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May 13, 2025

Este artigo sobre a UE erra em quase tudo que diz

 


Percebemos porquê: o autor classifica uns como sociais-democratas e outros como socialistas que, segundo ele, estão em falta. Diz que este quatro países do título do artigo que foram à Ucrânia pensam que são mais importantes que "os outros" e deixam os outros de fora, o que é falso. Em primeiro lugar, estes líderes foram à Ucrânia e os outros que não foram estiveram presentes online - não precisam de ser representados por António Costa, que também não foi porque não quis. 

Tal como os outros que não foram presencialmente porque não quiseram ir. De início, Macron e Starmer fizeram várias reuniões sectoriais mas com todos países da Europa para se coordenarem numa ajuda efectiva à Ucrânia e a maioria dos países pulou fora - Portugal foi um deles. Sim, querem contribuir e apoiar mas não, não estão dispostos a enviar tropas ou armas que sejam usadas contra a Rússia. Apenas estes quatro e os países do Báltico disseram que sim, de maneira que foram eles quem se chegou à frente pois de outro modo ainda estavam em conversas inconsequentes e a Ucrânia não se pode dar ao luxo de esperar eternamente.

Depois fala mal do novo Chanceler alemão por não ter sido eleito à primeira votação, como se Merkele e Scholz, eleitos à primeira votação, tivessem sido bons líderes por causa disso - foram uma nódoa, uma porque permitiu tudo a Putin e foi sempre um factor de desunião da UE e o outro por ser um cobarde com carta profissional. Porém ele fala deste líderes que de facto se entendem uns com os outros e, não falo apenas daqueles quatro do título, mas com todos os outros excepto Orban e Fico que são putineiros como, "a Europa que podemos ter".

Também diz mal de von der Leyen e atribui-lhe ambições desmedidas por ter falado em coordenar os países da União, como se coordenar os interesses comuns dos países fosse uma indicação de ditadura ou querer anular a soberania de cada um. António Costa também coordena os países da União, mas isso não parece fazer confusão a este 'especialista' - não sei se por ser português, socialista ou apenas homem. Até critica o facto de von der Leyen ter pedido para que traduzissem uma entrevista do alemão para inglês, para publicar na página oficial e usa os termos, 'ela mandou que traduzissem' como se fosse uma ofensa ditatorial. 

É caso para dizer: e são estes os especialistas que temos...



A Europa é a Alemanha, França, o Reino Unido, a Polónia e os outros

Henrique Burnay

Num fim-de-semana em que Putin apareceu com Xi Jinping, Lula e mais duas dezenas de líderes internacionais pouco recomendáveis, Zelensky apareceu melhor acompanhado e mais forte. Pareceu. E podia ter sido mesmo. Faltaram os Estados Unidos de Trump, de novo. Mas ficou a imagem. Uma Europa de Estados fortes e alinhados pode ser alguma potência.

O começo do novo chanceler alemão dificilmente podia ter sido pior. A Alemanha afinal sempre tem uma liderança ou não? Nesta altura do mundo e da Europa, a dúvida era absolutamente dispensável. Mas é o que temos e é com estas lideranças que a Europa se fará forte, ou não se fará.

Num momento em que a América é, no mínimo, equívoca sobre onde está na guerra da Ucrânia e o que defende, os líderes da Alemanha, França, Polónia e Reino Unido pareciam os líderes aliados. Fez falta Itália, que tem sido inequívoca no tema, e Espanha que, goste-se ou não de Sánchez, é o único grande país europeu liderado por um socialista, e os aliados europeus têm de ser os democrata-cristãos e conservadores, os liberais e os socialistas. Nenhum destes pode ficar de fora. Mas ficou o retrato de uma Europa possível.

Voltando ao fim-de-semana em Kiev, apesar de não terem dito ou feito nada de substancialmente inédito ou diferente, a imagem que os quatro líderes europeus que foram a Kiev passaram foi outra. Claro que a promessa alemã de entregar Taurus, só não se sabe quando, fez diferença. Mas foi sobretudo o resto: os gestos, os olhares, a cumplicidade, o simbolismo. Até a chamada em alta voz para Trump. Sim, a posição da América decide o jogo. Mas a posição de Trump não decide a posição europeia. Foi esse o facto do fim de semana. E só podia ter sido dado pelos líderes dos principais países europeus. Queixe-se quem quiser, a Europa, mesmo a unida (sobretudo a unida) é feita de Estados. E alguns contam mais que outros. E esta foi a primeira vez que os líderes destes quatro países foram juntos à Ucrânia, em três anos de guerra.

