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January 12, 2024

Por causa do PS “quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram, quantas noivas ficaram por casar”




Revisitação


João Luís Mota de Campos
subscritor do Manifesto por uma Democracia de Qualidade

Pode parecer surreal que treze anos decorridos sobre a assinatura em 17 de Maio de 2011 do memorando de entendimento com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI (vulgo, Troika) assinatura protagonizada pelo então Governo PS de José Sócrates, depois das eleições de 5 de Junho de 2011 ganhas pela AD com ampla margem, tenhamos de revisitar estas questões – dolorosas – para analisar as mais recentes convolações políticas do PS.

Neste último fim de semana o PS elegeu o seu novo líder, Pedro Nuno Santos, e despediu-se em apoteose do seu anterior líder e ainda primeiro ministro, António Costa. Do que resultou dos discursos de ambos é que o “diabo é a direita” e o PS tem de andar a corrigir os erros que a “direita” cometeu no período da Troika entre 2011 e 2015. Um mimo…

Das coisas que o PS se esquece e que, portanto, é necessário relembrar, avultam duas ou três: o congelamento ou redução dos salários da função pública e das progressões nas carreiras; a redução das pensões de reforma acima de determinados limiares; a privatização – de que a esquerda tanto se queixa – de determinadas empresas que eram públicas e passaram para a esfera privada.

Primeiro ponto a relembrar é que foi o Governo PS quem lançou Portugal na rota da bancarrota. É verdade que o drama dos deficits orçamentais excessivos e a necessidade de os financiar, não atingiu só Portugal; também a Grécia, a Irlanda, a Itália e até a França tinham deficits excessivos.

No caso português, a nossa impreparação e as despesas orçamentais desreguladas de que Sócrates lançou mão para vencer as eleições de 2009, num momento em que a crise financeira era já muito aguda, foram a causa directa da necessidade do pedido de ajuda.

Em poucas palavras, estávamos a gastar amplamente mais do que podíamos e a diferença entre os gastos e a receita era coberta por empréstimos da banca internacional. A partir do início de 2011 a banca perdeu completamente a confiança no Estado Português e os termos dos empréstimos tornaram-se progressivamente usurários, até se tornarem insuportáveis. Foi preciso pedir ajuda externa, que nos foi concedida ao abrigo de um plano de redução drástica da despesa pública e da introdução de reformas estruturais.

O espectro da bancarrota pairava sobre nós e não havia outras opções.

Quem pediu ajuda, aceitou as respectivas condições e assinou em nome do República, foi o PS. Convinha que os actuais membros desse partido, muitos dos quais eram à época membros do Governo de José Sócrates, tivessem memória – ou vergonha. Mas na falta da memória deles – ou de vergonha – tenhamos nós memória

Foi o PS que negociou e aceitou a redução dos salários da Função Pública, o congelamento das carreiras e da contagem dos tempos de serviço, a redução das pensões de reforma, mil e uma medidas de drástica austeridade para pagar os desvarios de seis anos de Governo PS.

Foi o PS que aceitou que uma série de empresas públicas teriam de ser privatizadas para pagar dívida com o fruto dessas privatizações.

Foi o PS que aceitou que os desembolsos da ajuda negociada dependiam de conclusão positiva das avaliações trimestrais a que a República ficou sujeita, que teriam lugar ao longo dos três anos de duração do programa de ajustamento (avaliações da exacta execução do programa de ajustamento); foi o PS que aceitou que se os objectivos não fossem cumpridos ou se tornasse expectável o seu não cumprimento, seriam adoptadas medidas adicionais de ajustamento.

Tudo isto o PS negociou e aceitou. Não havia outra solução devido à situação de bancarrota em que o PS nos tinha lançado. Só para lembrar.

Entre outras medidas, ficou estipulado e previsto que seriam privatizadas uma série de empresas do universo empresarial público: “3.31. O Governo acelerará o programa de privatizações. O plano existente para o período que decorre até 2013 abrange transportes (Aeroportos de Portugal, TAP, e a CP Carga), energia (GALP, EDP, e REN), comunicações (Correios de Portugal), e seguros (Caixa Seguros), bem como uma série de empresas de menor dimensão”.

Espanta sobremaneira e é quase nauseante que, decorridos 13 anos, haja gente no PS que venha assacar ao Governo de Passos Coelho, apoiado pelo PSD e CDS a culpa destas privatizações.

A técnica de infecção da opinião pública pelo PS vai ao ponto de instrumentalizar o Tribunal de Contas, que perdeu todo o meu respeito, para o pôr a dizer que a privatização da ANA padeceu do mal de ser apressada! Em Maio de 2011 o Governo PS negociou e aceitou que a ANA seria privatizada até 2013; o governo de salvação nacional da AD privatizou a ANA de acordo com os ditames do Memorando de Entendimento em Setembro de 2013.

Sobre estes factos, o homem que queria pôr as pernas dos banqueiros alemães a tremer e que foi ministro das Infraestruturas no Governo Costa vários anos, Pedro Nuno Santos (PNS), atirou: “a privatização da ANA foi um péssimo negócio para o Estado. Foi a privatização mais danosa para o interesse público” porque “estamos a falar de uma empresa que desde que foi privatizada conseguiu realizar em receitas mais de 1.000 milhões do que esperava inicialmente”. (Jornal de Negócios, 18-1-2020).

