December 12, 2025

Alguém mente: ou o governo ou os sindicatos

 

Estou a ver o ministro da Presidência atacar a função pública e dizer greve é inexpressiva e quem a fez foi a FP. Alguém está a mentir pois os sindicatos dizem que foi a maior greve de sempre a e o governo diz que quase nem se sentiu e foi apenas uma parte da FP.

Já sabíamos que este governo, na senda de outros anteriores, escolheu a FP para poupar dinheiro. Já disse que ia travar contratações, apesar de não haver professores, nem médicos nem enfermeiros e outros, que ia poupar nos medicamentos, nas cirurgias, etc. 

É claro que para isto precisa de trabalhadores precários, fora da pobreza, sim, mas ali no limite para aceitarem tudo o que lhes dêem a baixo custo. Diz que os trabalhadores gostam disso, de não ter nenhuma estabilidade e não poder constituir família, ter uma habitação, etc. Não lhe passa pela cabeça que a maioria dos trabalhadores não são os consultores que mudam de empresa, mas são pessoas com poucas qualificações a quem pagam mal e dão más condições de maneira que eles não têm nenhum motivo para ficar a trabalhar nas empresas que os contratam precariamente.

Também ouvi que a greve podia custar 700 milhões de euros, o que é estranho se é verdade que só 2% da FP fizeram greve como alega o governo. Então o trabalho desses poucos funcionários públicos é assim tão valioso? Se é assim tão valioso, paguem-lhes como deve ser. Ou isto é mentira? 

Seja como for, se for verdade que a greve custou 700 milhões de euros, não terá sido aos trabalhadores que são aumentados 10 cêntimos. Para o ano que vem. Talvez.


A Europa tem de corrigir as suas políticas de ataque às mulheres

 

Para defender islamitas com as suas leis da sairia de violência contra as raparigas e mulheres e para defender homens biológicos que querem tirar direitos às mulheres. 

A Inglaterra é um dos piores casos, mas não é o único. A Suécia tem agora uma epidemia de violações de mulheres com mais de 65 anos. Acontece que há lares de idosos que não têm um único falante de sueco. Há pouco tempo aconteceu um lar desses chamar o 112 e quando estes lá chegaram, nem um único funcionário, todos imigrantes islamitas, falava sueco e foi capaz de dizer o que tinha acontecido. É nesses lares que as violações dispararam. Malmö está agora classificada como tão perigosa quanto Bagdade. Têm 65 zonas no go. Houve quase 450 ataques bombistas desde 2023.

“If you think you’re going to allow the seducing of Isl@m, you need to tell exactly what it will look like…”

 


É difícil certos crimes acontecerem em grande dimensões sem a cumplicidade dos poderes

 

E durante tanto tempo. 


Aspectos a considerar

 

Se a Ucrânia não estiver livre e autónoma da Rússia e a Rússia derrotada, a Rússia vai tomar conta das sua forças armadas e virá-la contra os europeus. As forças armadas ucranianas não são os incompetentes dos russos... até pode acontecer os ucranianos estarem ressentidos contra os europeus pela sua hesitação e falta de apoio efectivo à sua luta e sacrifício monumental em defesa dos valores europeus e das democracias da Europa - se fizerem agora um referendo e umas eleições fantoche lideradas pela Rússia com o apoio de Trump e dos políticos americanos medrosos e se a Rússia conseguir pôr um palhaço pró-russo corrupto no poder ucraniano, contra quem lançará ele o exército ucraniano?

Parece-me que a Europa ainda não viu bem o fim de alguns cenários muito possíveis da não-derrota da Rússia na Ucrânia e da sua própria hesitação e fraqueza.


Trump não se aliou pessoalmente aos grande ditadores do mundo, ele aliou os EUA

 

Aliou os seus líderes políticos, as suas forças armadas e os seus serviços secretos, os seus negócios estrangeiros, as suas indústrias, as sua armas de defesa. O próximo presidente dos EUA (que ele quer que seja alguém dos seus) estará aliado a ditaduras ferozes e aos seus actos e alienado das democracias que eram os seus aliados.

Trump não quer ser respeitado pelo seu povo, quer ser temido, do mesmo modo que os russos temem Putin, os chineses temem Xi e os norte-coreanos temem Kim Jong. 

