December 19, 2019

How can Habermas help us think about climate change




Jürgen Habermas offers a framework for action on climate change – justice and deliberation are as important as the science

Emilie Prattico

O OE do Ronaldo das Finanças no governo Costacenteno




Na sua boca, tudo neste orçamento é histórico, é recorde, é inédito, é superlativo. Logo a abrir disse que "nunca antes, em democracia, um Orçamento do Estado foi feito em tão pouco tempo".

Viu-se no que deu esse recorde: o OE apresentado estava pejado de gralhas, de incongruências e de números errados, a tal ponto que teve de ser todo substituído. É a mesma lógica que Centeno usa para dizer que em quatro anos nunca apresentou um orçamento rectificativo. Pois não. Mas qualquer semelhança entre os orçamentos apresentados e as suas execuções efectivas é pura coincidência. De seguida, repetiu à exaustão que este OE é histórico porque pela primeira vez apresenta um excedente orçamental. É verdade. Mas a verdade completa veio depois, quando o mesmo Centeno disse que "quem paga o excedente orçamental são os contribuintes".


Luís Campos Ferreira CM

O sonho dos magos




O anjo toca um deles e aponta para a estrela de Belém. Os magos descansam a cabeça numa almofada que parece de malha.


1120-30 Catedral de Saint-Lazare, Autun, França

Não percebo como é que as promessas do governo ainda são notícia




O governo anuncia e promete grandes mudanças com pompa e circunstância, capitaliza votos e depois não faz nada. Para além de que as promessas de valorização profissional são sempre para o ano a seguir e quando lá chegamos são para o outro a seguir...


Governo deixa cair promessa de valorizar as carreiras do Estado

A proposta entregue aos sindicatos da Função Pública há uma semana prometia a “valorização” das “carreiras”. A expressão acabou por cair na versão oficial da proposta de lei do orçamento do Estado.

Leituras pela manhã - I «princìpi metafisici» del darwinismo e del liberismo secondo Keynes»




Keynes vide che il darwinismo si inseriva perfettamente nella concezione dominante dell'epoca e che, non sapendo fornire un'idea alternativa dell'uomo a quella allora invalsa, contribuì ad alimentarla: una miscela di nichilismo e liberismo che deflagrò in una sciagura chiamata Novecento.

di Gabriele Zuppa

L'individualismo che lamentiamo, il liberismo che denunciamo, la competitività spietata che ci sconcerta non sono frutto di una corruzione congiunturale del XXI secolo, ma i caratteri costitutivi dell'essenza dell'uomo secondo le teorizzazioni della modernità che hanno prevalso, entrando a far parte dell'immaginario collettivo.

Per modificare la china presa dall'umanità è necessario ripensare la sua natura o, altrimenti, bisogna prendere atto che la sua natura consiste in una contraddizione insanabile: non volere essere così com'è, ma essere inevitabilmente tale. Come sarebbe codesta natura paradossale? Desiderosa di soddisfare illimitatamente qualsiasi desiderio e, assieme, desiderosa che gli altri desiderino diversamente. Certamente accade che talvolta ci troviamo a prendere in considerazione anche i desideri degli altri, ma come e in che misura questo avvenga – si ritiene – è dovuto al caso, all'accidentalità della nostra natura individuale, secondo il suo momentaneo insindacabile arbitrio.


Come aveva già insegnato Hobbes, l'uomo non limita se stesso per rispetto dell'altro, ma semmai perché ne ha paura, per timore delle conseguenze, per la sua impotenza a conseguire gli oggetti dei suoi desideri. Così ribadisce Schopenhauer:

« Se […] si volesse d'un tratto eliminare ogni costrizione e presentare ad essi [agli uomini] soltanto la ragione, il diritto, e l'equità, però contro il loro interesse, anche nel modo più chiaro e insistente, l'impotenza di queste forze puramente morali si manifesterebbe in ciò, che si avrebbe per lo più in risposta una risata di scherno. » (Sulla teoria del diritto e della politica, in Parerga e paralipomena, 1851)

