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November 14, 2024

Os alunos portugueses mostraram no PISA a virtude do anti-dogmatismo: Montenegro vai já destruí-la

 

O primeiro-ministro anunciou esta semana que pretende dar “a cada aluno um tutor educativo de inteligência artificial (…) para o ajudar a compreender o mundo”, no que parece ser uma visão de futuro, mas não passa de uma parolice. Não vem longe o tempo em que os envelhecidos professores de hoje, que alguns parecem querer ver partir, serão profissionais vintage invejados ou desejados, em especial pelos alunos que consigam perceber as diferenças, para além das aparências.

Paulo Guinote, dn


Os alunos portugueses destacam-se internacionalmente por terem espírito critico e entenderem que deve ouvir-se várias perspectivas antes de se comprometerem com uma. Atrevo-me a dizer que isso se deve aos professores portugueses e, talvez, à disciplina de Filosofia, uma disciplina onde se pensa sobre o ser humano, os seus problemas e o mundo e se aprende a compreender, investigando crenças e abordando várias perspectivas sobre os problemas. Pois, Montenegro vai destruir essa formação e substitui-la por uma aplicação digital que diz aos alunos o que devem pensar sobre cada coisa do ser humano e do mundo. Uma espécie de cidadania ideológica, mas vinda da direita.

November 05, 2024

Parece-me que PNS tem razão

 

Se é um padrão não sei, mas sei que os políticos não podem reduzir o contacto com as populações apenas aos períodos das campanhas eleitorais. É claro que não podem ir a correr em cada situação, mas os acontecimentos recentes foram suficientemente importantes e perturbadores da vida social para merecerem um cuidado particular. Vai-se muito longe na pacificação social apenas ouvindo as pessoas e estando presentes nos seus problemas. É necessário que os cidadãos sintam e vejam que os governantes não fogem deles e dos seus problemas e não se fecham nos seus gabinetes e reduzam a sua comunicação a declarações longínquas na imprensa. E isto não é demagogia. Estamos a ver o que aconteceu em Valência, onde existe uma grande revolta porque os políticos chegaram tarde e depois fugiram. Não é assim que se enfrentam os problemas. Há muitas populações nos bairros, ditos problemáticos, que querem ter uma oportunidade de vida e de trabalho normais e precisam de saber que o governo está atento aos seus problemas.


Pedro Nuno Santos critica Luís Montenegro por ainda não ter ido aos bairros


Secretário-geral do PS considera que já é "um padrão" a ausência do primeiro-ministro no terreno.

October 28, 2024

Não compreendo a ideia de demonizar a polícia



Helena Roseta diz que teve projectos e trabalhou em proximidade com o Bairro da Cova da Moura e outros. Porém, na realidade, nenhum projecto -ela própria o diz- teve sucesso. Ela não assume a responsabilidade desse falhanço e diz que o problema dos bairros é a polícia ser racista: toda a população destes bairros e, em particular, com as pessoas que são mais discriminadas porque têm uma 'corzinha' de pele. - mas talvez o problema esteja na incompetência dos políticos como ela que há mais de 40 anos que trabalha na política, nacional e local, com estes resultados medíocres de não mudar nada para melhor, pois as pessoas continuam presas a esses bairros. 

A mim, este discurso parece-me ignorante e, sobretudo, irresponsável, da parte de um político. Sendo verdade que há racismo na polícia como há noutras profissões, é preciso ver o problema de um modo global. Li que a polícia foi falsamente chamada a um desses bairros para supostamente resolver um conflito entre duas mulheres e caiu numa emboscada onde um grupo grande os atacou como vingança. O que diria HR se um grupo de pessoas prejudicadas por uma decisão de um político qualquer fosse a casa dela e lhe desse uma sova como vingança?

Esses bairros são problemáticos porque há lá violência e a polícia vai lá já em estado de alerta e à espera de ser agredida, como não vai a outros bairros não problemáticos. 

Porque é que há lá violência tem que ver com outras razões ligadas com as políticas públicas de desinvestimento, das quais HR é responsável, pois é uma política há, pelo menos, 40 anos. Ainda há pouco tempo dizia que se percebe que os políticos sejam corruptos porque ganham mal. Vive numa bolha.

Aliás, esta entrevista em que reduz o problema ao racismo da polícia e pouco mais, mostra as razões da sua incompetência: nem sequer é capaz de ter uma abordagem global do problema. É uma política mas não fala de políticas, apenas chama palavrões aos polícias. Queixa-se de não haver políticas para esses bairros. Que fez então nestes 40 anos em que anda pela política?

