Showing posts with label portugueses. Show all posts
Showing posts with label portugueses. Show all posts

June 28, 2022

Livros - Nós e Eles

 


Na semana passada tive uma discussão com uma amiga sobre características antropológico-culturais de povos. A discussão começou porque ela advoga aquele dito comum segundo o qual os portugueses são um povo manso. Não partilho dessa visão e parece-me que quando começamos a escavar no assunto das características distintas dos povos não encontramos nenhum fundamento credível para diferenciar uns de outros -há tantas excepções quando se vai aos indivíduos particulares-, pese embora todos reconheçamos que os povos têm certas tendências. É uma questão muito complexa. Hoje peguei neste livro sobre diferenças e semelhanças culturais entre povos. 




O livro tem duas partes: a 1ª é sobre temas e em cada tema aborda comparativamente a maneira como as diferentes culturas se comportam nesses temas.

A 2ª é sobre cada país em particular: fala de aspectos relevantes da cultura, tipifica comportamentos, nomeadamente no que respeita à organização social, comunicação e negociação bem como algumas idiossincrasias.

Como se percebe, o livro não tem que ler-se sequencialmente. Podem ler-se capítulos fora da ordem.

O livro foi publicado em 1996 mas teve duas edições posteriores, cada uma delas revista - esta que tenho é a 3ª edição, de 2006.



Fui ler o capítulo sobre Portugal para ver o que reconhecia e se me reconhecia.

Diz que os portugueses são excelentes negociadores porque mantêm um espírito aberto e são muito bons comunicadores. Não sei se isto é verdade.

Diz que os portugueses valorizam muito os títulos o que é verdade.

Diz que temos uma burocracia muito pesada e que a herdámos do modelo napoleónico - esta característica é uma verdade insofismável ao ponto de entupir a vida de uma pessoa, o negócio de outra e o futuro de uma terceira.

Diz que somos bons a falar várias línguas o que não é mentira.



A ler estas características, que na maioria são positivas, faz bem ao ego acreditar nelas, mas não sei se correspondem a traços do carácter dos portugueses, se é que isso existe.

Algumas sim: os portugueses acreditam que são mais espertos que os outros; muitas vezes dizem que compreendem um assunto mas o que acontece é que fazem tenção de o compreender mais tarde; que argumentam com rodeios e outros aspectos. 

Quem quiser que leia e decida por si.
Vou ler o capítulo da Rússia. Tenho curiosidade em ver se o autor captou alguns aspectos dos russo que agora são evidentes, tendo em conta que o livro foi escrito antes da invasão da Crimeia e até antes do discurso de Putin em 2008.

Depois hei-de por aqui.




December 02, 2021

Gostei de ler este artigo sobre a portugalidade

 


É certo que os outros países também têm cidadãos e antepassados espalhados por todo o lado do mundo, mas nós deixamos marcas vivas e não apenas vestígios históricos.

Há uns anos valentes estava em Nova Iorque e entrei com uma amiga na Saks da 5ª Avenida. Numa secção qualquer a empregada ouviu-nos falar, veio direita a nós e disse-nos que era brasileira com pais portugueses do Minho e que ficava sempre feliz quando ouvia falar português na loja. Depois ficou a ali a atender-nos e a falar e fazer perguntas No fim, deu-nos um abraço, assim sem mais. Acho isto muito... 'portugalidade'. 




October 20, 2021

Aristides de Sousa Mendes no Panteão

 


Uma excelente iniciativa. Estão lá pessoas que não deviam estar, ao passo que Aristides de Sousa Mendes tem lá um lugar de pleno direito. Foi um homem moral que nos engrandece. Aristides de Sousa Mendes salvou milheres de judeus, tendo plena consciência do que fazia e das consequências que havia de sofrer: o desemprego e a miséria, para si e para a sua família. As portas todas fechadas por ordem de Salazar. Não agiu por impulso. Sabia o que estava a fazer. São precisas, grande coragem moral, sentido de dever e compaixão. É raro e valioso.

-----------------

Antigo cônsul português Aristides de Sousa Mendes, que salvou milhares de judeus do regime nazi, recebe esta terça-feira honras de Panteão Nacional, em Lisboa, através de um túmulo sem corpo.

família de Aristides de Sousa Mendes 
Este grupo de trabalho surgiu no seguimento da aprovação, em julho de 2020, de um projeto de resolução proposto pela deputada não inscrita Joacine Katar Moreira -- na altura ainda deputada do partido Livre.

