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December 08, 2024

Se a Europa não investe na ciência fundamental fica -ainda- mais para trás do que já está

 


Maria Leptin: em ciência, “quem investe mais, ganha mais” e a Europa ficou para trás

A presidente do Conselho Europeu de Investigação avisa que é necessário mais dinheiro para a ciência. Maria Leptin defende que a Europa não precisa de ser líder, mas tem de voltar ao grupo da frente.

Tiago Ramalho


O tom de Maria Leptin é optimista, apesar dos desafios que a ciência europeia tem pela frente. A presidente do Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês) quer mitigar a distância da Europa para o grupo da frente – onde estão China e Estados Unidos. A ciência europeia ficou para trás e agora a tarefa é mais difícil do que parece.

Entre as principais reivindicações, inclusive da presidente desta casa das bolsas milionárias que financiam quase mil projectos de ciência fundamental todos os anos, está a duplicação do financiamento do ERC e do próximo programa europeu para a ciência. Precisamente para que a Europa deixe de ser uma figura de segunda linha. “Por exemplo, das empresas de inteligência artificial, quantas estão na Europa? Praticamente nenhuma”, exemplifica Maria Leptin

O programa Horizonte Europa (destinado ao período 2021-2027) já vai a mais de meio e os 95 mil milhões de euros atribuídos ao actual programa-quadro parecem insuficientes. No novo programa de financiamento (o FP10), pretende-se o dobro do orçamento: cerca de 200 mil milhões de euros para o período 2028-2034. Esta duplicação tem sido defendida pelos relatórios sobre o futuro europeu publicados pelo antigo presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi (sobre competitividade) e pelo ex-ministro da Ciência português Manuel Heitor (sobre o futuro da ciência). Ou mesmo o relatório de Enrico Letta, do antigo primeiro-ministro italiano, que defendeu a criação da quinta liberdade do mercado único europeu: a investigação e inovação, para que a aplicação da ciência seja mais transversal a toda a União Europeia (UE).

No entanto, esta ambição de duplicação do orçamento para a investigação poderá sair gorada, sobretudo atendendo ao foco mais premente na despesa militar e de defesa, por exemplo. A duplicação do orçamento atribuído ao ERC – actualmente de cerca de 16 mil milhões – poderá ser mais fácil, dado que o salto é menor. Ainda assim, as respostas só chegarão em meados de 2025, quando for submetida a proposta legislativa para o FP10.

De passagem por Portugal para o primeiro evento ERC-Portugal, organizado na última semana pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o optimismo de Maria Leptin sobre as verbas para o ERC contrastam com a sua preocupação face ao parco investimento dos governos nacionais.

Defendeu a duplicação do orçamento do ERC e do FP10. Ainda considera isto possível?
Porque não seria possível? Não é como se o ERC recebesse uma grande parte do orçamento global da UE. Algumas pessoas defenderam a duplicação de todo o orçamento da UE, a pensar na necessidade de a Europa crescer em conjunto e de fazer mais – se todo o orçamento da UE fosse duplicado, já seria muito dinheiro.

Tenho defendido ambas as coisas, duplicando o orçamento global do programa-quadro de investigação e inovação da UE – é uma quantia razoável de dinheiro. Ou duplicar apenas o orçamento do ERC, e não é muito. Acho que é claro que é possível, só é preciso vontade política para o fazer.

Vivemos um período em que muitos países têm feito cortes na ciência, como os Países Baixos, a França ou mesmo Portugal. Não vê isso como uma tendência?
O momento actual é difícil. E é claro que temos novos desafios. Para alguns países é a guerra, para outros é a energia. Não é um momento fácil, mas o que tento realçar, tal como fizeram outras pessoas, como Mario Draghi e Manuel Heitor, nos seus recentes relatórios, é que, numa altura em que enfrentamos desafios e problemas, reduzir o nosso potencial para encontrar novas soluções para estes problemas não é muito sensato. E novas soluções exigem novos conhecimentos. Adivinhe de onde vêm esses novos conhecimentos: da investigação fundamental. Simplesmente, não é um passo inteligente fazê-lo.

