A natureza está mandar-nos uma mensagem com esta pandemia viral e com a crise climática, de acordo com Inger Anderson, chefe do Ambiente da ONU. A humanidade pôs muita pressão sobre o mundo natural e, falhar em cuidar do planeta é falhar em cuidarmos de nós mesmos.
Enquanto isso, cientistas afirmam que esta epidemia é um aviso porque muitas mais doenças mortais existem na vida selvagem e a civilização tem brincado com o fogo.
A erosão continua dos espaços selvagens aproximou-nos desconfortavelmente de plantas e animais que transportam doenças que procuram novos hospedeiros e podem passar para os humanos.
Também os impactos ambientais como os fogos da Austrália fizeram aparecer a maior praga de gafanhotos, desde há 70 anos, no Quénia.
Os animais selvagens são transportados uns em cima dos outros sem condições de higiene, em jaulas, durante longas distâncias. Stressados e imunodeprimidos, segregam uns para os outros todos os agentes patogénicos que têm em si. Com pessoas umas em cima das outras e todas em grande proximidade com estes animais, nos mercados onde são vendidos, o risco de os passarem aos humanos é grande.
O ambiente e a saúde não deviam ser assuntos de políticas separadas e devia haver obrigações legais e controlo a nível global. Damian CarringtonEnvironment editor Guardian
Parece-me que toda a gente está de acordo que insistir em manter exames, provas de aferição e aulas regulares com notas no 3º período é um simulacro de trabalho que não aproveita a ninguém. Mesmo o dar aulas é complicado e não é apenas por os alunos não terem todos condições em casa. É que há professores que também não têm internet a não ser uns poucos gigas de dados móveis e outros têm um PC do tempo do Magalhães e nem PDFs conseguem abrir.
Os professores, como eu, que dão disciplinas teóricas e têm condições digitais até podemos dar as aulas, mesmo contornando as condições dos alunos, desde que tenha um telemóvel com internet, mas somos uma minoria. Como é que um professor de disciplinas práticas, como laboratórios de biologia ou química; desenho; oralidade das línguas, etc dão aulas à distância?
Depois há a questão das disciplinas semestrais, esse grande erro, que agora vai ser complicado resolver.
Na verdade, parece-me que há uma solução que resolve esses problemas todos mas não a digo porque se a escrevo e algum colega vê, mata-me :)))
Enquanto uns trabalham para nos salvar outros trabalham para nos destruir pela divisão.
Nestas notícias percebemos a virtude de estarmos numa união de países que têm tratados de colaboração que nos obrigam em vez de estarmos cada um por si a tentar passar por cima dos outros.
Foreign ministers representing seven major industrialized nations failed to agree on a joint statement Wednesday after the Trump administration insisted on referring to the coronavirus outbreak as the “Wuhan virus,” three officials from G-7 countries told The Washington Post.
Other nations in the group of world powers rejected the term because they viewed it as needlessly divisive at a time when international cooperation is required to slow the global pandemic and deal with the scarcity of medical supplies, officials said.
O médico chinês oftalmologista que trabalhava no Hospital Central de Hubei e denunciou uma suspeita de epidemia. No espaço de um mês e meio, foi perseguido, ameaçado e morreu vítima das más decisões e irresponsabilidade alheias. Vou passar a chamar a este Coronavírus, 'Li Wenliang', para não esquecer o nome dele. Estes são os heróis que nos salvam.
Deputy British ambassador Steven Dick, 37, died yesterday after contracting coronavirus. He was a really nice bloke and a great diplomat. Last week he told me he had the virus but was feeling fine. Awful. (Shaun Walker)
Uma das consequências do surto do novo coronavírus está a ser sentidas nas autoestradas nacionais. Nos últimos dias tem havido uma quebra acentuada no tráfego e, para as concessionárias, isso significa perda de receita. Contudo, diz o Jornal de Negócios, há uma cláusula nos contratos que prevê uma compensação por parte do Estado, garantindo a reposição do equilíbrio financeiro.
... dá-me ideia que esta lareira precisa de uma intervenção nas amígdalas...
via noel tanti
This room was created by the Italian interior designer Lorenzo Mongiardino for Tiffany designer Elsa Peretti in a medieval tower in Porto Ercole (Tuscany) in 1985. The most famous feature is this open fireplace. Montgiardino began his career as a stage-set painter.Thomas Richers
Não é que eu seja supersticiosa mas é melhor não desafiar o morcego e o pangolim - um ditado (inventado agora mesmo) que vou tornar popular de tanto o dizer.