A recomendação em causa -- que não tem força de lei - pretende homenagear o antigo cônsul português na forma de um túmulo sem corpo, não implicando assim a habitual trasladação para o Panteão Nacional.

Desta forma, a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira propunha que o corpo continue no concelho de Carregal do Sal (distrito de Viseu), terra onde nasceu e viveu Aristides de Sousa Mendes, preservando a importância cultural e económica que a presença do corpo tem no turismo da região.
DN


December 10, 2020

Não há enigma no ser português

 


A Sociedade Histórica da Independência de Portugal tem um concurso a decorrer acerca do que é ser português. Não há enigma. Na hora da verdade, o que nos une é o bacalhau. Somos um povo de bacalhau. Nem Fátima, nem futebol, pois esses dividem-nos. Agora, o bacalhau... sem ele, vegetamos nos confins da consciência depressiva ou vamos à guerra por ele.  Somos um povo de pouca gente num pequeno território, mas quando é a hora do bacalhau ninguém nos segura: cinco mil toneladas de bacalhau numa só noite!!!
 

Portugueses vão comer entre quatro e cinco mil toneladas de bacalhau na consoada

Pandemia não terá impacto o consumo do bacalhau. Na noite de Natal consome-se cerca de 30% do total anual.

July 16, 2020

Como torturar um português



    Para torturar um italiano, parte-se o esparguete ao meio antes de o pôr a cozer. Para torturar um americano, come-se pizza com garfo e faca, para torturar um francês substitui-se a manteiga do croissant por margarina.

    Há muitas maneiras de torturar um português:

  • comeres uma salada sem azeite;
  • cozinhares qualquer coisa sem azeite;
  • pensares que o azeite é a mesma coisa que óleo - declaração de inimputabilidade;
  • não gostares de sardinhas - ninguém se senta a comer contigo;
  • pores ketchup nas batatas fritas - não mereces que tas tenham feito; 
  • fazeres um acompanhamento de arroz sem batatas fritas ou de batatas fritas sem o arroz - és atrasado mental?;
  • pores na mesa um pacote de batatas fritas. Que vergonha. Batatas do pacote nunca se põe numa mesa a não ser como entrada;
  • achares que o arroz Carolino não presta;
  • achares normal fazer um arroz sem refogado;
  • não gostares de arroz - és votado ao ostracismo;
  • não tomares um café depois do almoço - ninguém te há-de emprestar dinheiro;
  • pores leite no chá - estragaste o chá;
  • não gostares de peixe. Arriscas-te a que te ponham um processo em tribunal;
  • não gostares de bacalhau! Suicídio moral;
  • não gostares de marisco. Nunca ninguém te há-de emprestar, nem uma carica, porque não és de confiança;
  • acamares vinhos como se fossem água; 
  • comeres peixe mal temperado: sem azeite, sal e às vezes molho de cebola com azeite;
  • convidares alguém para ir comer a tua casa e não haver sopa. Pior, não gostares de sopa em todas as refeições, seja Inverno ou Verão. Nunca mais és convidado para lado algum;
  • cheirares a comida como um cão;
  • achares que é bom comer peixe frito ao pequeno-almoço;
  • pensares que comer é só para alimentar — Comer é DEUS. É um momento religioso! É o momento de oração prolongada. É onde tu aprecias as pequenas coisas da vida;
  • acompanhares a refeição com leite ou água;
  • não gostares de doces de ovos e bolos conventuais - hás-de ir parar ao inferno para veres como é bom.
adaptado do Gonçalo Melo

March 09, 2020

Nós também somos migrantes em grande números



Em 2015, 22.3% da população estava emigrada. Ora, sabendo nós que esses números têm vindo a crescer, neste momento já devemos estar no pelotão encarnado. Não sei como vamos sobreviver enquanto país.




December 06, 2019

A qualidade de vida dos portugueses a decair



Os portugueses já só têm dinheiro para o supermercado...
Casa, trabalho, casa, trabalho e ao fim de semana ir ao supermercado. Depois reformar quase aos 70, passar o resto da vida em filas de hospitais e depois morrer.