June 29, 2022

Coisas que irritam Putin II

 


A NATO lake





@adamrangpr

Coisas que irritam Putin

 


Putin e Zelensky na reunião do G20 ?

 




Putin e Zelensky confirmaram presença na reunião do G20 que se realizará a 15/11 na Indonésia.

A que propósito Putin foi convidado? Espera-se que até lá o assunto da guerra esteja arrumado com a ajuda das armas dos parceiros da Ucrânia.

Zelensky já não é este e o ódio de Putin é muito mais que este:


Zelensky agora é este que carrega consigo a destruição do povo e do país:

Art by Serhii Pertsev

Roe v Wade - IVG e o que é isso de ser 'pró-vida'

 


Neste vídeo com um pequenino excerto de uma entrevista a Trump ele resume claramente o que é a posição de ser pró-vida: é punir as mulheres.

Para os que são, 'pró-vida', assim que uma mulher tem no seu corpo uma célula fecundada, a sua vida deixa de ter importância, a mulher agora é nada em si mesma e deve ser sacrificada em prol dessa célula fecundada que tem no organismo. A sua liberdade de se autodeterminar desaparece completamente e passa a ser uma refém da opinião alheia sobre a sua vida, as suas possibilidades de vida e o seu futuro. Portanto, a expressão 'pró-vida' é enganadora pois leva em si o desprezo pela vida da pessoa completa e formada que é a mulher.  

A gravidez é uma condição física e psicológica. Não é uma condição abstracta ou teórica, um conceito no vazio. Passa-se dentro do corpo das pessoas que são as mulheres e não é uma espécie de implante inócuo que as mulheres têm no corpo durante uns tempos e depois tiram e vão à sua vida. É um processo complexo, transformador da pessoa em termos físicos e psicológicos, com aspectos temporários e outros permanentes e riscos associados.

"Uma em cada 8.475 mulheres morre devido a complicações na gravidez. As causas mais comuns de morte de mulheres grávidas são:

- Embolia (coágulos de sangue que afectam o coração e o cérebro);
- Eclâmpsia (complicações da tensão arterial elevada que afectam a gravidez);
- Hemorragia intensa;
- Septicemia;
- Acidentes vasculares cerebrais (AVC, hemorragia no cérebro); 
- Mortes relacionadas com anestesia.

No total, estas causas são responsáveis por 80% de todas as mortes relacionadas com a gravidez de uma mulher. Causas desconhecidas ou pouco comuns são responsáveis pelos restantes 20% das mortes relacionadas com a gravidez. As mulheres que têm doenças crónicas graves correm um maior risco de morte do que as mulheres saudáveis. Também as raparigas adolescentes (entre os 13 e os 19 anos) estão sujeitas a maiores riscos. 

Em certos casos pode ser preciso ficar acamado quase todo o tempo de gravidez alterando por completo as condições da vida de uma pessoa.

A continuação da gravidez inclui também o risco de sofrer complicações que nem sempre são fatais.

- Aproximadamente 15 a 20 de cada 100 mulheres grávidas requerem parto por cesariana.
- Uma em cada 10 mulheres pode desenvolver infecção durante ou após o parto.
- Cerca de uma em cada 20 mulheres grávidas tem problemas de tensão arterial.
- Uma em cada 20 mulheres sofre de perda excessiva de sangue no parto.

O parto é quando o útero de uma mulher grávida contrai e empurra (dá à luz) o bebé do seu corpo. O parto pode ser feito através da vagina da mulher ou por cesariana. Uma cesariana é um procedimento cirúrgico.

Os seguintes são possíveis efeitos secundários e riscos associados ao parto vaginal:
- Lesão da bexiga ou do recto;
- Um buraco (fístula) entre a bexiga e a vagina ou o recto e a vagina;
- Hemorragia intensa (hemorragia);
- Incapacidade de engravidar no futuro, devido a infecção ou complicação de uma operação;
- Tratamento de emergência para qualquer dos problemas acima referidos, incluindo a eventual necessidade de tratamento com uma operação, medicamentos ou transfusão de sangue;
- Queda da bexiga. A parede vaginal suporta a bexiga. O parto coloca stress nesta parede, causando potencialmente danos a longo prazo. Mais tarde na vida, não é invulgar a parede vaginal ceder essencialmente, fazendo com que a bexiga caia na vagina.
- Incontinência de esforço. Quando a parede vaginal colapsa, isto desencadeia um efeito dominó. Não só a bexiga, a uretra e o recto se deslocam para dentro da vagina, mas isto também coloca pressão adicional sobre a bexiga, causando fugas. Esta fuga, conhecida como incontinência de esforço, pode ocorrer com qualquer esforço adicional ou ao rir, espirrar ou tossir.
- Rectocele. Durante o parto, é também possível rasgar o septo rectovaginal, que separa o recto e a vagina. O tecido rectal pode então saltar através desta abertura, semelhante a uma hérnia. As mulheres que fazem partos grandes (pesando mais de 4 quilos) ou as que têm partos rápidos são mais susceptíveis a esta condição.
- Raramente, a morte.