Se não fosse para chorar, era para rir. PNS queixa-se de que a ANA foi privatizada (!) e que isto correu muito mal, porque na mão dos privados deu muito mais dinheiro do que teria dado nas mãos do Estado, por acaso, o Estado socialista a que ele pertence.

Mas o PS – e mais uma vez, PNS, o desmemoriado – também fustigam a privatização dos CTT. Deve ter sido outro erro… um erro que eles puseram no memorando da troika e que, lá posto, era para cumprir ou substituir por outra medida de efeito equivalente (qual? Mais reduções de pensões?).

A falta de vergonha já se tornou numa marca registada do PS. O que vimos este fim de semana obriga a revisitar o “local do crime”, crime de bancarrota e de imenso prejuízo para o interesse nacional, do qual 10 milhões de portugueses foram as vítimas e de que o perpetrador se vem agora queixar.

Por causa do PS “quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram, quantas noivas ficaram por casar” quanta gente teve de emigrar, foi para o desemprego, viu a sua vida a andar para trás sem remédio, anos perdidos, esperanças desfeitas, futuro sem horizontes!

Que os mesmos que nos causaram este imenso mal tenham o atrevimento de vir falar nele para culpar outros é coisa tão desavergonhada que verdadeiramente me espanta, mesmo da parte dos socialistas. Mas aqui fica registado o meu espanto com tamanha falta de respeito por todos nós.

(1) Em 8 de Abril de 2011, os Ministros do Eurogrupo e do ECOFIN emitiram uma declaração esclarecendo que o apoio financeiro da UE (mecanismo europeu de estabilização financeira – european financial stabilisation mechanism — EFSM) e da zona euro (facilidade europeia de estabilidade financeira - european financial stability facility — EFSF) seria providenciado na base de um programa político apoiado num condicionalismo rigoroso e negociado com as autoridades portuguesas.

January 10, 2024

Notícias alfaiate

 


O SE Tiago Antunes, um protegido de Costa, diz que Costa é respeitadíssimo na UE. E isto é notícia.  LOL


Costa “respeitadíssimo” na UE 

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus classificou hoje o primeiro-ministro cessante, António Costa, como “respeitadíssimo e muito conceituado” na União Europeia

PNS está convencido que é um Che Guevara e quer ver Cuba em Portugal

 


Como é que, depois de tudo o que disseram e de tudo o que escreveram, é possível terem a audácia de apoiar Pedro Nuno? O ministro infantil que meteu água com a TAP, com o aeroporto, com a CP, com a habitação e, agora, até com os CTT. Pedro Nuno, o homem que diz que teve uma empresa e, portanto, fala olhos nos olhos com os empresários, é também o homem que, quando a mesma empresa fundada pelo pai foi acusada de ter contratos de ajuste direto com o Estado, afirmou que tinha apenas 1% da mesma e estava totalmente afastado. Afinal, sabe o que é gerir uma empresa ou aprendeu no almoço familiar de domingo entre reuniões da Juventude Socialista?

Miguel Vargas

Governo Costa - até Março ainda tem muito para estragar



Não é “bandalheira”, é mesmo falta de vergonha


Joana Petiz

Mais de um dia depois de o JE revelar o caso das ações compradas pela Parpública, cumprindo ordens do governo socialista, disse-nos o líder do governo demissionário que não escondeu nada, só não contou. E afirmou o ex-titular da pasta que tutelava os CTT e candidato a substituí-lo ao leme do governo que afinal sabia e até concordava com a compra de ações, que tudo foi feito a pensar no povo torturado pela empresa privada (ele, que nem sabe o valor do salário mínimo nacional, rendimento de mais de um em cada cinco portugueses) e que quem devia estar na berlinda era… pasme-se, Passos Coelho.

Esqueceu-se Pedro Nuno Santos que foram os seus colegas de partido e de governo, liderado então por José Sócrates, que assinaram o acordo com a troika, que obrigava a vender os CTT e a abrir o sector à liberalização ditada pelas regras da concorrência europeia. Não se lembrou de contar que existe um serviço postal universal a que a empresa está obrigada por contrato com o Estado – e já agora como negociou os termos do mesmo, ele que tutelava a pasta das Comunicações quando o dito contrato foi firmado, em fevereiro de 2022 (em vigor até 2028). Omitiu ainda o incómodo assunto de ter sido o seu próprio governo a decidir, ainda em 2021, que o contrato de concessão seria celebrado sem concurso ou sequer consulta pública, decidindo o governo antes por um ajuste direto.

Quanto a António Costa, veio garantir que nada escondeu, só não disse nada… E o que omitiu, sem esconder, fê-lo tendo em mente os melhores interesses dos contribuintes portugueses – a quem caberia financiar um negócio que só poderia visar uma de duas finalidades. A primeira seria agradar aos amigos da extrema-esquerda, de forma a convencê-los a deixar passar o Orçamento do Estado para 2022 – o que não conseguiram, acabando o governo por cair. A segunda: igualar a participação do à data maior acionista dos CTT (cerca de 13%), Manuel Champalimaud, para poder controlar as decisões de uma empresa privada.

