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July 27, 2020

Estes artigos irritam




Ensino à distância pode deixar "traumas para a vida toda" em alguns alunos

A especialista, que durante anos trabalhou em psicologia infantil, lembra: "se tiver um pai que me ajuda a estudar, que compreende a matéria e a revê comigo, é possível que eu tenha um rendimento escolar superior a outro colega que não tem pais que consigam acompanhar. O mesmo se eu estiver numa casa com todas as condições e o meu colega viver numa casa com muito barulho e a passar frio".

A sensação de ficar para trás pode ser levada com mais ou menos leveza para determinadas crianças e jovens. Mas, regra geral, "pode ser traumático e pode trazer traumas para a vida toda". "Isto mexe com a nossa autoestima, com a consciência de 'eu não sou tão bom como' ou 'eu não consigo fazer o que o colega faz'", alerta.

Grande parte deste trabalho vai depender da comunidade escolar, sublinha a psicóloga clínica. Catarina Lucas diz que, "acima de tudo, temos de ser compreensivos, tal como tentamos ser nesta fase", conscientes de que os recursos e contextos são diversos entre os milhares de alunos no ensino português. Os professores devem trabalhar sobre "a não culpabilização, a não responsabilização, a ideia de que todos dão o seu melhor". Além disso, "é preciso baixar a exigência, de determinada forma", o que "não quer dizer que não trabalhemos para ela, mas, pelo menos, que em termos de mensagem não passamos essa pressão".

Por isso, Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), alerta que o modelo de avaliação deve ser repensado "seriamente". Também na opinião de Paula Carqueja, dirigente da Associação Nacional de Professores (ANP), "será muito mais importante termos uma avaliação permanente dos nossos alunos do que estar a julgá-los por um teste", não só em tempos de pandemia, mas de forma contínua.
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O que esta psicóloga [uma tal, Catarina Lucas] diz não tem nada que ver com o ensino à distância mas sim com a situação de carência e fraca alfabetização de muitas famílias portuguesas e o primeiro factor referido não é resolvido pela escola, nem hoje nem nunca. Nem entendo o termo, 'trauma' neste contexto que ela refere.

O objectivo da escola não é fazer com que os alunos tenham muita auto-estima, nem isso é um produto escasso na maioria dos alunos a partir de uma certa idade, pelo menos, ao contrário do que se pensa. Uma coisa é termos cuidado em não ferir a auto-estima das pessoas outra muito diferente é pensar que a escola serve para dar auto-estima aos alunos. 
Diz aos professores para não culpabilizarem os alunos... mas alguma professor culpabiliza os alunos pela pandemia, por não terem famílias com recursos, por terem passo mais dificuldades na aprendizagem...? Mas as pessoas são doidas? E quem é que publica estas parvoíces num jornal nacional?
A senhora ainda se põe a dizer aos professores como devem trabalhar, que têm de baixar a exigência e tal. Falta de auto-estima ela não tem, porque sendo psicóloga clínica, pensa que isso lhe dá formação especializada em ensino. 

De vez em quando, envio alunos para psicólogos, por várias razões, com o acordo dos pais, claro. Nesses casos, escrevo qualquer coisa para o psicólogo saber a razão de pensar que o aluno precisa de um acompanhamento especializado. No entanto, nunca jamais me passaria pela cabeça acrescentar um diagnóstico e uma prescrição de tratamento como se o lidar com adolescentes me desse formação especializada para prescrever tratamentos. Pois é exactamente o que faz todo o gato pingado aos professores: explicarem-lhes como devem fazer o seu trabalho.

A minha escola fez um inquérito à comunidade sobre a experiência deste ensino à distância: professores, alunos e pais. O inquérito tinha espaço para as pessoas fazerem observações. Nas respostas muitos pais que não são professores, deram a sua opinião sobre o ensino: que não concordam com um certo método de ensino, que o outro utilizou tecnologia que não gostam... é a mesma coisa que eu agora ir dizer que não estou de acordo com a maneira como se constroem as pontes ou que acho que as cirurgias deviam ser feitas com outros instrumentos... onde é que os pessoas foram buscar a ideia de que percebem alguma coisa acerca de ensinar? 
A mim interessa-me saber as dificuldades que os alunos e pais sentiram nesta modalidade de ensino porque isso dá-me dados para saber se tenho que mudar estratégias, mas a opinião que têm sobre como se deve ensinar, não me interessa um átomo nem me ajuda a perceber as dificuldades que tiveram e o que posso melhorar.

