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January 10, 2024

O ME: até Março ainda tem muito para estragar





Neste notícia com este título bombástico a fazer crer que os professores dizem que estão doentes, não estando, ficamos a saber que o ministério da educação contratou uma empresa privada de trabalho temporário de serviços médicos, (7500 juntas médicas) a quem pagou 150 euros à hora para que, apoiados num despacho desactualizado de 1989 acerca de doenças graves e incapacitantes, tratassem de excluir o maior número possível de professores da possibilidade de trabalharem em escolas perto de suas casas. É a isso que chama 'falsas declarações'. 7500 juntas médicas para este fim de prejudicar professores. Trabalhar, não para o benefício dos alunos, mas para o prejuízo dos professores. Isto diz muito do seu carácter. Daí que tudo em que mexe se estraga.


Serão 80 os professores com declarações “falsas” de doença


A mobilidade por doença permite que os docentes com patologias graves, ou com familiares próximos nesta situação, fiquem colocados numa escola junto da sua casa ou do local de tratamento. Neste ano lectivo foram abrangidos 4107 professores.

Também não é conhecido se este processo já chegou ao fim e para que conclusões aponta. Mas Joana Leite acrescenta que o chumbo dos professores nas juntas médicas se tem ficado a “dever à inadaptabilidade do uso” da legislação em vigor “como critério de acesso a este tipo de mobilidade”. Em causa está, no concreto, a aplicação de um despacho de 1989 que elenca quais as doenças incapacitantes que justificam longas ausências ao trabalho.

Numa recomendação enviada ao ministro da Educação, em Março passado, a provedora da Justiça defendeu a necessidade de se proceder à revisão e actualização do “elenco de doenças incapacitantes”, frisando que a utilização do despacho de 1989 “não se revela adequada para aferir a necessidade de uma solução de mobilidade”, nem para quaisquer “outros fins” que não seja a justificação de períodos prolongados de baixa médica. O que não é o caso dos docentes em mobilidade.

O ME garante que foram adjudicadas 7500 juntas médicas. No portal Base estão publicados dois contratos, datados de Dezembro de 2022, assinados com a empresa de prestação de serviços Precise Lda., no valor total de cerca de 281 mil euros. O preço por hora/sessão ficou fixado em cerca de 150 euros contra os 218 previstos inicialmente no caderno de encargos.

A Precise é uma empresa de trabalho temporário que tem sido contratada por variadas entidades públicas, sobretudo para a angariação de serviços médicos.

December 05, 2023

Quem acreditar numa única palavra do que este indivíduo diz merece ir comer palha

 


Professores. Ministro admite margem para recuperação total do tempo de serviço


João Costa reconhece que, durante a legislatura, foram assumidas outras prioridades e acredita que a contestação aumentou porque os docentes “sabiam que havia mais abertura para fazer coisas”.

October 16, 2023

Há mais de 50 mil alunos ainda sem professores




E não são mais porque as escolas optaram por encher os professores das escolas com horas/turmas extraordinárias, sabendo que se pusessem a concurso um horário com duas turmas ou três não arranjavam ninguém. Com algumas dessas turmas extraordinárias vem, às vezes, o trabalho de DT. Mesmo nos horários que foram postos a concurso, enquanto não há professor, um outro tem que fazer o trabalho de DT do que falta. Isto que dizer que milhares de professores que já têm horários sobre-carregados, estão ainda mais sobre-carregados do que o costume. É mais uma vitória da maioria absoluta socialista de Costa.


Uma vergonha Nacional

Pedro Patacho

Para muitos dos docentes que vão sendo colocados, o futuro é uma tortura. A de trabalhar e ser pobre. Percorrer quilómetros, viver em quartos, pensões, do favor de amigos, longe da família e sem a dignidade de ter o mínimo de conforto e tranquilidade com o resultado do esforço do seu trabalho. Um desgaste emocional brutal. Uma vergonha nacional.

O salário dos professores portugueses em início de carreira é hoje inferior àquele que tinham em 2014 (corrigida a inflação). Aprovou-se em 2023 o novo regime de aceleração da progressão na carreira, mas mantiveram-se os travões no acesso ao 5.º e 7.º escalões. Além disso, os impactos desta medida serão muito diluídos no tempo, como já demonstrou a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Cerca de metade dos 64 316 docentes abrangidos só a sentirão entre 2026 e 2033. E nessa altura estarão próximo da reforma, com uma idade média de 61 anos. Tudo isto não faz sentido.

A rápida progressão na carreira para os jovens professores é que tornaria a profissão atrativa, mesmo que o salário de entrada fosse baixo. Juntando isto à teimosa e injusta recusa de devolução faseada do tempo de serviço aos professores, que a ANDE já demonstrou ser possível até 2030 sem prejuízo das contas públicas, podemos dizer que se mexeu o suficiente para que tudo fique na mesma. As greves e a instabilidade vão continuar.

Quando as aulas arrancaram, em meados de setembro, cerca de 80 mil estudantes não tinham professor a uma ou mais disciplinas. No final do mês seriam cerca de 60 mil. Mas como o Ministério da Educação não divulga o número de pedidos de horários apresentados pelas escolas, não se consegue perceber se as necessidades estão de facto a diminuir acentuadamente ou se há pedidos das escolas que ficam sistematicamente sem resposta no concurso e que transitam de semana em semana. É o novo normal.