Os seguintes são possíveis efeitos secundários e riscos associados à cesariana:
- Lesão no intestino ou na bexiga;
- Incapacidade de engravidar no futuro, devido a infecção ou complicação de uma operação;
- Hemorragia intensa (hemorragia);
- Lesão no tubo (ureter) entre o rim e a bexiga;
- Uma possível histerectomia (cirurgia de remoção do útero) como resultado de complicação ou lesão durante o procedimento;
- Complicações da anestesia;
- Tratamento de emergência para qualquer dos problemas acima referidos, incluindo a possível necessidade de tratamento com uma operação, medicamentos ou uma transfusão de sangue;
- Morte.

Reacções Emocionais

- Muitas novas mães experimentam ansiedade e depressão pós-parto. Normalmente desaparece em poucos dias ou semanas com tranquilidade, apoio da família e dos amigos, o descanso e o tempo. (quantas mães têm estes luxos?)
- A depressão pode evoluir para uma depressão de longo prazo ou permanente com sintomas de não ser capaz de cuidar de si ou do bebé; não ser capaz de completar as tarefas diárias; e/ou incluir pensamentos de se magoar a si própria ou ao bebé; sentimentos graves de culpa e de vergonha por ser 'má mãe'; apatia.

O corpo de uma mulher grávida à medida que progride na gravidez, tem os orgãos fora do sítio normal o que origina muitos problemas temporários e/ou permanentes. Estas imagens mostram sempre os fetos quietinhos e enroladinhos mas a realidade é outra: os fetos movem-se, esticam-se, espreguiçam-se, dão pontapés e exercem uma constante pressão e 'empurranço' de orgãos dentro do corpo. Desvios da coluna na zona lombar, dores fortes nos rins, que neste desenho nem se vêem, etc.



Outros efeitos temporários e de longo prazo comuns: cansaço permanente, dores nas costas, anemia, perda de cálcio, gengivites, cáries (problemas nos dentes podem causar parto prematuro), incontinência, diabetes; náuseas e vómitos permanentes; azia (quando o feto cresce e coloca muita pressão no estômago e o ácido estomacal não é devidamente mantido no estômago), hemorróidas, colestase da gravidez, cãibras, síndrome de pernas inquietas, intensificação incómoda do olfacto, pólipos cutâneos, dores e extrema sensiblidade no peito devido ao aumento do estrogénio e da progesterona, leucorreia, deformação permanente do corpo, dores permanentes nas relações sexuais, etc., etc.

É evidente que mesmo com poucos problemas, uma gravidez e um parto são uma mudança brutal na condição física e psicológica das mulheres, umas temporárias, outras permanentes, de maneira que parece-me completamente normal que uma mulher possa escolher não querer passar por este processo. (Nem sequer me refiro aqui aos casos de violação, incesto e outros afins como a mulher já ter vários filhos e viver em pobreza, por exemplo, que me parecem nem sequer requerer argumentação)
Porque razão uma mulher tem de sacrificar a sua saúde, os seus estudos e a sua carreira para manter uma gravidez que não quer? Porque absurdo se deve obrigar a mulher a manter uma gravidez como uma punição?  O corpo das mulheres tornado refém dos dogmas religiosos de outros? Com que arrogância se diz às mulheres: agora que tens uma célula fecundada no corpo o teu valor é apenas essa célula e vamos obrigar-te a mantê-la com todos os riscos que isso comporta para ti (não para nós), mesmo a morte, se for preciso, tudo para manter essa célula no corpo. 
Um feto, durante muito tempo é um potencial: não tem sistema nervoso sequer constituído, mas as mulheres que engravidam não são umas células sem sistema nervoso, são pessoas que existem como seres humanos autónomos, com direitos universais. Ou os direitos humanos dizem, "todos os seres são iguais em liberdade, dignidade, autonomia, todos tem direito a cuidar da sua saúde física e psicológica..." excepto se forem mulheres e estiverem grávidas porque aí perdem todos os direitos e passam a ser recipientes de fetos sem poder de decisão sobre si mesmas e a sociedade e o Estado é que decidem o que elas podem fazer?