Sem surpresa, atrás da opinião da psicóloga sobre o ensino, vêm os ideólogos da felicidade dizer que deve-se acabar com as avaliações de teste porque são o demónio e o diabo a nove. Isto irrita. Sempre as mesmas conversas que não resolvem nada.

April 23, 2020

Ensino à distância - intervalo



Não vale a pena querer só parte da aula síncrona. Como deixo sempre uma questão para pensar e é por aí que começamos na sessão seguinte, hoje estivemos 45 minutos a discutir o subjectivismo e o objectivismo axiológico. Foi interessante. Depois como queria introduzir a próxima matéria com um problema enviei-lhes um pequeno texto com um dilema de um cirurgião sobre se há-de usar um indivíduo saudável para salvar a vida de quatro - outra discussão. Depois lá avancei na matéria - deixei um dilema imaginário da professora de filosofia que os implica a eles (quero ver se têm objetividade na discussão) e que há-de dar outra grande discussão. Estamos a falar de ética. Esta aula teve piada mas são os 90 minutos inteirinhos. Há um aspecto das aulas à distância que tem valor mas agora não tenho tempo para explicar que estou a 5 minutos da próxima.

April 22, 2020

Ensino à distância - testemunhos



Há professores no ensino básico que têm, por exemplo, 7 turmas, cada uma com mais de 25 alunos. Ou seja, há professores que têm mais de 200 alunos, sendo que a quase totalidade tem bem mais de 100.
Com esta coisa a que chamam ensino à distância, cada professor tem, portanto, que preparar, enviar, corrigir todas as semanas centenas de trabalhos e ainda responder a dúvidas dos alunos e dos pais em plataformas, e-mails e telefonemas a qualquer hora do dia. Em alguns casos, esses professores têm ainda que preparar e dar aulas síncronas, ou seja, em tele conferência. E há ainda os que, para além de tudo isto, são directores de turma e têm que coordenar o trabalho dos professores, contactar permanentemente com alunos e pais, resolver problemas sociais e de falta de equipamentos dos alunos, etc.
Como é evidente, muitos destes professores são também pais, com filhos em idade escolar a quem têm também que dar o seu apoio. E, como todos os outros cidadãos, têm que tratar da casa, cozinhar, muitas vezes ainda apoiar familiares mais velhos, ir às compras, etc. E, não o esqueçamos têm o elementar direito a momentos de descanso, lazer e fruição.
Com a forma como o ministério da educação, alguns directores tiranozecos e também alguns professores xico-espertos, estão a conduzir o desenvolvimento deste 3 º período, a maioria dos professores ou já está ou vai entrar rapidamente em burn-out.


Fernando Godinho (tirado do FB)

April 21, 2020

Ensino à distância II



Esta sessão (não chamo aulas) durou menos tempo na parte síncrona: uma hora.

Primeira grande conclusão do ensino à distância: vou ter que investir seriamente numa cadeira ergonómica daquelas caras para conseguir estar sentada 4, 5 ou mais horas de enfiada porque nestes dias tenho saído directamente da secretária para a banheira para me passarem as dores horríveis nas costas ali no sítio do tumor.

Questão: envio a conta da cadeira para o ME ou para o Rui Rio?

Ensino à distância



Opá. Acabei neste segundo uma aula e nem sei se tenho tempo no intervalo de ir à casa de banho e comer qualquer coisa. Trinta minutos síncronos? Foram 80 minutos e porque acabei a aula senão eram os noventa inteirinhos. Isto porque, inscrito na questão dos valores andei a dar exemplos tirados da pandemia e do comportamento das pessoas e lancei uma questão para o ar acerca da razão pela qual são os idosos são aqueles que mais violam o isolamento social e isso deu uma grande discussão. Teve piada. Vou beber um chá que daqui a 10 minutos há mais.

April 17, 2020

Ensino à distância



Acabou-se a semana dos ensaios e testes. Conclusões:

1. a aplicação funciona bem;

2. os alunos são muito disciplinados na aplicação. Falam, um de cada vez, quando têm que escrever, nem um único utilizou as abreviaturas que usam entre eles - tudo escrito como deve ser, com a pontuação no sítio, etc. É claro que, se fosse o início do ano, no 1º período, não corria tudo sobre rodas mas já tivemos dois longos períodos de trabalho e já sabem do que a casa gasta.

