Vou almoçar. Desde as 7 da manhã que estou a trabalhar nas DTs. Chega-se ao fim do ano e é tanta coisa, tanta coisa...
Problema: acho que não tenho nada para comer... vou abrir uma lata de grão e comer grão com sal e pimenta um fio de azeite.
Vou almoçar. Desde as 7 da manhã que estou a trabalhar nas DTs. Chega-se ao fim do ano e é tanta coisa, tanta coisa...
Problema: acho que não tenho nada para comer... vou abrir uma lata de grão e comer grão com sal e pimenta um fio de azeite.
Estou doente. Desde que fiz aquela barbaridade de tratamentos durante um ano e meio, o meu sistema imunitário parece um passador de malha grossa e entre Novembro e Fevereiro não há nada que não passe pelos buracos. Hoje fui de madrugada para Lisboa para fazer várias TACs -controlo da doença oncológica- e vim de lá directamente para o atendimento permanente do Hospor. Três horas no hospital apesar de ter sido logo atendida, mas só têm dois médicos ali na urgência e um técnico no laboratório, etc. Está tudo em obras e estão a funcionar com pessoal reduzido. Mandaram-me fazer chichi para um copo. Dirigi-me à casa de banho das mulheres, que tem dois cubículos e estava lá um homem num deles, de porta aberta a fazer chichi. É claro que saí e fiquei à porta do lado de fora. Que coisa ordinária... eu preciso lá de ver um tipo naqueles propósitos. Tive de ouvi-lo tossir e escarrar... quando saiu disse-lhe, 'o senhor entrou na casa de banho das mulheres e estava de porta aberta'. Resposta dele: 'ai filha, isso agora é igual, podemos ir à que quisermos'. É no que dá a conversa ideológica de certos políticos. Tenho a certeza que o homem, que devia andar perto dos 60 anos, vai à casa de banho das mulheres e deixa a porta aberta na esperança que alguma mulher entre e o veja e depois possa exibir-se ou meter-se com ela. Entrei e fui ao outro cubículo, obviamente. A casa de banho sem desinfectante e sem sítio para uma pessoa pendurar o casaco e a mala. Voltei a sair, com uma folha de papel de limpar as mãos e enchi-a de desinfectante na sala de espera e só depois de desinfectar aquilo é que fiz chichi para o copo. Isto põe-me mal disposta. Não é como se os hospitais cobrassem pouco. Ontem, por exemplo, recebi uma mensagem da CUF a dizer que actualizaram os preços. O meu salário é que não se actualiza. Enfim, depois disto apanhei uma médica internista a fazer a urgência de quem gostei imenso mas que infelizmente só faz a urgência, não dá consultas. Uma mulher do Leste europeu de fora da UE. Disse-me que os primeiros anos aqui foram extremamente difíceis com os 3 filhos lá -ela veio à frente-, numa altura em que não havia Skipe nem nada, ela sem falar português e sem equivalência no seu diploma a ter que preparar-se para um exame exigente para poder exercer. Gostei imenso dela. Enfim: confirma-se que estou doente.
Hoje fui ver o Quebra-Nozes, que todos os anos vejo, se posso. Uma das amigas que foi contou que apanhou um Uber (mora na margem norte). O motorista era paquistanês. Não falava uma palavra de português. Foram mandados parar pela polícia. Em primeiro lugar o motorista só parou porque ela lhe gritou -em inglês- que se não parasse ia preso. Bem, quando parou e o polícia falou com ele foi como falar com uma porta. Teve que ser ela a fazer de interprete senão ficavam ali sabe-se lá até quando porque o motorista não percebia um boi de português. Resultado: saiu dali com uma data de multas porque não tinha os documentos, não tinha o seguro, não tinha o extintor... dá ideia que chegam a Portugal à segunda-feira de manhã e à tarde já são motoristas da Uber.
Depois, tendo algum tempo até ao espectáculo, entrámos numa lojinha de artesanato ali perto e resolvi comprar um livrinho de poetas alentejanos, edição bilíngue, português-espanhol. Uma edição muito bonita de um editora que desconhecia -Shantarin- e com poetas que não costumamos ver por aí como Garcia Resende, Conde de Monsaraz ou Bernardino Ribeiro, por exemplo. Mas caro: 26 euros, quase 27. Preço de turista... Comentei com o vendedor, um indivíduo muito simpático e ele disse-me para pedir ao chefe da minha empresa para descontar nos impostos. Respondi-lhe que não era possível, apesar do meu trabalho implicar ler muito, porque o meu patrão odeia os trabalhadores e faz o que pode para os prejudicar. Resposta dele: 'deixe adivinhar, é o ministro da educação'. Exacto.