Perante a falta de professores, as soluções avançadas são reduzir as horas de formação dos futuros docentes, deixar de ser condição única para acesso aos mestrados profissionalizantes a detenção de uma licenciatura em Educação Básica, remunerar estágios e atirar rapidamente para as escolas os jovens professores, sem a prática supervisionada nos termos em que agora acontece. Outra medida é a abertura das portas da profissão a candidatos com outras formações. Andamos de cavalo para burro. Só neste ano letivo, já entraram nas escolas 1268 docentes não-profissionalizados. É o regresso à década de 80 do passado século XX. Vale a pena perguntar onde andam os cerca de 30 mil professores que foram afastados do sistema quando as "inteligências" nacionais diziam que tínhamos professores a mais. Não estariam muitos destes docentes disponíveis para regressar à profissão das suas vidas se existisse uma revisão séria da carreira docente?

O que temos visto nos últimos anos torna bem evidente que o setor da Educação não é uma prioridade política em Portugal. Como noutras áreas, o país não tem planeamento de médio-longo prazo, corre atrás do prejuízo e decide mal. No caso da Educação, como vemos, decide contra os professores e contra as famílias, que observam, de dia para dia, a diminuição acentuada da qualidade do ensino. Não admira que cresça a instabilidade, a agressividade e violência nas escolas, a desmotivação, o cansaço, o desalento, tanto de professores, como de alunos. Repito: uma vergonha nacional!



Este senhor tem uma grande lata

 

O Ministro da Educação alertou este domingo para o risco da cultura do imediatismo no aprofundamento de radicalismos e intolerâncias. João Costa deu como exemplo o conflito entre Israel e o Hamas e a confusão entre ativismo e vandalismo.

“Esta cultura do imediato prejudica a qualidade da democracia, por um lado, e a qualidade da aprendizagem por outro”, afirmou  governante, considerando que a falta de tempo para transformar a informação em conhecimento, conduz a “aprofundamento de novos radicalismos e de novas intolerâncias”.


João Costa, ME

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Uma pessoa que tem instigado a escola da inconsequência, do imediatismo, das coisas giras que dão prazer, da substituição da aprendizagem por experiências emocionais, pela aprendizagem através de redes sociais e produtos culturais superficiais de massas e pela cultura da vitimização e do ego desmedido vem agora dizer que isso é um perigo e que as pessoas confundem activismo e vandalismo - olhe, isso vem de pessoas que já foram educadas na sua escola, onde o mais importante é o ego, a opinião sem fundamento e a emoção fácil.


October 05, 2023

Dia do professor: o ME tentou de novo desacreditar os professores

 


Professores-para-que-te-quero

Joaquim Jorge

Não sei se António Costa tem um “ódio de estimação aos professores” como diz Mário Nogueira, mas às vezes parece. Uma coisa é certa, António Costa não vê os professores com bons olhos, lá isso não.

O Ministério de Educação, em nova ronda negocial, aproveitou para lançar mais uma notícia  para desacreditar os professores:”Mais de cinco mil professores apresentaram baixa em três semanas de aulas”.

O ministro tem como intenção enganar a opinião pública, dar a entender que os professores faltam muito e não querem trabalhar. A tentativa de denegrir esta classe atinge picos de sem -vergonha desmesurada.

Começa logo por que há cerca de 150.000 professores, é normal muitos faltarem. Noutras classes são em menor número faltam menos.

Convém recordar que em 2022, o Ministério da Educação reconheceu a 7.500 professores doenças incapacitantes, recusou a aproximação à residência e ao local de tratamento a 3.000.

O número de baixas deverá ainda aumentar porque o número actual não reflecte ainda os professores com doenças incapacitantes a quem foi recusada a aproximação, são apenas professores com doenças prolongadas, há muito tempo que estão doentes e alguns até a aguardar a aposentação.

O querer atirar areia para os olhos da opinião pública, para dar a ideia que a culpa é dos professores, pela falta de professores e que os professores são uns malandros.

Quando um professor falta toda a comunidade escolar fica a saber que faltou, incluindo a família dos alunos. Muita gente sabe e tem acesso a saber que um professor faltou.

A ausência de um professor interfere na vida dos alunos, isso é irrefutável. Todavia há professores com problemas de saúde, têm pais idosos para acompanhar, como todas as pessoas é natural que faltem e é um direito inalienável.

Não sei se António Costa tem um “ódio de estimação aos professores” como diz Mário Nogueira, mas às vezes parece. Uma coisa é certa, António Costa não vê os professores com bons olhos, lá isso não.

Quando dá jeito é só elogios para os professores como aconteceu na pandemia, porém o calcanhar de Aquiles deste governo são os professores. É importante chegar-se a uma solução e deixar de uma vez por todas de desvalorizar os professores.

Ainda hoje vem na imprensa, um estudo da ANDE ( Associação Nacional de Dirigentes Escolares) que o acelerador da carreira não é  como o governo diz. Por outro lado, outro estudo da ANDE estima que o esforço financeiro pela contagem total do tempo de serviço seria diluído no tempo e pelo efeito da aposentação de grande número de professores que deixarão a carreira.

Há um conflito latente entre governo e professores, entre informação e desinformação. O governo joga no tempo, no cansaço, no depreciar e desprestigiar a classe docente e na viragem da opinião pública que deixe de estar do lado dos professores.

Os professores não se devem calar, mas mudar de táctica. Por vezes, fazer um compasso de espera e não radicalizar com constantes greves. Ter imaginação e criatividade, verdade seja dita que tem tido.

Por exemplo, fomentar a indicação de voto noutros partidos sem ser no PS, fazer com que o PS não tenha maioria absoluta, ou mesmo, que perca as próximas eleições legislativas.

Os professores são os melhores do Mundo, mas quando toca a pagar são os piores.