Compreendo perfeitamente a necessidade e o interesse dos países em gastar dinheiro na resolução de problemas mais próximos, mas também temos de pensar nos problemas que ainda não conhecemos e que nos atingirão dentro de dez anos. A melhor forma de nos prepararmos para um futuro incerto é dar aos nossos melhores investigadores a liberdade de seguirem a sua curiosidade científica e desbravarem novos caminhos.

Vê essa vontade política de que falava?
Sim, acho que sim. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o orçamento para a investigação fundamental precisa de ser duplicado e que o ERC precisa de ser reforçado

Mas vivemos numa democracia e numa democracia as pessoas têm opiniões diferentes – e isso é normal. Ou seja, nem todos terão exactamente o que querem, terá de haver um compromisso. Espero que os convincentes argumentos apresentados nos relatórios de Mario Draghi e de Manuel Heitor sejam ouvidos e compreendidos.

Não é como se nós, cientistas, quiséssemos mais dinheiro no bolso. De todo. Todos queremos ter mais dinheiro no bolso, mas esta é uma visão externa de pessoas [Mario Draghi e Manuel Heitor] que reconhecem que a investigação é a base para a riqueza, no sentido mais lato do termo.

Em discursos e entrevistas tem mencionado que a falta de financiamento é o motivo para a ciência europeia estar a ficar para trás, sobretudo na comparação com os nossos maiores concorrentes – China e Estados Unidos.
Em grandes temas políticos como este, é muito difícil saber se há uma relação de causa e efeito. No entanto, as correlações são notórias. Os Estados Unidos gastam cerca de 700 mil milhões de euros [em investigação], a China gasta 600 mil milhões de euros e a Europa gasta agora 400 mil milhões de euros.

E depois podemos ver o mesmo nas publicações científicas altamente citadas, que têm um peso importante na ciência. No caso dos Estados Unidos, podemos argumentar que sempre foi assim e que existe um cultura de longa data no financiamento da ciência. No caso da China, não é assim.

Há dez anos, a China estava extraordinariamente atrasada. Há 20 anos, praticamente não tinha peso, excepto em alguns campos de investigação onde eram fortes. Agora são relevantes em todos os campos emergentes porque investiram imenso dinheiro. E, na verdade, nós nem precisamos de ir tão longe como a China.

Existe pelo menos uma correlação muito, muito forte, que provavelmente até é uma relação de causa e efeito: quem investe mais, ganha mais.


E como vê a relação da Europa com estes países?
Ao nível dos cientistas é muito boa e espero que continue assim. Muitos dos nossos estudantes vão para os Estados Unidos, agora as idas para a China também estão a aumentar. Constroem-se relações em que ambos os lados confiam na relação – e é muito importante nutrir estas relações.

Consigo compreender perfeitamente a preocupação relativamente aos países que estão envolvidos em acções hostis e que, por exemplo, roubam a nossa propriedade intelectual. Sabemos que isso já aconteceu, seria ingénuo não olhar para isso.

Mas isso não acontece a todos os níveis e, portanto, afectar todas as áreas seria errado e imprudente. Especialmente tendo em consideração que, em algumas das tecnologias verdadeiramente de ponta, estes países estão à nossa frente. Perdemos mais se não cooperarmos.

O atraso da ciência europeia é só uma questão de investimento?
Agora está a perguntar sobre a inovação. Não sou eu que o digo: os relatórios que citei comentaram isso [a necessidade de promover a inovação na Europa]. Noutros contextos, por exemplo, Jean Tirole, economista vencedor do Nobel, também comentou o mesmo.

Muitas vezes as pessoas gostam de culpar os cientistas por não terem um espírito suficientemente empreendedor. Não é isso que vejo entre os nossos cientistas. Há muitos que adoram inventar coisas e aplicá-las para servir a humanidade. Portanto, essa é uma das acusações geralmente feitas.