3. os que chegam atrasados às aulas são os mesmos que chegam atrasados à sessão. Ou nem sequer aparecem.

4. os alunos do 12º ano estavam lá todos à hora de começar, excepto um, que apareceu mais tarde.

5. a escola é muito mais do que as aulas e é por isso que estão quase todos com saudades da escola. Alguns têm saudades das aulas e tudo, não propriamente pelo estudo, mas pela dinâmica de certas aulas que gostam.

6. o mínimo que estive com uma turma nesta semana que foi apenas de preparação, de ambientação, de teste à eficácia da aplicação e de definição de regras, foram 40 minutos, de modo que a minha ideia de, 10 a 15 minutos para uma síntese explicativa que fica gravada para quem não puder estar presente, por alguma razão fundamentada, poder ouvi-la quando puder + 15 a 20 minutos de perguntas e respostas e depois o resto do tempo para fazerem uma tarefa talvez tenha que ser revista.
Como priviligio o acompanhamento e participação nas sessões, mais que ter muitas tarefas, porque quero é que eles apreendam os conceitos e os integrem na estrutura mental de um modo dialéctico, se tiver que sacrificar alguma coisa são as tarefas, pelo menos àqueles que estão sempre presentes e participativos. Aos outros, é diferente. Aliás, arranjei uma recompensa para os que são assíduos e cumpridores.

Vamos ver. Par a semana começamos com a matéria nova e logo se vê; calculo que haja acertos, erros e rectificações porque tudo isto é novo e experimental. Sem stress.

April 16, 2020

Ensino à distância



Tive agora uma aula. Não estavam todos. Eram para estar uns 15 a 20 minutos com os miúdos em modo síncrono porque era uma sessão/teste para ver se estava tudo a funcionar como deve ser. Se nos ouvíamos uns aos outros, se toda a gente percebia as regras de funcionamento das sessões, falar um bocadinho da matéria que vamos dar e na avaliação. Acabei por ficar 40 minutos e desse 40 minutos, uns10 foram para todos dizerem que já não aguentam estar em casa (uma das miúdas disse-me que agora tem grande apreciação pelo caixote do lixo e espera ansiosamente que esteja cheio ahah), que têm saudades da escola e que querem muito fazer umas sessões em videoconferência e não apenas em áudio, para nos vermos uns aos outros porque têm muitas saudades de nos vermos (também tenho e disse-lhes), de modo que vou preparar umas sessões no hangouts.
Esta não é a turma mais faladora em que todos querem intervir. Essa é daqui a bocadinho. Vamos ver como corre, se dura os 90 minutos do horário :)

De facto, esta é uma realidade diferente. Para a semana vou ter uma consulta em versão teleconsulta, pelo hangouts. Outra realidade.

April 14, 2020

Diário da quarentena 30º dia - ensino à distância, essa coisada



Nove horas de trabalho...
Bem se diz que Abril, águas mil. Caiu uma chuvada de picaretas e a seguir trovoada. O céu está de chumbo. Arrefeceu. Estou cansada. As minhas costas...

Já começaram as sessões, como diz um colega e bem, porque isto não são aulas. Aquela dinâmica das aulas e a minha maneira de trabalhar que é sempre a fazer perguntas, a pôr hipóteses e a discutir as questões... pôr a pensar... isso aqui não existe. Falta essa interacção. Todos os colegas sentiram isso. Faz muita diferença, mas o que se há-de fazer...
Vou ligar a TV e ver o que se passou hoje.


Diário da quarentena 30º dia - diário de bordo



Desde as 7 e meia da manhã a trabalhar. Intervalo de 20 minutos. É que as minhas aulas só começam à 1 e 35h e já levo 3 horas e meia de trabalho em cima. Isto é uma enorme trabalhareira para os DT. Coordenar à distância o trabalho de 2 conselhos de turma com 60 alunos, mais pais, mais os outros 60 alunos das outras duas turmas. Mais preencher, receber e reenviar papéis, grelhas e questionários, inventar actividades diferentes para um ensino diferente, não copiáveis ou fazíveis por pais, irmãos ou profs. google, preparar gravações... isto vai ser puxado. Vamos ver.
Estou sem chocolate em casa para alimentar o cão do estômago, como dizia a outra... bad, bad.

Diário da quarentena 30º dia - início do 3º período em versão, 'chega-te para lá'



Tendo em conta que recebi emails de trabalho todos os dias, inclusive na sexta-feira santa, sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa, sempre sem parar, o 3º período já começou há um tempo.





