January 24, 2020

Austrália: a natureza é persistente




Jan.11 after a light rainfall. Nature photographer Murray Lowe - Dhurag National Park, New South Wales.


Djesus!





ADSE - antes que este governo destrua tudo



A ADSE é um sistema de saúde solidário. A que propósito estão a querer destruí-lo?

ADSE. Frente Comum entrega carta reivindicativa ao Governo
Na carta enviada ao primeiro-ministro, a Frente Comum destaca que “a ADSE não é um privilégio dos trabalhadores e aposentados da administração pública, pois estes financiam o subsistema quase a 100%, incluindo a totalidade dos custos do instituto público”. E relembra os descontos: “Todos os beneficiários titulares da ADSE (exceto os que têm pensões inferiores ao salário mínimo) descontam 3,5% do seu salário ou pensão, durante 14 meses por ano”.

Mas críticas vão mais longe: “A ADSE continua sob a tutela do Governo que, nos últimos anos, tem feito ‘veto de gaveta’ às propostas do Conselho Geral e de Supervisão e tem permitido o arrastamento de uma gestão destituída de estratégia, submissa aos interesses dos grandes grupos económicos de saúde, incumpridora do prazo de pagamento aos beneficiários dos reembolsos, que tem protelado o acerto de contas com os grandes grupos prestadores de serviços na área da saúde, que arrasta a atualização das tabelas bem como a admissão dos trabalhadores”.

Nesse sentido, a exigência da manutenção da gestão da ADSE na esfera pública, a integração na ADSE dos trabalhadores em contrato individual de trabalho, a urgente regularização do pagamento dos reembolsos devidos aos beneficiários e ainda o urgente acerto de contas com os grandes grupos prestadores de serviços na área da saúde, bem como a respetiva atualização de tabelas são algumas das exigências da Frente Comum presentes na carta enviada ao primeiro-ministro.

A politização de Auschwitz



não se aprende nada...


Auschwitz. Polónia acusa Putin de reescrever história

January 23, 2020

Alguém fez questão de mostrar ao Mike Pence que não aprova o Mike Pence 😄




The public snub is pretty clear to Twitter:

I’m sure Prince Charles just snubbed Mike Pence. Titter

On this day



We must remember that 'we forget at our own peril'.



Picasso, o Massacre de Sinchon

Happy Birthday Mr. Django Reinhardt, wherever you are




Django Reinhardt, que faria hoje 110 anos, foi um guitarrista e compositor de jazz, cigano, francês, nascido belga. O primeiro e mais significante músico de jazz europeu e um dos mais influentes músicos do século XX. Juntamente com Stéphane Grappelli formou o Quintette du Hot Club de France in 1934. Django perdeu o uso dos dois últimos dedos da mão esquerda num fogo. Ninguém diria ao ouvi-lo tocar. So sexy.




2020 Doomsday Clock Announcement: The Bulletin of Atomic Scientists - 100 seconds to midnight.



The clock is meant to indicate how close the world is to nuclear catastrophe; it was created in 1947 in response to the nuclear arms race between the U.S. and the Soviet Union. Last year, the organization set the clock to 11:58, two minutes away from destruction.

Privilégios




Em Portugal as empresas podem abusar dos clientes. É essa a norma. Se uma pessoa quiser que respeitem os seus direitos tem de gastar dinheiro com advogados e incomodar-se. Vem isto a propósito de ontem ter faltado a electricidade, por volta das nove da noite e só ter voltado lá pelas duas da manhã, o que aliás me acordou, dado que tinha aparelhos ligados, e como consequência, já pouco dormi. Cinco horas sem electricidade e internet não é pouca coisa. É claro que a companhia, como é norma, não vai descontar na factura as horas que esteve desligada e o prejuízo que isso possa ter causado. São os privilégios que aqui vão todos para as empresas à custa dos clientes que pagam os serviços porque, se uma pessoa se atrasar a pagar cinco horas, são-lhe logo cobrados juros.