E tudo para quê? Para poder ir dizer mal do Chega. Se ela e os seus colegas de profissão tivessem feito o seu trabalho de parlamentares e políticos locais com competência, não teria havido oportunidade de aparecer um Chega. 

As políticas de educação do PS que HR apoiou de corpo e alma também são responsáveis por esta falta de recursos internos das pessoas para lutar por melhor condições de vida e para interferir nas políticas públicas de modo construtivo. São as políticas dos coitadinhos que não emancipam as pessoas. HR não tem uma palavra para as agressões indiscriminadas e desacatos das pessoas nestes últimos dias. Acha uma resposta normal. Mas não é. 


“Não é a primeira vez que a polícia mata sem explicação e a história é mal contada”


“Estado e autarquia não cumpriram o seu papel na Cova da Moura”, diz a ex-deputada, ex-vereadora da Câmara de Lisboa e arquitecta Helena Roseta, que promoveu o projecto “Bairros Saudáveis”.

Para já, o que sai desta marcha é uma onda de solidariedade para com Odair Moniz, para com a família de Odair, toda a população destes bairros e, em particular, com as pessoas que são mais discriminadas porque têm uma 'corzinha' de pele, digamos as coisas assim porque é assim que elas são. É importante, e é esse que tem sido o meu apelo, que isto não fique por aqui, que se aprofundem as causas deste mal-estar.

Tem de haver políticas para que as pessoas tenham o mesmo direito à cidade que existe no centro de Lisboa.

www.publico

July 14, 2024

Degradação da linguagem dos políticos reflecte o nível dos políticos?

 


“É gorda para cá, sapatona para lá”: esquerda queixa-se de “degradação sem precedentes” no Parlamento, direita fala em “excessos pontuais” Expresso


João Pina, assessor parlamentar do Partido Socialista (PS), disse que Marcelo Rebelo de Sousa “é um PULHA”, SOL

Presidente chama maquiavélica à actuação da PGR CNN

João Costa chama excrementos aos deputados do Chega: João Costa: “O Twitter é um esgoto a céu aberto, não é por acaso que deputados do Chega estão por lá; Expresso

July 09, 2024

É preciso não deixar Lisboa (e não só) chegar a este ponto

 


Em que o turismo se tornou tão destruidor da cidade que os idiotas acham piada atacar turistas. 


June 19, 2024

Pedro Norton: uma declaração de fé cega a A. Costa

 

Pedro Norton, um homem da Impresa (ver o CV) e não só, faz aqui uma profissão de fé a A. Costa, completamente cega. A mim o que me surpreende mais é ver o CV destes indivíduos que acabam todos no circuito administradores da CDG→Gulbenkian: andam por tudo o que é universidade a fazer pós-graduações, alguns acabam em altos cargos internacionais, mas não sabem fazer um simples raciocínio, um argumento.

Claro que pode acontecer não saberem argumentar a sua posição por a sua posição ser indefensável.

Neste artigo, Pedro Norton de Matos tem como argumento para ser a favor de Costa ir para a presidência do CE, chamar aos opositores à candidatura, "tribais"... é este o seu argumento... embora não apresente nenhum facto ou razão para classificar as pessoas dessa maneira e, pior, desenvolve em seguida o seu raciocínio de um modo tribal. 

Senão vejamos: nas suas palavras, o governo de Costa foi incompetente e em profundo deslassamento ético; no entanto, conclui desta afirmação muito grave, que Costa, o chefe do governo incompetente e em profundo deslaçamento ético, é um homem íntegro...e acrescenta logo a seguir que quem não lhe reconhece as qualidades é sectário...  mas, mais uma vez, não apresenta uma única razão, seja para chamar aos outros tribais e sectários, seja para defender que o chefe de um governo sem competência nem ética era um homem íntegro. E depois passa a qualificá-lo de inteligentíssimo!

Quem é aqui sectário e tribal? Pedro Norton de Matos, obviamente. Vejamos: se Costa é íntegro, então não pode ser inteligentíssimo, pois seria preciso ser muito burro para não perceber o que se passava no seu nariz todos os dias em tudo quanto era ministério; ou então, não era ele que definia as políticas do governo, escolhia os seus membros e os dirigia, mas uma personagem qualquer mistério, o que parece implausível. Se Costa, por outro lado, era mesmo quem governava, escolhia os membros do governo, etc. (o que é impossível negar porque escolhia-os e defendia-os até ao obsceno) então, não é possível que seja íntegro e simultaneamente inteligente.