Fundador do Clube dos Pensadores

October 04, 2023

Afinal o 'acelerador de carreira' do ME é um travão

 

2030? Uau!! Que privilégio...



O efeito deste acelerador é tão diluído no tempo que talvez nunca chegue e é essa a esperança do governo. Mais uma aldrabice anunciada para os do costume poderem dizer que os professores são privilegiados, não sendo. Continuem assim que vão bem. Agora chegam às escolas para fingirem fazerem de professores, putos que podem andar ainda a estudar na faculdade e que em conversa connosco se queixam de não terem gostado desta ou daquela disciplina quando andavam na escola (provavelmente dizem estas coisas aos alunos) e de o professor tal e tal não lhes ter dado boa nota: ainda não sairam sequer da perspectiva de aluno. São os novos professores do agrado deste ministro.

Mais de 3000 professores só sentirão efeitos do “acelerador” das carreiras na próxima década


September 28, 2023

As garantias do ME

 


30 de Junho 2023

O Governo vai aprovar incentivos para professores deslocados, nomeadamente para os que aceitem dar aulas em Lisboa ou no Algarve. O modelo ainda está a ser analisado com "muitos cenários" em cima da mesa, mas já há regiões sinalizadas, revelou o ministro da Educação.

27 de Setembro de 2023


Não sei quantos professores estão deslocados mas vou atirar ao ar um número por baixo -  25%, o que corresponde, grosso modo, a 30 mil professores. Desses 30 mil 15 pessoas têm ajudas de custo para a habitação enquanto deslocados (não sei o valor da ajuda de custo). Se não me engano, corresponde a 0,05%.
É de notar que 100% dos deputados, por exemplo, têm direito a ajudas de custos de deslocação. Acho bem (embora não concorde que os açorianos saquem esses subsídios a dobrar ou que os que moram em Lx saquem subsídios como se morassem no Porto), só não percebo porque é que para uns trabalhadores os direitos são normais e para outros são anormais, como se fossem grandes favores que se lhes faz, de modo a que só 0,05% deles lhes tenham acesso. As garantias do ME são cenas e cenários. É o país que temos. O povo é um anexo incómodo na comunicação governamental.

September 25, 2023

Pois, o ME é mais telemóveis nas aulas - e é assim que Medina poupa muito dinheiro




Mail que me chegou a denunciar o que se está a passar em muitas escolas com os portáteis dos alunos, dos professores e das secretarias.

Venho por este meio chamar a atenção de uma situação grave, que tem vindo a afetar todas as escolas, que ainda não foi divulgada às massas e é de grande importância que seja.

Como sabe, no projeto da Escola Digital, estão incluídos os computadores dos alunos (para realizarem as provas de aferição e este ano finais), estão incluídos os computadores dos docentes (os mesmos que usam para o seu trabalho do dia a dia) e agora também os computadores de secretária, que estão a ser usados pelos órgãos de gestão dentro dos agrupamentos.

Embora existam algumas questões ainda a ser tratadas no âmbito desta iniciativa, principalmente no que diz respeito aos equipamentos que perderam a garantia, esta semana surgiu um problema que não pode ser ignorado ou adiado.

Fui informado pela empresa Inforlândia, empresa detentora do sistema de bloqueio CuCo, que o ministério não procedeu ao pagamento das licenças deste mesmo sistema. O que é que isto significa na prática? Nenhum computador, que fique bloqueado, pode ser desbloqueado, pelo menos de forma definitiva e com certeza que se eles continuarem sem pagar eles vão bloquear literalmente todos os computadores, impedindo o seu uso totalmente. A empresa não pode ser responsabilizada por isso, aliás, para acrescer a isto, temos também a situação com a operadora Vodafone, que já começou a cortar o serviço a alguns cartões de dados móveis (cartões que são usados por alunos e docentes para ter internet).

Estamos no início do ano, ou seja, altura em que deveriam estar a ser atribuídos os kits aos novos alunos e docentes, no entanto, o mesmo não pode acontecer, porque não faz sentido atribuir um computador que não tem uso ou mesmo um hotspot com um cartão cuja internet está cortada.

No agrupamento do qual faço parte, já temos mais de 50 máquinas paradas, nesta mesma situação. Mais de 80% das indicadas, ainda estão em período de garantia e neste momento não passam de meros pesa-papéis.

Estamos numa fase crítica em que se o governo não resolver isto rápido, tudo o que foi desenvolvido no âmbito da digitalização, todo os esforços dos docentes em preparar os seus alunos para esta nova realidade, terá sido em vão. Foi pedido aos docentes para se adaptarem e agora, quando tudo está mais estável, é-lhes retirada a ferramenta que o governo insistiu tanto que fosse usada.

Não esquecer que algumas escolas também já optaram por manuais-digitais, ou seja, os alunos, sem os seus equipamentos, não terão como aceder aos livros nas aulas ou mesmo em casa para estudar. Tudo porque os seus computadores, estão bloqueados.


September 22, 2023

Estratégias para atrair professores à profissão: ilegalidades de discriminação



ME obriga a período probatório para pagar menos e impõe mais horas de trabalho


Os responsáveis do Ministério da Educação (ME) não se cansam de lembrar os quase 8000 docentes que entraram nos quadros, mas não referem o que lhes pretendem, agora, fazer. E não o fazem porque o que pretendem é ilegal e discriminatório. Por tal motivo, a não ser resolvida a situação durante esta semana, a FENPROF avançará para os tribunais, com quatro ações, uma por Sindicato regional (SPN, SPRC, SPGL e SPZS), em representação coletiva e abstrata dos associados, denunciará o problema junto da Assembleia da República e da Provedoria de Justiça, solicitando que seja requerida a fiscalização da constitucionalidade da situação criada, e apresentará nova queixa junto da Comissão Europeia por violação da diretiva que determina a não discriminação salarial dos docentes por motivo relacionado com o vínculo laboral.