Trump gosta de excesso de riqueza, ambientes cheios de ouro, excesso de poder, tal como Putin, Xi e Kim Jong. Gosta de se dar com pessoas cuja linguagem é a linguagem do poder, da força e do abuso. Esses são os fortes, em sua opinião e os outros são todos uns fracos da vida. Não há maneira de ele gostar de estar com os europeus que se preocupam com questões de democracia, distribuição de riqueza, bem-estar da população, etc., que ele vê como fraquezas. Ele tem orgulho em fazer parte do grupo dos predadores da vida.

Agora, ele estaria com a Europa se tivesse visto força na Europa. Se os europeus tivessem dado armas de longo alcance à Ucrânia, se a Ucrânia tivesse atacado a Rússia, posto Moscovo às escuras, etc. Porém, o que ele vê é o que todos vemos: muita parra e pouca uva. Conversas, conversas, conversas...

O povo americano está a ver e a escolher, com o seu silêncio e inacção,  ser aliado à Russia e a outras ditaduras que destroem democracias. Neste momento já vive numa não-democracia e num ambiente de medo e quando se der conta disso já vive de joelhos numa ditadura.

Resta ver se vão ser um povo de vassalos assumidos, orgulhosos da miséria do seu país às mãos do seu ditador mafioso como os russos em relação a Putin. Porque esse é o destino de todas as ditaduras, sejam de líderes oligárquicos, mafiosos, teocráticos ou alucinados dogmáticos de ideologias comunistas.


Palavras certeiras, venham os actos correspondentes

 


Não é só Trump que nos ameaça:
Sete estudantes de jornalismo alemães rastrearam cargueiros com tripulação russa que se escondiam ao largo da costa holandesa e alemã e relacionaram-os com enxames de drones sobre bases militares.

Entretanto, Netanyahu é um cobarde ganancioso de poder

 

Em debate no Knesset, Netanyahu afirma que conversa regularmente com Putin para salvaguardar os «interesses vitais» de Israel.

«Mantemos contactos contínuos com outra potência global — a Rússia», afirma Netanyahu no plenário do Knesset. «Converso regularmente com o presidente Putin, e essa relação pessoal de muitos anos serve aos nossos interesses vitais», diz ele.

«Inclusive agora, incluindo as tentativas de nos impedir de defender a nossa fronteira norte», acrescenta Netanyahu, afirmando que «é claro que isso não vai acontecer».

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A Rússia é importante para os interesses de Israel no sentido negativo que é o de apoiar o Irão e outras ditaduras islamitas contra Israel. Porque não se alia ele à Europa? Porque vê fraqueza na Europa e ele quer estar com os fortes.

Trump aliou ou EUA e o seu destino à Rússia

 

«The United States does not want to see us in NATO. What separate agreements does the U.S. have with Russia? We do not know. In time, all secrets are revealed». -Zelensky

 

O Ocidente é mais forte que a Rússia mas tem medo de agir

 

O Congresso permanece em silêncio sobre a Rússia, enterrando ainda mais o projeto de lei bipartidário de sanções contra a Rússia que pressionaria a Casa Branca a impor medidas mais duras ao Kremlin.

Ao falar com todas as pessoas no poder e ao ver o medo nos seus olhos compreende-se por que o presidente russo, Vladimir Putin, está tão confiante de que vencerá.

Em 4 de dezembro, Putin disse que a Rússia tomaria o Donbas de uma forma ou de outra - se não conseguir vencer no campo de batalha vence na mesa de negociações.

A Rússia não é forte o suficiente para vencer a Ucrânia sozinha, mas os aliados russos são mais fortes do que os da Ucrânia. A Rússia vê a fraqueza do Ocidente, assim como a China e a Índia.

Espero estar errado, mas não vejo como o Ocidente, com o seu ritmo actual, será capaz de impedir a Rússia de conquistar cada vez mais território na Ucrânia, normalizando a redefinição de fronteiras e impondo a sua vontade ao Ocidente — que é muito mais forte do que a Rússia no papel, mas, na realidade, está com medo de agir.

The Kyiv Independent

December 11, 2025

Jorge Pinto versus Ventura

 

Jorge Pinto começou bem mas Ventura cilindrou-o com as declarações dele de dissolver um Parlamento, mesmo que maioritário, se fizer reformas que não gosta - se forem de extrema-direita. Jorge Pinto não recuperou deste KO e desatou a fazer demagogia a dizer que é empático e adora os velhinhos e é a favor do amor e outras parvoíces do género que nada têm que ver com o debate em que estão.