Há umas semanas, quando Merz e os sociais democratas fecharam o acordo de coligação, Úrsula Von der Leyen resolveu dar uma entrevista a um jornal alemão, o ZEIT, que mandou traduzir para inglês e publicou nas páginas da Comissão Europeia. A entrevista diz muitas coisas interessantes que merecem atenção, mas a mais extraordinária é quando Von der Leyen diz que ela, a Presidente da Comissão Europeia, tem de “manter os 27 Estados-Membros coordenados e dar orientações. Eu preciso ter – ou desenvolver – um plano para cada crise”. Não, não tem. E é aqui que entra a visita de fim de semana a Kiev de Starmer, Macron, Merz e Tusk.

Na resposta à Pandemia e no começo da resposta à guerra da Ucrânia Von der Leyen esteve no sítio certo à hora certa com as posições correctas. Mas a presidente da Comissão é apenas isso. Se Estaline perguntou quantas divisões (militares) tinha o Papa, a presidente da Comissão não tem nenhuma. Nem vai ter. Nem tem povo. Nem legitimidade eleitoral directa. Nem coordena ou dá orientações aos Estados membros da União Europeia. Se tudo correr bem, a presidente da Comissão Europeia tem de receber orientações dos Estados membros que, espera-se, estarão coordenados.

Apesar de Starmer ser um líder pouco popular, de Macron estar em permanente crise política e em fim de carreira nacional, de Merz ter começado mal, de Tusk depender do resultado das presidenciais do próximo domingo, de ter faltado Meloni e Sanchéz na fotografia, o facto é que a Europa que podemos ter é esta: com o Reino Unido envolvido, com França a prometer partilhar a força militar única que tem, com uma Alemanha de facto transformada, com a Polónia, em 20 anos, a recuperar um lugar que acredita ser-lhe devido, e com Espanha e Itália a bordo. 

António Costa devia ter sido convidado para esta viagem, para representar os 24 que faltavam (22, na verdade, porque dois deles, a Hungria e a Eslováquia, nunca iriam). Cabe-lhe agora ser um bom fio condutor desta energia no Conselho. E tirarem todos partido do europeísmo, ocidentalismo ou mera decência geopolítica do novo Papa.

Expresso


July 11, 2023

Outra coisa com piada

 



Não sei se os critérios de classificação de Matemática são como os de Filosofia onde se descarta tudo o que de errado o aluno fez e vai-se repescar apenas as coisinhas melhores, mas se for (e deve ser porque tudo agora marcha ao som do chicote de sua excelência alienada) estes resultados são uma desgraça muito maior do que se pensa. Muito maior. E, se alguém se desse ao trabalho de ver para que curso vão estes alunos que tiram negativa a matemática nestas condições feéricas, ia ver que vão quase todos para cursos onde a Matemática é a cadeira específica de maior importância. De maneira que já vejo vir aí uma reforma curricular com as aprendizagens essenciais das essenciais.

Ontem li duas notícias. A Irlanda está como nós nos preços das casas e na emigração de jovens qualificados. A Alemanha precisa de 1 milhão e meio de imigrantes por ano e quer produzir na UE os produtos que importava da China. Onde vão buscar os imigrantes, qual o papel que nós, tugas, vamos ter na UE e porque é que Costa e Costa querem que os portugueses que menos têm, passem pela escola pública só com o essencial do essencial do essencial?

Provas nacionais do 9.º ano. Quase 60% teve negativa a Matemática


Cerca de 78,2% dos alunos conseguiram ter positiva na prova de Português, mas a Matemática a maioria (58%) teve negativa.

February 07, 2023

LOL, quem não o conhece que o compre

 


Está mesmo a ver-se que o querer acabar com os exames ou pô-los a valer menos é a pensar na valorização dos professores LOL Um ministro que tem o maior desprezo pelos professores e nem o esconde. É claro que isto não tem nada que ver com esconder o desastre suas políticas desastrosas e poder dizer que foi tudo um sucesso LOL


Exames com menos peso nas notas “valorizam o trabalho dos professores”

Directores e pais satisfeitos com modelo de conclusão do ensino secundário apresentado pelo Governo. Instituições de ensino superior não comentam por não conhecerem os pormenores da proposta.

December 21, 2022

O que é isto da Gulbenkian ir 'ensinar' emoções aos professores? Isto parece uma cena de gozo.

 

Nunca tinha ouvido falar disto e fui dar com esta pérola: 

A Fundação Calouste Gulbenkian e o Ministério da Educação querem aumentar os conhecimentos dos professores sobre emoções e vão lançar, a partir de Janeiro, um programa de formação em que os docentes vão, por exemplo, aprender a identificar sinais de burnout em si próprios e nos alunos.

