Juntos, elaboraram um «plano de paz» de 28 pontos que surpreendeu os ucranianos, os europeus e, possivelmente, até mesmo o Departamento de Estado americano. 

O secretário do Exército, Dan Driscoll, que está intimamente ligado ao vice-presidente Vance, foi enviado a Kiev para dizer aos ucranianos que, se não concordarem com tudo isso até o Dia de Ação de Graças, os EUA deixarão de vender armas à Ucrânia.

O plano que criaram tem um nome errado, como escrevi esta manhã na Atlantic:

Não é um plano de paz. É uma proposta que enfraquece a Ucrânia e separa a América da Europa, preparando o caminho para uma guerra maior no futuro. Entretanto, beneficia investidores russos e americanos anónimos, à custa de todos os outros.

O plano exige que a Ucrânia não apenas ceda territórios ocupados à Rússia, mas também ceda territórios que a Rússia nem sequer controla. O plano também parece ter sido deliberadamente concebido para enfraquecer a Ucrânia, política e militarmente, de modo a que a Rússia tenha mais facilidade em invadi-la novamente daqui a 1 ou 10 anos.

Se os ucranianos concordarem, o que é politicamente improvável, sacrificarão terras fortemente fortificadas, deixando toda a região central da Ucrânia vulnerável a uma futura invasão. Em troca, recebem uma promessa vaga e irrealista de garantias de segurança, sem nenhum detalhe.

Embora o plano defenda a soberania ucraniana, impõe condições severas à Ucrânia e nenhuma condição à Rússia. A Ucrânia deve parar de falar sobre crimes de guerra, reduzir o tamanho do seu exército, prometer nunca aderir à OTAN, nunca convidar tropas europeias para o seu território e até mesmo realizar eleições dentro de 100 dias após a assinatura do acordo, uma exigência que não é feita à Rússia, uma ditadura que não realiza eleições livres há mais de duas décadas.

O mais preocupante, porém, são os acordos financeiros russo-americanos que parecem estar a ser negociados nos bastidores. Os EUA obteriam, de alguma forma, o controlo de 100 mil milhões de dólares em ativos russos congelados, atualmente mantidos em bancos europeus, e usariam esse dinheiro para obter lucros na Ucrânia. E há mais:

Os Estados Unidos e a Rússia «celebrariam um acordo de cooperação económica de longo prazo para o desenvolvimento mútuo nas áreas de energia, recursos naturais, infraestrutura, inteligência artificial, centros de dados, projetos de extração de metais raros no Ártico e outras oportunidades corporativas mutuamente benéficas», de acordo com o plano. Isso não é surpresa: Putin falou de «várias empresas» que se posicionam para retomar os laços comerciais entre seu país e os Estados Unidos.

Em março, o Financial Times noticiou uma dessas negociações. Mattias Warnig — um empresário alemão e ex-espião russo que tem ligações estreitas com Putin e está sob sanções dos EUA — tem procurado um canal secreto para a administração Trump por meio de investidores americanos que querem reabrir o gasoduto Nord Stream 2, parte do qual foi explodido por sabotadores ucranianos no início da guerra. Um americano familiarizado com o plano disse ao Financial Times que os investidores americanos estavam essencialmente a receber «dinheiro à mão cheia», o que é, obviamente, uma perspectiva atraente.

Esses detalhes ajudam a explicar as origens e o objectivo desse acordo, que de outra forma seria inexplicável. 

Superficialmente, ninguém parece se beneficiar. A Ucrânia ficará enfraquecida. Os europeus terão que se preparar para uma guerra mais ampla que Putin, encorajado pela sua nova aliança com Trump, há muito tempo diz querer. Os cidadãos americanos também não serão beneficiados. A nossa relação longa, estável e mutuamente benéfica com a Europa será destruída. A nossa reputação como aliado confiável será prejudicada em todo o mundo, com consequências de longo prazo para a nossa segurança e prosperidade.

Mas algumas pessoas podem beneficiar muito com esse acordo. Só que não sabemos quem. Não deveríamos ser informados?

Esse plano foi proposto, em nosso nome, como parte da política externa dos EUA. Mas ele não serviria aos nossos interesses económicos ou de segurança. Então, a quem serviria? Quais empresas americanas e quais oligarcas se beneficiariam? Os membros da família e apoiantes políticos de Trump estão entre eles? Os acordos propostos devem ser de conhecimento público antes de qualquer tipo de acordo ser assinado.

Pense na questão mais ampla que está em jogo. Quanto da política externa americana está realmente a ser conduzida em benefício dos americanos? Será que agora é apenas uma fonte de enriquecimento pessoal e benefício político para Trump, a sua família e os seus amigos empresários?

Outros detalhes das negociações comerciais realizadas por Witkoff e Dmitriev permanecem em segredo. Os ucranianos e europeus, que pagariam o preço militar e económico por este plano, merecem conhecê-los.