Já nem falo de Costa ter vindo à TV matar publicamente um SE para defender um incompetente facilitador de negócios. Nem falo deste comportamento completamente canalha, não tem outro nome. Falo da total incoerência da pseudo-argumentação desde senhor, que faz uma declaração de fé em Costa apresentando razões contrárias ao que queria provar e acabando ele mesmo a evidenciar sectarismo e tribalismo.

Confesso que quando vou ver as escolas por onde este senhor andou -Universidade Católica, Kellogg School of Management, Universidade de Boston- fico mesmo mal impressionada com a qualidade destas escolas, se o melhor que produzem (Pedro Norton é administrador de tudo) são estas pessoas que não sabem desenvolver um simples raciocínio sem entrarem em contradição, meterem os pés pelas mãos e provarem que são o que chamam aos outros... 

Depois de chamar a Costa incompetente e profundamente não-ético diz que é íntegro, simpático, um fazedor de consensos - interpretei esta expressão como uma pessoa que tanto mete cunhas para a direita como para a esquerda. 

Se este artigo era um serviço a Costa, foi um desserviço. Pior que tudo, agora tenho muito receio pelo futuro da Gulbenkian, se é verdade que este homem tem lá poder.

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(...) devo dizer que não me entrincheiro em visões tribais, nem confundo nada disto com um julgamento de caráter. Reconhecendo, como sempre reconheci, a inevitabilidade, naquelas exatas circunstâncias, da sua demissão, estou convencido que presidiu a um governo incompetente e em profundo deslassamento ético sem deixar de ser, ele próprio, um homem íntegro. De igual forma, não fico paralisado numa incapacidade sectária de lhe reconhecer qualidades. Costa é um político experiente, profundo conhecedor de dossiers muito variados, inteligentíssimo e senhor de uma intuição política como haverá poucas. Agradável, empático, é, muito mais do que o estadista de ruturas que nunca será, um homem com quem é fácil simpatizar, um negociador exímio e um extraordinário fazedor de consensos. Porventura mais relevante, Costa é um democrata por intuição e um europeísta por convicção.

Pedro Norton in publico.pt/mau-primeiroministro-dar-bom-presidente-conselho-europeu-2094307

June 07, 2024

A sério que BPL insinua que von der Leyen é uma figura fantoche no bolso de alguém?

 

E que não tem pedigree político forte? E que António Costa, uma pessoa que se gaba de pôr os amigos à frente de tudo (portanto, do país, com aliás o vimos fazer, ao ponto do obsceno com Cabrita, por exemplo), e de facilitar cunhas a grandes negócios, ele é que tem?

Não me passa pela cabeça que o Governo português, tendo a hipótese de ter um presidente do Conselho Europeu português, não estivesse unanimemente à volta desse nome. Seria um tiro no pé. Seria contra o interesse nacionalNão percebo esta maneira de pensar, mas é típica dos "homens do sistema" que não querem que nada estrutural mude, verdadeiramente. Defendem o TINA. Estamos num momento crítico da Europa e pomos lá um português só por ser português? É do nosso interesse? Durão Barroso fez alguma coisa por nós? Nada. Fez pela sua vidinha, mas por nós, nada. E Guterres, um português na ONU, que tem feito de positivo? Nada, nem para nós nem para o mundo. Tem sido um facilitador de bandidos, um instrumento da descredibilização da organização. Enquanto os países votarem em pessoas por pensarem que são um portal para a cunha não andamos para a frente.

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Continuidade que é com Ursula von der Leyen.
Sim. Mas se depois, ao nível de chefes de Estado e de Governo mais da direita radical presentes no Conselho Europeu, ou na negociação para os top jobs, se a família política da primeira-ministra italiana tiver uma influência negocial, aí podemos dizer que haverá alguma alteração na correlação de forças. E é essa dinâmica que espelha mais a avaliação nacional, ou seja, cada ato, em cada país, é mais espelhado no Conselho Europeu do que propriamente no Parlamento Europeu. Depois, como o Conselho Europeu tem uma preponderância maior no processo europeu do que o Parlamento, aí pode dizer-se que há um respaldo, talvez diferente, nos equilíbrios à volta da mesa. E aí a figura do Presidente do Conselho não é irrelevante. Se for uma figura fantoche no bolso de algum chefe de Estado em particular, tende a expor mais a amplitude do atrito à volta da mesa. Se for uma figura com um pedigree político maior, com maior reconhecimento das várias famílias, e com um grau de diálogo mais ou menos igual entre todas, pode ditar uma agenda mais construtiva.