Enfim, hoje estou a reparar na senhora que faz a linguagem de sinais para surdos que tem de traduzir Ventura. As expressões e gestos que ela tem de fazer quando Ventura entra em modo de indecentismo funcional, como está neste momento, são fascinantes.

Agora discutem quem ama mais o país...


Esta greve é um sintoma

 

Quanto a mim o governo faz mal em desvalorizá-la. O The Economist ter dito que a nossa economia vai muito bem não tem influência nenhuma na vida dos portugueses - os nosso salários são baixos e os custos da vida não páram de subir.

Penso que há três grandes problemas que, a não serem resolvidos, põem seriamente em risco as democracias ocidentais; a saúde, a educação e a habitação. A não resolução destes problemas, que afectam as famílias de modo a incapacitar-lhes a agência, está a criar um exército de ressentidos. Pessoas que passam o dia nas redes sociais a alimentar e reforçar o ressentimento. 

Se juntarmos a isso o óbvio enviesamento dos governos a favor do enriquecimento dos patrões e das corporação à custa dos trabalhadores em geral (não falo apenas deste governo, os governos de Costa foram iguais, apesar de no início do 1º governo parecer que seria diferente), temos um desastre em gestação e esta greve é um sintoma óbvio desse mal-estar que cresce à medida que as soluções parecem ser cada vez mais improváveis e a vida das pessoas não melhora.

As pessoas têm os filhos em escolas sem professores, vão ao hospital e esperam 14 horas para depois morrer ou ter filhos no meio da rua, os filhos em casa até aos 40 anos a fazer pressão nas economias dos pais por não terem dinheiro para alugar uma casa, quanto mais comprar.

Entretanto vêem os bancos a cartelizarem-se para subir comissões e juros de empréstimos, o número de milionários a subir ao mesmo tempo que são despedidos colectivamente, são roubadas pelas seguradoras, despejadas de casas onde viveram 30 anos ao mesmo tempo que vêem governos a c ceder palácios às organizações dos patrões.

Há razões para haver um consenso grande à volta da necessidade desta greve. Talvez fosse prudente o governo dar mais atenção e importância ao que pensam os portugueses do que ao que pensa uma revista.


Inverno verde sobre branco

 


Vincent van Gogh
Paisagem nevada com Arles ao fundo, 1888

December 10, 2025

Debates presidenciais que não o são

 

António Filipe e Catarina Martins podem estar a dizer coisas acertadas mas que não têm nada que ver com um debate presidencial. As TVs são responsáveis pois só fazem perguntas destas. Parece que não há outro tema. Da educação ninguém fala. Da cultura ninguém fala. 

Este debate parece uma conversa de velhos.

Catarina agora esteve bem a falar do tipo de intervenção de um presidente da República.

Lá vem a Catarina dizer que quer a paz na Ucrânia mas que a Ucrânia não deve escalar militarmente e que a Ucrânia devia estar fora da NATO, sem armas... enfim, tudo o que Putin quer. E a culpa da guerra é a UE obedecer a Trump. Isto é abaixo da crítica séria. A Catarina esteve na Ucrânia e falou com os ucranianos perseguidos por Zelensky, diz ela. Só falta chamar-lhe fascista como fez o Bloco em 2022. Chiça! É a conversa de Putin.

António Filipe é só um idiota. Agora compara a Ucrânia aos terroristas do Hamas. É um atraso de vida. Até custa ouvir tanta coisa tão burra. O homem é mesmo burro, faz lembrar Trump mas com um discurso à esquerda. Está tão empedernido pela ideologia que não consegue respirar fora dela.

Catarina e Filipe estão contra a entrega do Prémio Nobel a Corina Machado porque ela é contra Maduro. 

Catarina queria o Prémio Nobel para aquela Albanese que é a relatora da ONU para a Palestina e que veio negar que houvesse violações de israelitas no 7 de Outubro. Esta é a esquerda que defende as mulheres, excepto se forem vítimas das atrocidades da cultura islamita misógina. Se forem esses podem violar mulheres à vontade que ela não sabe, não vê e tem raiva a quem sabe. É uma pena que quando temos uma mulher candidata seja uma pessoa putineira e defensora da cultura islamita, esses grandes respeitadores dos direitos humanos, sobretudo das mulheres.

Livrem-nos desta gente.

Estes debates são importantes porque este pessoal descose-se.


Porque é que Merz vai dar explicações a Trump sobre as decisões do seu país?