December 17, 2019

Black forest dressed in blue




Amanhã é um dia mau. Vou repetir um exame médico horripilante. Só de pensar nisso já me pus a comer chocolates... tenho que olhar para este azul e pensar outras coisas... :)


ancient forests - black forest

Que o Rui Tavares é um homem do Costacenteno já todos sabíamos




Livre recusa ser "obstáculo" à aprovação do Orçamento do Estado

Em contrapartida




... porque a maioria dos alunos são pessoas de bem, este ano tenho uma turma muito engraçada de quem gosto muito (não é a única mas agora lembrei-me destes). Aliás todos os professores gostam deles. Metade deles não estuda nada e só vão às aulas porque os amigos estão lá e porque são obrigados a ir; as notas não são boas, claro, mas nem por isso deixam de ser bem dispostos. Nunca vi uma coisa assim. Estamos muito sérios a falar que precisam de trabalhar mais e tal e tal e eles dizem que sim, com ar sério e assim que vêem que a aula acabou fazem grande festa a desejar bom Natal e riem...  Nada lhes tira a boa disposição. É bestial.

Pessoas que ajudam pessoas




... e resolvem problemas são o contrário de pessoas que não ajudam, nem sequer aqueles que tutelam, não resolvem nenhum problema e só incentivam conflitos.















directamente do fb

Não me parece que o artista deste chão tenha sido aluno de fazer queixas de professores por não o passarem sem fazer nada




Ninguém consegue desenvolver-se sem trabalho, sem esforço, sem respeito, sem responsabilidade.


Anacapri, Chiesa di San Michele Arcangelo, progettata da Domenico Antonio Vaccaro, 1698-1719. Pavimento in riggiole in maiolica opera di Leonardo Chianese.
Foto di Mentnafunangann.


Porque é que o ME não assume de vez a passagem obrigatória de todos os alunos até ao 12º ano em vez de apoiar uma guerrilha contra os professores?




Esta profissão está a ficar impossível. Ouvimos e nem acreditamos. Hoje em dia, depois do ME ter incentivado à queixa contra os professores (disseram-me que há uma plataforma onde alunos e pais podem ir para lá caluniar professores de qualquer maneira que são bem vindos pelo ME ou inspecção...), todos os dias são dias de alunos e pais irem fazer queixa de professores, seja à direcção, seja a essa via verdade que o ME criou para incentivar ao conflito dos pais com os professores. Aliás, já nem é conflito, é uma guerrilha.

Os alunos queixam-se de tudo e os pais dão crédito a tudo: ou não gostam do professor, ou o filho/a é um génio e o professor não dá as notas adequadas, ou o filho/a faltou às aulas e o professor não parou as aulas para lhe explicar a matéria em falta, ou chamaram nomes ao professor mas não percebem porque é que têm má nota no comportamento, ou não vão às aulas durante dois meses ou mais mas não percebem ficarem excluídos por faltas, ou o professor olhou para eles de uma maneira estranha que não gostaram, ou o professor fez um teste com versão 1 e 2 e eles são contra e querem que se proíba o professor de voltar a fazer testes com versões, ou o professor não sabe corrigir os testes como eles gostam, ou a professora vai de saias e devia ir de calças, ou o contrário, ou pura e simplesmente não vão com a cara do professor.

O que se passa neste momento nas escolas como consequência do desprezo e maltrato com que o ME tem tratado os professores não tem paralelo na nossa história.

Uma grande maioria de alunos vêm do básico passados com 6 ou 7 negativas e sem nunca ter trabalhado um dia que fosse na vida deles.
[Perderam-se algures entre o 4º e o 5º ano ou entre o 6º e o 7º, não sei. Acho que ninguém sabe porque o ME não lhe interessa saber causas e agir nas causas. Interessa-lhe ter bodes expiatórios e aparecer como salvador.]
Enfim, os professores, para compensarem os outros alunos por terem passado esses alunos de 2, sobem os de 3 para 4 e os de 4 para 5 e chegam todos ao secundário a pensar que são muito bons ou excepcionais. Depois, nem eles nem os pais aceitam terem que trabalhar para terem notas boas ou sequer terem que ter um comportamento de respeito para com os professores. Nada. Zero. Vêem-se como cheios de direitos e nenhum dever.

É claro que depois não é possível haver um bom ambiente de trabalho e de respeito e confiança nas turmas e aquele gosto e prazer de trabalhar com os alunos desaparece completamente e dá lugar à desconfiança permanente e ao cuidado excessivo em defender-se de possíveis agressões. Isto é a morte do ensino. Mas essas luminárias que estão no ME não percebem isto?

Foi isto que a tutela, desde a Rodrigues e agora com este ministro e secretário de Estado, que ultrapassam os limites de tudo o que é razoável no incentivo ao conflito dos pais com os professores, arranjaram. Estão a destruir uma profissão extraordinária apenas para ganhos economicistas.