Esse perfil de uma figura com um pedigree político forte aplica-se ao ex-primeiro-ministro António Costa?
Adequa-se sim. Mas não significa que António Costa esteja na primeira linha para este cargo. A primeira linha pressuporia que ele tivesse o caminho desimpedido em função do handicap nacional que tem neste momento. Agora, é sempre um nome que gera uma expectativa generalizada nas principais famílias políticas. Mas essas principais famílias políticas do Parlamento Europeu podem não ser as principais do Conselho. Porque aqui entre não-alinhados e direita radical o peso é semelhante ao que tem o Partido Socialista Europeu.

Quando fala do handicap, está a falar do judicial, porque o facto de ser do Partido Socialista e este não estar no poder, não costuma afetar o apoio a altos cargos?
Não me passa pela cabeça que o Governo português, tendo a hipótese de ter um presidente do Conselho Europeu português, não estivesse unanimemente à volta desse nome. Seria um tiro no pé. Seria contra o interesse nacional. O handicap é meramente o judicial.


Bernardo Pires de Lima in dn.pt

February 27, 2024

Nós somos os palhaços que paga estes circos

 


Novo Banco ‘perdoa’ mais 16 milhões de dívida ao Sporting

Frederico Varandas, presidente do Sporting, fechou acordo com a banca.


September 12, 2023

Democracias em perigo por causa dos democratas que as governam

 


A democracia continua a ser o sistema político preferido pela generalidade dos humanos, mas a sua atractividade parece ser hoje menor entre os jovens adultos, muitos dos quais não vêem com maus olhos uma liderança militar ou autoritária nos seus países.

Público, Simpatia por lideranças militares ou autocráticas cresce entre os jovens

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Talvez porque cresceram em democracias e assistem todos os dias aos espectáculo da inoperância, da incompetência, da mediocridade, da cobardia e da corrupção dos políticos da democracia, com o aumento dos problemas climáticos, da perda de dignidade humana com o aumento desmedido da pobreza, salários de miséria, exploração, etc. Por todo o lado a falência dos serviços públicos por conta da mercantilização total de todos os aspectos da vida humana. Por exemplo:


Third of medical students plan to quit NHS within two years of graduating - Research will prompt further alarm among medical leaders trying to tackle the spiralling workforce crisis

É o que vêem nos líderes das democracias: incompetência, ganância e hipocrisia. Mas Costa foi ao Chile dizer que a culpa das democracias estarem em perigo é do ódio das pessoas e da radicalização do discurso... 

World Bank spent billions of dollars backing fossil fuels in 2022, study finds - Campaigners estimate about $3.7bn in trade finance was supplied to oil and gas projects despite bank’s green pledges


April 05, 2023

Ahhh...

 


Então foi por isto que ela se demitiu. Está explicado. É claro que se fosse cá ninguém se demitia, ninguém ia detido e acabavam todos com medalhas da ordem de mérito mais alta do país.

Escócia. Marido de Nicola Sturgeon detido em investigação a finanças de partido


Emissora britânica BBC diz que Peter Murrell foi detido esta quarta-feira de manhã no âmbito de uma investigação a alegadas irregularidades nas finanças do SNP.

PÚBLICO e Reuters

March 11, 2023

O MO do PS é a desresponsabilização permanente da sua acção política

 


O problema da decadência ou doença da nossa democracia não está nos políticos que rastejam pelas cadeiras do poder desde o governo de Sócrates a governar para a famiglia alargada, atirando centenas de milhares ou meia dúzia de milhões a cada amigo enquanto cortam em todos os serviços públicos e perseguem os trabalhadores. Não, o problema, segundo este -outro- político do PS está em as pessoas não serem dóceis em relação ao seu próprio empobrecimento e fazerem pressão sobre o governo. LOL

 "... é sabido que o que a “destrói” é “a demagogia e é o populismo”? Se é assim, explique o que se está a passar na Tunísia ou o que acabou de passar-se na Georgia ou explique o nosso primeiro-ministro, que quando toma decisões unilaterais, mesmo contra a opinião da maioria do povo, diz, 'o país decidiu' ou 'eu é que sei o que é melhor para o povo', como se ele fosse a voz do país e encarnasse o espírito do país: não é essa a definição de populista?

