Rua Garrett - Anos 30
É para garantirem que os põem na rua. Vamos ver se vai ali nascer a 10º loja de pastéis de nata da rua. Ganância, ganância, ganância.
Eis o muro da minha faculdade, a FCSH - UNL, na Av. de Berna em 1933, quando ainda era um quartel (ainda hoje chamamos "parada" ao pátio). Desconheço o autor da foto. Notar que, do lado direito, fica o espaço onde, pouco depois (penso que foi encomendada nesse mesmo ano de 33 e consagrada em 1938), nasceria, do risco de Pardal Monteiro, a Igreja de N. S. de Fátima. Ao longe vê-se ainda, um pouco indistintamente, a cúpula da praça de touros do Campo Pequeno. Lisboa Antiga
Belém antes da Exposição do mundo Português, 1939, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L. (via Lisboa Antiga) 1939
Vê-se a ponta dos Jerónimos, à direita e a Torre de Belém lá ao fundo à esquerda. Belém era campo com umas fabriquetas.
Hoje fui com a minha irmã fazer um percurso pedestre em Lisboa: a Lisboa moura. Fomos com uma guia excelente -a Inês. Uma arquitecta que pertence a esta agência de experiências que organiza passeios e caminhadas pelo país e não só, porque ela disse que também fazem o caminho de Santiago de Compostela, por exemplo. Enfim, andei por Alfama como nunca tinha andado, porque em geral vamos a Alfama, ou para ir a algum restaurante ou para ouvir fado, ou aos Santos populares ou para ir a um museu qualquer e passamos pelas ruas sem reparar bem nelas e sem saber porque é que há li um beco ou um cotovelo ou o que havia ali antes daquele prédio, por exemplo. Andámos a seguir as torres e a muralha árabe da cidade. Nunca tinha reparado nos mata-cães, por exemplo. Começamos no Terreiro do Paço, na porta do Mar e acabámos lá em cima no Castelo. A guia conhecia a história militar e de organização civil da cidade e estava a par da história arquitectónica e arqueológica de Lisboa. Como se isso não bastasse, ainda tinha a virtude de ser muito interessante a falar e saber umas histórias ligadas a sítios por onde passámos. Ela conta a história da cidade a começar pelas invasões dos fenícios, depois dos visigodos, dos vândalos, dos cartagineses, dos romanos até chegar aos árabes e ao cerco de Lisboa e à reconquista e contextualiza os locais por onde passamos nessa história. Muito bom. Deu-nos umas dicas de sítios onde se pode ver Lisboa às camadas: várias culturas expostas em casas, estruturas, lápides, etc. que se de vez em quando se desenterram no decurso de um obra qualquer. Uma delas, por exemplo, dentro de um hotel, o Aurea Museum, que pode visitar-se sem marcação e sem pagar. Essa há-de ser uma próxima visita. Vai-se lá ao hotel ver as escavações e depois aproveita-se e almoça-se lá. Três horas de passeio pedagógico a começar pela manhã, por causa do calor, com descanso de 15 minutos -onde tirei esta fotografia a um escaparate com postais antigos. Um passeio pedagógico com uma guia excelente - 15 euros. Valeu muito a pena. Distribuem-nos uns aparelhos receptores com phones onde podemos ir a ouvi-la sem termos que ir todos em cima dela, o que foi óptimo, porque ainda éramos uns 30 e a subir o beco do Maldonado e a encosta do Castelo (que faz lembrar o Quebra Costa de Coimbra) ia a 5 km à hora no fim do grupo porque o meu pulmão fica logo aflito com esses esforços de subidas. Muito bom. Depois acabou perto da 13h e fomos almoçar a um sítio com óptima vista sobre Lisboa. Uma manhã e parte da tarde de domingo muito bem passada. Fiquei com vontade de ir ler o Amin Malouf. A Inês também faz o percurso da Lisboa judia e da Lisboa dos mitos e lendas. Está na calha.
Lisboa, 16 de Maio de 1909.
Segundo alguns autores as colunas podem ter inspiração maçónica e representar as colunas do Templo de Salomão, simbolizando o Ocidente e o Oriente, entre outros valores.
No pilar esquerdo, oriental, pode ler-se:
A SEGUNDA VIAGEM DO CHEFE DO ESTADO ÀS TERRAS ULTRAMARINAS DO IMPÉRIO: CABO VERDE, MOÇAMBIQUE E ANGOLA. XVII DE JUNHO - XII DE SETEMBRO DE MCMXXXIX A VIAGEM DO CHEFE DO ESTADO ÀS TERRAS DO IMPÉRIO EM ÁFRICA ESTÁ NA MESMA DIRECTRIZ DAS NOSSAS PREOCUPAÇÕES E FINALIDADE, É MANIFESTAÇÃO DO MESMO ESPÍRITO QUE PÔS DE PÉ O ACTO COLONIAL SALAZAR (Luís Filipe A. Pereira in AML)
No pilar direito (ocidental) lê-se:
AQUI EMBARCOU O CHEFE DO ESTADO PARA A PRIMEIRA VIAGEM ÀS TERRAS ULTRAMARINAS DO IMPÉRIO: SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE E ANGOLA. XI DE JULHO - XXX DE AGOSTO DE MCMXXXVIII COM A CERTEZA DE QUE FALA PELA MINHA VOZ PORTUGAL INTEIRO, PROCLAMO A UNIDADE INDESTRUTÍVEL E ETERNA DE PORTUGAL. GENERAL CARMONA (Luís Filipe A. Pereira in AML)