Qual foi, em toda esta negociata, o papel assumido por BE e PCP, mais visível ou mais obscuro, em conversas de vão de escada parlamentar, ainda está por saber. Até ver, ambos juram que de nada sabiam e que nada negociaram. Mas também Costa e Pedro Nuno o disseram…

Que o governo socialista agora demissionário – e então ainda contando com o novo secretário-geral do PS nas suas fileiras – não tenha conseguido ir além dos 0,24% só atesta a reiterada e comprovada incompetência de mandantes e mandatados para cumprir a missão (numa manobra básica de gestão). E apesar de invocarem segredo para proteger o negócio (ainda que tivessem, pelas regras de mercado então em vigor, de informar a CMVM quando atingissem uma fatia de 2% e posteriormente de 5%), também não foram capazes de impedir que o preço das ações dos Correios fosse imediatamente inflacionado. Com os títulos a subir dos 4,38 para os 4,66 euros logo no primeiro mês, a operação de controlo acabou por ser inviabilizada, dado o preço-limite estabelecido pelas Finanças para comprar sem comprometer as contas públicas. Basta ver que, sem este limite, o controlo da fatia sonhada por Costa e Pedro Nuno custaria mais de 80 milhões de euros aos contribuintes.

É mais um caso no cadastro de um governo de má memória.

November 13, 2023

Deus e os crentes

 


CRISE POLÍTICA

Ana Gomes: parte da opinião pública "desconfia que isto pode ser um golpe de estado judicial"



Ana Gomes e os outros crentes do PS, a quem chama, "opinião pública", apesar do que tem sido o governo PS nos últimos 5 anos e, particularmente, no último ano e meio onde já 14 governantes foram parar ao olho da rua por corrupção, tráfico de influências, etc. (a ponta do iceberg?) continua a achar que a justiça é que está mal. Nem mesmo depois de Costa ter vindo antes de ontem dizer a público, enquanto PM, que Portugal é um poço de burocracia que entope qualquer investimento, mas que os investidores podem sempre contar com cunhas a Deus que ele cria um simplex ao sétimo dia para levar os interesses dos investidores avante. Nem mesmo depois de Costa ter, nesse mesmo evento, feito a apologia de Centeno para liderar os destinos do partido, a partir do governo, à revelia do próprio partido e no maior desprezo pela AR. Nem mesmo assim os crentes vêem para além do dogma da ideologia.


November 06, 2023

Médicos e professores, duas profissões em sofrimento


 

Médicos e professores, duas profissões em sofrimento

Como resultado deste desencantamento que leva anos, a falta de professores sente-se hoje nas escolas, como a de médicos se sente nas urgências dos hospitais e nos centros de saúde.

Sónia Sapage

Apenas 5% dos jovens licenciados anualmente vêm de cursos na área da Educação. A percentagem de professores com menos de 30 anos não chega a 2%. Cerca de 3500 docentes reformam-se até ao final de 2023. E um estudo de 2021 revelou que, até 2030, continuará a ser preciso contratar mais de 34 mil professores para o ensino público.

Como resultado deste desencantamento que leva anos, a falta de professores sente-se hoje nas escolas, como a de médicos se sente nas urgências dos hospitais e nos centros de saúde. Mas, entre as duas profissões que estão há anos em luta pelos seus direitos laborais, persiste uma grande diferença: ser médico seria um projecto de vida para um número mais elevado de jovens, não fosse o caso de os numerus clausus serem tão limitados e as médias de entrada na universidade tão altas.

Em parte, a falta de médicos no SNS acontece porque, apesar dos problemas evidentes com que estes profissionais se debatem no sector público (salários baixos, excesso de doentes e horas de serviço), há um sector privado em crescimento que dá condições consideradas mais apetecíveis — até quando? — e que captam o interesse dos mais jovens e não só, rivalizando com o SNS e canibalizando-o. Mas esta é apenas uma visão parcial da questão.

Há quase 60 mil médicos em Portugal e a percepção geral é a de que não são suficientes para as necessidades e estão a ser levados ao limite. É uma boa estratégia não fechar a porta aos representantes da classe e continuar a conversar sobre as formas de melhorar as condições salariais dos que estão neste momento a exercer medicina, de valorizar as suas carreiras e de dar ferramentas ao sector público para concorrer com o privado, ao nível da contratação. Só isso contribuirá para resolver alguns dos problemas no imediato

Mas é preciso precaver o futuro. A classe médica, assim como a dos professores, precisa de se manter viva e de aumentar. E ainda que não aumentar o número de médicos (e de escolas de Medicina) signifique mais poder negocial para os que existem actualmente, a longo prazo pode ser um caminho perigoso.


October 13, 2023

Professores à beira da reforma estão em período probatório



A valorização da carreira docente segundo Costa & Costa e Medina (e a complacência conivente do Presidente)... porque não tratar os professores como funcionários públicos de 3ª categoria leva o país à miséria, deslassa a sociedade e prejudica toda a classe média.

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2041 Docentes a Realizar o Período Probatório, Alguns com mais de 35 anos de Serviço 
By arlindovsky


São 2041 docentes que vão ter de realizar o período probatório.



Nas listas publicadas hoje existem mais de 2 mil docentes que estão obrigados a realizar este ano o período probatório.

O período probatório destina-se a verificar a capacidade de adequação do docente ao perfil de desempenho profissional exigível, tem a duração mínima de um ano escolar e é cumprido no estabelecimento de educação ou de ensino onde aquele exerce a sua atividade docente como estabelecido no artigo 31.º do ECD.

A média do tempo de serviço destes 2041 docentes é de 10,5 anos de serviço.

A média de tempo de serviço antes da profissionalização é de 1,8 anos de serviço e após a profissionalização é de 8,7 anos de serviço.

O docente com mais tempo de serviço que vai realizar o período probatório é do grupo 100 – Educação Pré-Escolar e já tem 13.139 dias de serviço (mais de 35 anos de serviço enquanto educador profissionalizado).