... e ninguém nos livra deste ministro

September 20, 2023

Não percebo. Não faz duas semanas que o ME dizia que estava tudo a correr às mil maravilhas



Falta de professores. “A minha filha esteve das 8h15 às 14h sem aulas”


Há alunos em escolas de Lisboa que ainda não têm professores a cinco, seis disciplinas. Os pais preocupam-se com “atraso” da pandemia. Directores dizem que é preciso “dignificar a carreira docente”.

Débora Pena “só teve aulas das 11h20 às 12h20”. Esta terça-feira, deveria ter tido aulas de Inglês, Português, História, Matemática e Educação Física, mas só teve estas duas últimas. “De momento, a minha filha só tem professores de Matemática, Educação Física, Físico-Química, Francês, Ciências e Geografia”, diz a mãe desta aluna do 7.º ano da Escola Básica Pedro de Santarém, que pertence ao Agrupamento de Escolas de Benfica.

No mesmo ano, mas na Escola Secundária Vergílio Ferreira, também em Lisboa, o cenário é semelhante. “Ontem [segunda-feira], a minha filha não teve Matemática porque não há professor. Não teve Educação Física porque também não há professor. Não teve Geografia porque também não há professor. Esteve das 8h15 até às 14h sem aulas”, diz Ana Guedes, mãe desta aluna do 7.º ano.


“A indicação que deram aos miúdos é que não irão ter, pelo menos, até ao final de Novembro", relata esta encarregada de Educação.

Por agora, a dificuldade tem sido conseguir professores para as disciplinas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), História, Português e outras línguas. E chega mais uma preocupação. “Até aqui temos estado a colocar professores que estão em Lisboa. Agora começamos a colocar professores que concorrem de outras zonas, que não a cidade de Lisboa. O que é que acontece? Acabam por ser professores mais jovens, que estão em início de família, com filhos pequenos. A grande preocupação é como é que vêm cumprir o horário às 8h, vindos não sei de onde, e têm de preparar os filhotes para os deixar na escola. Isto vai fazer com que alguns rescindam o contrato”, antecipa.

Esta encarregada de educação faz questão de frisar que “o problema está a montante” das escolas. “Os agrupamentos são o fim da linha, ficam com o problema nas mãos, mas não são eles que o criam. No meu ponto de vista, a falha principal é do Ministério da Educação, do Governo. No ano passado os professores passaram todo o ano a reivindicar melhores condições de trabalho, que não foram atendidas. Neste momento, o que está a acontecer em Lisboa, que é um caso particularmente grave, é que o vencimento da maioria dos professores não lhes permite arrendar um quarto”, nota Carla Galvão.

Entre saídas para aposentações e a dificuldade em captar jovens, a falta de professores, diz, é um fenómeno que tem de “ser atacado”. “É preciso dignificar a carreira docente. É preciso pensar em apoios à deslocação para os professores", aponta. E pensar na sua reivindicação central, a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias de serviço congelado. Para isso, diz, é essencial que o Governo reabra o processo negocial. “Acho que se isso acontecesse, os sindicatos ficariam mais calmos, porque os professores perceberiam que estavam a tratar a sua vida com justiça. Neste momento, não se vê uma luz ao fundo do túnel. Isso não é bom para as escolas, porque não traz paz, nem traz estabilidade”, diz.


(Excertos)

September 18, 2023

S.TO.P. - "Este ministro, claramente, faz parte do problema e não da solução"






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"Infelizmente são muitos os motivos, por exemplo iniciarmos o ano letivo com mais de 100 000 alunos sem professor a uma ou mais disciplina, o excesso de trabalho/burocracia, a injustiça entre os docentes dos arquipélagos e os do continente (que se traduz nomeadamente numa diferença salarial entre 400 a 600 euros mensais) e também os salários de miséria, sobrecarga de trabalho e carreiras indignas (ou ausência de carreira) que afetam os Assistentes Operacionais (AO), Assistentes Técnicos (AT), Técnicos Superiores e Especializados. 
(...) São"quase 20 anos de intensos ataques, desconsiderações e roubos".

"Este ministro, claramente, faz parte do problema e não da solução"
O coordenador do S.T.O.P não acredita numa mudança de paradigma e acusa o ministro da Educação, João Costa, de fazer "simulacros de negociações" e de uma "recusa total de discutir assuntos como as condições dos Assistentes Operacionais, dos Assistentes Técnicos e da contagem integral do tempo de serviço docente".

"Teremos de continuar a manter a pressão nas formas de luta", afirma. A falta de "esperança" de André Pestana no final do braço-de-ferro prende-se com o teor das declarações proferidas pelo ministro da Educação nos últimos dias. "Ficou evidente que este ministro não tem nenhuma proposta credível para resolver os principais problemas da Escola Pública, por exemplo perante o número recorde de mais de 100 000 alunos no início de um ano letivo sem professor a uma ou mais disciplinas. Ou seja, este ministro, claramente, faz parte do problema e não da solução", acusa.

Em resposta às possíveis críticas dos pais afetados pela greve, o líder do S.T.O.P diz acreditar que "a maioria não quer que a Escola Pública se transforme num espaço onde os alunos passam rápida e superficialmente para depois, na sua vida adulta, além de serem cidadãos mais fáceis de enganar por políticos corruptos, terem trabalho precário com baixos salários ou serem obrigados a emigrar para ter uma vida digna".

