November 13, 2024
August 21, 2024
Pode haver mudança na economia sem mudança de mentalidades?
Hoje li um artigo no caderno de economia do jornal suíço, letemps.ch. O artigo é uma longa melúria sobre o desaparecimento da marca Made in Switzerland, a propósito da deslocalização da produção da Hero, uma marca centenária de produtos agro-alimentares, nomeadamente compotas (que todos já comemos ao pequeno-almoço em hotéis) para Múrcia, em Espanha. Isto, depois de outras marcas centenárias, totalmente Made in Switzerland terem fugido da Suíça: a Toblerone para a Eslováquia, a Sugus (que saudades...) para França e China, a Suchard para Estrasburgo, a Milka para a Alemanha.
O patrão da Hero, Rob Versloot, explica que o franco suíço está muito alto de maneira que a mão-de-obra é muito mais cara que em outros países. E o artigo fica-se por aqui e não levanta questões a esta explicação.
A minha questão é: e então? Porque razão a mão-de-obra estar mais cara na Suíça que em outros países é motivo para deslocalizar as fábricas, despedir pessoas e perder tecido industrial? A resposta todos a sabemos: por que estes patrões não abdicam das suas margens de lucro de 300% ou 500% ou 2000%. Não estão para partilhar as perdas da sociedade. Exigem que os seus lucros se mantenham num crescimento constante, mesmo que à custa do empobrecimento dos trabalhadores e do prejuízo do país. Exigem poder fugir ao fisco, exigem benefícios com o argumento de que criam postos de trabalho, mas na verdade o que criam são condições para manterem as suas margens de lucro sempre a crescer.
Tal como os bilionários que há pouco pediam ao governo norte-americano que os taxassem em 2%, porque pagam 0,5% de impostos e isso põe em causa a democracia. Um deles queixava-se até de a empregada doméstica pagar de impostos mais que ele. Que descaramento. Esses bilionários têm uma opção evidente: pagar os devidos impostos que são na ordem dos 50%, em vez de fugir ao fisco com manigâncias e depois dizer que são tão bonzinhos que querem ser taxados em 2%.
Ou seja, não abdicam das suas margens de lucro obscenas na ordem dos biliões (americanos) mesmo que isso torne toda a sociedade mais injusta e menos democrática.
Enquanto esta mentalidade não mudar ou enquanto os políticos não tiverem a coragem de regular as deslocalizações massivas de dinheiro e produções e cobrar os devidos impostos, não vejo que possa haver mudanças na economia que beneficiem os países e não cinco ou seis pessoas dentro deles e, por maioria de razão, não vejo possibilidade de evolução na democratização dos países. Pelo contrário: mais pobreza, mais revolta, mais insegurança, mais populismos e extremismos.
August 20, 2024
Política americana: showbiz
I’m in tears 😭 😭😭
— Morgan J. Freeman (@mjfree) August 20, 2024
If this 3m+ standing O for Joe doesn’t bring goosebumps, you aren’t human!
Wow!!!! Raise your hand if you love Joe!!!! ✋pic.twitter.com/X6oQrp7b8x
July 12, 2024
Há uma série de raparigas novas aí pelos vinte anos que são herdeiras de tronos europeus
Os Reis de Espanha educaram bem as duas filhas. Têm tudo para fazer sucesso. Há uma série de raparigas novas aí pelos vinte anos que são herdeiras de tronos europeus e parecem ser todas pessoas com a cabeça no lugar e sentido de responsabilidade. Tenho esperança nesta geração da realeza mais nova, educada para ser consciente dos problemas do planeta, com uma mentalidade virada para a preservação da Natureza e um espírito de serviço que faz falta aos nossos políticos. Pode ser que inspirem novas lideranças.
May 24, 2024
Um país nauseabundo
Porque está nas mãos de quem empesta o ar. O país está sequestrado por Sócrateses, miméticos e patéticos - estes últimos são os respeitáveis que se prestam a assinar qualquer coisa, na companhia de qualquer corrupto ou facilitador de corruptos.
O país é desta gente e nada lhes chega. Também querem a Justiça aprisionada para poderem pôr 500 recursos e nunca ter de responder por nada.