Pode dizer-se que os riscos mais graves afectam uma percentagem relativamente pequena de mulheres, mas a questão permanece: se calha a pessoa ser uma delas? Porque razão há-de ser obrigada a assumir estes riscos se não quiser? Ou será porque as religiões pensam que se as mulheres não querem ficar grávidas então que se abstenham de relações sexuais? 
Porque razão se dificulta a venda de contraceptivos?

Aquelas imagens que as pessoas que se dizem pró-vida -mas são contra a vida das mulheres- põem por aí de mulheres no último mês de gravidez como se fosse nessa altura que se fazem abortos (em nenhum país do mundo se podem fazer abortos a partir de certa altura  -onde já é chamado parto- que difere mas nunca vai a extremos) não passam de demagogia para chocar emocionalmente as pessoas. 

Eu tive uma educação religiosa - tenho padres na família. Sei como é a educação religiosa das raparigas, como nos é inculcado desde muito pequenas que o maior conseguimento e honra de uma mulher é ser mãe. Que estar grávida é ser uma espécie de rainha e que Deus fica contente connosco, que é o que Ele mais quer de nós mulheres, que as mulheres existem para ser amadas pelos homens e cumprirem o plano de Deus e por aí fora. Sempre com citações de Papas e outros homens que sabem nada acerca das mulheres e desprezam-nas como se vê claramente pela repartição do poder entre homens e mulheres nas religiões. 

A maioria dos homens religiosos e, infelizmente, muitas mulheres, pensam como Trump: as mulheres que interrompem uma gravidez são assassinas de bebés e merecem ser punidas (assim que uma célula é fecundada já lhe chamam, o bebé), da mesma maneira que os médicos que assistem na eutanásia são assassinos.

Vendo que as mulheres passam por tantos problemas físicos e emocionais com a gravidez, porque razão os homens não ajudam a evitar esse problema? Em primeiro lugar porque os homens ignoram por completo o que se passa com as mulheres física e psicologicamente durante a gravidez. Muitos dos legisladores nem sabem que a vagina e a uretra são coisas diferentes (há os que pensam que as mulheres têm o poder de mandar o corpo não engravidar), pensam que estar grávida é ter um implante no corpo que depois se tira e nem querem ouvir falar de 'problemas de mulheres' (há pouco tempo houve um sururu no nosso Parlamento porque uma deputada falou lá de menstruação - os homens ficaram embaraçados e algumas mulheres também). Depois, porque nas religiões o egoísmo masculino é exaltado: o homem é um macho que insemina as mulheres e impedi-lo de espalhar a semente, como dizem, é rebaixar os homens e atraiçoar o plano de Deus, de maneira que os homens não são educados a sentirem responsabilidade por engravidarem mulheres. Se sentissem essa responsabilidade já podiam ter desenvolvido uma pílula masculina, por exemplo ou podiam fazer uma vasectomia que é um procedimento que dura dez minutos + dois dias a comer gelados e é reversível, como se vê neste vídeo abaixo. Que é isso comparado com todos os problemas que uma mulher tem com a gravidez e o parto? Se os homens nunca engravidassem mulheres sem o seu consentimento o problema do aborto desaparecia. Isso é que é ser pró-vida e não defender a obrigação das mulheres estarem grávidas e a sua punição como assassinas, pelo facto de quererem tomar conta da sua saúde física e psicológica e das suas vidas.



Les uns et les outres

 


Les uns



Les outres


 

Roe v Wade

 


“Women in the Seventies understood very clearly that having control over reproduction is central to women’s ability to determine their own futures, to get the education they want, to have careers. As people got used to having access to abortion — and there’s a false sense that we’ve achieved a measure of equality — that radicalism women had in the early years got lost,” said Joanna Schoen, the author of Abortion after Roe. Abortion rights are seen by young women as a given — which is understandable, since they have been for their entire lives — and also a bit uncool, something associated with their mothers.