Há uma década que a Rússia procura dividir a Europa e a América, minar a NATO e enfraquecer a aliança transatlântica. Este plano de paz, se for aceite, alcançará esse objetivo. 

Há uma longa tradição de grandes potências na Europa a fazer acordos por cima das cabeças dos países mais pequenos, levando a um sofrimento terrível. O Pacto Molotov-Ribbentrop, com os seus protocolos secretos, trouxe-nos a Segunda Guerra Mundial. O acordo de Ialta deu-nos a Guerra Fria. O pacto Witkoff-Dmitriev, se se mantiver, encaixará perfeitamente nessa tradição.

November 24, 2025

O poder e a humilhação

 

«No meu estudo das sociedades comunistas, cheguei à conclusão de que o objectivo da propaganda comunista não era persuadir ou convencer, nem informar, mas humilhar; e, portanto, quanto menos correspondesse à realidade, melhor. Quando as pessoas são forçadas a permanecer em silêncio quando lhes são contadas as mentiras mais óbvias, ou pior ainda, quando são forçadas a repetir elas próprias essas mentiras, perdem de uma vez por todas o seu sentido de probidade. Concordar com mentiras óbvias é, de certa forma... tornar-se mau. A capacidade de resistir a qualquer coisa é assim corroída e até destruída. Uma sociedade de mentirosos castrados é fácil de controlar. Acho que, se analisarmos o politicamente correcto, ele tem o mesmo efeito e é essa a sua intenção.» - Theodore Dalrymple, Frontpage Magazine (31 de agosto de 2005) 

 *****

Há o poder e há a humilhação. O poder é a capacidade de forçar outros à sua vontade, não necessariamente de modo violento. A humilhação é violência e está ligada a uma necessidade de reconhecimento de status. Os revolucionários da revolução francesa compravam bilhetes para ir ver os nobres sem cabeleiras nem jóias, prostrados na «Viúva», como chamavam à guilhotina, serem separados das suas cabeças que eram mostradas à populaça e atiradas para um cesto, como se fossem restos de carne para cão. A execução era planeada, não para matar -embora matasse- mas para humilhar. Este excesso de violência grotesca e animalesca foi responsável por levar Napoleão ao poder, o primeiro ditador totalitário da história ocidental. 
Da mesma maneira, após a derrota da Alemanha em 1945, mais de 20 mil mulheres francesas que tinham namorado um alemão, foram publicamente humilhadas: as cabeças rapadas, para as desumanizarem, na maioria dos casos passeadas nuas dessa maneira para a multidão de homens (muitos deles colaboradores virados pseudo-patriotas) as humilharem. Tiraram-lhes fotografias e fizeram postais que venderam para a sua humilhação ser espalhada pelo país e pelo mundo e perdurar para sempre. São os inceis de todos os tempos. (via BORZOI)
Trump e Putin têm essa característica em comum. Ambos vêm de uma classe social baixa -apesar de Trump vir de uma família com dinheiro, era dinheiro novo, de imigrantes, sem nenhum estatuo social- e ambos necessitam de sentir que os outros lhes são inferiores em status
Trump tem as suas casas todas cheias de ouro porque pensa que isso lhe confere um estatuto próximo da majestade. Encheu a Casa Branca de dourado e está a fazer um salão de baile com mais ouro que Versalhes. Espera que o dourado que o rodeia se estenda à sua pessoa.  
Putin faz-se filmar a atravessar as salas e corredores dourados dos palácios dos imperadores russos, com uma multidão de vassalos a aplaudi-lo ao longo do seu percurso de apoteose. Faz-se fotografar vestido de Imperado russo.
Trump humilha: desde chamar piggy às mulheres, a rodear-se de mulheres que parecem ter saído de um filme porno (os Bezzos e outros bilionários misóginos também), até mandar prender os imigrantes de um modo degradante e humilhante, em frente dos filhos, no meio da rua, por tipos de cara tapada, atirados para um sítio qualquer, esquecidos e incomunicáveis. 
Putin pediu a Trump que humilhasse Zelensky naquela famosa ida à Casa Branca. Quer muito humilhar Zelensky e os ucranianos. Pediu-lhe para deixar entrar os jornalistas da Tass e pediu-lhe que o humilhasse em frente ao mundo - ponho as minhas mãos no fogo que o fez e que o outro acedeu contente pela expectativa e a crueldade de preparar a humilhação e destruir uma pessoa em frente ao mundo. Seria uma espécie de espectáculo de guilhotina online. Saiu-lhe mal. Nem Zelensky rastejou nem ninguém no mundo inteiro -fora da Rússia- gostou da armadilha de Trump-Putin. 
Ambos têm uma enorme necessidade de reconhecimento de superioridade de status e usam a crueldade e  humilhação para esse fim. 
Este plano de 28 pontos que Putin mandou Trump impor a Zelensky é para o humilhar a ele e à Ucrânia, que o trataram, não com o medo e reverência que se deve a um ser de status superior, mas como um criminoso, um bandido, um merdoso. É também por isso que Trump não gosta dos europeus.
Não se pode apaziguar este tipo de pessoas que se drogam com o medo dos outros, com a vassalagem dos outros, com a reverência dos outros, ao mesmo tempo que a desprezam, na sua insegurança de homenzinhos que querem muito estar à altura dos grandes homens.