Outra é que as universidades não fazem o suficiente para apoiar a transferência [da academia para a sociedade] e para colmatar o fosso entre a ciência e o mercado. Talvez essa seja uma componente importante, mas o que é perfeitamente claro nas pessoas que referi anteriormente (Mario Draghi, Enrico Letta, Manuel Heitor ou Jean Tirole) é a fragmentação da Europa.

Por exemplo, alguém inventou algo em Barcelona, como ​uma prova de conceito [uma demonstração inicial de um produto ou tecnologia] que vai para o mercado e tem todas as licenças. Agora querem encontrar um investidor que os ajude a abrir uma empresa para vender isso. Têm azar. O mercado para eles é Espanha, enquanto outro colega faz o mesmo nos Estados Unidos e o mercado são todos os Estados Unidos. E são também as grandes empresas, como as farmacêuticas: transferir [produtos e tecnologia] entre países é difícil.

É a isto que também devemos prestar atenção. Os governos nacionais têm de colocar o parque europeu comum à frente do seu próprio parque nacional nesta matéria.

Há uma meta, proposta pela Comissão Europeia, para que todos os Estados-membros atinjam os 3% do PIB investido em ciência até 2030. Será ainda possível atingi-la nestes cinco anos restantes?

Se me estiver a perguntar se é possível atingir os 3% em média [da EU], talvez possa ser um pouco optimista. Se me perguntar se cada país atingirá esta meta… Costuma-se dizer que o comportamento passado é a melhor previsão do comportamento futuro. E parece-me que alguns países não percebem o sentido de investir seriamente em ciência e inovação.

Não consigo compreender como não. Não consigo compreender como é que os governos não vêem que o processo tecnológico é absolutamente fulcral para a riqueza e a prosperidade. E este processo tecnológico depende do conhecimento técnico. Para isso é necessária formação e investigação dentro do seu próprio país. Mas parece que nem todos partilham esta perspectiva. E se não o fazem, provavelmente não investem.

Vejo ministros de muitos países a tentar convencer os seus governos e, por isso, normalmente os ministros da investigação concordam. Mas talvez tenham de lutar contra outros ministros [pelo financiamento].

A ciência não é um tema sexy para vender aos eleitores.
Como cientista, isso é difícil para mim entender isso.

A falta de políticas públicas baseadas em ciência tem sido estudada. Ainda há trabalho a fazer neste campo?
Há sempre mais trabalho a fazer. A certos níveis, penso que [a ciência] é ouvida. Por vezes, a ideologia está em primeiro lugar e a contribuição científica passa para segundo plano. Mas, em geral, tenho confiança de que a ciência é ouvida a nível político.

Também relaciona o facto de a ciência ser ouvida a nível político com a confiança que se tem na ciência? Houve um pico durante a covid-19, mas essa confiança tem caído.
Os cientistas ainda estão entre os profissionais em quem as pessoas mais confiam, ​​se atentar nos relatórios anuais [como os barómetros da UE].

O facto de as pessoas estarem tão disponíveis para ouvir as ditas “verdades” não científicas que não se baseiam em factos é preocupante. Embora seja compreensível, porque torna-se muito mais complicado pensar através de factos científicos.

Os cientistas, se forem bons, não dizem “esta é a verdade”. Dizem “tanto quanto sabemos” ou “isto é o que sabemos hoje”. O que significa que o amanhã pode parecer diferente. Mas isto é mais difícil de compreender para as pessoas do que uma verdade absoluta. Os cientistas têm de trabalhar arduamente para convencer o maior número de pessoas possível a entender como funciona o método científico.

Falou da necessidade de aumentar o investimento em ciência. Por que razão deve a Europa ser líder na ciência?
Não creio que seja esse o cerne da questão. Não se trata de ser líder em ciência, mas sim de estar na zona da frente quanto aos investigadores e à capacidade de trabalhar com a ciência que se desenvolve. Por exemplo, das empresas de inteligência artificial, quantas estão na Europa? Praticamente nenhuma.