Se é para pressionarem os professores a passar todos os alunos, então assumam e legislem que é proibido reprovar alunos. Agora, manter este esquema de fazer guerrilha aos professores como modo de os pressionar a passar toda a gente sem terem que assumir que querem poupar dinheiro com a educação, é imoral.

Hoje em dia as direcções das escolas são uma agência de queixas: logo na 1ª semana de aulas os alunos fazem fila para se queixarem de tudo nos professores. Não gostaram de uma palavra que o professor disse; o professor é um arrogante porque os mandou calar; o professor mandou-os mudar de lugar e eles não aceitam, o professor mandou um trabalho para casa que não conseguem fazer, logo não sabe dar aulas... isto atingiu um ponto insano de não retorno. Depois os alunos ligam aos pais como se fossem grandes vítimas. Os pais aparecem na escola para 'resolver' a situação dos filhos que na cabeça deles estão a ser vítimas de cabalas para os prejudicarem: ameaçam, gritam, alguns batem, como sabemos.

O ME e o governo, este e outros anteriores, são os culpados desta situação. As pessoas que puseram isto neste estado de total desrespeito pelos professores e incentivo ao conflito e à guerrilha são as pessoas que estiveram a estão no ME e no governo e são desprezíveis. E este é o termo mais suave que consigo usar para os designar. Pessoas ignorantes e imorais.

Antecipação do 1 de Abril



JN

Escolas vão ter reforço de funcionários

A educação: a questão metafísica e a arte




Há uns bons anos tive um dia uma discussão com um sobrinho que queixava-se de ter que aprender literatura na escola. Estava no fim do secundário e dizia que, tendo escolhido um curso na área das ciências, não tinha que aprender Camões, Pessoa, Eça, etc., uma vez que não ia 'usar isso para nada'. Só precisava de saber escrever.

Tentei explicar-lhe que a educação não se reduz a ferramentas para uma profissão, que forma também a pessoa porque a vida é mais que ter uma profissão, que os bons escritores dão-nos visões e experiências importantes para a vida, que as palavras são o conteúdo da riqueza da nossa paisagem interior, emocional e intelectual... enfim, nada o convenceu porque estava cimentada nele a ideia de que a escola tem a função exclusiva de formar para se ser um profissional e cidadão útil.

É muito comum os alunos fazerem-nos estas perguntas? Para que tenho que estudar filosofia, se quero ser biólogo, ou saber o Gil Vicente se quero estudar gestão ou saber de paisagem agrícola se vivo na cidade? Crescem a ouvir dizer que há cursos que deviam acabar porque não têm interesse para a economia, a ver as disciplinas serem reduzidas consoante têm utilidade para a economia e a vê-las reduzidas a técnicas.

A culpa disto é do Darwin, como costumo dizer. É claro que a culpa não é dele mas a teoria dele introduz a ideia de função na explicação da realidade. Tudo que existe e se desenvolve é [uma técnica] em função de um ganho evolutivo qualquer. Nada existe por si, tudo existe em função de, se não é útil desaparece.

Esta ideia foi transformada em paradigma explicativo de todo o real, não por ele, mas pelos seus seguidores, como é costume acontecer às teorias que têm grande poder explicativo e abrangente e, tornou-se uma ditadura mental que a tudo se impõe.

Por exemplo, na arquitectura, uma disciplina aparentemente tão distante da biologia, os edifícios foram-se tornando, aos poucos, totalidades funcionais e perderam os elementos [in-úteis] meramente decorativos que costumavam embelezá-los, como ainda vemos nos edifícios antigos.

Na Filosofia a moda é reduzi-la a técnicas funcionais. Como se alguém pudesse ter um espírito crítico ou um pensamento fecundo por saber técnicas de lógica e argumentação.

É um dos grandes erros da educação, esse de querer reduzir todas as disciplinas a uma formação técnica e funcional. Nem prepara as pessoas para a vida, que é muito mais que o exercício de uma profissão, nem sequer para ser um bom profissional pois exercer uma profissão não é repetir e aperfeiçoar uma técnica como bem vemos pelos políticos que são muito bons na contabilidade mas péssimos a pensar o interesse humano n arquitectura social ou como os médicos que são muito bons tecnicamente mas não percebem nada das pessoas que têm que tratar, etc.