November 23, 2025

Sem a ajuda de Trump Putin perde a guerra - daí a pressa em tentar destruir Zelensky

 

O 7.º corpo de assalto aéreo ucraniano limpou o centro de Pokrovsk. Os russos já não podem estabelecer uma cabeça de ponte ou reforçar posições nesta área. Os ucranianos mantêm posições no centro de Pokrovsk e limparam os ocupantes das áreas da estação ferroviária, da faculdade de pedagogia e da Praça Soborny.

Trump traiu o seu próprio país. Os EUA comprometeram-se a ir em auxílio da Ucrânia no caso da Rússia não cumprir o acordo de Budapeste e atacá-los, mas em vez disso vão em auxílio de Putin. 

O Congresso americano, activamente ou por omissão, é conivente com a traição de Trump. Logo, é cúmplice. 

Sem a ajuda de Trump Putin perde a guerra - já toda a gente percebeu isso- daí a pressa em tentar destruir Zelensky. 


Well, well, well

 

Uma análise pormenorizada do plano dos 28 pontos da traição americana pelo ex-diretor dos serviços secretos da Estónia

 


@EerikNKross
(Ex-diretor dos serviços secretos da Estónia. Membro do Parlamento)


Passei o sábado a analisar o plano de 28 pontos. O resultado:

Se os EUA estiverem a considerar seriamente a aplicação deste plano, estarão a violar:

• 13 tratados vinculativos e instrumentos internacionais

• 23 compromissos políticos, declarações e resoluções autorizadas

• 35 artigos, cláusulas e princípios jurídicos explícitos

Total: 71 obrigações jurídicas ou políticas internacionais distintas.

Análise completa abaixo — e tenha em mente que mesmo esta lista está longe de ser exaustiva..........

Isto está estruturado por princípios. Sob cada princípio, primeiro apresento a regra central, depois listo os principais tratados/compromissos e mostro quais pontos do plano de 28 pontos de Witkoff-Dmitriev colidem com eles.

(As referências ao plano utilizam os números dos pontos.)

I. Não reconhecimento da aquisição territorial pela força e integridade territorial da Ucrânia

Ideia central: Nenhum Estado pode reconhecer como legítima qualquer alteração territorial alcançada por agressão; todos os Estados devem respeitar a integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Compromissos e instrumentos fundamentais aos quais os EUA estão vinculados ou que endossaram:

Carta das Nações Unidas

– Artigo 2.º, n.º 4: proibição da ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado.

– Cria normas imperativas (jus cogens) e obrigações erga omnes de não reconhecer ou auxiliar violações graves.

Resoluções da Assembleia Geral da ONU sobre a integridade territorial da Ucrânia

– Resolução 68/262 (2014) “Integridade territorial da Ucrânia” (Crimeia).

– Resolução ES-11/1 (2022) «Agressão contra a Ucrânia».

– Resolução ES-11/4 (2022) «Integridade territorial da Ucrânia: defesa dos princípios da Carta das Nações Unidas», que:

• declara os referendos e a anexação de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia «inválidos» e «ilegais ao abrigo do direito internacional»;

• exorta todos os Estados a não reconhecerem estes territórios como parte da Rússia e exige a retirada total da Rússia.

Declaração sobre Relações Amigáveis (Resolução 2625 da AGNU, 1970)

– Afirma que nenhuma aquisição territorial resultante da ameaça ou uso da força será reconhecida como legal

Definição de agressão (Resolução 3314 da AGNU, 1974)

– Reitera que nenhuma aquisição territorial ou vantagem especial resultante de agressão é ou será reconhecida como legal.

Acta Final de Helsínquia da OSCE (1975) e Carta de Paris para uma Nova Europa (1990)

– Inviolabilidade das fronteiras; alterações territoriais apenas em conformidade com o direito internacional e por acordo pacífico, não pela força.

Resolução 2605 da PACE (junho de 2025) sobre os aspetos/consequências jurídicos e dos direitos humanos da agressão da Rússia

– Salienta que a inviolabilidade das fronteiras e o não reconhecimento das aquisições territoriais resultantes do uso da força são princípios fundamentais do direito internacional e da ordem baseada em regras.

Resolução ES-11/5 da AGNU (2022) sobre reparações e indemnizações para a Ucrânia

– Reafirma a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e associa-as à responsabilização e às reparações.


Como o plano Witkoff-Dmitriev entra em conflito

– Ponto 21:

• «A Crimeia, Luhansk e Donetsk serão reconhecidas como territórios russos de facto, incluindo pelos Estados Unidos.»