Assim se percebe que não há ninguém neste país que não saiba que o ME odeia professores e faz tudo para nos prejudicar.
O Quebra-Nozes? Um encanto. É como entrar num conto de fadas a dançar.
Hoje fui fazer um daqueles exames em que nos injectam um medicamento radioactivo (uma PET - Tomografia por Emissão de Positrões) e nos mandam esperar uma hora deitada para aquilo invadir o corpo todo e depois nos enfiarem numa máquina claustrofóbica durante 20 minutos a tirar imagens. Após uma hora de espera para que o médico visse as imagens e em que o médico aparece mais uma enfermeira e ficam ali à porta da sala de espera onde estamos e vai olhando, em vez de me mandarem embora, a enfermeira aparece e diz, 'o médico quer mais imagens, tem que voltar à máquina'. Já me estava a passar a ansiedade (esta semana foi dose dupla de exames destes), voltou tudo em duplicado... 'mas porque é que ele quer mais imagens? Viu qualquer coisa suspeita e quer confirmar? Que é que o médico estava ali à porta a olhar? Ou isso não tem nada a ver e foi só coincidência?' Pois, ninguém me diz nada e tenho que esperar uma semana pelos resultados que hei-de ir ver à plataforma, antes da consulta com a minha médica, para me enervar ainda mais. No fim de tudo em a frase da praxe, 'não se preocupe que o medicamento é radioactivo mas não faz mal é só beber muita água... mas já agora, durante 24 horas não se aproxime de crianças e grávidas...' Djesus! Enfim, começou às oito da manhã e só há meia-hora cheguei a casa. Com este stress todo tenho a boca toda rebentada como se tivesse andado a comer malaguetas. E estou há 48 horas sem dormir por causa disto tudo.
Hoje fizeram-me questionários e testes cognitivos durante três horas de enfiada sem pausas. Que nenhum aluno me venha dizer que fazer um teste de hora e meia é cansativo...
Hoje foi dia de desinfectar e limpar metade das facas. Não me cortei 🙂 o que é bom, tendo em conta que tenho muita tendência para me cortar com as facas da cozinha. Aquelas pretas, com excepção da mais à direita, são de aço inglês e têm mais de trinta e cinco anos. Deram-mas e são uma dúzia de todos os tamanhos e feitios - há-de ter de haver outro dia de limpeza de facas. As outras, excepto a de cabo branco e a que está à direita dessa são portuguesas e estão a cair nos trinta anos de bom uso.
Hoje tirei esta fotografia na escola.
As flores estão mais bonitas do que aqui aparecem, de um azul violeta. E são mais e maiores do que aqui parece.
E já cá cantam duas horas e meia de trabalho. Vou fazer uma pausa daqui até à hora da primeira reunião de avaliação.
Ouvir música de destressar e comer um docinho que tem me trouxeram ontem 🙂 Como a quiche ficou boa, mais tarde vou lá acrescentar a receita.
Agora vou ouvir um bocado de música de elevador para ficar naquele estado de espírito que não é carne nem é peixe...
Estive -estou- aqui a preparar uma festinha para amanhã. Felizmente as infecções todas estão quase a passar. Já consigo falar, ouvir, ver e respirar sem parecer que corri a maratona. Mas não era isso que queria dizer. O que queria dizer é que preparar uma jantarada hoje-em-dia é mais difícil do que parece porque agora nem todos são omnívoros: uns comem tudo, outros são vegetarianos com ovos e produtos lácteos, outros sem produtos lácteos, outros comem marisco mas não peixe, só legumes... epá... isto está a ficar complicado.... mas tudo se resolve com paciência e imaginação. Amanhã posto aqui uma fotografia ou duas. Se tiver tempo porque amanhã é que é dia de fazer coisas, hoje foi mais planear e comprar - e preparar as reuniões de notas que começam segunda-feira logo às 8.25h da manhã.
Entretanto comprei umas florzinhas mimosas e muito alegres a cheirar a Primavera.
Esta semana foi muito complicada... na terça fui fazer uma ressonância magnética à cabeça, estive o resto do dia com um enorme desconforto daquela barulheira infernal. Na quarta fui fazer uma tomografia de positrões. Saí dali para as aulas, para discussão de trabalhos. Na quinta fui fazer uma cirurgia aos olhos, passei a tarde com placas de gel frio nos olhos + ben-u-rons. Sexta trabalhei toda a manhã e depois fui fazer o trabalho de DT que não fiz na quinta por causa da cirurgia. Ao fim da tarde fui para Lisboa para ver La Bohème.