Outras ações de luta já marcadas
Está já a decorrer, convocada pelas organizações sindicais ASPL, Fenprof, FNE, Pró-Ordem, Sepleu, Sinape, Sindep, SIPE e Spliu, a greve ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e a todas as atividades integradas na componente não-letiva de estabelecimento. As mesmas plataformas sindicais agendaram também uma greve nacional, dia 6 de outubro, acrescidas de uma série de "iniciativas que depois serão reveladas" para assinalar o Dia do Professor, na primeira semana desse mês.

1 em cada 10 alunos não tem docentes a todas as disciplinas
Não é apenas a greve desta semana que ameaça deixar estudantes à porta das escolas. Segundo dados divulgados pela Fenprof, 125 mil alunos começam o ano sem professor a uma ou mais disciplinas. Ou seja, um em cada 10 alunos não tem os professores necessários. De acordo com a mesma plataforma sindical, há quase dois mil horários por preencher, principalmente a Sul do país (Lisboa e Algarve).

dnot@dn.pt

August 31, 2023

Mais um absurdo do ME: se queres ser professor vai dar a volta ao país em 24 horas



Centenas de professores obrigados a apresentar-se em escolas onde não vão ficar


Serão quase 600 os professores que vão percorrer centenas de quilómetros para se apresentarem em escolas onde não darão aulas. Ministério diz que é a forma de garantir o vencimento de Setembro.

July 28, 2023

Somos um país de 10 milhões de habitantes

 


Mas temos escolas com ratios de países de 100 milhões de habitantes. 


Nas escolas do interior, um outro modelo poderia atrair pessoas de volta ao território

Camilo Soldado geógrafa e académica

Há duas tendências pesadas que atravessam todas as áreas da sociedade portuguesa: o envelhecimento e a diminuição populacional. O país precisa de atacar esses problemas enquanto atravessa um “período de grandes alterações climáticas, tecnológicas e demográficas”, introduz a geógrafa Teresa Sá Marques, que foi a coordenadora científica e técnica do Programa Nacional das Políticas de Ordenamento do Território (PNPOT), em 2019.

Nas escolas do interior, um outro modelo poderia atrair pessoas de volta ao território
Mas pode haver um ângulo de ataque: “O principal investimento no futuro é em educação”, sublinha a também professora na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em entrevista ao PÚBLICO, a propósito do Relatório do Ordenamento do Estado (REOT), que é o primeiro momento de avaliação do PNPOT e que, nesta sexta-feira, está pelo último dia em consulta pública.

Mesmo nos territórios de baixa densidade, onde o envelhecimento da população é ainda mais acentuado e as crianças são cada vez menos. “Temos de garantir acessibilidade às escolas na mesma”, defende. Nestas áreas do país que perdem pessoas, poderia apostar-se num modelo de “turmas com menos alunos, mas de grande qualidade” no projecto educativo.

Só investindo nesta área se consegue contrariar essas tendências pesadas, argumenta. Mesmo nos territórios de baixa densidade, onde o envelhecimento da população é ainda mais acentuado e as crianças são cada vez menos. “Temos de garantir acessibilidade às escolas na mesma”, defende. Nestas áreas do país que perdem pessoas, poderia apostar-se num modelo de “turmas com menos alunos, mas de grande qualidade” no projecto educativo.

A proposta implicaria mexer nos rácios de professores e técnicos, mas isso já acontece com territórios identificados como vulneráveis em matéria de educação, explica. Este modelo, considera, poderia até ser um factor de atracção de famílias que residem em territórios populacionalmente mais densos.

Por outro lado, também essas áreas mais densas do país, como as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, precisam das suas medidas específicas. “Em Lisboa, por exemplo, há escolas com 40 nacionalidades diferentes e problemas de integração”, nota. “Temos de ter recursos para essas diferenças”, diz.

“Estamos a envelhecer e isso vai continuar”, alerta. Embora alguns territórios tenham recuperado nos últimos dois anos, essencialmente por causa da chegada de imigrantes, o país não estava a levar a sério o problema, considera. O saldo natural permanece negativo e a chegada de pessoas é a forma de equilibrar a balança demográfica. Mas é preciso que os territórios sejam atractivos, aponta.

July 11, 2023

Outra coisa com piada

 



Não sei se os critérios de classificação de Matemática são como os de Filosofia onde se descarta tudo o que de errado o aluno fez e vai-se repescar apenas as coisinhas melhores, mas se for (e deve ser porque tudo agora marcha ao som do chicote de sua excelência alienada) estes resultados são uma desgraça muito maior do que se pensa. Muito maior. E, se alguém se desse ao trabalho de ver para que curso vão estes alunos que tiram negativa a matemática nestas condições feéricas, ia ver que vão quase todos para cursos onde a Matemática é a cadeira específica de maior importância. De maneira que já vejo vir aí uma reforma curricular com as aprendizagens essenciais das essenciais.

Ontem li duas notícias. A Irlanda está como nós nos preços das casas e na emigração de jovens qualificados. A Alemanha precisa de 1 milhão e meio de imigrantes por ano e quer produzir na UE os produtos que importava da China. Onde vão buscar os imigrantes, qual o papel que nós, tugas, vamos ter na UE e porque é que Costa e Costa querem que os portugueses que menos têm, passem pela escola pública só com o essencial do essencial do essencial?

Provas nacionais do 9.º ano. Quase 60% teve negativa a Matemática


Cerca de 78,2% dos alunos conseguiram ter positiva na prova de Português, mas a Matemática a maioria (58%) teve negativa.