• Kherson e Zaporizhzhia «congeladas ao longo da linha de contacto», o que equivale a um reconhecimento de facto.

• Parte da região de Donetsk que a Ucrânia controla atualmente será desocupada pela Ucrânia e a zona de retirada será «internacionalmente reconhecida como território pertencente à Federação Russa».

– Ponto 2: «Todas as ambiguidades dos últimos 30 anos serão consideradas resolvidas» – no contexto, isso significa resolver os ganhos territoriais ilegais da Rússia e encerrar o caso.

Ao concordar com isto, os EUA:

• contradiziam diretamente várias resoluções da AGNU que votaram a favor (68/262, ES-11/1, ES-11/4, ES-11/5);

• violar o princípio consuetudinário de não reconhecimento da aquisição territorial pela força;

• minar os compromissos da OSCE e a linha da PACE de que tais aquisições nunca devem ser reconhecidas.


II. Direito soberano dos Estados de escolher as suas próprias alianças e política externa (sem «esfera de influência»)

Ideia central: cada Estado soberano tem o direito de determinar os seus próprios acordos e alianças de segurança; nenhum outro Estado pode vetar essa escolha ou coagi-lo a mudar de orientação.

Compromissos fundamentais

Resolução 2625 da AGNU (Relações Amigáveis, 1970)

– Cada Estado tem o direito de «escolher os seus sistemas políticos, económicos, sociais e culturais e de determinar livremente a sua política externa».

– Nenhum Estado pode obrigar outro a subordinar as suas decisões soberanas.

OSCE Ata Final de Helsínquia (1975)

– Os Estados podem pertencer ou não a alianças e organizações; têm o direito à neutralidade e a escolher os seus próprios acordos de segurança.

OSCE Carta de Paris (1990)

– Afirma a liberdade dos Estados de escolherem os seus próprios acordos de segurança.

OSCE Declaração da Cimeira de Istambul (1999)

– «Cada Estado participante tem igual direito à segurança» e «o direito de escolher ou alterar os seus acordos de segurança, incluindo tratados de aliança».

– Nenhum Estado ou grupo de Estados pode reivindicar qualquer responsabilidade preeminente pela segurança de outros (rejeição direta das «esferas de influência»).

Declaração Comemorativa da OSCE em Astana (2010)

– Reafirma o direito inerente de escolher ou alterar acordos de segurança, incluindo alianças.

Como o plano entra em conflito

– Ponto 3: «A Rússia não invadirá países vizinhos e a OTAN não se expandirá ainda mais.»

– Ponto 7: A Ucrânia deve consagrar na sua Constituição que não aderirá à OTAN, e a OTAN deve alterar os seus próprios estatutos para excluir permanentemente a Ucrânia.

– Ponto 8: A OTAN concorda em nunca estacionar tropas na Ucrânia.

Isto iria:

• institucionalizar um veto russo sobre as escolhas de segurança da Ucrânia (e potencialmente de outros Estados);

• contradizer o acervo da OSCE (Helsínquia, Paris, Istambul, Astana), do qual os EUA são um Estado participante;

• contrariar a proibição da UNGA 2625 de obrigar um Estado a alterar a sua orientação de política externa.

Se os EUA patrocinassem ou aplicassem este acordo, estariam a agir de forma contrária aos seus próprios compromissos com estes princípios.

III. Proibição da agressão e dever de não recompensar ou estabilizar os seus resultados

Ideia central: A agressão é «o crime internacional supremo»; os Estados não devem ajudar ou colaborar na manutenção de situações criadas pela agressão e devem cooperar para pôr fim a tais violações.

Compromissos fundamentais

Carta de Nuremberga e Princípios de Nuremberga (ONU, 1950)

– A guerra agressiva é definida como um crime contra a paz.

– A agressão é «o crime internacional supremo» porque engloba todos os outros.

Carta das Nações Unidas e Resoluções ES-11/1 e ES-11/4 da Assembleia Geral das Nações Unidas

– A invasão da Rússia é caracterizada como agressão e violação da Carta; os Estados não devem reconhecer os resultados da agressão e devem exigir a retirada Resolução 3314 da Assembleia Geral das Nações Unidas (Definição de Agressão)

– A anexação ou ocupação de território pela força constitui agressão; nenhuma vantagem territorial resultante da agressão é legal.

Artigos da CDI sobre Responsabilidade do Estado (Art. 40–41)

– Para violações graves de normas imperativas (como agressão e aquisição territorial pela força):

• não reconhecimento da situação como legal;

• nenhuma ajuda ou assistência na manutenção dessa situação;

• obrigação de cooperar para pôr fim à violação.