Precisamos de dinheiro para lidar com os problemas que enfrentamos e que a nossa sociedade enfrenta. Os países precisam de riqueza e já dissemos centenas de vezes de onde ela surge: da investigação.

Podemos olhar para o ERC. Só financiamos investigação fundamental motivada pela curiosidade e isso tem realmente valido a pena. O trabalho dos bolseiros do ERC conduziu a inúmeras descobertas, muitas patentes e startups, e até a 14 Prémios Nobel durante estes primeiros 17 anos de existência.

Não se trata apenas de fazer descobertas, mas também de formar os recursos humanos que serão capazes de lidar com os desafios que vamos enfrentar no próximo ano, na próxima década e no próximo século. Não se trata de liderar a ciência, mas sim de estar na dianteira e não ficar para trás – e esta é uma enorme diferença.

Público

December 03, 2024

Quem agora vai criticar Trump quando se perdoar a si próprio?

 

Trump deixou de ser a excepção imoral. Mais uma linha vermelha que os EUA passaram no afastamento da democracia e na aproximação à autocracia. Um dia feliz para Trump, para Putin, para Xi e para todos os outros que defendem o fim das democracias como sistema de valores melhores que os das autocracias..


O Biden tinha boas razões para perdoar o Hunter. Exceto que ele prometeu que nunca o faria.



washingtonpost.com/

Quando era politicamente importante, quando poderia ter tido consequências eleitorais adversas, Biden garantiu ao povo americano, repetidamente, que não usaria o poder de indulto em nome do seu filho. Quando os cépticos tentaram encontrar brechas - será que ele comutaria a sentença em vez de emitir um perdão? - Biden insistiu: Sem perdão, sem comutação.

Na altura, Biden não tinha de fazer essa promessa, mas fê-lo. Quem acreditou nele na altura parece um idiota agora. O facto de nem sequer reconhecer esta reviravolta, e muito menos explicar ou pedir desculpa por ela, acrescenta insulto à injúria. Onde é que está agora o simples princípio de dizer a verdade?


História de migrações



Os passageiros do Mayflower que chegaram a Plymouth a 11 de novembro de 1620
vs.
Os passageiros do Mayflower que sobreviveram até ao Dia de Ação de Graças de 1621, menos de um ano depois.

(Matt Green)



November 07, 2024

"Europe has to take more responsibility"

 

E agora já.


November 06, 2024

Um segundo Ragnarok vem aí, se Trump ganhar estas eleições







Ragnarok, provas do apocalipse nórdico de 536 d.C. 

Novas descobertas sugerem que o Ragnarok se baseia em factos reais: um inverno vulcânico que devastou a Europa em 536 d.C.

O ano de 536 d.C. foi considerado o pior ano da história da humanidade. Um véu de cinzas e de gases sulfurosos obscureceu o sol durante uma década, desencadeando uma cadeia de acontecimentos devastadores: neve no verão, temperaturas negativas, fome, peste. Agora, novas descobertas sugerem que esta catástrofe climática pode ter dado origem a um dos mitos mais poderosos da cultura nórdica: o Ragnarok.

Ragnarok - quando o mito encontra a ciência

O Museu Nacional da Dinamarca efectuou uma investigação interessante que redefine as fronteiras entre a mitologia e a história. Analisando os anéis de crescimento de mais de 100 carvalhos do século VI, os investigadores encontraram provas concretas de um período de pouco ou nenhum crescimento, particularmente evidente nos verões entre 539 e 541.

Morten Fischer Mortensen, investigador principal do museu, sublinha a importância desta descoberta, que lança uma nova luz sobre um dos períodos mais negros da história europeia, tanto literal como metaforicamente.

Muitos especularam sobre o assunto, mas pela primeira vez podemos provar que talvez a maior catástrofe climática da história da humanidade tenha devastado a Dinamarca.