E são 47 docentes que já têm mais de 10 mil dias de serviço.

Se isto não é um absurdo peço desculpa a quem discorde de mim.

October 11, 2023

Desconstrução das mentiras de Costa, preso no seu ódio dogmático aos professores

 


Na voragem das notícias, acontecimentos graves caem no esquecimento e passam sem a intervenção dos primeiros responsáveis da cadeia de comando e sem as consequências que a ética mínima imporia.

1. A directora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, de Gondomar, estará a ser vítima de um processo disciplinar porque na sede do agrupamento foi colocada uma tarja preta em que se pode ler: “Estamos a dar a aula mais importante das nossas vidas”. Em comunicado, os professores e educadoras do agrupamento assumiram a responsabilidade colectiva por uma iniciativa que conceberam, pagaram e executaram, tendo a directora, e bem, apenas autorizado.

Eis, mais uma vez, a hipocrisia bafienta do ministro da Educação e do primeiro-ministro trazida à luz do dia. No preciso ano em que se iniciam as comemorações dos 50 anos da liberdade que Abril nos trouxe, a consciência dos dois ficou tranquila perante um flagrante atropelo ao artigo 37º da Constituição da República Portuguesa que, em quatro eloquentes parágrafos, fixa o direito à liberdade de expressão e informação, que a comunidade de docentes em apreço exerceu.

Do mesmo passo, é penoso assistir à continuada degradação da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, cada vez mais lesta em exercícios censórios, de perseguição aos poucos directores que recusam ser simples lacaios políticos desta perniciosa maioria absoluta.

2. Por dever de ofício, ouvi o que António Costa disse sobre os professores na longa entrevista que deu à CNN: um exemplar discurso para iludir ingénuos e uma antologia de inverdades para mascarar a inacção que caracteriza a sua forma de governar.
António Costa voltou à cassete segundo a qual a recuperação do tempo de serviço dos professores é insustentável para o país, por razões de natureza financeira e de equidade relativamente aos restantes funcionários públicos.

São muitas as demonstrações de que o argumento financeiro é falso. António Costa disse, em Março deste ano, que quando o ministro da Educação fala é ele que estava a falar. Logo a seguir afirmou que a recuperação do tempo de serviço dos professores custaria 1300 milhões ao ano, ao mesmo tempo que o ministro da Educação afirmava que as contas estavam ainda a ser feitas. À legítima pergunta sobre em qual Costa deveríamos acreditar respondeu, dias volvidos, o Ministério das Finanças, dizendo que a recuperação custava 331 milhões, valor idêntico àquele a que chegou um criterioso estudo promovido pela Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Para além do fundamentado desmentido dos delírios de António Costa, esse estudo demonstrou ainda que, se a recuperação fosse agora feita, a massa salarial cresceria 3,6% nos próximos três anos e baixaria 7,3% nos sete anos seguintes, sendo os custos da recuperação integral do tempo de serviço totalmente absorvidos no final da década. 

É isto (10% do preço das piruetas sem critério que António Costa deu na TAP) que é insustentável para o país?
Quanto à equidade, fala de quê, António Costa, quando na própria entrevista tem o topete de anunciar, consoante modelos diferenciados de funcionamento dos centros de saúde, aumentos de salários para médicos de 12,7%, 33%, 60% ou mesmo 66%? Ou de 33% para os que aceitem a dedicação plena nos hospitais?

Fala dos politicamente muito convenientes aumentos dos magistrados e juízes, de 2019?

Fala da generalidade das outras carreiras, em que o tempo de serviço, convertido em pontos, já foi reposto? Ou insiste na mentira descarada de haver igualdade de recuperação de tempo de serviço entre os professores e as demais carreiras, que recuperaram 70% de 10 anos, enquanto os professores recuperaram 70% de quatro anos?

Fala da recuperação de todo o tempo de serviço aos enfermeiros? Ou acha que há equidade entre os professores do continente e os dos Açores e da Madeira?

De acordo com a retórica elogiosa do primeiro-ministro, o Governo foi magnânimo com os professores, oferecendo-lhes um “acelerador” de carreiras. Faltou-lhe citar os detalhes, que a ANDE já denunciou: os efeitos da medida são de tal modo diluídos no tempo que, mais de 3000 docentes só os sentirão nos anos de 2031, 2032 e 2033; apenas em 2025 se atingirá metade dos docentes abrangidos pela medida, sendo que os promovidos nessa altura terão, em média, cerca de 61 anos.

By Rui Cardoso

October 09, 2023

A escola de Costa - o fundo é isto:




Jornais nacionais advogam a ideia de que não é necessário ter uma educação escolar. Mais, que até é bom não ter. As crianças podem muito bem ficar com os pais num estado de ignorância, à mercê da sua curiosidade natural - suas e dos pais. Aprender a ler e a escrever é algo que fazem se tiverem essa curiosidade e quando a tiverem. O resto então, nem lhes interessa: toda a vastidão de possibilidade de conhecimento, de desenvolvimento, de aprendizagem social entre pares, etc. Ficam limitados nas suas opções, reduzidos às limitações dos pais? Sim, mas aprenderam a tirar fotografias. Isto é que é o bater no fundo: defender em jornais nacionais o abandono da educação escolar como coisa boa, cercear as oportunidades de aprendizagem, a oportunidade de descobrir áreas de interesse e possibilidades de desenvolvimento pessoal com pessoas especializadas em educação escolar e em vez disso ficar entregue a si mesmo é visto como uma meta a atingir. 