PACE Resolução 2605 (junho de 2025)

– Qualifica a conduta da Rússia como agressão contínua e salienta que a inviolabilidade das fronteiras e o não reconhecimento das aquisições territoriais resultantes do uso da força são os fundamentos da ordem baseada em regras;

– apoia a criação de um tribunal especial para o crime de agressão e a responsabilização abrangente.

Como o plano entra em conflito

– Ponto 21 novamente: consolida os ganhos territoriais da agressão e exige o reconhecimento dos EUA.

– Ponto 13: rápida reintegração da Rússia na economia global, incluindo o retorno ao G8 e cooperação estratégica em grande escala, sem retirada prévia e responsabilização.

– Ponto 14: os fundos russos congelados restantes são parcialmente transformados num veículo de investimento conjunto entre os EUA e a Rússia, incentivando o status quo em vez da sua reversão.

Ao endossar tal acordo, os EUA estariam:

• a estabilizar e legitimar os principais frutos de um ato reconhecido de agressão;

• potencialmente a violar o dever de não reconhecer ou auxiliar violações graves de normas imperativas;

• contradizendo a orientação da PACE e da política ocidental mais ampla de insistir na responsabilização e no pleno respeito pela integridade territorial antes da normalização.

IV. Proibição da amnistia para crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outros crimes internacionais graves

Ideia central: crimes internacionais graves devem ser investigados e julgados; amnistias gerais para tais crimes são incompatíveis com o direito internacional moderno.

Compromissos fundamentais

Convenções de Genebra (1949) – EUA signatário

– Artigo comum 1.º: obrigação de «respeitar e garantir o respeito» pelas Convenções.

– As violações graves (homicídio doloso, tortura, tratamento desumano, deportação ilegal, etc.) devem ser investigadas e julgadas (CG I, art. 49.º, CG II, art. 50.º, CG III, art. 129.º, CG IV, art. 146.º).

Direito internacional humanitário consuetudinário (Regra 158 do CICV)

– Os Estados devem investigar crimes de guerra alegadamente cometidos pelos seus nacionais ou no seu território e processar os suspeitos;

– Não é permitida qualquer amnistia para crimes de guerra.

Convenção contra a Tortura (CAT, 1984) – Parte dos EUA

– Artigos 4–7: obrigação de investigar e processar a tortura; a anistia para a tortura é incompatível com esses deveres.

Carta e Princípios de Nuremberga

– Não há imunidade para funcionários (Artigo 7); não há defesa de “apenas seguir ordens” (Artigo 8); crimes de guerra e crimes contra a humanidade são crimes sob o direito internacional e não podem ser neutralizados por medidas internas ou acordos políticos.

Conselho de Segurança da ONU e prática do Secretário-Geral

– Declarações e políticas repetidas de que os acordos de paz endossados pela ONU devem rejeitar a anistia para genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e violações graves dos direitos humanos.

Resolução 2605 da PACE (e textos anteriores da PACE)

– Apela à responsabilização total, apoia o tribunal especial para o crime de agressão e salienta que não pode haver impunidade para crimes graves cometidos na Ucrânia.

Como o plano entra em conflito


– Ponto 26:

• «Todas as partes envolvidas neste conflito receberão amnistia total pelas suas ações durante a guerra e concordam em não fazer quaisquer reclamações ou considerar quaisquer queixas no futuro.»

Trata-se de uma anistia geral e abrangente que cobre todas as partes e todos os actos durante a guerra, sem distinção entre conduta legal e ilegal.

Se os EUA patrocinassem e aplicassem tal cláusula, isso:

• contradiz as suas obrigações nos termos das Convenções de Genebra e da CAT de processar violações graves e tortura;

• contraria a proibição consuetudinária de amnistia para crimes de guerra e outros crimes graves;

• compromete o quadro anti-impunidade baseado em Nuremberga;

• entra em conflito direto com a pressão da PACE para a criação de um tribunal especial e com o esforço internacional mais amplo no sentido de responsabilizar os autores dos crimes cometidos na Ucrânia.

V. Direito das vítimas à reparação, indenização e justiça

Ideia central: As vítimas de violações graves dos direitos humanos e violações graves do DIH têm direito à verdade, à justiça e à reparação; os Estados não podem antecipar esses direitos por meio de acordos políticos ou cláusulas de “não reivindicação”.

Compromissos fundamentais

Princípios e Diretrizes Básicos das Nações Unidas sobre o Direito à Reparação e Indenização (2005)

– As vítimas de violações graves do direito internacional dos direitos humanos e de violações graves do DIH têm direito a:

• acesso igual e efetivo à justiça;

• reparação adequada, eficaz e rápida;

• acesso a informações relevantes sobre as violações.

AGNU ES-11/5 (2022) sobre reparações e indenizações para a Ucrânia

– Reafirma a necessidade de um mecanismo internacional de reparação por danos, perdas ou prejuízos decorrentes dos atos internacionalmente ilícitos da Rússia na Ucrânia. Registo de Danos do Conselho da Europa e textos da PACE.