Entretanto, aqui os palhaços que trabalham no duro, são roubados de anos de trabalho e depois andam 20 anos a discutir e negociar umas merdas de umas migalhas sem nunca fazerem justiça e sempre com ofensas pelo meio enquanto se regalam com aumentos e retroactivos e manifestos de, 'Aqui-d'el-rei que sou uma vítima, porque não posso ser uma auto-estrada de cunhas sem que me chateiem, a mim e ao meu parceiro que esconde dezenas de milhares de notas vivas no meu gabinete no meio do vinho - o meu gabinete de trabalho está cheio de vinho...'.
Temos um país nauseabundo.
Estou a trabalhar a Filosofia Política com os alunos e estamos a estudar a Teoria da Justiça de John Rawls. Hoje expliquei o que significa um Estado de Direito, a importância das leis, da independência dos orgãos de soberania e de todos, sem excepção, estarem obrigados ao cumprimento da lei. Como, sem essas garantias, não somos livres, mas constrangidos pela força de pessoas com poder.
Também reflectimos sobre a ideia da Justiça Retributiva e porque é que a questão da desigualdade social é tão importante para a questão do Estado de Direito. Porque é que ter uma sociedade mais justa e menos desigual, beneficia até o milionário, apesar de isso significar que não consegue uma tão grande acumulação de riqueza e poder.
Farto-me de dar exemplos de como os legisladores e os outros orgãos de soberania estão na origem das leis que afectam directamente as suas oportunidades de poderem concretizar um projecto de vida e de terem uma vida decente e não de escravatura, de como têm de estar por dentro dos assuntos políticos e serem intervenientes para não serem apenas recipientes passivos da vontade dos outros. Espero que alguma coisa lhes fique e que as pessoas mais novas quebrem estes ciclos viciosos de políticos que vivem em circuito fechado a comer 120 mil milhões por ano, sem nenhum escrutínio e contra todo a responsabilização.
January 23, 2023
Onde está a oposição?
Como é que num quadro de total desnorte de governação e multiplicação de casos de prevaricação com dinheiros públicos o maior partido da oposição não consegue capitalizar votos? E os outros partidos, também, com excepção do Chega. Que vento de mediocridade varreu a política portuguesa?
Maioria absoluta do PS esfumou-se, PSD também perde, Chega ganha força
22 de Janeiro
Um ano depois das legislativas, o Bloco Central apresenta sinais de desgaste, a Direita deixa a Esquerda a sete pontos de distância, e os liberais multiplicam-se por dois.
Um ano depois das últimas legislativas, o PS de António Costa voltaria a vencer umas eleições, mas longe da maioria absoluta (27,1%). Não conseguiria sequer liderar uma maioria parlamentar à Esquerda, porque ela desaparece. De acordo com a sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, o PSD de Luís Montenegro não consegue afirmar-se como alternativa (25,1%). A Direita teria primazia, mas à custa do crescimento de Chega (12,9%) e Iniciativa Liberal (9,5%). O BE também recupera, mas pouco (6,6%), enquanto a CDU parece estagnada (4,8%). Livre (3,4%) e PAN (3,1%) deixariam de ser partidos de deputado único. E o CDS ficaria fora do Parlamento.
August 28, 2022
Os países não podem ser governados como se fossem empreendimentos comerciais
A segurança nacional continua a ser a função irredutível do Estado. Ao assistir ao ocaso da ideologia globalista, espero que tenhamos aprendido de uma vez por todas que o comércio pode tornar-se uma vulnerabilidade estratégica se as corporações e os governos o desvincularem de considerações de segurança nacional.
Andrew A. Michta
August 25, 2022
Gostei de ler este artigo
August 20, 2022
July 08, 2022
O que é preciso é mudar esta TINA
Acabar com os penetras.
The public are under the false illusion that removing a Prime Minister changes the direction of a nation. It doesn't.