Análises científicas revelam que, nesse ano, uma ou mais erupções vulcânicas no hemisfério norte desencadearam um “inverno vulcânico” de dez anos. O impacto foi global: na China nevou no verão, enquanto na Europa a temperatura média desceu 2,5 graus Celsius. Do outro lado do Atlântico, o Peru sofreu uma seca e a peste bubónica chegou ao Egito em 541. 

Impressiona-me particularmente a forma como estes acontecimentos podem ter moldado não só o destino das populações, mas também a sua mitologia. O Fimbulwinter, o “Grande inverno” que, segundo a mitologia nórdica, precede o Ragnarok, parece refletir perfeitamente esta catástrofe climática.

A arqueologia oferece outras pistas interessantes. Durante este período, aparecem várias descobertas importantes de ouro (os cornos de ouro, o tesouro de Vindelev e o tesouro de Broholm), enquanto os tesouros criados em períodos posteriores são surpreendentemente escassos. Os estudiosos acreditam que este facto pode indicar que todos os objectos de valor eram sacrificados aos deuses na esperança de trazer de volta o sol.

A crise climática também alterou as práticas agrícolas. Os sobreviventes foram obrigados a diversificar as suas culturas para garantir uma maior segurança alimentar. O centeio, por exemplo, tornou-se cada vez mais comum nos séculos seguintes, provavelmente porque exige menos sol do que outros cereais. No entanto, o impacto na população foi devastador. Como explica Mortensen:
Quando as árvores não podiam crescer, nada crescia nos campos. Numa sociedade em que todos vivem da agricultura, este facto tem consequências desastrosas.
As estimativas sugerem que até metade da população da Noruega e da Suécia pode ter morrido e cenários semelhantes podem ter ocorrido na Dinamarca.

É fascinante observar como esta catástrofe conduziu a mudanças duradouras na sociedade nórdica. O centeio, introduzido como “seguro” contra futuras fomes, tornou-se uma parte fundamental da cultura alimentar escandinava. Por outras palavras, o nosso amor pelo pão de centeio nasceu de uma crise climática: isto mostra como as estratégias de sobrevivência podem transformar-se em tradições culturais duradouras.

Embora não existam provas conclusivas de que o mitológico Fimbulwinter se baseia nestes acontecimentos, as coincidências são notáveis. Como conclui Mortensen:
Os mitos podem ser pura imaginação, mas também podem conter ecos de verdades de um passado longínquo. Podemos agora dizer que existe uma grande correspondência com o que podemos comprovar cientificamente.

October 16, 2024

Blá, blá, blá, blá, blá blá

 


Secretary Antony Blinken

@SecBlinken

Today, I am announcing the delivery of $425 million of support for Ukraine's defense. The United States and more than 50 nations stand united with Ukraine, and this support will ensure continued robust support in the months ahead.

(Hoje, anuncio a entrega de 425 milhões de dólares de apoio à defesa da Ucrânia. Os Estados Unidos e mais de 50 nações estão unidos à Ucrânia, e este apoio garantirá um apoio robusto e contínuo nos próximos meses)

October 05, 2024

EUA - a morte de centenas de milhares de ucranianos e a completa destruição das cidades passa-lhes completamente ao lado

 


October 04, 2024

Agora, está na moda falar em 'reacção proporcional'

 


Para negar à Ucrânia o direito de destruir bases militares russas e para pressionar Israel a tréguas com os terroristas.

Mas o que seria a 'reacção proporcional' da Ucrânia relativamente à Rússia? Fazer o mesmo mal, na mesma proporção em que a Rússia lhes fez: terraplanar as cidades russas, bombardear Moscovo, São Petersburgo e outras cidades escolhendo áreas residenciais longe da frente de guerra, lançar centenas de mísseis sobre as populações, violar bebés e crianças até à morte, de preferência em frente dos pais, violar mulheres, torturar presos e deixá-los a morrer à fome, executar prisioneiros de guerra, raptar crianças e reeducá-las para odiarem os seus pais e o seu país, etc.