 

Para levar palmadinhas nas costas do papá Trump?


Merz afirma que irá informar Trump, durante o próximo encontro entre ambos, que a Alemanha reduziu para metade o número de requerentes de asilo que chegam ao país.
Ele acredita que Trump irá apreciar o facto de a Alemanha ter mudado de rumo nesta questão, que pesava fortemente sobre o povo alemão.


Coisas óbvias: eleições na Ucrânia agora? É o maior desejo de Putin

 

E deve ter passado esse desejo às duas jarras rachadas que foram a Moscovo negociar em nome do sleepy Don. 


Zelensky está pronto para ter eleições, mas ucranianos querem esperar até haver paz

O presidente é o nome com mais intenções de voto, apesar de obter apenas 20,3%, bem longe dos 74,96% que recebeu quando foi eleito. Macron, Starmer e Merz discutiram com Trump o processo de paz.

Criatividade

 


Um presépio exposto na minha escola -aliás, vários- da autoria do José T., um colega de Artes que já se reformou. Como se vê, os pastores ou os reis magos -que importa- chegaram a Belém de motorizada. Muito criativo. Olhar para objectos, neste caso de metal e ver neles um presépio.



December 09, 2025

Mau debate

 

Estão a puxar de galões enquanto se atacam em termos pessoais, um ao outro. Deselegante. Desinteressante. Faz-me lembrar aquela rábula, 'o senhor é parvo' -'desculpe, parvo é o senhor'. Onze minutos desta porcaria. 

Um bom discurso de Macron acerca da laicidade da República

 

Acerca da liberdade da consciência necessitar vigilância de todos para evitar ataques destrutivos. A Europa da liberdade de consciência e da laicidade é devedora à revolução francesa.


Pôr as coisas em perspectiva - contra os profetas da desgraça, amplificadores da voz de Putin

 


Diana Soller: “A Rússia sempre lutou com duas ideias: tem tempo e gente suficiente para morrer. Foi assim que ganhou a II Guerra Mundial”

Com a cedência territorial da Ucrânia a tornar-se inevitável... ??

Donald Trump tem, por um lado, uma visão reacionária do mundo, mas também revolucionária.  ??


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A Europa está cheia de anti-europeus, na maioria dos casos putineiros e trumpistas. 


Uma nota: "foi assim que a Rússia ganhou a II Guerra Mundial" - não, não foi assim.

A União Soviética (não a Rússia) nunca teria ganho à Alemanha nazi sem o apoio militar dos EUA. Os EUA forneceram à União Soviética uma ajuda militar e industrial maciça através do programa Lend-Lease, num total de mais de 11 mil milhões de dólares (equivalente a centenas de milhares de milhões actuais - muito mais que os 200 mil milhões de activos russos congelados), incluindo material militar crucial: mais de 400 000 camiões/jipes, mais de 14 000 aviões, 13 000 tanques, grandes quantidades de alimentos/petróleo e enormes quantidades de matérias-primas (alumínio, aço) e equipamento ferroviário. 

Quando Putin diz que a URSS ganhou a guerra sozinha contra a Alemanha nazi, mente. Mentir é o que ele faz mais e melhor. Nunca a URSS teria ganho sem o apoio dos EUA. Ele sabe-o e é por isso que o quer agora. Ou pelo menos quer impedir que esse apoio vá para a Ucrânia contra si. A Rússia só ganhará esta guerra se os EUA a apoiarem. Sem o apoio de Trump, mesmo com os obstáculos que Biden pôs à Ucrânia, a Rússia já teria sido derrotada.

Ao contrário das vozes que vaticinam a perdição da Europa, penso que os factos mostram, justamente, um caminho no sentido oposto. Com perigos e obstáculos, sim, mas que estão ao nosso alcance resolver.

Não vou comparar a Europa com a Rússia, um Estado que passou de uma ditadura totalitária para uma ditadura de mafiosos, liderada por um ex-KGB, um indivíduo que se mantém no poder através da prisão e assassinato de oponentes internos, corrupção de políticos e governantes estrangeiros e crimes de guerra.

Mas podemos comparar a Europa aos EUA desde a 2ª Grande Guerra e, em particular, nestes últimos anos, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. O que vemos?