— Know Your Human Rights (@HumanRights4UK) July 7, 2022
It is the #WorldEconomicForum that is influencing nations and it is them that needs removing from our Gov't:
“So we penetrate the cabinets” Klaus Schwab, 2017 pic.twitter.com/PlFPOw0Gyv
June 13, 2022
A instrumentalização política da educação só tem feito degradar os sistemas
E não é só cá, é em todo o lado, e não é só nas escolas, é nas universidades também. Políticos nas universidades a subverter o sistema, políticos a comprar teses de mestrado e doutoramento, sistema de verificação de pares tão selecto que só com a cunha certa se consegue ser revisto, políticas educativas moldadas aos interesses eleitoralistas dos políticos ou às pedagogia dos donos de empresas de explicações, escolas privadas, gestão escolar salazarenta para controlo micro-totalitário...
Em França chegou-se ao cúmulo de subir por decreto um ou dois valores das notas que os júris atribuíram nas provas do 'bac'. Depois das notas atribuídas os professores viram, com estupefacção, que o júri nacional tinha mandado subir um valor a todas as notas, de modo totalmente arbitrário. Isto depois do próprio sistema informático estar programado para fazer ajustes internos às notas lançadas na plataforma. Para quê todo este trabalho de classificar?
As provas do bac que nos anos 90 tinha uma taxa de sucesso de 75%, agora têm de 90%. É como cá faz este ex-SE, agora ministro: manda que se passe todos e depois gaba-se que reduziu muito a taxa de abandono e de insucesso.
A responsabilidade desta degradação é dos políticos que querem instrumentalizar a educação e os professores, mas também dos seus facilitares, entre os quais se contam a maioria dos professores universitários (quem faz os currículos escolares e forma professores) que em vez de se informarem do que passa realmente nas escolas só querem chamar nomes aos professores e espalhar mentiras para... não sei... sentirem-se mais importantes ou assim. Em vez de ajudarem a resistir a esta decadência reforçam-na e são coniventes com estas manhas de fazer parecer que o trabalho da educação está bem pensado pelas suas cabeças.
Não tarda muito para que esta decadência dos níveis de qualidade do ensino chegue à produção científica e comece a ser difícil a inovação científica e tecnológica como as conhecemos. Neste momentos beneficiamos dos que foram educados há, pelo menos, quinze anos ou mais, antes desta falência intelectual que assola os políticos e satélites. Mas daqui a vinte anos, o que é já ao virar da esquina, o panorama será muito diferente. Talvez já se tenha posto as máquinas a fazer o que não saberemos fazer.
Por Marie-Estelle Pech
March 07, 2022
February 15, 2022
Não era suposto os Jogos Olímpicos serem acerca de desporto?
Sha'Carri Richardson Wants To Know Why She Was Banned From The Olympics When A Russian Skater Who Failed A Drug Test Was Allowed
"The only difference I see is I'm a black young lady."
Olympian Kaitlyn Weaver says her “heart goes out to Sha’Carri Richardson” after Russian figure skater Kamilla Valieva was allowed to compete despite failing drug test.
— The Recount (@therecount) February 14, 2022
Richardson was suspended in July and left off the U.S. Olympic track team after a positive test for THC. pic.twitter.com/DMKvsliZcm
January 26, 2022
Muro anti-Rússia
Polónia dá início à construção de muro na fronteira com Bielorrússia
Até junho deve estar concluído o muro na fronteira da Polónia com a Bielorrússia para bloquear a passagem de migrantes.
January 23, 2022
Filmes - «Munique, The Edge Of War» (Munique, À Beira Da Guerra)
Este filme gira à volta da assinatura do acordo de paz de Munique, em 1938, entre Chamberlain, primeiro-ministro inglês e Hitler, em vésperas da Segunda Grande Guerra. O filme tem duas histórias paralelas a correr em simultâneo: uma é a da assinatura do acordo e do papel de Chamberlain nesse processo -que o filme defende ter sido positivo pela razão de ter dado um ano de paz à Inglaterra e aos aliados para se preparem para a guerra; outra é uma tentativa de impedir a assinatura do acordo por parte de dois diplomatas, um inglês, secretário de Chamberlain e outro alemão, secretário de Hitler, que se conheciam e eram amigos desde os tempos de Oxford, que ambos tinham frequentado.