Por acaso a Ucrânia está a exigir responder de maneira proporcional? Está a exigir responder com o mal ao mal? Não. Aliás, entrou em Kursk e não há notícia de atropelos, violações e outras barbaridades próprias do exército russo.

E o que seria a 'reacção proporcional' de Israel relativamente aos terroristas do Hamas? Violar bebés e crianças até à morte, de preferência em frente dos pais, violar mulheres, matar os pais em frente dos filhos pequenos, raptar crianças e bebés, deixá-los morrer sob tortura em túneis como reféns, violar publicamente mulheres e exibi-las na praça pública, decapitá-los, de preferência em frente dos filhos ou dos pais, pegar fogo aos filhos em frente dos pais, tentar arrancar a cabeça de civis à machadada, etc. 

Portanto, que é isso de 'reacção proporcional' e quando se calam com isso que não passa de um slogan para se olharem ao espelho e não vomitarem pela sua própria cobardia e anti-semitismo, respectivamente?


October 02, 2024

Quem é o amigo de Putin na administração Biden?

 

Kharkiv está a ser atacada. Os ucranianos sabem exactamente de onde partiu o ataque mas os americanos e os alemães proíbem a Ucrânia de se defender destruindo a casa de onde  saem os saques. Quem é o amigo de Putin na administração Biden?


September 28, 2024

Absurdo: Israel pode defender-se com armas americanas mas a Ucrânia não


September 25, 2024

Antes do fim do mandato Biden sai dos EUA

 


Já em Outubro, Biden vai à Alemanha (espera-se que fale com o alemão e entre os dois apoiem a Ucrânia a poder acabar com esta guerra) e a seguir vai a Angola, de 13 a 15 de Outubro. É uma visita histórica, só não sei o objectivo. Não é revelado. Não será apenas económico, senão não ia o Presidente em pessoa. É para competir com a China e a Rússia que estão em força em África? Interessante.


September 15, 2024

🇺🇦 Todos os dias a Rússia matas civis por desporto

 


Os EUA e a Alemanha dizem à Ucrânia, "não escalem a situação". Estão a defender a merda do petróleo russo. Passa à frente das vidas dos civis, passa à frente de tudo. Que lástima. Espero que Scholxz perca as eleições para alguém não subserviente aos interesses soviéticos dos russos.


September 13, 2024

What??!!

 

Fugiu-lhes a boca para a verdade...?


Os EUA e a Alemanha andam há 2 anos a discutir o sexo dos anjos

 

Tomam as decisões com meses de atraso e é tudo tirado a ferros. É por essas indecisões e compromissos que andamos a sofrer os efeitos colaterais da guerra e não por culpa dos ucranianos. Proíbem os ucranianos de usarem as armas para se defenderem dos ataques dos russos. Têm que ficar sentados à espera que os mísseis matem civis. Uma lástima.


September 09, 2024

E quando as crianças têm mais juízo que os adultos?

 


September 07, 2024

🇺🇦 A Europa deve reforçar o seu apoio à Ucrânia e não depender da ajuda dos EUA - somos 500 milhões


Joni Askola

@joni_askola

Mais de 500 milhões de europeus não deviam depender de 333 milhões de americanos para se defenderem contra 144 milhões de russos e a sua pequena economia. A Europa deve reforçar o seu apoio à Ucrânia e não depender da ajuda dos EUA.

A Europa não se pode dar ao luxo de adiar o aumento da sua ajuda à Ucrânia até depois dos resultados das eleições nos EUA. A Ucrânia faz parte da Europa e é nossa responsabilidade prestar-lhe um apoio maior do que o prestado pelos Estados Unidos.

A Europa no seu conjunto poderia facilmente duplicar ou mesmo triplicar a sua ajuda militar à Ucrânia, o que será necessário se o apoio dos EUA diminuir ou cessar. O impacto sobre nós seria mínimo; ainda nem sequer começámos a fazer um esforço significativo.