Então o ME, em vez de ter políticas que não atirem os professores para situações de burnout escolhe continuar a fazer da profissão um turbilhão de stress e desmotivação que põe todos em burnout para depois poder ir gastar dinheiro com formações sobre burnout? Isto parece uma cena de gozo, mas tendo em conta o seu perfil político, o mais certo é o indivíduo estar a usar os professores como pretexto para fazer contactos privilegiados com a Gulbenkian para ver se lhe dão um posto dourado no futuro.




November 17, 2022

Lema da campanha do PS: «Vamos dizer 'sim' ao nepotismo»




E o ME é um dos grandes campeões. Infelizmente os sindicatos estão em estado comatoso, moribundo. Rebanhos das pingas de chuva. Encarreirados, para não dizer, vendidos aos cargos, benesses. Uns grandes cobardes também.  


Ou reagimos a sério ou caímos para não mais nos erguermos!

O que o ministro da Educação pretende fazer com as propostas relativas a quadros e concursos é a machadada final no que resta de uma carreira docente. É uma revisão mal encapotada do respetivo estatuto. É extinguir os quadros de zona pedagógica e substituí-los por mapas de pessoal interconcelhios, eventualmente com a dimensão das CIM, para os quais ainda não deu explicações nem disse de que forma prevê fazer a transição dos atuais quadros para esses mapas interconcelhios de docentes. O que se sabe é que, no futuro, o preenchimento destes mapas é feito através da escolha direta por parte de um concelho de diretores, eliminando a graduação profissional da equação do concurso. Mesmo que pouco mais se saiba sobre este novo Regime de Recrutamento e Gestão de Professores, parece-me que apenas estas premissas já seriam o suficiente para os sindicatos interromperem as negociações em curso até que esta ideia saia de cima da mesa de negociações.

Com escárnio e intenção de diminuir a classe, o ministro da Educação disse há dias que greves em época de aprovação de Orçamento do Estado já são uma tradição. Porque teve o ministro esta ousadia? Porque na última década e meia temos assistido a uma verdadeira inépcia sindical, que nos trouxe à beira do abismo em que nos encontramos.

Como reagiram os sindicatos à insolência do ministro? Com nada de relevante! Pendurarem-se à greve “dos outros” não é propriamente uma estratégia inovadora. Considero que, depois de terem ouvido o que o ministro tinha para dizer na última ronda de negociações, a delegação da Fenprof, ao invés de ter dito que “saíram desconcertados”, deveria ter vindo dizer que, ao ter conhecimento destas intenções, a luta é necessária e, por conseguinte, iria reunir com as outras estruturas sindicais e partir para uma greve por tempo indeterminado, até que estas ideias peregrinas fossem abandonadas. Isto sim seria um sinal de discórdia e força!

Por estes dias tenho-me lembrado do ano de 2008, quando mais de 100 mil professores encheram as ruas de Lisboa em protesto. Tenho-me lembrado desse ano porque terá sido o último em que se viu verdadeira união entre professores. Depois de traídos, a desmobilização foi grande e nunca mais recuperámos.

As reivindicações dos professores não se podem reger pelos calendários políticos alheios, pois não se referem a pequenas situações pontuais, mas sim a questões sistémicas, que são verdadeiros entraves ao saudável funcionamento da Escola Pública, com repercussões óbvias no desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.

As reivindicações, que a imprensa gosta de apelidar como sendo dos professores, são, na realidade, em prol da escola pública, em que os primeiros interessados em satisfaze-las deveriam ser os próprios encarregados de educação. Com efeito, facilmente encontramos estudos científicos que comprovam que um profissional valorizado, reconhecido e bem remunerado é mais produtivo e isto terá necessariamente resultados nos alunos.

Estamos a ser avisados daquilo que aí virá, pelo que ou agimos agora, ou ficamos entregues ao sistema da “cunha”, de que tanto nos queixámos na época das BCE.

Reivindicar não pode estar dependente da aprovação de um orçamento, de ser este ou aquele partido que governa. Reivindicar só pode estar dependente de vermos ou não satisfeitas essas mesmas reivindicações. É por isso que acredito que devemos lutar até que as nossas reivindicações sejam acauteladas. Vejamos o exemplo dos enfermeiros, dos camionistas, dos médicos, de todos aqueles que não viram as costas à luta, que conseguem olhar para lá do seu umbigo, que conseguem analisar os problemas de forma holística.

Pretendemos o imediato fim das vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões e a recuperação integral do tempo de serviço. Exigimos uma revisão salarial e concursos justos, que respeitem a graduação, o tratamento igual para professores com tempo de serviço igual, escalão igual e salário igual

Não podemos aceitar que passem uma borracha por cima das nossas reivindicações, como se nada fosse, mostrando um enorme desrespeito e desconsideração. Não podemos baixar a guarda, não podemos abdicar daquilo que são os nossos direitos.

Alberto Veronesi - Público