September 18, 2023

S.TO.P. - "Este ministro, claramente, faz parte do problema e não da solução"






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"Infelizmente são muitos os motivos, por exemplo iniciarmos o ano letivo com mais de 100 000 alunos sem professor a uma ou mais disciplina, o excesso de trabalho/burocracia, a injustiça entre os docentes dos arquipélagos e os do continente (que se traduz nomeadamente numa diferença salarial entre 400 a 600 euros mensais) e também os salários de miséria, sobrecarga de trabalho e carreiras indignas (ou ausência de carreira) que afetam os Assistentes Operacionais (AO), Assistentes Técnicos (AT), Técnicos Superiores e Especializados. 
(...) São"quase 20 anos de intensos ataques, desconsiderações e roubos".

"Este ministro, claramente, faz parte do problema e não da solução"
O coordenador do S.T.O.P não acredita numa mudança de paradigma e acusa o ministro da Educação, João Costa, de fazer "simulacros de negociações" e de uma "recusa total de discutir assuntos como as condições dos Assistentes Operacionais, dos Assistentes Técnicos e da contagem integral do tempo de serviço docente".

"Teremos de continuar a manter a pressão nas formas de luta", afirma. A falta de "esperança" de André Pestana no final do braço-de-ferro prende-se com o teor das declarações proferidas pelo ministro da Educação nos últimos dias. "Ficou evidente que este ministro não tem nenhuma proposta credível para resolver os principais problemas da Escola Pública, por exemplo perante o número recorde de mais de 100 000 alunos no início de um ano letivo sem professor a uma ou mais disciplinas. Ou seja, este ministro, claramente, faz parte do problema e não da solução", acusa.

Em resposta às possíveis críticas dos pais afetados pela greve, o líder do S.T.O.P diz acreditar que "a maioria não quer que a Escola Pública se transforme num espaço onde os alunos passam rápida e superficialmente para depois, na sua vida adulta, além de serem cidadãos mais fáceis de enganar por políticos corruptos, terem trabalho precário com baixos salários ou serem obrigados a emigrar para ter uma vida digna".

Outras ações de luta já marcadas
Está já a decorrer, convocada pelas organizações sindicais ASPL, Fenprof, FNE, Pró-Ordem, Sepleu, Sinape, Sindep, SIPE e Spliu, a greve ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e a todas as atividades integradas na componente não-letiva de estabelecimento. As mesmas plataformas sindicais agendaram também uma greve nacional, dia 6 de outubro, acrescidas de uma série de "iniciativas que depois serão reveladas" para assinalar o Dia do Professor, na primeira semana desse mês.

1 em cada 10 alunos não tem docentes a todas as disciplinas
Não é apenas a greve desta semana que ameaça deixar estudantes à porta das escolas. Segundo dados divulgados pela Fenprof, 125 mil alunos começam o ano sem professor a uma ou mais disciplinas. Ou seja, um em cada 10 alunos não tem os professores necessários. De acordo com a mesma plataforma sindical, há quase dois mil horários por preencher, principalmente a Sul do país (Lisboa e Algarve).

dnot@dn.pt

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