Muitos países europeus são capazes de fazer muito mais. Por exemplo, a Noruega está a ganhar dezenas de milhares de milhões por ano com esta guerra, mas a sua ajuda continua a ser, comparativamente, mínima. A Noruega poderia facilmente triplicar a sua ajuda sem que isso tivesse um impacto significativo na sua própria economia.

Temos muitas opções. Se não tivermos armas próprias suficientes para doar, podemos comprar armas ucranianas para a Ucrânia. São também mais baratas do que as suas equivalentes ocidentais e a sua capacidade de produção ainda não foi totalmente explorada devido à falta de financiamento.

A guerra injusta iniciada pela Rússia na Ucrânia não é apenas existencial para a Ucrânia, mas também para a Europa no seu conjunto. Não temos desculpas válidas para não fazermos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar a Ucrânia, mas, até à data, continuamos significativamente atrasados nos nossos esforços.

September 04, 2024

🇺🇦 De onde vem a autoridade da NATO e da UE?

 


Um porta-voz da NATO, em resposta à sugestão do Ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, de abater os mísseis russos sobre a Ucrânia, advertiu que tais acções poderiam ter consequências para toda a Aliança, de acordo com comentários feitos à agência Europa Press.
O porta-voz sublinhou que a NATO tem a responsabilidade de evitar uma nova escalada da guerra russa e reiterou que a Aliança “não é parte no conflito e não se tornará uma” na Ucrânia. Embora reconhecendo o direito de cada membro a defender o seu espaço aéreo, o porta-voz advertiu que as acções tomadas por Estados individuais em apoio à Ucrânia “também podem afetar a NATO como um todo”.
“É por isso que os aliados devem continuar a consultar-se estreitamente”, acrescentou o porta-voz.
United24

Entretanto, a UE, apesar de ter anunciado com grande pompa, por diversas vezes, a decisão do G7 de congelar os bens russos e transferi-los para a Ucrânia, para que se possa defender-se, fez zero. Houve eleições, os novos deputados estão a tratar das suas novas vidinhas, estiveram de férias, há muita burocracia:

O facto de a UE não ter agido em relação aos activos russos congelados diz tudo sobre a política da UE e o fracasso institucional... Ninguém no comando, nada mais do que divisão e burocracia... (Guy Verhofstadt)

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A autoridade da NATO e da UE não vem das armas e do dinheiro, como se vê pela actuação desafiante da Rússia e de outros países. Esses factores, só por si, não valem absolutamente. Têm um valor relativo ao modo como são usados.

A NATO e a UE só têm um efeito dissuasor da agressão e da violência se forem consequentes e estiverem à altura das suas palavras. Fazer constantemente ameaças vãs e olhar para o outro lado enquanto os criminosos cometem crimes sabendo que os vêem perfeitamente mas não agem, tem o efeito de anular a autoridade que a força das armas parecia poder, e pode, exercer. Dá uma imagem de fraqueza e medo que é o alimento mais forte dos ditadores, dos bullies e dos criminosos.

Todo o professor sabe isto. Quando lidamos com alunos delinquentes ou bullies -e já todos tivemos a nossa conta deles- o pior que se pode fazer é fingir que não se vê o seu comportamento ou tolerá-lo com ameaças a que não se seguem as devidas acções. Esses alunos percebem imediatamente que o professor tem receio dele -e/ou do grupo- e que vai aguentar tudo o que lhe fizerem. Daí para a frente vão sempre a escalar na agressividade e o quando professor, a certa altura, quiser agir, já é tarde demais.

A 'des-escalada' das situações faz-se nos primeiros desafios, apelando à racionalidade, mas há alunos, os tais que são delinquentes e bullies, com quem a racionalidade, a argumentação e a psicologia não funcionam e, nesses casos, uma pessoa tem que não recuar no confronto e agir logo imediatamente no sentido de impor o cumprimento das regras, porque a segurança de todos os outros alunos da turma depende desse aluno conter-se e passar a agir dentro das regras e leis comuns. O que acontece, desde que a o DT e a direcção da escola apoiem o professor na sua autoridade legítima.