Depois deste início de entrevista não vejo o interesse de ler o resto.

“A democracia só sobrevive se em cada político estiver um relojoeiro”


Sérgio Sousa Pinto garante que “é indisputável” que “a democracia é o regime das liberdades”. E alerta para o risco das redes sociais, a nova “rua”, onde o clima de “demagogia destrói a democracia”.

O deputado do PS Sérgio Sousa Pinto considera que a democracia vive riscos dos quais é preciso ser defendida, até porque é sabido que o que a “destrói” é “a demagogia e é o populismo” que classifica como “as doenças infantis da democracia”. Defendendo que só a democracia representativa tem legitimidade democrática, rejeita o recurso a instrumentos de democracia directa e participativa como o referendo a leis do Parlamento. E alerta para a toxidade da pressão da rua que hoje “escorre pelas redes sociais” e da pressão sobre os políticos, que têm de se assumir como líderes de facto e não apenas “nominais

February 09, 2023

"Não há só professores em Portugal"

 


Nas letras pequeninas lê-se: 

A remuneração líquida média em Portugal está praticamente estagnada, tendo avançado apenas 0,8% no final de 2022, o registo mais fraco desde a troika. Mas o embate da crise não chega a todos por igual. Políticos e dirigentes de topo estão a ganhar mais 9,6%, enquanto a classe dos profissionais de Saúde e Educação só subiu 1% no último ano. E os agricultores recuam 4,9%.

Os políticos e amigos dirigentes subiram 9.6% sem contar com as alcavalas das ajudas de custo, automóvel, gasolina, motorista, presentes, almoços e jantares à pala, que devem valer, pelo menos, uns 1500€ euros a mais por mês. Estamos em plena austeridade, ao nível da vida durante a troika para alimentar os políticos e a sua corte. 






Entretanto, percebemos que estamos a ganhar mesmo mal, pois o sindicato do futebol quer um ordenado mínimo de 2280€

conclusão: o problema de Portugal são os professores...



December 25, 2022

Quando precisas muito de 500 mil euros para as comprinhas de Natal




Sais amuada de uma empresa pública onde estavas entachada e pedes uma indemnização. Depois o chefe entacha-te em outra empresa pública para não interromperes a vilanagem. Não há problema: os amigos já fizeram as leis para se poder sacar o dinheiro público e enfiar no bolso e de qualquer maneira os palhaços dos portugueses pagam o circo.

PSD diz que indemnização de meio milhão a secretária de Estado é "assustadora"


Secretária de Estado foi indemnizada pela TAP depois da cessação antecipada do cargo de administradora executiva.

Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo, ingressando na TAP em setembro de 2017 e sendo nomeada administradora da companhia três anos depois.

Em junho deste ano, a governante renunciou ao cargo e em junho foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

November 22, 2022

Enfiar, encapotadamente, a autocracia na Constituição da República?



Coisas preocupantes.


Revisão constitucional inconstitucional?

Mário João Fernandes


Do catálogo de limites materiais explícitos ao poder de revisão constitucional constam os direitos liberdades e garantias dos cidadãos. Este limite deve ser lido como inviabilizando novas restrições permanentes de direitos que, de forma desproporcional, desnecessária e não fundamentada, atentem contra direitos fundamentais previstos simultaneamente no texto constitucional e na DUDH. A não ser assim toda e qualquer restrição ou até mesmo supressão de direitos seria admissível pela via na consagração no texto formal da CRP.

O processo de revisão constitucional em curso, nutrido por 8 projectos, oferece bons exemplos de tentativa de contrabando de normas cujo principal propósito é, à margem do telos constitucional, restringir direitos fundamentais.
O Chega propõe um novo nº 3 no artigo 25º (integridade pessoal): “Para efeitos do disposto no número que antecede, estão fora do seu âmbito de aplicação penas que digam respeito a tratamentos químicos que se considerem necessários para a prevenção de crimes de natureza sexual, cujo objectivo seja a redução ou inibição de libido.”