April 13, 2020

Está tudo stressado



São os alunos, são os colegas... o ME não manda informações a tempo.
Eu sei exactamente como quero trabalhar para rentabilizar o meu tempo e o dos alunos sem invadir o espaço dos colegas e das famílias. Tenho tudo pensado, é simples e eficiente. Espero que me deixem trabalhar como quero e sei que é melhor e não me obriguem a coisas absurdas e complexas que me empecilhem o trabalho, como sei que outras escolas fizeram e estão a obrigar os colegas a fazer.

Os alunos querem saber do futuro e já estão stressados. Já enviei mensagem a dizer para terem calma que vamos fazer isto tudo sem stress e com calma. Eu estou calma e com confiança que isto vai funcionar bem. Só quero que não me avariem o trabalho.

April 04, 2020

8 dicas para um ensino à distância mais eficaz



Estas dicas também servem para o ensino presencial, excepto a primeira e a última. Podemos, no ensino presencial, fazer tudo o que fazemos à distância, mas com mais profundidade, abrangência e complexidade. Já o ensino à distância não permite fazer tudo o que se faz presencialmente, só uma porção e, sempre mais simples e superficial.


1. Ficar pelo essencial
- Em vez de abordar imenso conteúdo, sobretudo se for novo, é melhor concentrar-se em consolidar o que já foi aprendido. A aprendizagem que não se reforça, não se repete, é esquecida. É só lembrarmo-nos como os alunos vêm depois das férias de Verão.

2. Contextualizar
- Indique claramente o que devem aprender e qual é o encaixe desta aprendizagem no contexto maior. Se os alunos estão a construir, temos que dar-lhes andaimes conceptuais para se moverem de uns conteúdos para outros sem lacunas e também âncoras para segurar os conhecimentos.

3. Fazer a ligação com os conhecimentos anteriores.
- Para dar um continuidade à aprendizagem e fazer com que lhe compreendam o sentido global. Ainda, forneça os locais onde podem ir buscar os conhecimentos anteriores se já os esqueceram, para poderem recuperá-los e integrarem com os novos.

4. Indicar claramente os objectivos das tarefas e os critérios do sucesso em cada matéria.
- Aquilo que parece muito claro ao professor nem sempre é claro para os alunos.

5. Se possível, exemplifique previamente a resolução de um exercício.
- Isto é o mais difícil de fazer-se à distância, mas é uma parte essencial do ensino, porque nada substitui eles verem o professor a resolver a tarefa, passo a passo, e a explicar a lógica/utilidade/importância de cada passo para alcançar o objectivo. Mostre se existem caminhos alternativos e incite à exploração desses caminhos, sempre que possível. Isto é uma estratégia absolutamente essencial no início de uma matéria nova que exige uma metodologia que lhes é desconhecida.

6. Dar apoio e feedback
- A maioria dos alunos leva tempo a compreender conceitos e metodologias novas e precisa de apoio, pelo menos no início de uma nova aprendizagem. Prepare tempos de esclarecimento de dúvidas, perguntas e respostas, etc. Dê feedback: o que foi bem construído e porquê, o que foi mal construído e porquê.

7. Dar aos alunos tarefas que obriguem a activar as aprendizagens.
-Não apenas dar exercícios de consolidação mas expandir a aprendizagem com questões: o quê, como, porquê?

8. Não apresentar novos conteúdos em uma sessão apenas.
- Mais vale várias sessões curtas com consolidação que sessões longas sem consolidação.

a partir de, ‘Lessons for Learning’, uma colaboração entre, Tim Surma, Kristel Vanhoyweghen, Dominique Sluijsmans, Gino Camp, Daniel Muijs e Paul Kirschner. Lido no blog deste último.

April 01, 2020

Ensino à distância IV 😄




Escola e ensino à distância III - no geral, estou de acordo com este ponto de vista



A interrupção e a hybris dos tele-educadores
Francisco Teixeira

Vivemos uma interrupção. Adaptemo-nos a isso sem transformar o anormal em novo normal, sem fetichismos que separem o nosso desejo da coisa verdadeiramente desejada: um país e um sistema de educação justos e decentes, intelectualmente honestos, que não transige da ideia de igualdade e que não deixa ninguém para trás.