A Europa, gradualmente, desde o fim do mandato de Merkele, a tornar-se independente da Rússia, a fortalecer as instituições europeias, a lidar com os casos de interferência da Rússia em eleições, com os subornos de políticos por parte de russos e de países islâmicos apoiantes de terrorismo; vemos a Europa a lidar com os casos de corrupção, a fortalecer os procedimentos democráticos, a unir-se entre si e com a Ucrânia. A começar a lidar com a cumplicidade das instituições governamentais quanto aos crimes de imigrantes islamitas, os tais que Merkele forçou a Europa a aceitar em números de milhões. 
Isto não significa que a Europa esteja isenta de problemas: o anti-semitismo está em crescimento, em vários países não há liberdade de expressão no que respeita aos abusos dos homens-biológicos-trans e violações de raparigas europeias por gangs de islamitas - a Inglaterra sendo o pior caso. 
No entanto, tendo em conta a complexidade do sistema da UE, onde as decisões têm de ter o acordo de uma vintena, não de Estados de um mesmo país mas de países diferentes e com um historial complicado, eu diria que estamos bem encaminhados. Temos uma maioria de líderes fortes e capazes, pessoas competentes, não apenas à frente dos cargos da UE mas no governo de muitos países. Se continuarmos a fortalecer-nos e, sobretudo, se formos determinados na ajuda à Ucrânia para que os custos da guerra sejam tão grandes para a Rússia que seja forçada à paz, o futuro é promissor. Precisamos depois de resolver o problema do islamismo e terrorismo islâmicos. Precisamos de uma economia mais dinâmica e competitiva. Na tecnologia, por exemplo. Porém, não estamos a recuar como os EUA. 

Quanto aos EUA, o que vemos é: 

- primeiro mandato de Trump - os EUA começam a praticar a distância e a desvalorização dos parceiros europeus; a sociedade americana polariza-se, a religião envagélica começa a invadir os espaços institucionais públicos;
- presidência de Biden - a Ucrânia é invadida, os EUA não querem que a Rússia vença a guerra mas não a querem derrotada pela Ucrânia. Vão sabotando as iniciativas ucranianas até ao limite;
- segunda presidência de Trump: 
- imposição de tarifas a todos menos à Rússia; 
- encontros com Putin, ameaças a Zelensky; 
- acordos secretos com Putin nas costas da Ucrânia e da Europa;
- contratação de amigos sem currículo nem experiência para os cargos mais altos das áreas mais sensíveis do Estado;
- tentativa de minar eleições na Europa;
- tentativa de desunir a UE;
- venda de informação secreta aos russos;
- discursos de poder total mundial;
 - tentativa de comprar ou invadir países vizinhos;
- perseguição de oponentes - políticos, jornalistas, etc; 
- implementação de políticas racistas e misóginas;
- encobrimento e perdão de insurrectos, ladrões, pedófilos, violadores, assassinos;
- teocratização do Estado e das suas políticas;
- prisão e deportação indiscriminada de imigrantes e à margem da lei;
- hostilização e humilhação pública de mulheres;
- recuo dos direitos das mulheres a meados do século passsado;
- radicalização da sociedade;
- linguagem pública e institucional agressivas e beligerantes:
- graves violações da liberdade de expressão;
- desmantelamento das instituições públicas em todas as áreas;
- degradação notória do Estado de Direito;
- práticas oligárquicas e autoritárias comuns;
- apoio explícitos a países que têm objectivo público de destruição das democracias ocidentais.

Portanto, à medida que a Europa se distancia e torna independente da Rússia, os EUA distanciam-se dos aliados e tornam-se dependentes da Rússia - como em tempos a Alemanha o fez, com o resultado que está à vista; à medida que a Europa se une em torno de objectivos comuns: a defesa da Ucrânia/da Europa, da democracia, da independência; a insistência nos processos de diálogo e respeito pelas instituições, os EUA radicalizam-se, destroem as instituições, atropelam os direitos mais básicos das pessoas, cometem crimes de guerra, hostilizam vizinhos e promovem a o racismo e a misoginia...

Não me parece que a Europa esteja numa grande decadência face aos EUA. Pelo contrário. Não estamos a recuar em termos sociais e políticos como os EUA e se soubermos ultrapassar esta situação -é preciso constância na união, solidariedade, confiança e determinação- saímos disto mais fortes. Já os EUA sairão mais fracos, tendo fragilizado as suas próprias instituições, os seus aliados e a sua influência no mundo. 
O modelos de Trump são Putin e Orban. É só olhar para as sociedades que estes dois criaram.