Já o PS acrescenta uma nova alínea i) ao nº 3 do artigo 27º (excepções à proibição de privação de liberdade): “Separação de pessoa portadora de doença contagiosa grave ou relativamente à qual exista fundado receio de propagação de doença ou infeção graves, determinada pela autoridade de saúde, por decisão fundamentada, pelo tempo estritamente necessário, em caso de emergência de saúde pública, com garantia de recurso urgente à autoridade judicial.”

Por sua vez o PSD propõe um novo nº 5 para o artigo 34º (inviolabilidade do domicílio, da correspondência e das comunicações): “A lei pode autorizar o acesso do sistema de informações da República aos dados de contexto resultantes de telecomunicações, sujeito a decisão e controlo judiciais.”

A projectada revisão constitucional de 2022 tem uma identidade clara: restrição de direitos, liberdades e garantias. A VIII revisão é, por desgraça, tristemente original.

September 09, 2022

Livrar o mundo de líderes corruptos e anti-democráticos

 

Ele foi preso por desvio de dinheiros. Se fosse cá ofereciam-lhe um lugar de administrador não executivo numa EDP qualquer e a Ordem do Infante.



Memória:



Next, please:
 "I would build a great wall, and nobody builds walls better than me, believe me, and I’ll build them very inexpensively. I will build a great great wall on our southern border and I’ll have Mexico pay for that wall"  Donald J Trump



August 22, 2022

SSDC - não interessa que os políticos sejam uns vendidos, o que interessa é que ganhem eleições para haver tachos




Minna Ålander

@minna_alander

Since there’s still some disbelief about this outside of Germany: yes, an “environmental foundation” founded by Minister President of Mecklenburg-Vorpommern, Manuela Schwesig (SPD), received €192 million from Gazprom via their subsidiary NordStream 2 AG, in Feb-Nov 2021

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Despite the debate about Nord Stream 2: Schwesig re-elected as SPD state leader


In Mecklenburg-Western Pomerania, Manuela Schwesig remains chairwoman of the SPD. Despite discussions about Nord Stream 2 and her previous pro-Russia course, she received 88.5 percent of the vote. Above all, the delegates give her credit for the brilliant result in the last state election.

August 09, 2022

Uma paz que não ofenda Putin?

 


Não entendo estas pessoas que propõem, usando a opinião de outros, uma paz que amordace a Ucrânia e lhe retire um terço do território para a gestão indirecta (ou directa) da Rússia, tudo para não ofender Putin, um fascista imperialista corrupto até à medula. E alegam que ceder a Putin a acabar com as sanções é uma questão de humanismo e racionalidade.
Das duas uma, ou não percebem que estabelecer na Ucrânia uma pax podre segundo a vontade de Putin é abrir a porta para que ele vá invadir outros países do Báltico à procura de outras pax podres - e servir de modelo para outros países imperialistas atacarem pequenos países fronteiriços que cobiçam; ou percebem mas não querem saber porque, afinal, vivia-se aqui muito bem no Ocidente durante a guerra fria quando a Rússia  estrangulava os povos de leste. Nem a primeira nem a segunda hipótese abonam a favor de uma pessoa que ocupa um cargo de importância no panorama cultural, económico e, por isso, político, do país. São os 'líderes' e as 'elites' que temos. Daí o estado a que chegámos. (este senhor com esta ideia de humanismo foi ministro da educação de Guterres)

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Poderemos escapar a esta lógica infernal e a este arrastamento para o abismo? Edgar Morin fala duma paz de compromisso que instaure e garanta a neutralidade ucraniana, para prevenção da independência e primado do direito. As regiões russófonas e a Crimeia deveriam obter regimes especiais. As condições dum compromisso são tão claras quanto os bloqueios. A radicalização e amplificação da guerra impede a lucidez. A situação geopolítica da Ucrânia e a sua riqueza económica em trigo, aço, carvão, metais raros atraem os grandes predadores e as grandes potências. A Ucrânia é vítima da Rússia, do agravamento das tensões leste-oeste, da Chechénia e da Geórgia, do médio oriente em geral. O objetivo da Ucrânia deveria ser libertar-se da invasão russa e da armadilha da nova guerra fria. Também a União Europeia necessita de se ver livre desta camisa-de-forças. Uma crise económica gerada por sanções e seu reflexo gerará regressões autoritárias e sociedades submetidas. O humanismo e a racionalidade obrigam à cabeça fria do compromisso, que não salvará a humanidade, mas pelo menos poderemos ganhar com trégua e com esperança.