– O Conselho da Europa e a PACE apoiam a criação de um Registo de Danos e mecanismos para a reparação total às vítimas ucranianas e ao Estado da Ucrânia.

Como o plano entra em conflito

– Ponto 26 (novamente):

• «Todas as partes... concordam em não fazer quaisquer reclamações ou considerar quaisquer queixas no futuro.»

– Isto extinguiria, por decreto político, as reivindicações das vítimas por justiça e reparações.

– Ponto 14:

• Os activos russos congelados são parcialmente reutilizados em empreendimentos de partilha de lucros entre os EUA e a Rússia, e os activos europeus congelados são descongelados, em vez de serem dedicados na totalidade a um mecanismo de reparação centrado nas vítimas, em conformidade com a ES-11/5 e a prática do Conselho da Europa.

O apoio dos EUA a tais disposições estaria em contradição com:

• o seu próprio voto a favor da ES-11/5;

• o quadro internacional emergente de reparações para a Ucrânia;

• o princípio geral da ONU de que os direitos das vítimas não podem ser negociados em acordos de paz.

VI. Compromissos colectivos sobre sanções, não normalização e responsabilização pela agressão

Ideia central: As sanções e o isolamento diplomático são ferramentas para fazer cumprir o respeito pelo direito internacional; os Estados comprometeram-se a mantê-los até que a agressão termine e a responsabilização seja assegurada.

Principais compromissos políticos e jurídicos

Várias resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas e práticas estatais sobre sanções e não reconhecimento das anexações da Rússia (2014-2024).

Resolução 2605 da PACE e textos anteriores da PACE

– Apelo à pressão sustentada e à responsabilização, incluindo um tribunal especial, até que a Rússia cesse a agressão, se retire e pague reparações; salientam que a normalização e o levantamento das sanções devem estar ligados ao cumprimento do direito internacional.

Declarações da OTAN, da UE e do G7 (que os EUA subscreveram)

– Compromissos de manter as sanções e o não reconhecimento político até que a integridade territorial da Ucrânia seja restaurada e a responsabilização assegurada.

Como o plano entra em conflito

– Ponto 13: reintegração faseada da Rússia na economia global, incluindo um novo acordo de cooperação económica a longo prazo entre os EUA e a Rússia e a readmissão no G8, sem vincular isso à retirada total, reparações e responsabilização.

– Ponto 14: utilização de ativos congelados de forma parcialmente alinhada com a reconstrução, mas significativamente direcionada para estruturas conjuntas de obtenção de lucros entre os EUA e a Rússia, e descongelamento de fundos europeus, contrariamente à abordagem emergente da UE/CoE de que os ativos congelados devem servir como alavanca para reparações e resultados conformes com a lei.

Ao apoiar tal pacote, os EUA estariam a minar a frente unificada de sanções e responsabilização que eles próprios ajudaram a construir e se comprometeram a manter.

Se os Estados Unidos apoiarem e aplicarem o plano de 28 pontos de Witkoff-Dmitriev na sua forma actual, isso seria contrário ou entraria em conflito direto com pelo menos seis grupos de compromissos internacionais:

- Não reconhecimento da aquisição territorial pela força e da integridade territorial da Ucrânia (Carta das Nações Unidas; UNGA 68/262, ES-11/1, ES-11/4, ES-11/5; OSCE; PACE 2605).

- Direito soberano dos Estados de escolher as suas alianças e política externa (UNGA 2625; documentos da OSCE de Helsínquia, Paris, Istambul e Astana).

- Proibição da agressão e o dever de não recompensar os seus frutos (Nuremberga, Carta das Nações Unidas, AGNU 3314, Artigos da CDI, PACE 2605).

- Proibição da amnistia para crimes de guerra e outros crimes internacionais graves (Convenções de Genebra, CAT, DIH consuetudinário, Nuremberga, prática da ONU e regional).

- Direito das vítimas à justiça e reparação (Princípios Básicos da ONU; UNGA ES-11/5; Registo de Danos do CoE; PACE).

- Compromissos coletivos sobre sanções, não normalização e responsabilização total pela agressão russa (declarações da PACE, NATO/UE/G7).

VII. Conflito com o Tratado do Atlântico Norte (Tratado de Washington, 1949)

(Tratado que estabelece a OTAN)

O plano Witkoff-Dmitriev contradiz tanto a letra como os princípios fundamentais do Tratado do Atlântico Norte de 1949.

Os Estados Unidos, como membro fundador e depositário do Tratado, violariam as suas obrigações se apoiassem ou aplicassem tais disposições.

1. Violação do Artigo 10 – O Princípio da Porta Aberta

O Artigo 10 estabelece:

«As Partes podem, por acordo unânime, convidar qualquer outro Estado europeu... a aderir ao presente Tratado.»