Julia estudou sem nunca ir à escola e “foi uma vantagem”. Aos 25 anos, já fotografa há dez


Julia Gat e os irmãos cresceram longe da escola, dos currículos, das avaliações. Khamza khamza khamza, que iniciou na adolescência, traz o retrato da sua vida familiar, no sul de França.

Ana Marques Maia

A escola de Costa: batemos no fundo?

 

Como chegámos aqui? Costa está mais interessado em defender Galamba, Cabrito, Cravinho, etc. que defender a escola pública.




“Fui insultado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infra-Estruturas em directo”




“Fui insultado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infra-Estruturas em directo”



O ex-adjunto acusa António Costa de ter dado o benefício da dúvida a Sócrates — “à justiça o que é da justiça” — enquanto a ele o condenou sumariamente: “É insultuoso, difamatório, injurioso”.

Ana Sá Lopes (entrevista), Daniel Rocha (fotografia) e Carlos Alberto Costa
Frederico Pinheiro, antigo adjunto de Pedro Nuno Santos e João Galamba, foi acusado de roubo de um computador pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infra-Estruturas. O SIS foi chamado a intervir e telefonou-lhe à noite, para reaver o computador pessoal que pertencia ao Ministério das Infra-Estruturas.


Vamos àquela noite em que o SIS o abordou…
Em relação a esse episódio, que aconteceu há cerca de meio ano, vou ser completamente honesto: eu tenho muita dificuldade em rever tudo aquilo que aconteceu. Não é dificuldade em lembrar-me. Foi algo muito violento emocionalmente. Só muito recentemente é que consegui assistir na totalidade às conferências de imprensa que o senhor primeiro-ministro e o senhor ministro das Infra-Estruturas deram sobre este caso. Estive meses a preparar-me para ouvir e eu já sabia o que é que diziam porque tinha lido nos jornais. Mas é algo duro, insultuoso, difamatório, injurioso. E, do ponto de vista pessoal, não é fácil ouvir aquilo.
Sou abordado diariamente por pessoas que não conheço, cidadãos completamente anónimos, a expressarem a sua solidariedade, porque creio que perceberam que, num determinado momento, responsáveis políticos com um poder muito grande utilizaram uma narrativa injuriosa, falsa, apenas por motivos políticos. Creio que existe uma dificuldade muito grande no nosso país em perceber como é que um primeiro-ministro que, perante um caso que envolvia um, na altura camarada seu do Partido Socialista, antigo primeiro-ministro, se escudou correctamente numa formulação de dizer que “à justiça o que é da justiça…”...

Estamos a falar de José Sócrates...
Exactamente. E [reage de maneira diferente] num caso perante o qual não tinha informação e que envolvia um trabalhador do Governo que, dias antes, era considerado leal, era considerado competente, era considerado honesto e sincero ao ponto de participar em reuniões altamente sensíveis...

Das negociações da TAP...
Uma ou duas semanas antes de tudo o que aconteceu, participei em reuniões altamente sensíveis. Como é que, passado um ou dois dias, estava a ser injuriado, difamado e insultado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infra-estruturas em directo, perante milhões de portugueses, acusado de agressões e de roubo? São acusações graves e obviamente que, para mim, é difícil ainda rever tudo o que aconteceu nessa altura.

O que está a dizer é que foi condenado sumariamente pelo primeiro-ministro, ao contrário do que aconteceu com José Sócrates?
Publicamente, sim, pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infra-Estruturas,que fazem as acusações que estão a fazer.

Avançou com um processo contra o primeiro-ministro e o ministro das Infra-Estruturas por difamação?
Não, ainda não avancei. Mantenho todas as hipóteses legais em aberto. Ainda estamos dentro dos prazos legais. Eu tenho dois filhos, um com seis anos e outro com quatro, que felizmente ainda não percebem o que é que aconteceu. Não viam notícias. Não viram o pai a ser insultado, injuriado na televisão. Isso foi uma das minhas principais preocupações, proteger os meus filhos desse processo. Sei que se avançar judicialmente para proteger os meus direitos e o meu bom-nome na justiça contra entidades políticas tão poderosas, à medida que o tempo vai passando, os meus filhos podem-se aperceber do que está a acontecer. E eu pondero bastante essa situação.

Admite não avançar em nome dos seus filhos?
Na verdade, também para me proteger e para proteger a minha família, porque estamos a falar de processos que são muito longos, são violentos também do ponto de vista pessoal e público. Eu passei por um processo em que foram utilizados todos os instrumentos de coacção que poderiam ser utilizados. Nunca imaginei ter o SIS à minha porta ou a telefonar a meio da noite. Portanto, posso imaginar o que é que pode acontecer se eu avançar uma acção judicial por difamação e injúria contra o primeiro-ministro e contra o ministro das Infra-Estruturas… Creio que é totalmente justificada, obviamente, mas é um processo de decisão que ainda não encerrei.