O filme está bem feito. Sabemos a história e, mesmo assim, ficamos presos ao suspense da situação. Somos levados a questionar-nos se, chegado o momento que não tem retorno, o saberíamos reconhecer e, reconhecendo-o, se estaríamos à altura do momento. Esta é uma questão importante no filme.
É difícil não traçarmos um paralelo com a situação actual, salvas as devidas distâncias, naturalmente, pois Putin não é Hitler, mas a situação geopolítica tem os mesmos contornos.
Estamos num momento de autoritarismo crescente nos regimes do mundo, de crise económica com muito populismo, muita revolta e temos a Rússia de Putin a exigir que o Ocidente feche os olhos e permita o sacrifício de uma parte grande da Ucrânia e da sua possibilidade de sucesso económico, bem como de outros países da esfera da ex-URSS, a troco de paz. Na altura do acordo de Munique, em 1938, também se estava numa grande crise económica, com autoritarismos crescentes no mundo, populismos e revoltas e com a Alemanha de Hitler a exigir que o Ocidente fechasse os olhos à anexação dos Sudetos da Checoslováquia a troco de paz.
Tal como na época, também hoje há acordos secretos entre o líderes da minoria separatista e o ditador invasor. Então como hoje, o ditador que faz exigências a troco de paz não é pessoa capaz de honrar compromissos ou acordos e tem a mão leve para o assassinato. Então como hoje o Ocidente tem, acima de tudo, desorientação e medo do ditador.
(publicado também no blog delito de opinião)
January 08, 2022
Uma questão em duas perguntas
Se as pessoas que escrevem programas políticos que já deram mau resultado no passado e as que executam programas políticos com maus resultados são as mesmas, não será uma loucura confiarmos nelas e nas suas políticas? Não cabem na definição atribuída a Einstein, segundo a qual, "Loucura é fazer a mesma coisa vezes sem conta, mas esperando resultados diferentes"?
January 01, 2022
O Carlos Moedas tem ideias
Estou a ver um programa de conversa informal na SIC com opinadores que teve como primeiro convidado do ano o presidente da Câmara de Lisboa. Tem estado a responder a perguntas e algumas provocações dos outros participantes e na verdade, tem respostas que mostram, não só estar dentro dos assuntos, mas já ter pensado neles na óptica das soluções. Boas perspectivas, portanto.
December 24, 2021
Há fome de competência no rectângulo
Tanta, tanta que um tipo organiza um processo de vacinação com sucesso e já se pensa que pode ser o próximo Presidente da República.
Percebemos que o PS quer ir à boleia de Gouveia e Melo que está com a cotação em alta, e percebemos que o próprio viu isso como uma oportunidade de acção política.
A pressa do PS pôs o almirante Calado a falar e não foi bonito, mas não é nada que surpreenda da parte de um partido político, isso de comprometer pessoas para caçar votos.
Quanto ao Gouveia e Melo... vamos ver o que ele é capaz de fazer. Estamos sempre a dizer que precisamos de gente diferente dos moços dos partidos nos cargos, agora aí está um. Vamos ver o que ele faz.
Vamos ver
Gouveia e Melo toma posse segunda-feira como chefe do Estado-Maior da Armada
O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo foi o responsável pela task force de vacinação contra a covid-19.
A "revolução" que o vice-almirante tem assumido querer fazer na Marinha, tornando este Ramo das Forças Armadas numa espécie de catalisador para novas políticas de valorização do mar como ativo estratégico nacional, é conhecida de António Costa e encaixa na perfeição na "ambição" declarada do primeiro-ministro de transformar os oceanos numa "grande causa e missão global".
December 18, 2021
"I thought those gains meant something"
Olha, enganaste-te. A única coisa que conta são: os votos e o dinheiro.
Former Afghan National Security Adviser @hmohib tells @margbrennan one of his government's biggest mistakes was “not seeing that writing on the wall about the withdrawal...the United States has made its decision and would withdraw under any circumstances.” https://t.co/uKLQ6NebTQ pic.twitter.com/tpJJIl76Dj
— Face The Nation (@FaceTheNation) December 16, 2021