Isto significa que:

A adesão à OTAN está aberta a qualquer democracia europeia capaz de contribuir para a segurança;

A escolha pertence aos membros da OTAN e ao Estado candidato;

Nenhum terceiro Estado (Rússia ou outro) pode vetar a adesão.

Conflitos com o plano

– Ponto 7: exige que a Ucrânia altere a sua Constituição para renunciar permanentemente à adesão à OTAN.

– Ponto 3: exige que a OTAN suspenda o alargamento.

– Ponto 7 (segunda parte): exige que a própria OTAN altere a sua Carta para excluir categoricamente a Ucrânia.

Apoiar estas disposições significaria:

- os EUA concordam em abolir o artigo 10.º na prática;

- os EUA aceitam um veto russo sobre a adesão à OTAN, contrariando o Tratado;

- os EUA repudiam a política de portas abertas da OTAN, juridicamente vinculativa.

Isto seria uma contradição direta do princípio defendido pelos EUA de que «cada Estado tem o direito de escolher ou alterar os seus acordos de segurança», consagrado no Tratado de 1949 e reafirmado em todas as principais declarações da cimeira da OTAN.

2. Violação do Artigo 1.º – Resolução pacífica e proibição da ameaça ou uso da força

O Artigo 1.º exige que as Partes:

«resolvam qualquer disputa internacional... por meios pacíficos» e

«se abstenham da ameaça ou uso da força de qualquer forma incompatível com os objetivos das Nações Unidas».

Conflitos com o plano

Apoiar um acordo que:

ratifique os ganhos territoriais obtidos através da agressão;

legitime a coerção russa sobre a orientação da política externa da Ucrânia;

imponha restrições de segurança à Ucrânia sob ameaça de retomada do uso da força;...

alinharia os Estados Unidos com um resultado produzido pelo uso ilegal da força, contrário ao espírito e ao objetivo do Artigo 1.

O quadro jurídico da OTAN não pode ser utilizado para validar as consequências da agressão.

3. Violação do Artigo 2.º – Reforço das instituições livres

O Artigo 2.º compromete os Aliados a:

«reforçar as suas instituições livres».

Impor um acordo constitucional forçado à Ucrânia — ditando as suas escolhas de aliança a partir do exterior — é incompatível com:

a autodeterminação democrática,

a soberania,

a independência das escolhas de política externa.

O apoio a tal disposição colocaria os EUA contra o princípio das instituições livres que o Tratado exige que promovam.

4. Violação das Declarações da Cimeira da OTAN (compromissos políticos vinculativos)

Embora não sejam direito formal do tratado, as Declarações da Cimeira da OTAN — de Londres (1990) a Madrid (2022) — são compromissos políticos vinculativos que interpretam o Tratado.

Todas reafirmam:

a política de portas abertas;

nenhum veto de países terceiros;

igualdade soberana dos parceiros;

apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia.

Apoiar o plano Witkoff-Dmitriev contradiria várias declarações claras do Conselho do Atlântico Norte.

5. Violação dos compromissos dos EUA como depositário do Tratado

Os Estados Unidos, como depositário do Tratado do Atlântico Norte, têm uma responsabilidade especial em defender:

a validade do Tratado,

a integridade do Artigo 10,

a independência do processo decisório da OTAN.

Concordar com restrições externas ao alargamento da OTAN seria incompatível com esse papel.

6. Resumo dos conflitos relacionados com a OTAN

Apoiar o plano Witkoff-Dmitriev colocaria os Estados Unidos em contradição ou tensão com:

o artigo 10.º – ao aceitar o veto russo e abolir a política de portas abertas da OTAN.

o artigo 1.º – ao legitimar os ganhos territoriais resultantes da agressão.

o artigo 2.º – ao imp

or restrições políticas/constitucionais às instituições livres da Ucrânia.


Décadas de acervo da OTAN – ao reverter princípios repetidamente reafirmados pelo Conselho do Atlântico Norte.

Obrigações dos EUA como depositário do Tratado – ao endossar restrições externas ao funcionamento do Tratado.

Em resumo:

O plano exige que os Estados Unidos violem os princípios fundamentais do Tratado do Atlântico Norte, especialmente a política de portas abertas, a igualdade soberana e a arquitetura de defesa coletiva.


November 22, 2025

Trump é um indivíduo nojento

 

E o Congresso americano que o suporta também são um bando de traidores nojentos. Traidores aos aliados e à sua própria história.

Um aspecto a considerar nos acordos de Trump e Putin

 

Se a Ucrânia capitular, Putin avança, muito provavelmente para a Polónia ou um outro Estado báltico e quando o fizer, Trump abandonará esse Estado à sua sorte, como faz agora com a Ucrânia, com outro acordo com Putin, o único homem que ele nunca traiu, nem uma única vez.

Há anos que a Europa sabe que não pode contar com os EUA. Mesmo Biden mostrou claramente que não punha a Ucrânia e os valores democráticos à frente dos negócios com o petróleo, de todas as vezes que proibiu a Ucrânia de atingir refinarias russas. Com Trump isso é óbvio todos os dias e assim como o fez com a Ucrânia faria com outro país europeu.