  — by Hadley Freeman in American feminism has turned its back on women
The fight for sex-based rights has been sacrificed to gender ideology

Roe v Wade

 

Isto é o que está em causa: a separação da Igreja do Estado e como os religiosos querem impor as suas crenças e dogmas a todos. 


A Rep. Lauren Boebert (R-Colo.), que enfrenta uma terça-feira de eleições primárias, diz estar "cansada" da separação entre a igreja e o estado dos EUA, um conceito antigo decorrente de uma "carta fedorenta" escrita por um dos Pais Fundadores.

Falando num culto religioso dominical no Colorado, disse aos crentes: "É suposto a 
 igreja dirigir o governo. Não é suposto o governo dirigir a igreja. Não era essa a intenção dos nossos Pais Fundadores". E acrescentou: "Estou cansada desta porcaria da separação da igreja e do Estado que não está na Constituição. Estava numa carta fedorenta, e não significa nada do que dizem".

A Primeira Emenda da Constituição, que afirma que "o Congresso não fará nenhuma lei a respeito do estabelecimento de uma religião, ou a proibir o seu livre exercício", foi amplamente interpretada para significar a separação da igreja e do estado - embora não explicitamente.

Toca a acordar, dorminhocos!

 


June 28, 2022

Infográfico de hoje II - estamos mais ou menos nas energias renováveis

 

mas com muito para andar.





Infográfico de hoje - Estamos a ganhar milionários

 




u/redeggplant01

Há sítios deste mundo que parecem de outro mundo

 



Max Rive Photography - Nova Zelândia




Portugal por aí - O Real Gabinete Português de Leitura

 


No Rio de Janeiro, rua Luís de Camões, número 30.

 Fundado em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes portugueses, refugiados políticos, para promover a cultura entre a comunidade portuguesa na então capital do Império. Projetado pelo arquitecto português Rafael da Silva e Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo neomanuelino.

A fachada foi inspirada no Mosteiro dos Jerónimos de Lisboa e foi trabalhada por Germano José Salle em pedra de lioz em Lisboa e levada de navio para o Rio. As quatro estátuas que a adornam retratam, respectivamente, Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da Gama. Os medalhões da fachada retratam, respectivamente, os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.

Pormenor da porta de entrada
átrio
Sala de leitura

Aberta ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Cerca de 350 000 volumes com obras raras como um exemplar da edição "princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D. Manuel (1521), os Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram (1539), a Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez (1540), um manuscrito da comédia "Tu, só tu, puro amor" de Machado de Assis, etc. 
Recebe anualmente cerca de seis mil títulos de Portugal. 

Wiki

vitral


(imagens da wiki e da internet)


Como as universidades foram corrompidas

 


Como as universidades foram corrompidas


BY MATTHEW GOODWIN

O estudo do Instituto Superior de Políticas do Ensino confirma que estamos a enfrentar um problema cultural profundo que se está a tornar mais pronunciado a cada geração. Crucialmente, ao contrário dos estudos do passado, o Instituto acompanhou as atitudes de uma amostra representativa de estudantes universitários durante os últimos seis anos, entre 2016, o ano tumultuoso do referendo Brexit, e hoje. As conclusões são devastadoras.

Apontam para uma nova geração de estudantes universitários que apoiam cada vez mais a remoção das palavras, livros, ideias, oradores e eventos que consideram desconfortáveis ou ofensivos. Esta geração foi criada para dar prioridade à sua "segurança emocional" acima de tudo e está disposta a impor restrições aos outros para reduzir o número de opiniões com as quais discordam.

O apoio à proibição de oradores que ofendem os estudantes aumentou para mais do dobro, para 39%. O apoio ao despedimento de académicos que "ensinam material que ofende muito alguns estudantes" também mais do que duplicou, para 36%.