July 07, 2023

Entretanto, no ministério da alienação

 


Nada funciona e as queixas de pais subiram 113% O portal de matriculas não funciona, os subsídios e bolsas de mérito não chegam (há muita minhoca...), não há vagas nas escola, não há professores, há bullying, etc. O ministro do ministério da negação e alienação absurdas disse há pouco que tudo corre bem na educação e está muito motivado para continuar a fazer porcaria asneiras tratar da sua vidinha coisas...


June 30, 2023

ME diz que os professores o atacam com violência... what??



Se a iniciativa de que fala a notícia era do governo e, pelos vistos, com Pedro Nuno Santos, se calhar não tem nada que ver com professores, não?

Onde foi ele buscar isto dos professores serem violentos contra ele e porque é que ninguém denuncia estas calúnias? Não basta os ataques que ele faz à nossa profissão e o constante denegrimento dos professores?

Manifestações violentas de professores? Mas alguém acredita nisto? Pelo contrário. Foram feitas muitas manifestações com mais de uma centena de milhar de professores sem um único incidente reportado. Nem um, sequer.

Estas afirmações parecem-me graves calúnias duma pessoa completamente desadequada para o cargo que ocupa, que evidência comportamentos abjectos (como perseguir grávidas e desviar 7000 médicos do SNS para perseguirem professores ou dizer que os professores doentes de baixa são os responsáveis por não haver professores) e penso que os sindicatos deviam fazer qualquer coisa.

Não se admite mais esta calúnia de dizer que os professores são um grupo de pessoas violentas ao ponto de ter seguranças armadas para se defender.

Um ministro deve resolver problemas em vez de estar sempre a incitar ao ódio aos professores. Que horror de pessoa! 

O jornal do irmão publica estas coisas como verdades... e depois ainda dizem que as redes sociais são perigosas e espalham falsidades.

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Os insultos têm aumentado e numa iniciativa do Governo em Faro chegou a haver um ataque “com alguma violência”, com murros e pontapés ao carro onde seguia, conta o ministro da Educação em entrevista ao Expresso. João Costa diz-se “descontraído” e aponta o dedo ao clima de incitação ao ódio. O ministro, que já teve ligações ao PCP, não hesita em dizer que é “da esquerda do PS” e acredita que Pedro Nuno Santos ainda “tem muito para dar ao país”

Confirma que houve um reforço da sua segurança?

Sim, decorreu da avaliação de risco que foi feita pela polícia na sequência de um ataque bastante violento, com murros e pontapés, ao carro em que ando e de algumas manifestações na rua também com uma certa violência por parte de professores. Mas são ações pontuais, porque os professores não são aquilo.

Expresso 

June 12, 2023

"... o que o Ministério está a fazer é dar umas migalhas a meia dúzia de professores (...) criar ainda mais injustiças. (...) Uma canalhice, na verdade."



Estas são palavras de Filinto Lima, um director que geralmente alinha pelo governo(!)... ora, vejamos: quem faz canalhices é o quê? E uma canalhice não é uma coisa porca de se fazer?


Este desenho é de Bordalo Pinheiro. 

BP não punha a porca da política com rosto reconhecível (nem os leitões que chafurdam na porcaria) porque ninguém é burro e todos percebiam o que ele estava a dizer de quem, de maneira que não é necessário ser ordinário. 

Quanto ao que se diz no artigo das famílias já terem visto o seu horário de trabalho sacrificado na pandemia e agora têm-no com as greves, quem escreve este artigo esquece-se que os professores também têm famílias, que durante a pandemia, enquanto o ministro Brandão andava a passear e só se lembrou que eram precisos computadores ao fim de um ano, os professores passaram a trabalhar todos os dias até à meia-noite, a pagar do seu bolso computadores, internet, etc. para os minimizar o mais possível os prejuízos nas aprendizagens. 

Ninguém nos bateu palmas, antes pelo contrário, assim que saímos da pandemia lá tínhamos o agora ME a dizer que os professores não fazem nada, que só querem chumbar alunos, que estão todos de baixa, que ele é que vai decidir o que é melhor para os professores, etc. , sempre com o apoio de Costa, primeiro-ministro. Então isto não é tudo uma canalhice, uma porcaria? Perseguir grávidas não é uma canalhice?

E isto passa-se ao mesmo tempo que assistimos a que dê sete anos de descongelamento aos outros funcionários públicos, que dê dezenas de milhões a um tipo qualquer da TAP, a que ministras falseiem o currículo de um do PS para que receba dezenas de milhares de indemnizações, a que o Parlamento faça passar leis para safar tipos do PS que prevaricaram, a que ministros se usem do SIS para perseguir oponentes... então isto não é tudo uma porcaria? Uma falta de respeito? 

Esta falta de respeito dura desde o tempo da Lurdes Rodrigues. Nessa época em que todos os dias saiam artigos nos jornais a denegrir professores, acho que o pior que li foi um artigo (já não sei em que jornal), a propósito daquelas aulas de substituição que não resolviam problema nenhum e criavam indisciplina, a gozar, aconselhando os professores que ficavam horas sem fazer nada à espera que alguém faltasse, a f..... uns com os outros, pois assim sempre faziam algo de útil ao país dado a falta de nascimentos. Que tipo de pessoas escrevem e mandam escrever estas coisas? Deixa ver...? Porcas...?