Estamos atrasados 4 anos na independência militar. 


November 02, 2025

Ate que enfim que democratas de peso começam a fazer oposição a Trump

 

The Great Gatsby party

 

“They were careless people, they smashed up things and creatures and then retreated back into their money or their vast carelessness or whatever it was that kept them together, and let other people clean up the mess they had made.”   ~ Scott Fitzgerald 
"Eram pessoas descuidadas, destruíam coisas e criaturas e depois refugiavam-se no seu dinheiro ou na sua enorme negligência ou no que quer que fosse que os mantinha juntos, e deixavam que outras pessoas limpassem a confusão que tinham feito."



October 30, 2025

Trump a imitar Putin

 

Putin é um enorme perigo para o mundo inteiro. Trouxe de volta esta ameaça global.


Trump ameaça retomar testes com armas nucleares, minutos antes da reunião com Xi

Poucos minutos antes da reunião marcada com o presidente Xi Jinping, da China, o presidente ameaçou nas redes sociais retomar os testes nucleares pela primeira vez em 33 anos.
Trump escreveu que «devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a iniciar os testes das nossas armas nucleares em igualdade de condições», afirmando que o processo teria início imediato.

October 22, 2025

Trump é um obstáculo à paz na Ucrânia

 

October 20, 2025

Os europeus devem desvalorizar as conversas de Trump com Putin

 

Dado que os EUA terem deixado de ajudar a Ucrânia, tanto financeira como militarmente e até se põem do lado dos russos contra a paz na Ucrânia, logo, contra a paz na Europa, os europeus deviam ter reagido conjuntamente de modo negativo no que se refere à conclusão de Trump segundo a qual a Ucrânia deve ceder território à Rússia. E ainda, reagir ao anúncio de um encontro na Hungria dizendo que: 1. É indiferente o que se diga nesse suposto encontro porque a Ucrânia faz parte da Europa, a Europa apoia a Ucrânia contra Putin e nenhuma decisão sobre a Europa será tomada à revelia da Europa; 2. A Europa reserva-se o direito de mandar prender Putin com o mandato de captura - fazer um aviso a Orban sobre as consequências de meter Putin na Hungria (Zelensky estaria verdadeiramente em perigo na Hungria, que é agora um território mais russo que europeu); 3. Se o avião de Putin for abatido, seja por quem for, considera-se um passo normal no processo da guerra. Em tempos de guerra é preciso ser claro, forte e preciso e não hesitante. Um encontro na Hungria ou noutro sítio qualquer só servirá no dia em que Putin perceber que a guerra está perdida e até esse dia é só mais um pretexto para Trump minar Zelenky e os europeus. Portanto, deve ser desencorajado por todos, excepto por Zelensky, obviamente. É preciso tornar a opinião de Trump irrelevante neste assunto. E se opinião de Trump for irrelevante, a de Witkoff, Esgar e companhia ainda são mais irrelevantes. 

October 19, 2025

Conversas de bastidores

 

Umierov - Como é que aguentaste aquilo sem atirar o copo à cara do tipo?

Zelensky - Pedi para me encherem o copo com gorilka às escondidas.




October 17, 2025

A Europa tem de tornar-se independente em termos de segurança

 

Trump foi falar com Putin para ter um pretexto para não dar os mísseis a Zelensky e o Esgar foi para a reunião com Zelensky com uma gravata com a bandeira russa... Não sabemos se ambos são vassalos de Putin, se são sobretudo predadores ou apenas estúpidos como as portas mas, seja qual for a resposta, não podemos estar dependentes de histéricos emocionais que dizem uma coisa à segunda e fazem o oposto à terça.

Não percebo porque é que os europeus desperdiçaram estes 3 anos no fabrico de armas e na ajuda eficaz à Ucrânia, mas Putin está de joelhos e é preciso aproveitar a oportunidade.





😕 Como chegar à Hungria?




October 09, 2025

Talvez isto desse o Nobel da Paz a Trump


Acabar com a guerra brutal na Ucrânia, forçando a derrota da Rússia. A derrota da Rússia traria o fim de outros conflitos no mundo. Seria um enorme passo para a paz no mundo. Enorme.
Os EUA poderiam intervir agora com sanções muito severas contra a Rússia e um grande pacote militar para a Ucrânia, com armas de longo alcance como peça central.
A guerra terminaria em breve com a derrota da Rússia. As forças armadas russas podem ser derrotadas, andam há anos a tentar avançar 10km ao ano, perdem mais de 1000 homens por dia, estão sem gasolina, sem dinheiro, a economia a encolher, o Cazaquistão agora fechou-lhes o canal de entrada de mercadorias da China...




October 05, 2025

«The fat man and the little boy»

 

Como lhes chamam os generais.