Como é que é hoje a sua vida? É jornalista, voltou à sua profissão de origem...
Eu estive 16 anos fora da profissão. Mas é de inteira justiça referir a sensibilidade que a administração da RTP teve na minha integração, a direcção de Informação e a equipa na qual estou integrado neste momento, a RDP África, que acabou de ser premiada com o Prémio Gazeta Rádio 2022. Encontrei uma equipa extraordinária, com muita sensibilidade para perceber o que aconteceu e que me tem dado todo o apoio do mundo.
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Na íntegra: entrevista a Frederico Pinheiro

October 08, 2023

Para resolver um problema é preciso reconhecê-lo como tal



Ora, o senhor primeiro-ministro, vê tudo como um jogo político onde ele tem de sair vitorioso (como dizia aquela senhora sicofanta, Costa venceu o jogo contra os professores, não percebendo que essa vitória é a derrota da solução do problema da falta de professores). 
Desse modo, ele entende que também tem de vencer os médicos e não percebe que tem é de resolver os problemas das pessoas e neste momento os problemas da saúde são: os médicos fazem horas obscenas a mais (quem quer ser atendido por um médico que está a trabalhar na urgência há 12 horas sem parar?); têm condições de trabalho que os leva a fugir para o privado (às vezes até parece que alguém está feito com os grande grupos de saúde privada); não há médicos, os hospitais fecham, não têm a urgência a trabalhar, recusam doentes, grávidas e recém-nascido morrem, esperam 1 ano por uma consultam 2 por uma cirurgia...
Ah, mas Costa vence-os com a maioria absoluta. Parabéns,  senhor primeiro-ministro, por tantas vitórias da miséria do povo.



Não queremos fazer mais horas extras para estarmos saudáveis a tratar dos doentes"


João Oliveira é internista em Lisboa e já fez mais de 600 horas extraordinárias até fim de setembro. Sandra Hilário é cirurgiã em Leiria e já vai em mais de 400. Assumem viver em estado de exaustão, apesar de a medicina ser uma paixão e o SNS uma missão. Na semana em que o ministro aceitou voltar a negociar com os sindicatos, ambos dizem que "é hora do basta", porque não se vê "luz ao fundo do túnel".

October 07, 2023

Hospitais sem urgências: mais outra boa vitória do PS, para esses bandidos dos médicos aprenderem que com o Costa não se brinca




"Santa Maria é o primeiro hospital central a acionar plano de contingência, mas não será o último"



O maior hospital do país acionou ontem o plano de contingência para atendimento no Serviço de Urgência, devido à pressão que está a registar na última semana com doentes de outras áreas e não referenciados. A partir daqui só serão recebidos os doentes da área, urgentes e referenciados. O bastonário dos médicos não se mostra surpreso e explica ao DN que este é o efeito colateral dos constrangimentos nos outros hospitais.

"Os doentes de hospitais de outras áreas que não venham referenciados "não vão ser atendidos", porque o Santa Maria não tem capacidade para garantir esse acompanhamento."

October 04, 2023

A chatice dos factos





Ouvi dizer que o primeiro-ministro deu mais uma entrevista tipo, 'Conversas em Família', à CNN a falar de si: eu, eu, eu, eu. Governa para a sua imagem enquanto somos agredidos com esta realidade de nos roubarem aos milhares de milhões. O Governo é benevolente com os corruptos e com todos os que fogem ao fisco na ordem de muitos milhões e depois vem cobrar-nos impostos a nós para tapar os buracos de 20 mil milhões que se sumiram no ralo do compadrio. E depois Medina ainda tem o descaramento de se gabar desta choldrice e o primeiro-ministro de dizer que são os professores que põem o país na miséria. Foi por causa de pessoas como Costa e os seus governos que na 1ª República as pessoas estavam tão dispostas a aceitar um ditador. Um governo com maioria absoluta que tem servido apenas para os chacais se servirem. E ninguém nos livra desta gente.

Governo parte para novo OE com 20 mil milhões de euros perdidos em impostos e apoios bancários


Tribunal de Contas. Há 13 mil milhões de euros em impostos que nunca mais serão pagos, mais um valor incobrável incalculável na tutela da Segurança Social, mais 10 mil milhões de apoios aos bancos, assinala parecer da CGE 2022.

Por exemplo, o valor dos impostos incobráveis já ultrapassa os 13 mil milhões de euros (juros de mora e custas incluídos) e "tem vindo a aumentar, tendo mais do que duplicado face ao valor de 2016 (+170,5%), constituindo um fator de risco acrescido para a sustentabilidade das finanças públicas", avisam os juízes, que fazem a sua análise em contabilidade pública (lógica de caixa).

Este ano, em contas nacionais (lógica do compromisso), o governo diz que voltará a entregar um excedente orçamental, revelou o primeiro-ministro, António Costa, numa entrevista à TVI/CNN Portugal, na segunda-feira.

Santos Silva pertence ao bando da Carmo



Se não gostas das pessoas, neste caso dos deputados da República, é razoável que sejam agredidos - e estes que aqui se vêem pertencem ao bando dos ofendidos e humilhados que não aceitam estar no mesmo espaço que aqueles de quem não gostam. Somos governados por pessoas que não entendem, nem praticam a democracia e por gente infantil e patética. Que pensaria Santos Silva se alguém lhe batesse por não gostar dele ou o que pensariam estes governantes que voltam a cara se as pessoas à sua volta voltassem as costas e a cara sempre que aparecessem? Não pensariam nada porque não pensam.
E ninguém nos livra destas pessoas.


Chega abandona hemiciclo após discussão com Santos Silva


André Ventura, em protesto perante a não condenação do presidente da Assembleia da República às agressões aos deputados do partido na manifestação pela habitação, no sábado, disse que Augusto Santos Silva já não é o presidente daquele grupo parlamentar.


© Álvaro Isidoro / Global Imagens

September 25, 2023

Pois, o ME é mais telemóveis nas aulas - e é assim que Medina poupa muito dinheiro




Mail que me chegou a denunciar o que se está a passar em muitas escolas com os portáteis dos alunos, dos professores e das secretarias.