A evidência desta "espiral de pureza", em que membros de um grupo ideológico dominante se tornam cada vez mais intolerantes para com aqueles que têm outras crenças, reflecte-se noutras descobertas. 
O apoio à remoção de memoriais de figuras históricas potencialmente controversas aumentou em 25 pontos, para 76%. O apoio ao estabelecimento de "políticas espaciais seguras" saltou 14 pontos, para 62%. O apoio à proibição de livros que possam causar ofensa - seja em termos de raça, sexo, religião, ou política - é generalizado. E o apoio à interrupção ou perturbação de eventos com que os estudantes não estão satisfeitos, também aumentou para mais do dobro. "Algumas áreas viram menos mudanças do que outras", escrevem os autores, "mas, em geral, o padrão é muito claro, uma vez que as mudanças que ocorreram são esmagadoramente num sentido - no sentido de mais apoio à restrição da liberdade de expressão no campus. Além disso, a escala das mudanças é frequentemente acentuada".

Suspeito que três factores estão a convergir para enfraquecer as nossas universidades, criando uma geração de estudantes mal preparados para o mundo fora do campus e empurrando as nossas instituições líderes mundiais para longe da sua missão fundadora de procurar a verdade através da livre investigação.


A primeira é geracional. Os estudantes que estão actualmente a terminar o seu primeiro ano na universidade nasceram em 2003-2004. São a Geração-Z, os Zoomers.

Os Millenares e os Gen-Xers chegaram à idade adulta nos anos oitenta e noventa, entre Thatcher e Blair. A política era turbulenta mas também mais estável. A agenda era mais económica do que cultural e ainda havia um leque diversificado de vozes na política, meios de comunicação social, instituições criativas e culturais, o que ajudava a garantir que as pessoas fossem expostas a pontos de vista alternativos. .

Os zoomers, pelo contrário, cresceram no mundo das revoltas Trump e Brexit e passaram a sua adolescência a viver no meio daquilo a que os cientistas políticos chamam "polarização afectiva" - uma política muito mais divisória, volátil e emotiva, na qual os Restantes e os Abandonados, liberais e conservadores, se tornaram simultaneamente mais positivos em relação à sua própria tribo e mais abertamente hostis em relação ao lado oposto.

Em segundo lugar, os Zoomers são também a primeira geração a ter nascido, criado e mergulhado no que os sociólogos Bradley Campbell e Jason Manning chamam "Cultura da Vítima" - a ascensão de um novo código moral nas sociedades ocidentais caracterizado por uma preocupação esmagadora com a obtenção de um estatuto social através de reivindicações de vitimização, extrema sensibilidade à ofensa, e uma forte dependência de recorrer a terceiros para resolver disputas.

Ao contrário das culturas morais do passado, que sublinhavam a dignidade e a honra, e puniam a tolerância e a negociação como uma via para sair do conflito, a cultura da vitimização encoraja os estudantes a salientarem a sua opressão, marginalização e vitimização - 
64% dos estudantes pensam agora que as universidades deveriam "consultar grupos de interesse especial (isto é, sociedades religiosas ou de género) sobre eventos no campus", contra apenas 40% em 2016. E na descoberta de que 61% dos estudantes pensam agora que a principal função da universidade é assegurar que todos os estudantes sejam protegidos contra a discriminação, em vez de permitir uma liberdade de expressão ilimitada, contra apenas 37% em 2016.

A ascensão desta cultura de vitimização está também, quase de certeza, a ser encorajada pela evolução ideológica mais ampla das universidades britânicas. Como a minha investigação -e outras- demonstrou nos últimos quatro anos, estas estão a transformar-se em "monoculturas ideológicas". Tal como as instituições na América, é cada vez mais difícil encontrar conservadores visíveis ou outros não-conformista no campus. Alguns estudantes irão passar por toda a sua licenciatura sem nunca conhecerem algum.
Por sua vez, um número significativo de académicos admite abertamente ser tendencioso contra os conservadores: um em cada três que não contratariam um apoiante do Brexit. 

O último relatório constata que 38% dos estudantes pensam que "as universidades estão a tornar-se menos tolerantes com uma vasta gama de pontos de vista", contra 24% em 2016.

Em terceiro lugar, enquanto isto está a ser reforçado pelas redes sociais os Zoomers são a primeira geração a ter passado toda a sua vida online.