Logo, um filme para todos aqueles que se deleitam na solitude do infinito, que é uma coisa muito diferente da infinita solidão. Um filme cheio de telas enormes de Natureza intocada, indómita, insubmissa, agreste e dura, mas bela, com aquela beleza dos cumes inacessíveis dos glaciares e dos seus vales cheios de gelo e neve sempiterna. Aquelas paisagens, à maneira de Ansel Adams ou de Bierstadt mas muito duras e afiadas, às vezes medonhas de belas, por vezes a parecerem cenários de um planeta desconhecido, que não este nosso. Calculo que tenham muito de arte digital à mistura mas isso não lhes retira nenhuma realidade, porque a vida imita a arte e não o oposto.
O filme é passado no Alasca e conta a história de Togo, um cão líder de trenó, de raça Husky siberiano e do seu dono, Leonhard Seppala. Ambos existiram no início do século XX e são famosos: o cão, tendo sido um exemplar excepcional como nenhum outro em coragem, inteligência, reisistência, considerado o melhor de sempre, com feitos extraordinários na sua vida e o dono, um grande treinador desses cães e condutor de trenós. À época estes trenós eram muito usados nestas regiões como transporte e correio.
O filme conta isso tudo: o carácter excepcional do cão e o do seu dono e o laço inquebrável de afecto que os unia. É um filme da Disney. É um daqueles filmes que não é para qualquer criança ou adolescente porque grande parte do filme passa-se com o homem e o cão nessa natureza selvagem. No entanto, é o tipo de filme que terá um impacto muito forte e duradouro em algumas, o que nos revela logo muita coisa acerca dessas :)
O filme também é, ou pelo menos foi assim que o vi, uma metáfora da vida e de certo tipo de pessoas. Deixa-me ver se me explico. Não é qualquer pessoa que vive naquele ambiente isolado e duro, onde todos os dias se é consciente das situações-limite da vida. Sobretudo a fazer aquele trabalho de ir sozinho por trilho inóspitos no meio de montanhas geladas cheias de perigos. É preciso desenvolver muita tenacidade e dureza de vontade mas, ao mesmo tempo, não é possível viver-se naquele sítio sem se desenvolver uma sensibilidade à grandiosidade e beleza do Universo. As contradições que nos formam são todas exacerbadas nesses sítios de extremos irredutíveis aos constrangimentos da razão.
Às vezes tenho alunos deslocados. Estão no sítio errado. Pertencem a sítios inóspitos que requerem muita tenacidade, auto-afirmação, resistência insubmissa. É claro que a maioria dos alunos que são teimosos e resistentes são apenas clichés da adolescência, mas um ou outro não e é preciso dar-lhe alguma corda para ver como eles a puxam, porque por vezes são apenas seres indómitos, inadaptados a tempos amenos. São pessoas talhadas para outras realidades, só que estão encalhados no quotidiano normal e não se enquadram.
Aquele tipo de pessoas que gostaríamos de ter connosco em tempos a necessitar de heróis, de gente firme com iniciativa que dá o corpo ao manifesto sem desistir, são os mesmos que em tempos normais desacatam e por vezes chocam.
Não se pode, ao mesmo tempo, querer na mesma pessoa, o excepcional e o normal.
É verdade que não sabemos se esses miúdos/as que muito de vez em quando nos passam pelas mãos vêm a desenvolver-se desse modo, mas que vemos bem esse potencial neles, ahh isso vemos. Doravante vou passar a chamar-lhes, para mim mesma, claro, Togos.
Espero que um dia tragam este filme a uma sala de cinema cá em Portugal porque quero muito ir respirá-lo, suspirá-lo, mastigá-lo, deleitar-me na solitude infinita dele, num grande ecrã.
Como o nosso trabalho não está pensado para ser, sobretudo, online, tenho trabalhado muito mais horas nestes dias do que é normal, mesmo tendo em conta que estamos em fim de período. Assuntos que tratamos rapidamente dentro das salas de aula, como dúvidas e esclarecimentos, agora obrigam a escrever respostas individuais e assuntos que tratamos com os colegas em 5 minutos na sala de professores, agora, obrigam a emails para lá e para cá... são horas.
Outra coisa era o ministro dizer claramente o que pensa fazer no 3º período e sem inventar coisas estúpidas que nos empecilhem o trabalho. É que preparar aulas à distância obriga a reconverter todo o trabalho já planeado e preparar aulas de modo completamente diferente. Se não tivermos a pausa lectiva da Páscoa para planear e produzir material para as aulas do 3º período, depois não há tempo para o fazer e, não vamos começar a fazer seja o que for, arriscando que depois sua excelência venha impor coisas completamente diferentes e ter de deitar o trabalho para o lixo.
Por conseguinte, senhor ministro, deixe-se de ideias de fotografias para nos controlar e ponha-se a trabalhar no que interessa, sff.