Venho por este meio chamar a atenção de uma situação grave, que tem vindo a afetar todas as escolas, que ainda não foi divulgada às massas e é de grande importância que seja.

Como sabe, no projeto da Escola Digital, estão incluídos os computadores dos alunos (para realizarem as provas de aferição e este ano finais), estão incluídos os computadores dos docentes (os mesmos que usam para o seu trabalho do dia a dia) e agora também os computadores de secretária, que estão a ser usados pelos órgãos de gestão dentro dos agrupamentos.

Embora existam algumas questões ainda a ser tratadas no âmbito desta iniciativa, principalmente no que diz respeito aos equipamentos que perderam a garantia, esta semana surgiu um problema que não pode ser ignorado ou adiado.

Fui informado pela empresa Inforlândia, empresa detentora do sistema de bloqueio CuCo, que o ministério não procedeu ao pagamento das licenças deste mesmo sistema. O que é que isto significa na prática? Nenhum computador, que fique bloqueado, pode ser desbloqueado, pelo menos de forma definitiva e com certeza que se eles continuarem sem pagar eles vão bloquear literalmente todos os computadores, impedindo o seu uso totalmente. A empresa não pode ser responsabilizada por isso, aliás, para acrescer a isto, temos também a situação com a operadora Vodafone, que já começou a cortar o serviço a alguns cartões de dados móveis (cartões que são usados por alunos e docentes para ter internet).

Estamos no início do ano, ou seja, altura em que deveriam estar a ser atribuídos os kits aos novos alunos e docentes, no entanto, o mesmo não pode acontecer, porque não faz sentido atribuir um computador que não tem uso ou mesmo um hotspot com um cartão cuja internet está cortada.

No agrupamento do qual faço parte, já temos mais de 50 máquinas paradas, nesta mesma situação. Mais de 80% das indicadas, ainda estão em período de garantia e neste momento não passam de meros pesa-papéis.

Estamos numa fase crítica em que se o governo não resolver isto rápido, tudo o que foi desenvolvido no âmbito da digitalização, todo os esforços dos docentes em preparar os seus alunos para esta nova realidade, terá sido em vão. Foi pedido aos docentes para se adaptarem e agora, quando tudo está mais estável, é-lhes retirada a ferramenta que o governo insistiu tanto que fosse usada.

Não esquecer que algumas escolas também já optaram por manuais-digitais, ou seja, os alunos, sem os seus equipamentos, não terão como aceder aos livros nas aulas ou mesmo em casa para estudar. Tudo porque os seus computadores, estão bloqueados.


September 16, 2023

Habituamo-nos a tudo?

 


Habituamo-nos a tudo

António Barreto

É forçoso que, há décadas, não haja praticamente início de ano lectivo sem furos nos horários, sem falta de professores e sem obras inacabadas? É realmente impossível impedir que haja dezenas, centenas ou milhares de professores colocados ao deus-dará, a dezenas ou centenas de quilómetros de casa, longe dos filhos, dos maridos e das mulheres, em quartos esquálidos, sem sala de estar nem mesa de trabalho? Não é possível prever, com antecedência, a colocação de professores com algum sentido humano, a fim de permitir, não privilégios ou benesses, mas tão simplesmente uma vida asseada, com algum repouso que ajude ao trabalho pedagógico? O facto de Portugal ter quase eliminado o analfabetismo, com 150 anos de atraso, é suficiente para considerarmos normal esta miséria pedagógica, este atropelo administrativo, este permanente desaire escolar, este constante desatino educativo?

É inevitável que as administrações escolares e sanitárias não sejam capazes de prever a demografia dos professores e dos médicos, dos enfermeiros e dos alunos, dos auxiliares e dos estudantes, a fim de antecipar a reforma, a mudança de gerações e a mobilidade espacial? Temos mesmo de nos habituar a esta vida indigente em que faltam professores, médicos e enfermeiros? É normal que quantos mais médicos e professores há, mais faltam?

Estaremos de tal modo intoxicados que acabamos por considerar normal que as administrações não consigam prever as necessidades de profissionais, de mão-de-obra, de técnicos, de especialistas, designadamente de médicos e professores? A resignação é de tal modo fatal que somos incapazes de reagir ao número crescente de emigrantes, de técnicos, de especialistas e de universitários que se vão embora com a certeza de terem sempre melhores oportunidades, mesmo se à custa do sacrifício das migrações?

(...)

Temos mesmo de nos habituar a ouvir ministros, vizinhos da imbecilidade, garantir que estamos a viver melhor do que há 50 anos, que estão a ser preparados planos, que os problemas estão identificados, que as situações mais graves estão sinalizadas, que as estratégias estão a ser preparadas, que novos grupos de trabalho estão a ser criados, que novos recursos financeiros vão ser libertados, que estão todos a trabalhar a fim de que as filas de espera nos hospitais diminuam, que os professores vão ser colocados, que as escolas vão abrir a tempo e horas, que os professores não ficarão a saltar de casa em casa e de região em região durante cinco, dez, 15 anos?