A simplificação da língua implica a impossibilidade de complexidade do pensamento, a pobreza da língua leva à pobreza de pensamento




Baisse du QI, appauvrissement du langage et ruine de la pensée


O efeito de Flynn previa que o QI médio do ser humano não parasse de aumentar na população à medida que evoluíamos. Ora, desde os anos de 1980, os investigadores em ciências cognitivas parecem partilhar a constatação de uma inversão do efeito de Flynn e de um recuo do QI médio.

O nível de inteligência medido por testes de QI parece diminuir nos países mais desenvolvidos e há uma multitude de factores que podem ser a sua causa.
A essa diminuição da inteligência média junta-se um empobrecimento da linguagem. Numerosos estudos demonstram um retraimento do campo lexical e um empobrecimento da linguagem. Não é apenas a diminuição do vocabulário utilizado mas também as subtilezas da linguagem que permitem elaborar e formular um pensamento complexo.

O desaparecimento progressivo dos tempos (subjuntivo, passado simples, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dão lugar a um pensamento do presente, limitado ao instante, incapaz de projecções no tempo. A generalização do tratamento 'por tu', o desaparecimento das maiúsculas e da pontuação são outros golpes mortais na subtileza da expressão.

Menos palavras e menos verbos conjugados significa menos capacidade de exprimir emoções e menos possibilidade de elaborar um pensamento. Estudos mostram que uma parte da violência na esfera pública e privada, provém directamente da incapacidade de traduzir as emoções em linguagem.

Sem palavras para construir um raciocínio, o pensamento complexo, tão caro a Edgar Morin, é entravado, torna-se impossível. Quanto mais a linguagem se torna pobre, menos pensamento existe.

A História é rica de exemplos e são numerosos os escritos, de Georges Orwell, em 1984, a Ray Bradbury, em Fahrenheit 451, que relatam como os ditadores cerceiam o pensamento reduzindo o número e o sentido das palavras. Não existe pensamento crítico sem pensamento e não existe pensamento sem palavras. Como se pode construir um pensamento hipotético-dedutivo sem dominar o condicional? Como perspectivar o futuro sem a conjugação do tempo futuro? Como apreender uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, que sejam passados ou por acontecer, bem como a sua duração relativa, sem uma língua que diferencia, o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderá vir a ser e o que será depois do que poderia ter acontecido, ter acontecido?

Se um grito de revolta devesse fazer-se entender nos dias hoje, seria dirigido aos pais e professores: façam falar, escrever e ler as vossas crianças, os votos alunos e estudantes. Ensinem e pratiquem a língua nas suas formas mais variadas, mesmo que ela pareça complicada, sobretudo se ela é complicada. Nesse esforço encontra-se a liberdade.

Aqueles que defendem a simplificação da ortografia, que dizem querer purgar a língua dos seus defeitos, abolir os géneros, os tempos, as nuances e tudo o que cria a complexidade, são os coveiros do espírito humano. Não há liberdade sem requisitos. Não há beleza sem o pensamento da beleza.

Tradução minha (de excertos)

January 22, 2020

Life



all bend and tangled, yet still lights up


LEXGO 


Uma música amiga dos telómeros 🙂



Reduzir o stress.

A sério? Opá, conheço uma data de gente com telómeros minúsculos...




People who score high on measures of cynical hostility have shorter telomeres.

Justiça sem justos



125 mil euros... what a joke... toma lá uns peanuts para olhar para o lado e deixa-nos continuar no mesmo caminho de corruptores e corruptos... dinheirinho lava nada e deixa tudo mais sujo.