Foi o que a Ucrânia fez à Rússia: aguentou o confronto e não recuou. Depois pediu ajuda à autoridade: a ONU, a NATO e a Europa, para que a apoiassem na sua defesa legítima. Infelizmente, nenhum apoio foi rápido, decisivo, indubitável e consequente. A ONU dá uma no cravo e outra na ferradura: ora apoia a Ucrânia, ora deixa a Rússia, a entidade agressora, no comando do seu Conselho de Segurança; a NATO mostra ter medo de ser consequente e aconselha a que os seus membros não confrontem o bully e a UE ameaça com sanções que nunca mais vêm.

Putin não é um bully com quem se possa argumentar racionalmente. Vejo muito elementos de discurso e mentalidade comuns ao nazismo, ao russismo e ao islamismo. Há bocado vi na BBC uma entrevista ao ex-padre representante da Igreja Ortodoxa russa em Madrid, Rev. Dr. Andrei Kordochkin. Foi afastado depois de ter assinado, em 2022, uma carta conjunta com mais 300 padres contra a invasão da Ucrânia. Vive agora na Alemanha.

Quando o entrevistador lhe pergunta se a Igreja russa é um fantoche de Putin e se Putin é mesmo religioso ou apenas hipócrita, ele responde que na Rússia há duas crença enraizadas na população: a 1ª é a de que a Rússia define-se por ser uma potência expansiva. Tem muito orgulho em dizer que é algo que está no seu ADN e não podem evitar; a 2ª é a de que são um povo moralmente superior e que lhes cabe a eles serem o reservatório dos valores tradicionais que o Ocidente está a destruir. No entender de Putin e dos russos em geral, Deus é um homem, os homens são os protectores das mulheres, seres fracos e emocionais e daí a autoridade religiosa e política ser masculina. Portanto, Putin é religioso neste sentido de ir à religião buscar um quadro de valores tradicionais mas não é cristão porque não age como tal: defende a acção pela violência e não acredita nos Direitos Humanos. É isto o 'russismo'.

O 'russismo' é muito parecido, na sua mentalidade, com o nazismo e com o islamismo: todos têm o mesmo discurso de superioridade moral, misoginia a homofobia e salvaguarda dos valores tradicionais do mundo e nenhum deles acredita nos Direitos Humanos. O 'trumpismo' dos MAGA já está nos arredores deste discurso. Não são grupos sensíveis a argumentação racional e quanto mais o Ocidente os evitar ou tentar apaziguar, mais crescem em ousadia e agressividade e quando os ocidentais despertarem, compreenderem o perigo e quiserem fazer qualquer coisa já será tarde demais. 

Neste momento continua a haver decisores nos EUA e na Alemanha que acreditam que se pode reverter a situação ao tempo em que Putin era um parceiro económico e estão cegos para os custos políticos que essas falsa parceria teve e tem. Parecem os professores que, apesar dos alunos lhes chamarem estúpidos, bestas, os mandarem à merda, lhes atirarem coisas para os agredir, etc., normalizam tudo, convencidos que é possível manter a paz na turma e apaziguar o delinquente com conversas amenas e ameaças vãs.

September 01, 2024

O que se passa na administração Biden?

 

Emprestam as armas só para inglês ver?


August 21, 2024

🇺🇦 Não temos ouvido o Secretário-Geral da NATO

 


Está de férias? Não tem um substituto? Ninguém ali vê que a Ucrânia precisa de ter autorização para destruir bases militares russas? Biden e Kamala andam entretidos nos banhos de multidão mas os ucranianos continuam a morrer. Está tudo de férias? É um assunto menor? Estão à espera de autorização dos russos para dar um passo? 

A entrevista não adianta grande coisa... é o general favorito mas pelos vistos não tem influência nenhuma nas políticas americanas para a Ucrânia.