Apesar de haver mais de uma centena de observatórios, digo bem, uma centena, para tudo quanto existe à face da terra, Migrações, Saúde, Educação, Racismo, Transportes, Descentralização, Pobreza, Desigualdade, Estrangeiros, Envelhecimento ou Nascimentos, apesar disso, estamos mesmo condenados a nunca acertar nas previsões, nunca colocar professores a horas, nunca formar médicos a tempo, nunca contratar enfermeiros suficientes, nunca construir residências universitárias que bastem e nunca julgar criminosos a tempo? Temos de nos resignar a esta espécie de DNA fatal das autoridades políticas portuguesas que consiste na incapacidade de prever, na impossibilidade de agir a tempo e na dificuldade em preparar profissionais e recursos?

Será que nos habituámos de tal modo à incompetência, à ineficiência e à desigualdade que já não reagimos aos atrasos da justiça, aos anos e anos de espera por que um rico, um político, um malandro ou um poderoso sejam julgados?

Será razoável habituarmo-nos às filas de espera diante das lojas do cidadão, das repartições de finanças, dos serviços de segurança social e de outras repartições da educação, da saúde e da justiça, de Verão e de Inverno, com chuva ou com sol, como cidadãos ordeiros e contribuintes obedientes?

Somos obrigados a aceitar como hábito este desaustinado caminho em que se produz pouca riqueza, em que se cria pouca empresa e se melhora pouco, mas onde, à falta de fazer mais e melhor e na impossibilidade de ter casa e comboio, escola e hospital, distribuem-se vales e bónus? Temos mesmo de nos habituar a crescer devagar, a desenvolver lentamente e a melhorar pouco, tão pouco? Temos de nos contentar com pouco, menos do que os outros? Temos de ficar satisfeitos e gratos com o melhor do que nada? Mesmo?

Má sorte a de sermos um país pobre e pequeno! Triste sina a de sermos mal governados! Sombrio destino o desta estranha forma de vida tão cheia de pobreza e de resignação! E, pior que tudo, este jeito tão nosso de nos habituarmos a tudo!

Desgoverno



Assiste-se a uma ação política sem coerência, sem equilíbrio em demasiadas opções e sem uma visão para o país, além das circunstâncias, das pequenas mitigações e da distribuição de apoios excecionais a toque de afago aos nichos eleitorais, conquistados e a atrair. E tudo isto acontece com uma narrativa e um discurso político desfasado da realidade, sustentado em realidades parciais ou deliberadamente à margem da vida concreta, ora enunciando princípios contrariados, ora fazendo fé em argumentos modelados em função dos protagonistas políticos em causa ou das suas ações.

Como é possível permitir a persistência de protagonistas políticos que transportam a chancela partidária e as responsabilidades do exercício de funções públicas quando estão, como estiveram no passado, enleados em atos de gestão e comportamentos individuais reprováveis? E o argumento para justificar as distorções é o de nunca ter recorrido aos concursos públicos porque é um processo “mais pesado e mais demorado”. Como é possível permitir tudo isso, enquanto se removeu membros do governo por questões menores ou de forma leviana demitiram na praça pública gestores da TAP numa espiral de inconsistência que custará bom dinheiro ao Estado, antes ou depois da privatização da empresa.

Como é possível persistir num tergiversar entre a máxima regulação e a desregulação em função das matérias, numa espiral geradora de incerteza e de desconfiança em relação às regras que norteiam o funcionamento do Estado, da sociedade e das obrigações individuais, enquanto persistem tensões e bloqueios na saúde, na justiça, na educação e no funcionamento dos serviços públicos?

Na União Europeia, por exemplo, sem capacidade para gerar soluções próprias em tempo útil e competitivas para as pessoas e os territórios, enquanto se impõem orientações gerais para determinar a remoção das empresas chinesas das infraestruturas de telecomunicações e de gestão de dados, permite-se que a Arábia Saudita adquira uma posição acionista de referência na Telefónica, que é a maior operadora de telecomunicações de Espanha, como se as regras e os riscos fossem de geometria variável e não em função de padrões democráticos de escrutínio.

O Mundo, esse está pejado de exemplo, mais próximos ou mais afastados em que os interesses particulares e a necessidade de produzir encaixes financeiros para dinamizar os países se sobrepõem a tudo o resto, não deixando pedra sobre pedra nos patamares mínimos de civilidade que existiam.

Com a anuência de muitos ou um elevado grau de indiferença cívica e institucional, quase tudo é possível, mas é bom que se tenha noção de que aquilo que se está a construir é pior do que a selva.

António Galamba in a-selva-que-estao-a-construir

September 14, 2023

O milagre das camas

 

O fazedor que em vez de fazer fica à espera que as coisas aconteçam por milagre. Desde 2019 que há um plano para isto mas até agora fizeram nada de maneira que aumentou o prazo do milagre das camas para 2026.


Costa diz que alojamento para estudantes tem que duplicar até 2026 “dê por onde der”

September 08, 2023

Quem é o fazedor que sabe o que é preciso fazer mas não faz porque não sabe fazer?

 

(ainda há pouco tempo outro Costa nos 'alertou' para o facto de haver falta de milhares de professores - agora este Costa 'alerta-nos' que desde 2015 que sabe que há um problema da habitação para resolver)


Em ponto de rebuçado narcísico, Costa entrou em delírio

Ana Sá Lopes

Caro leitor, cara leitora:

A euforia e a ego trip cegam António Costa. Veio de férias cheio de energia e a resposta ao Presidente da República (empenhado em fazer a vida negra ao Governo com mais insistência desde o caso Galamba) correu-lhe bem.

Enquanto Marcelo tenta mostrar que ainda pode condicionar o Governo no pacote Mais Habitação – "não é caso encerrado" –, foi um Costa muito descansado que decidiu passar ao ataque ao Presidente.