Gostava que alguém com acesso a jornais, fizesse esse trabalho de ir buscar todas as ofensas ordinárias e porcas (sim, porcas) que os amanuenses do governo PS escreveram para destruir os professores. Isto dura há quase vinte anos. E nem mesmo com o trabalho e o sacrifício que os professores fizeram durante a pandemia mudou o discurso de desprezo e as políticas de desinteresse do ME e do primeiro-ministro mudaram. 

Sim, estamos cansados e os pruridos de virgem ofendida da mulher do primeiro-ministro que vai a correr defender o maridinho que joga a cartada do racismo para se fazer de vítima, a mim não me impressionam. Quer dizer, o primeiro-ministro dizer que é vítima de injustiça é o cúmulo da falta de noção de si mesmo e das suas políticas.

Sim, as greves prejudicam os alunos, mas prejudica mais não terem professores e as políticas educativas deste ministro e deste primeiro-ministro que beneficiam privilegiados e fecham caminhos aos desfavorecidos.

Há umas semanas, uma colega nova na escola -nova em idade e na profissão- que vem de fora todos os dias, disse-me que se fizer duas greves já não tem dinheiro para comprar comida até ao fim do mês. Não tem horário completo e ganha menos do que os funcionários auxiliares no quadro da escola. 

Na sexta-feira, numa reunião, uma colega disse que para cumprir o programa, dadas as greves, deixou de fazer as aulas práticas e que vai fazê-las agora nestas duas semanas, porque é importante para os alunos. Quer dizer, vai trabalhar de borla. 

Outra colega que é coordenadora duma valência que abrange todas as turmas da escola e é um trabalho infernal de burocracia, usou as horas da coordenação para dar apoio aos alunos na sua disciplina para compensar os dias sem aulas por causa das greves. Como o trabalho da coordenação teve que ser feito na mesma, andou a fazer carradas de horas extra, de borla.

Estes são trabalhos que os professores fazem e nem dizem a ninguém. Disseram-me por acaso, porque veio à conversa. É com isto que o ME conta. Não é uma canalhice? 

Para dizer a verdade, os professores andam em greves e manifestações desde 9 de Dezembro. Mais de um centena de milhar de professores fizeram manifestações durante semanas a fio e nunca houve um único indicente, apesar do assédio da polícia, dos jornais e do governo. 

E estes são os factos.


O ano letivo marcado por greves escreve-se com instabilidade

Paula Sofia Luz

Professores acreditam que as greves - que marcaram este ano letivo - não prejudicaram os alunos. Não mais do que a falta de docentes em muitas escolas do país. Mas os Centros de Explicações crescem, registando inusitada procura em época de exames.

"Depois da pandemia tivemos a guerra, depois veio a inflação, e todas as pessoas notam o aumento do custo de vida, que afeta maioritariamente as famílias com filhos em idade escolar. Foram essas que tiveram que aumentar o horário de trabalho, para conseguirem ter dinheiro até ao fim do mês. Isso quer dizer que ausentaram-se ainda mais horas das suas casas", refere. "No meio disto temos o descontentamento profundo dos professores, que entendemos, mas o estilo de greve trouxe desagrado e instabilidade aos pais", sublinha Mariana Carvalho.
(...)

Que impacto poderão ter tido as greves neste ano letivo?
As greves terão tido algum impacto neste ano letivo, mas esse não é comparável - nem de perto, nem de longe - ao facto de termos centenas de turmas e milhares de alunos sem aulas por falta de professor, desde o princípio do ano letivo. Nalgumas escolas durante meses, noutras isso continuou a prolongar-se. Temos aqui um problema sério de falta de professores; uma carreira que realmente não é atrativa, para além de um conjunto de outras questões que se prendem com a burocracia e indisciplina. O próprio modelo de gestão autocrático que temos nas escolas, e um conjunto de fatores que a tornam uma profissão de desgaste e exaustão, além da precariedade, e do afastamento das famílias.

E há razões para isso?
Claro que não. Os pais têm de compreender que os professores estão completamente no seu limite, com anos e anos a dar o melhor de si, e todas as suas reivindicações têm sido completamente ignoradas. Há uma falta de respeito total pelos professores, e uma falta de justiça dentro das escolas.

Mesmo com a chamada "correção de assimetrias" e "acelerador de carreiras"?
No fundo, o que o Ministério está a fazer é dar umas migalhas a meia dúzia de professores, que depois retira aos outros e não dá rigorosamente nada. Portanto, vai criar ainda mais injustiças. Veja-se o caso das vagas para o 5º e 7º escalão. Para alguns professores foi criada a isenção de vaga. É o caso daqueles que durante todo o período do congelamento de carreiras - 9 anos, quatro meses e dois dias - estiveram sempre ao serviço e entraram no sistema antes de 2005, isto com horários completos e anuais. O que é que isto significa? Uma canalhice, na verdade. Porque se o professor tiver 9 anos, 4 meses e 1 dia, já fica afastado. E como imagina, a grande maioria dos contratados não teve sempre horários completos e anuais...

June 07, 2023

Serviços mínimos às avaliações

 


O ME vai pedir serviços mínimos, mesmo depois de já o ter feito em 2018 e terem sido declarados ilegais.  Da mesma maneira como os pediu às greves do S.TO.P. (o colégio coiso faz tudo o que ele manda) e depois, quando já não interessava (terão lá algum homem de mão do PS?), foram declaradas ilegais (mesmo assim ainda há colegas com processos disciplinares).

Evidentemente que os serviços mínimos tiram toda a eficácia às greves. Poder-se-á dizer que é essa a função do ME. Só que não é. A sua função é resolver os problemas da educação, coisa que ele não sabe fazer, de maneira que lhe resta a perseguição a professores.