Guilherme d'Oliveira Martins - Administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian

August 04, 2022

Em Portugal os políticos estão abaixo dos vendedores de automóveis, em termos de confiança

 


Só 1% dos portugueses confia neles. Os banqueiros vêm quase a seguir: 7%. O estudo revela ainda que a maioria não confia nos juízes.. Notável é os professores terem 78% da confiança dos portugueses tendo em conta as campanhas quase diárias de destruição, desde há mais de quinze anos, por parte dos políticos e seus satélites e jornalistas.


Desconfiança e desinteresse

Joaquim Jorge


Estou cansado de denunciar o que está a acontecer, mas sinto-me bastante sozinho, ou estou errado, ou os poucos que denunciam parece que são anti-democratas, mas não é assim.

Os partidos políticos são uma coisa muito pequena no universo de uma sociedade, se só se conta com os partidos o resultado conhece-se de antemão, está à vista a realidade que vivemos.

É preciso ampliar a democracia e mobilizar os cidadãos.

Os partidos são indispensáveis em democracia porque são o canal que temos para apresentarmo-nos a eleições, qualquer projecto que se tenha sem os partidos é difícil executá-lo.

O que é necessário é mobilizar os cidadãos e que tomem as rédeas do país. Actualmente, há uma brecha enorme entre a cidadania e a política, algo está a ser mal feito.

Quando nos esquecemos que a política se faz em contacto com a sociedade e não noutros locais em constantes lutas pelo poder. Como diz Baltazar Garzón ,"há uma burocratização do poder e do sistema democrático". Estamos a pagar as consequências do esquecimento do contacto com os cidadãos e um distanciamento em que há forças que aproveitaram.

O sistema democrático revela-se incapaz de combater a corrupção, degenerando na impunidade de políticos, banqueiros e empresários. Quebra-se a confiança e isso é grave. Os cidadãos não confiam ao verem tanta falta de castigo ou punição. O sistema não está a funcionar.

Na sociedade portuguesa há muita insensibilidade nestas questões pela teoria do facto consumado:há uma investigação, um processo, mas já se sabe que vai dar em nada. A maioria dos portugueses têm a percepção que a justiça não é eficaz.

Nesse caso é imprescindível uma reconciliação. Não podemos continuar a fingir que podemos continuar a tomar decisões sem saber o que as pessoas pensam delas, sem envolvê-las. A política atravessa uma série crise de confiança, os cidadãos deixaram de acreditar em parte, na sua utilidade. É necessário fazer ver que a política é necessária, mas existe para resolver os problemas concretos das pessoas e que muitos problemas só se resolvem mudando o contexto em que fazemos as coisas. De acordo com um estudo European Trust Brands divulgado pela revista Reader´s Digest, realizado há uns anos, só 1% declara ter muita ou bastante confiança nos políticos. Os portugueses em quem mais confiam por ordem decrescente são nos bombeiros (

93%) , pilotos de aviação (92%), farmacêuticos ( 90%) , médicos ( 84%) , agricultores ( 79%) , professores ( 78%) , policias ( 63%) , meteorologistas ( 59%) e sacerdotes ( 49%) . No fim do top 20 estão os vendedores de automóveis ( 9%) e políticos ( 1%). Recentemente, a situação não se alterou muito, na décima oitava edição do estudo conduzido pela revista Reader"s Digest, os banqueiros conseguiram, pela primeira vez, igualar os políticos no fundo da tabela, tendo recolhido apenas 7% de confiança. O estudo revela ainda que a maioria não confia nos juízes. Os sinais sentem-se na sociedade portuguesa, talvez se os políticos fizessem um exame de consciência e tirassem as devidas ilações da sua conduta. Uma das cicatrizes da nossa democracia é a tentação de utilizar a rede do poder para engendrar clientelas fiéis em função de um intercâmbio de voto.

A culpa é sempre dos outros. A classe política com os seus comportamentos e atitudes tem levado ao divórcio entre os cidadãos e os políticos. E a melhor forma de incutir confiança e respeito é "o exemplo do nosso poder tem que ser igualado pelo poder do nosso exemplo", as instituições públicas estarem ao serviço das pessoas e não aos interesses e objectivos particulares e partidários. Há muita gente que já perdeu a fé nos políticos e no país. Estão fartos de sorrisos brancos, fatos escuros, interesses obscuros, demagogia, broncas e insultos.