Galpgate: Ex-governantes e petrolífera resolvem processo com pagamento de 125 mil euros multas
O juiz de instrução criminal do processo Galpgate propôs às empresas e governantes envolvidos a possibilidade de não irem a julgamento em troca do pagamento de multas. A Galp Energia será a mais penalizada, com duas subsidiárias condenadas ao pagamento de 50 mil euros, enquanto os restantes 15 arguidos pagarão quantias entre os 600 e os dez mil euros, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

O valor total ultrapassa os 125 mil euros, que irão diretamente para os cofres do Estado, e os pagamentos terão de ser feitos nos próximos seis meses, de forma a que os processos — que já estão parados há vários meses –, sejam arquivados.

Entre os acusados no processo Galpgate — que consistia no pagamento de viagens a governantes para assistir aos jogos do Euro2016 –, estavam dois ex-secretários de Estado, Fernando Rocha Andrade e Jorge Oliveira, um ex-assessor de António Costa, Vítor Escária, e Carlos Costa Pina, administrador da Galp e ex-secretário de Estado do Tesouro do Governo de José Sócrates.

Em causa estão crimes de recebimento indevido de vantagem, com possibilidade de pena de cadeia.


Apoios não lectivos?




Posto isto, perspetivo duas prerrogativas de que depende a concretização deste grande objetivo que consta no programa do governo:

Apoio ativo (antecipatório) - é fulcral o aumento do apoio efetivo aos alunos do 1.º Ciclo, no 1.º ano e às primeiras dificuldades; a concretização clara dos objetivos das aprendizagens nos primeiros anos de estudo atuará como via verde na autoestrada para o sucesso ao longo do percurso escolar;

Apoio de remediação - enquanto não se sentirem os reflexos da medida do ponto anterior, urge aumentar as horas de crédito horário para, no âmbito da autonomia (!) das escolas, disponibilizar os apoios diferenciados aos alunos dos 2.0º e 3.0º ciclos e Ensino Secundário.
(Filinto Lima no JN)


De há uns bons anos para cá que o ME passou a considerar as aulas de apoio como tempos não lectivos. Como se as aulas de apoio não fossem aulas, o que não se percebe pois são um tipo de aula mais especializada, adaptada às dificuldades de um aluno em particular. São aquilo que vulgarmente se chama, fora das escolas, explicações, e se paga caro. No entanto, o ME desconsiderou-as.
Não são consideradas aulas. Mas adiante. 

A questão é que os professores que têm o seu horário completo de turmas em tempos lectivos e depois atribuem a alguns deles umas horas de apoio. Vamos supor que uma escola tem 1200 alunos e 15 professores de Português. Desses 15, 4 têm, cada um, dois tempos não lectivos para dar apoio. Isto beneficia no máximo uns 25 alunos, não mais. Muitas vezes o horário do aluno que precisa de apoio não é compatível com o do professor que o dá; se o professor está a dar apoio a alunos do 7º ano já não pode dar a outros anos; as aulas de apoio, dada a sua natureza de intervenção cirúrgica, por assim dizer, não podem ter mais que seis alunos; às vezes põem todas as horas de apoio num professor só, de modo que esse professor, dá 4 ou 6 tempos de aulas e depois tem mais 3 tempos de apoio, que são mais 3 aulas, o que é uma barbaridade de aulas que ninguém aguenta e depois aquilo funciona mal, claro, etc.

Por exemplo, os DTs costumam pedir-me para dar apoio a alunos que querem fazer exame de Filosofia. Este ano estou a apoiar um aluno do 11º ano, que chumbou no 10º ano. Dou-lhe uma hora por semana, o que é pouco, pois temos que dar o programa do 10º e 11º anos todo até Junho. Entretanto, numa reunião de pais perguntaram-se sobre apoios e eu disse que tinha uma hora. É claro que houve logo quem quisesse apoio para subir a nota. Eu gostava de ajudar mas o outro aluno é do 11º e estas raparigas são do 10º ano. Enquanto estiver com o outro a trabalhar matéria do 10º ano ainda podem acompanhar mas assim que passarmos para o 11º ano já não dá pois não consigo estar a trabalhar dois assuntos diferentes ao mesmo tempo.