Ele devia cuidar de que os currículos abrissem oportunidades de vida aos alunos e os empoderassem, como agora se diz. Fez o oposto.
Ele devia cuidar de que os alunos pudessem ter na escola as condições (materiais e culturais) que não têm em casa. Fez o oposto.
Ele devia cuidar de que a profissão atraísse pessoas de categoria pedagógica e intelectual. Fez o oposto. (aliás não atrai, nem os sem categoria)
Ele devia cuidar de que o ambiente nas escolas fosse positivo, colaborante e inclusivo. Fez o oposto.
Ele devia cuidar de que as escolas tivessem uma vivência democrática. Fez o oposto. 

As greves às avaliações são auto-destrutivas do corpo docente. Ninguém as quer fazer, mas muitos fazem-nas porque os ministros castigam os professores (e os alunos) pelos seus erros e deficiências de modos que ultrapassam todas as fronteiras do aceitável.
Porém, é uma situação tão radical que põe professores contra professores de uma maneira violenta em que colegas fazem coisas impensáveis contra outros colegas. Há pessoas que nunca mais se falam e o ambiente nas escolas fica envenenado, o que destrói o trabalho dos grupos disciplinares e atinge os alunos, muito mais que as greves. 

As pessoas em geral não têm noção destas coisas porque são muito ignorantes do que se passa nas escolas, o que é natural (não sendo natural falarem como se soubessem). Mas o ministro tinha obrigação de não ser ignorante porque o trabalho dele não é castigar e perseguir professores, mas resolver os problemas da educação. Acontece que o ministro trabalha para dividir os professores porque pensa que isso lhe traz dividendos. Pois traz... mas são tristes dividendos... tumores malignos que se espalham nas escolas.

As escolas são pequenas comunidades mais ou menos fechadas, neste sentido em que os professores ficam lá muitos anos a trabalhar uns com os outros. Essa estabilidade tem vantagens para os alunos e para que haja uma cultura de escola. Mas é uma pequena família e como todas as famílias, é preciso muito cuidado para preservar as relações entre as pessoas e não fomentar a discórdia ao ponto de se tornarem forças de bloqueio umas das outras e, sendo-o, esses tumores atinjam os alunos por tabela. O trabalho de educação escolar é um trabalho que necessita da colaboração positiva entre professores. 

Já antes deste ministro, a Lurdes Rodrigues tinha tido essa estratégia, nela explícita, de pôr professores contra professores, de dividir, dando poder a uns e incentivando a que perseguissem outros. A ideia dela era conseguir impedir que os professores se unissem quando começasse a desvalorização para a proletarização da profissão. O que aconteceu. A estratégia dela foi um sucesso... um sucesso cancerígeno... há professores que nessa altura aproveitaram para se enfiar nos cargos de qualquer maneira, atropelando outros (porque só quem tinha esses cargos chegava ao topo da carreira), com esquemas de toda a ordem. A maioria ainda lá está e tem passado todos estes anos a minar tudo para preservar o seu patético poder.

Isto passou-se na esmagadora maioria das escolas. Algumas coisas se passaram ao pé das quais o assédio das universidades de que se fala agora nos jornais é uma brincadeira.

O ambiente nas escolas, quando se escava um bocadinho o verniz, é muito mau. O ME devia estar a resolver estes problemas e não a agravá-los, como tem feito. De modo que não, o trabalho do ME não é impedir greves e fomentar a desunião. É o oposto. Mas ele parece não ter capacidade para o perceber.

Greves de professores: decretados serviços mínimos para reuniões de avaliação de alunos


Paralisações durante reuniões de avaliação vão estar de novo sujeitas a serviços mínimos. Já aconteceu em 2018, uma decisão que foi depois declarada “ilegal”.

June 03, 2023

Porque é que o diploma dos concursos que o Presidente assinou de cruz, não interessa, nem aos professores que o ministro garantiu que o queriam II

 

( o tal concurso que obriga os professores a concorrer ao país e a ficarem efectivos onde forem calhar (numa zona em vez de uma escola) durante anos a fio e sem nenhum tipo de ajuda, ainda por cima) - isto deve fazer parte das estratégias do ME para atrair novos professores...)

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 Cátia Oliveira, natural da aldeia de Bilhó, no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, já deu aulas na Madeira, por amor à profissão, há 14 anos. Por motivos de saúde, regressou ao continente e tem conseguido, ainda que, muitas vezes, com horários incompletos, ficar próximo de casa. Andar com a casa às costas, de novo, não faz parte dos seus planos” e optou por recusar aquilo a que chama “um presente envenenado do ME”.

“Não é obrigando os professores a ficar longe de casa e das suas famílias, com custos demasiado acrescidos (aluguer de casa e deslocações) e sem qualquer tipo de apoio, que se vai atrair professores, como eu, mudando toda a sua vida para irem lecionar para Lisboa ou outras localidades ainda mais distantes. Não é assim que se vai combater a precariedade, muito pelo contrário. A Vinculação Dinâmica não vem ajudar na fixação de professores, mas sim contribuir para o aumento de professores a andar com a casa às costas e por tempo indeterminado. Não quero este presente envenenado. Não quero ser obrigada a concorrer para todo o país, contra a minha vontade”, salienta. Ficar longe, diz, significaria “voltar a pedir ajuda monetária aos pais, para poder continuar a exercer a profissão”. Cátia Oliveira acredita numa debandada de professores contratados, que “abandonarão a docência para procurar outras alternativas de vida mais estáveis” – e espera “não ser uma delas”

Arlindovsky, in  “Não é assim que vão atrair novos professores”