Os conservadores são tão culpados como a Esquerda. O foco constante na mercantilização das universidades e o falar dos estudantes como consumidores, criaram um clima em que as exigências dos estudantes, e não dos académicos, moldam cada vez mais a nossa cultura intelectual. 
Quase todas as mudanças estão a ser impostas por razões políticas - a descolonização das listas de leitura, a imposição de testes ideológicos tais como "declarações de diversidade" ao candidatar-se a empregos ou bolsas e a transformação das universidades em geral em organizações hiper-políticas - são agora muitas vezes feitas em nome da "satisfação do estudante". 
Isto é encorajado pela difusão desenfreada da burocracia universitária, na qual administradores cobardes - nenhum dos quais compreende realmente o objectivo da academia - se inclinam perante as exigências dos estudantes no sentido de que eventos e oradores sejam removidos, académicos investigados e sejam implementadas políticas restritivas.

Descobertas promissoras

 


O cérebro humano constrói estruturas em 11 dimensões, descubra os cientistas

A investigação inovadora descobre que o cérebro humano cria estruturas neurais multi-dimensionais.


Ainda do mesmo livro: somos nepotistas

 


Estilos de ouvir (adoro o finlandês):


Estilos de liderar. Nós estamos no clube dos nepotistas, juntamente com os árabes. É verdade.






Livros - Nós e Eles

 


Na semana passada tive uma discussão com uma amiga sobre características antropológico-culturais de povos. A discussão começou porque ela advoga aquele dito comum segundo o qual os portugueses são um povo manso. Não partilho dessa visão e parece-me que quando começamos a escavar no assunto das características distintas dos povos não encontramos nenhum fundamento credível para diferenciar uns de outros -há tantas excepções quando se vai aos indivíduos particulares-, pese embora todos reconheçamos que os povos têm certas tendências. É uma questão muito complexa. Hoje peguei neste livro sobre diferenças e semelhanças culturais entre povos. 




O livro tem duas partes: a 1ª é sobre temas e em cada tema aborda comparativamente a maneira como as diferentes culturas se comportam nesses temas.

A 2ª é sobre cada país em particular: fala de aspectos relevantes da cultura, tipifica comportamentos, nomeadamente no que respeita à organização social, comunicação e negociação bem como algumas idiossincrasias.

Como se percebe, o livro não tem que ler-se sequencialmente. Podem ler-se capítulos fora da ordem.

O livro foi publicado em 1996 mas teve duas edições posteriores, cada uma delas revista - esta que tenho é a 3ª edição, de 2006.



Fui ler o capítulo sobre Portugal para ver o que reconhecia e se me reconhecia.

Diz que os portugueses são excelentes negociadores porque mantêm um espírito aberto e são muito bons comunicadores. Não sei se isto é verdade.

Diz que os portugueses valorizam muito os títulos o que é verdade.

Diz que temos uma burocracia muito pesada e que a herdámos do modelo napoleónico - esta característica é uma verdade insofismável ao ponto de entupir a vida de uma pessoa, o negócio de outra e o futuro de uma terceira.

Diz que somos bons a falar várias línguas o que não é mentira.



A ler estas características, que na maioria são positivas, faz bem ao ego acreditar nelas, mas não sei se correspondem a traços do carácter dos portugueses, se é que isso existe.

Algumas sim: os portugueses acreditam que são mais espertos que os outros; muitas vezes dizem que compreendem um assunto mas o que acontece é que fazem tenção de o compreender mais tarde; que argumentam com rodeios e outros aspectos. 

Quem quiser que leia e decida por si.
Vou ler o capítulo da Rússia. Tenho curiosidade em ver se o autor captou alguns aspectos dos russo que agora são evidentes, tendo em conta que o livro foi escrito antes da invasão da Crimeia e até antes do discurso de Putin em 2008.

Depois hei-de por aqui.




Life

 


Zelensky's update

 


A vida dos outros

 


Kateryna Zarembo

@KaterynaZarembo

Se falar com os seus amigos e colegas ucranianos na Ucrânia ou com pessoas deslocadas ucranianas no seu país e eles parecerem calmos, alegres, até mesmo bem dispostos, saibam que é apenas o seu lado exterior. Por dentro, cada um de nós está a viver a guerra, onde quer que estejamos. Assim que acordamos vemos as notícias e é a última coisa que fazemos antes de irmos para a cama e durante todo o dia. Procuramos ansiosamente os nossos amigos que lutam na linha da frente, com medo de não termos notícias deles um dia que seja. Lamentamos os nossos mortos - os melhores de nós. Ficamos chocados com os bombardeamentos e devastações diárias, mesmo que sorriamos para si e estejamos bem arranjados. Vivemos em guerra, não temos descanso e assim será até ganharmos

Be nice