Infelizmente substituiriam o tenor que estava agendado por um 'sobrero' muito, muito fraquinho. Eu é que tenho um pulmão no galheiro mas ele é que parecia não ter nenhum dos pulmões a funcionar... Faltou paixão à ópera, que é a sua característica mais marcante; faltou-lhe também a comicidade que corre paralela à paixão, nesta ópera; a cena da Musette com o velho rico que paga as contas que é muito cómica estava mal encenada e não teve a força e a piada que devia ter. O cenário era giro, a música muito boa, a orquestra esteve muito bem, o barítono que fazia de Marcelo era bom, a Mimi cumpria, a Musette também.
Depois saímos dali e fomos jantar à Taberna do Avillez que estava cheia. Éramos 9 e fomos os últimos a sair do restaurante, já bem de madrugada.
Enfim, um fim divertido para uma semana muito stressante 🙂
Para dar apoio por zoom aos alunos que estão em isolamento. Não foi fácil. Vamos ver como corre e se vale a pena.
Ainda não chegámos ao fim de Janeiro e já estou com aquela sensação de fim de período. Isto de ter muitos alunos em isolamento obriga-me a estar presa no email todos os dias a toda a hora e não pode ser.
Estou aqui a fazer testes e a preparar uma reunião de pais mas constantemente chegam emails de pais de alunos com covid. Depois é preciso avisar a equipa Covid da escola e fazer avisos para uns e outros perguntas, combinar trabalho alternativo... isto não pára. Hoje fiz um teste de Covid-19 e estou negativa, mas daqui a 3 dias vou fazer outro porque todos os dias há alunos com Covid.
Vou fazer uma avaliação diferente para esses alunos, porque cada um vai numa parte diferente da matéria, pois uns já voltaram às aulas, outros só agora puderam vir, outros começaram agora o isolamento... uma pessoa não pode fazer 8 testes diferentes! O tempo que levo a fazer um teste com exercícios de lógica e depois a resolver todos os exercícios para ter a certeza que não há enganos. Não posso fazer um trabalho diferente para cada aluno. Não sou explicadora, não tenho só 6 ou 8 alunos e não ganho à cabeça.
Agora por explicadora. Li que há professores a fazer trabalho de tutor e explicador a alunos do secundário de colégios particulares e a cobrar 800 euros à hora! Isto passa-se por aí em toda a Europa e também nos EUA. Tenho que repensar seriamente o meu trabalho.
Já estou re-vacinadada com a 3ª dose - é um reforço de proteção para o Inverno.
Fiz os PIA's quase todos. Há uns que não posso fazer porque os processos ainda não chegaram à escola.
Enganei-me e em vez de ligar para uma EE liguei para outra. Aproveitei para dizer olá 🙂
(outra coisa que não tem a ver com nada - às vezes sou bruta a falar. Qual é a necessidade...?)
Vou almoçar.
Intervalo de 5 minutos na classificação de testes de uma turma do 10º ano, para beber um café. Só queria dizer que apanhei um teste com18! Isto num primeiro teste do 10º ano é muito incomum e estou optimista. Depois, havia uma questão sobre o filme The Giver que passei numa das aulas na introdução à Filosofia, onde peço que tomem uma posição pessoal, devidamente justificada (o que me interessa é a qualidade da justificação), sobre se Jonas, personagem principal do filme, fez bem em libertar as memórias daquela sociedade, mesmo sabendo que, juntamente com as emoções positivas, a memória trás consigo a consciência do mal, o sofrimento, a tristeza, etc. A resposta de um aluno começa assim, 'Sim, Jonas fez bem, porque a consciência da realidade de estar plenamente vivo é incrível, amar é incrível e faz o sofrimento valer a pena'. Enfim, vou beber um café e continuar o trabalho. 🙂
Fui à rua buscar a pala do olho que chegou (sim, sim, o médico disse-me que tenho que ter muito cuidado em não deixar que nada entre no olho de modo que isto agora mete pala, óculos escuros, máscara LOL) e aproveitei para passar pela minha florista. Ele precisa de animar o negócio que caiu a pique (disse-me que só vende flores para funerais porque as pessoas deixaram de sair, de dar festinhas e isso) e eu preciso de umas flores para regalar a vista. Comprei umas rosas porque estão lindas (piquei-me nos espinhos o que confirma o ditado, 'quem quer as rosas tem de querer os espinhos') e uma espada de S. Jorge que é essa planta giríssima, aveludada que se vê a seguir. Tem um ar mesmo alegre.
Comprei jornais para ver o que se passa hoje no rectângulo.