Quanto a mim o governo faz mal em desvalorizá-la. O The Economist ter dito que a nossa economia vai muito bem não tem influência nenhuma na vida dos portugueses - os nosso salários são baixos e os custos da vida não páram de subir.
Penso que há três grandes problemas que, a não serem resolvidos, põem seriamente em risco as democracias ocidentais; a saúde, a educação e a habitação. A não resolução destes problemas, que afectam as famílias de modo a incapacitar-lhes a agência, está a criar um exército de ressentidos. Pessoas que passam o dia nas redes sociais a alimentar e reforçar o ressentimento.
Se juntarmos a isso o óbvio enviesamento dos governos a favor do enriquecimento dos patrões e das corporação à custa dos trabalhadores em geral (não falo apenas deste governo, os governos de Costa foram iguais, apesar de no início do 1º governo parecer que seria diferente), temos um desastre em gestação e esta greve é um sintoma óbvio desse mal-estar que cresce à medida que as soluções parecem ser cada vez mais improváveis e a vida das pessoas não melhora.
As pessoas têm os filhos em escolas sem professores, vão ao hospital e esperam 14 horas para depois morrer ou ter filhos no meio da rua, os filhos em casa até aos 40 anos a fazer pressão nas economias dos pais por não terem dinheiro para alugar uma casa, quanto mais comprar.
Entretanto vêem os bancos a cartelizarem-se para subir comissões e juros de empréstimos, o número de milionários a subir ao mesmo tempo que são despedidos colectivamente, são roubadas pelas seguradoras, despejadas de casas onde viveram 30 anos ao mesmo tempo que vêem governos a c ceder palácios às organizações dos patrões.
Há razões para haver um consenso grande à volta da necessidade desta greve. Talvez fosse prudente o governo dar mais atenção e importância ao que pensam os portugueses do que ao que pensa uma revista.
No comments:
Post a Comment