Os primeiros vestígios que temos da humanidade são: a arte, deixada nas paredes e, a questão metafísica acerca do sentido da existência, a que os primeiros humanos responderam com a religião como se infere pelos túmulos, registos de preocupação com a preservação do corpo, dos objectos e utensílios da vida para uma outra vida depois desta.

Não existe nenhuma civilização desde que existem humanos, que saibamos, sem arte e sem a questão acerca do sentido, do propósito da existência.
Acho que isso devia dizer-nos algo acerca das necessidades humanas e de a educação não dever reduzir-se a técnicas para fomentar o crescimento económico. Disciplinas consideradas acessessórias são, na verdade, uma parte fundamental da experiência de se ser humano. Se é que a educação se assume como formação de humanos e não de máquinas exploráveis.

O Natal é uma óptima oportunidade para oferecer livros




E não têm que ser livros novos, podem ser velhos. Digo velhos e não antigos porque os livros antigos são mais para colecionadores e são muitas vezes caros mas os livros velhos estão cheios de maravilhas a bom preço.
Nem todos os livros têm de ser para estudar, alguns podem ser para passar, de modo interessante, os pequenos períodos de tempo vagos durante o dia.
Por exemplo, esta enciclopédia está cheia de curiosidades interessantes de ler e, desde logo, na maneira como está escrita, à laia de uma conversa, como era uso na viragem do século [o outro], sem o tom seco e áspero da linguagem científica que marca a escrita contemporânea. Introduz em nós um estado emocional de desaceleração e deleite na leitura.
É por isso que as enciclopédias contemporâneas já não se vendem em papel: porque existem apenas para informar e a informação que nelas encontramos, também a encontramos online, de modo mais célere e sem ocupar espaço; no entanto, estas enciclopédias e dicionários antigos são mais que instrumentos de informação, trazem pequenas jóias escondidas e dizem-nos, para além da informação sobre os assuntos e curiosidades, muito de quem as escreveu.
Trazem excertos de literatura, conselhos, aforismos, receitas, notícias da actualidade interpretadas pela ciência de então, etc.










































É curioso ver que os quatro elementos gregos ainda aparecem numa enciclopédia do século XX






























a diferença de efemeridade das rosas e o coração dos homens ser mais grande que o das mulheres... de notar que isto foi escrito por um grupo de homens, de modo que só lá para o fim é que resolvem dizer, em voz baixa, que o peso do coração é proporcional ao peso do corpo :))





























o que pensavam do socialismo chinês no início do século XX

































... um excerto de Lendas e Narrativas. Enfim, uma enciclopédia que pode abrir-se ao acaso, em qualquer página, a qualquer hora do dia, que tem sempre algo interessante para ler e nos deixar a pensar. O que mais se pode desejar de um livro para as pequenas horas vagas do dia?



























OE - o Ronaldo das finanças - mais um penálti à função pública




1. 0% de aumento numa inflação de mais de 2%; Isto é, cortar ainda mais nos salários;

2. Esquemas para roubar cativar e desviar os descontos da saúde (ADSE) para o OE, isto é, para os amigos e os primos.

3. Agravamento fiscal. Pagar mais por pior serviços, descapitalizados por cativações.

Com tanto penálti já devia ter levado o cartão vermelho. É que pagar para ter bons serviços é uma coisa mas pagar para ter maus serviços é outra. E ainda, pagarmos todos, para todos vivermos melhor, é uma coisa, mas pagarmos alguns para que apenas os políticos, primos e amigos possam viver melhor, para que possam contratar mais primos e amigos e comer mais lagosta na cantina da AR é outra inteiramente diferente.

About life




"The world is my representation."
Shopenhauer


Kuza_Gali - Paquistão

December 16, 2019

Música - Feels like home





Um filme sobre pessoas




Caché 
Um filme de Michael Haneke sobre pessoas e as motivações dos comportamentos das pessoas. Sobre o mal que as pessoas são capazes de fazer para manter as suas vidinhas burguesas e as aparências. Como uma caixa de bonecas russas que se vão destapando e revelando o escondido, o que está lá no fundo, é uma surpresa. 

Michael Haneke é o realizador do filme, The White Ribbon, sobre as raízes do mal e de todo o terrorismo. Outro filme sobre pessoas, sobre a influência da religião repressiva nas pessoas.




Porque vencem os populistas? Nem sempre vencem



A escolha da deputada do Livre não foi uma escolha populista? Não me parece que esteja a vencer.

Por que vencem os populistas?