Em suma, o governo e toda a gente fala em não chumbar mas depois as medidas, como os apoios, para ajudar os alunos que têm dificuldades a evitar as reprovações, só existem no papel e na propaganda. Na prática, atiraram-nas para tempos não lectivos e portanto, só alguns poucos professores as têm no horário e, ademais, são aulas a sobrecarregar as aulas que já damos. 
Dantes, quando eram tempos lectivos, tínhamos sempre no horário 1 ou 2 tempos lectivos para apoiar os nossos próprios alunos, mas isso foi antes de estragarem a escola pública para poderem despedir professores e poupar  uns milhões à custa dela.

Intervenção de Joana Mortágua na AR diz algumas das verdades que precisam ser ditas



... e das questões que precisam de resposta para ontem. Embora, como sabemos, o ministro e os secretários de Estados não liguem um átomo a todas estas questões porque e escola serve para poupar dinheiro para o primismo.

...




I could write a million words, but sometimes all I truly want to say is…
⁣⁣____________________
“I wish you were here.”

January 21, 2020

Justiça à portuguesa



Neste país os denunciantes são algemados e vão presos mas os grandes bandidos andam todos à solta e ainda são condecorados pelos presidentes da República.


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A Rothko silence




photo by Volker Birke

Quando os pais imitam a adolescência dos filhos



A adolescência é uma idade com certas particularidades. Os adultos é que já não se lembram como eram, mas nós que lidamos com adolescentes todos os dias estamos sempre a ver essas particularidades.

Uma das particularidades da adolescência é a intriga e maledicência: grande parte das conversas dos adolescentes é sobre, quem anda com quem, quem se zangou com quem, quem disse o quê nas costas de quem, quem disse não sei o quê ao professor, quem fez não sei o quê na aula, quem namora com não sei quem e quem roubou o ou a namorada de não sei quem, quem é gay, quem falou na aula e o professor não ralhou, quem é o preferido do professor e, claro, todos eles são vítimas que juram a pé juntos isto e aquilo...

Aqui há tempos um professor apanhou um papelinho que andava a circular entre duas alunas e um aluno e deu-mo, por ser eu a DT daquela turma. Então o papelinho dizia o quê? Que não sei quem tinha dito mal de não sei quem e que quem tinha dito mal agora já não falava a não sei quem e um deles dizia que ia fazer um trabalho de detective às escondidas para saber se era verdade que não sei quem já não gostava do não sei quantos... isto acompanhado de alguns desenhos parvos... é nisto que os adolescentes se entretêm em grande parte do tempo. Isto depois passa lá para meio do 11º ano ou no 12º ano, quando têm outras coisas com que se preocupar.

Acontece que dantes os pais não sabiam nada disto porque os miúdos falavam destas coisas uns com os outros mas não em frente dos pais. Só que hoje em dia vão para o twitter, para o instagram e o FB dizer estas coisas e os pais têm acesso e lêem estas coisas todas e depois, em vez de desvalorizarem estas coisas e mandarem os miúdos estudar ou mudar de assunto ou outra coisa qualquer, metem-se e amplificam estas parvoíces. Depois fazem dramas de novela de coisas sem interesse nenhum ou de coisas inventadas pelos miúdos e começam eles a comportar-se como adolescentes nestas coisas.

Um colega de outra escola disse-me que tem uma turma onde os pais criaram um grupo no WhatsApp para dizer mal dos professores, baseados nas conversas dos filhos... naturalmente, por causa disto, há um grande mal-estar entre professores e pais... mas não é evidente que isto é um péssimo exemplo que se dá aos filhos e um desincentivo para o trabalho dos professores? Mas as pessoas não se apercebem que estas coisas afectam o trabalho do professor e que isso, por sua vez, afecta o trabalho dos alunos? É uma falta de bom senso geral.