March 26, 2020

intervalo para almoço - acerca do 3º período


Parece-me que toda a gente está de acordo que insistir em manter exames, provas de aferição e aulas regulares com notas no 3º período é um simulacro de trabalho que não aproveita a ninguém. Mesmo o dar aulas é complicado e não é apenas por os alunos não terem todos condições em casa. É que há professores que também não têm internet a não ser uns poucos gigas de dados móveis e outros têm um PC do tempo do Magalhães e nem PDFs conseguem abrir.

Os professores, como eu, que dão disciplinas teóricas e têm condições digitais até podemos dar as aulas, mesmo contornando as condições dos alunos, desde que tenha um telemóvel com internet, mas somos uma minoria. Como é que um professor de disciplinas práticas, como laboratórios de biologia ou química; desenho; oralidade das línguas, etc dão aulas à distância?

Depois há a questão das disciplinas semestrais, esse grande erro, que agora vai ser complicado resolver.

Na verdade, parece-me que há uma solução que resolve esses problemas todos mas não a digo porque se a escrevo e algum colega vê, mata-me :)))

Fenprof pede suspensão das aferições e adiamento dos exames do Secundário

March 23, 2020

Ensino à distância



Nestas duas semanas, como já tinha feito todas as avaliações do período e não estava atrasada na matéria (a não ser no 12º ano mas é um programa que permite uma grande flexibilidade por razões que agora não interessam) deixei espaço para que os colegas que ainda tinham avaliações para fazer e matéria para dar para essas avaliações fazerem-nas, uma vez que os alunos, em casa, não conseguem ter o mesmo rendimento que nas aulas.

Falo da minha experiência com os meus alunos mas não deve ser muito diferente da dos outros. Tenho alunos que têm computador em casa e lugar próprio e privado para trabalhar e outros que não têm computador, ou têm mas é partilhado pela família. Há alunos que têm irmãos pequenos e têm que tomar conta deles, porque estão em casa e os pais têm que trabalhar. Alguns têm computador e internet mas muito lenta. Há alunos que têm casas muito pequenas e têm que estudar na sala, onde está o resto da família a fazer barulho. As condições entre os alunos são muito díspares e não é possível fazer-se o que se faz nas universidades ou que fazemos nas formações online em que estamos em videoconferência uns com os outros em sessões síncronas, sem interrupções.

Depois, os alunos querem fazer as tarefas mas têm dúvidas ou querem saber se estão a progredir na direcção certa e o professor não está ali para orientar e ajudar. Acabam por andar em cima dos pais sem sucesso (mesmo os pais que percebem deste ou daquele assunto, não percebem de ensinar tarefas académicas que têm uma pedagogia própria) incrementando atritos.

Ora, isso é muito diferente do que estarem numa sala, resguardados, com um professor presente que explica, prevê as dificuldades, orienta, ajuda, incentiva, corrige em cima do momento, tem materiais adequados ao espaço, mantêm-os focados no assunto, etc. É por isso que, pelo menos neste nível de ensino, a presença do professor é insubstituível. Por outras razões importantes também, mas que agora não interessam para esta questão.

De modo que estive a pensar como dar as aulas no 3º período tendo em conta estas condicionantes.

Em 1º lugar encontrei, através de um colega, estes cartazes que sintetizam muito bem aquilo que penso serem bons princípios para lidar, em termos metodológicos, com a situação do ensino à distância e que resumiria em algumas palavras: simplificar, sintetizar, clarificar, responder.

Em 2º lugar estou a pensar em modos de dar matéria nova com aquelas condicionantes. Como já percebi que todos têm telemóvel com internet (a maioria tem tablet também) mesmo não tendo computador, a melhor maneira será abrir um canal no youtube para cada turma e gravar aulas - coisas curtas de 15 minutos no máximo e depois enviar documentos de apoio e tarefas relativas a cada aula.

Paralelamente criar um grupo-turma no WhatsApp, por exemplo, para poder estar no horário das aulas, disponível para perguntas, dúvidas, ajuda, etc.

Para já foi o que me ocorreu que posso fazer porque chega a todos que tenham telemóvel com internet - que são todos. No limite até podem escrever os trabalho, tirar fotografia e enviar.
É claro que isto funciona no secundário porque os alunos já têm certa autonomia e estamos no final do ano lectivo. Se fosse o início do ano com turmas do 10º ano, por exemplo, onde a esmagadora maioria dos alunos têm zero autonomia, talvez tivesse que fazer algumas coisas diferentes, mas para já é o que estou a pensar fazer.










































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