As mulheres morrem porque os médicos têm medo de as tratar sempre que têm alguma complicação, dado que o feto pode morrer e eles podem ir parar à prisão. O resultado é as mulheres estarem a morrer em grande número e os fetos também. Em vários Estados, se uma rapariga com 12 anos for violada e abortar tem uma pena superior à do seu violador. Os EUA abandonaram a racionalidade para se entregarem à crendice anti-científica da religião organizada.
June 21, 2025
Os homens dos EUA legislaram a não assistência médica a grávidas com problemas
As mulheres morrem porque os médicos têm medo de as tratar sempre que têm alguma complicação, dado que o feto pode morrer e eles podem ir parar à prisão. O resultado é as mulheres estarem a morrer em grande número e os fetos também. Em vários Estados, se uma rapariga com 12 anos for violada e abortar tem uma pena superior à do seu violador. Os EUA abandonaram a racionalidade para se entregarem à crendice anti-científica da religião organizada.
June 17, 2025
Temos uma lei que permite o aborto e uma prática que o impede e criminaliza - o legislador foi um chico-esperto contra as mulheres
É o que sermos sempre governadas por homens: legislação de punição por nascer mulher. Continua a haver denuncias de crime de aborto. Sim, continua a ser um crime. Homens de uma certa idade que idealizam mulheres de 1950, sem direitos nem autonomia.
Natália*
Porto, imigrante brasileira, 29 anos
“Liguei para o hospital de São João e não tinham vagas. Tentei depois o CMIN e só tinham marcação quase um mês depois”
Margarida*
Açores, 32 anos
“Demorei um bocado a perceber que não havia um único médico nas nove ilhas dosAçores que fizesse uma IVG”
Laura*
Lisboa, 34 anos, conversa com administrativa no SNS
“Se está de quatro semanas, vai ter de esperar porque elessó atendem às oito. Vai ter de ouvir o coração do bebé, por issonão vale a pena marcar nada antes disso”
Teresa Bombas
Médica especialista Ginecologia/ Obstetrícia
“Não podem ser os doentes a ter de bater a várias portas até encontrarem uma alternativa”
*nomes fictícios
October 17, 2024
Acho bem
O PSD está cheio de Khameneis que querem regredir ao tempo em que as mulheres tinham de pedir autorização para existir.
September 24, 2024
Ela tem razão
PSD e aborto: uma história de extremismo
DN
Fernanda Câncio
“Abortos medicamentosos em casa passam de medida excecional a permanente em Inglaterra e Gales”. Este é o título de um comunicado do governo britânico datado de 23 de agosto de 2022. Mais abaixo lê-se: “Isto foi publicado durante o governo conservador de Johnson (2019/2022)”.
O comunicado refere-se ao facto de o executivo de Boris Johnson ter decidido transformar em procedimento normal a medida de exceção adotada em março de 2020, no início do confinamento pela pandemia Covid-19, que permitiu o aborto “precoce”, ou “early abortion” (o uso dos medicamentos abortivos é recomendado apenas nas primeiras semanas da gestação; quando esta é mais adiantada, procedimento deve ocorrer em ambiente hospitalar e por cirurgia) em “telemedicina”, assim evitando que as mulheres tivessem de se deslocar a serviços de saúde.
“Esta nova legislação permite às mulheres aceder aos medicamentos abortivos por via de teleconsulta, e tomarem os dois medicamentos em casa quando a gravidez não ultrapassar as nove semanas e seis dias [10 semanas de gestação]”, anuncia o texto. Maggie Throup, a ministra da saúde de Johnson, é citada: “O bem-estar e a segurança das mulheres que querem aceder a este serviço é o mais importante. Com estas medidas, as mulheres terão mais escolha no acesso aos serviços de aborto, enquanto se continua a garantir a monitorização de forma a manter a sua segurança.”
A medida, que implicou uma alteração à lei de 1967 que legalizou a interrupção de gravidez no Reino Unido, permite que as mulheres possam receber pelo correio os comprimidos de mifepristone e misoprostol após terem acedido a uma “teleconsulta” (por telefone ou por via digital) com um profissional de saúde. Isto naturalmente significa que não existe um exame médico ou uma ecografia que, como é obrigatório em Portugal, certifique o tempo de gestação: é uma decisão que o profissional de saúde toma com base na conversa com a mulher.
Do mesmo modo, uma anterior norma da lei britânica (que foi copiada para a portuguesa, e por cá se mantém em vigor), segundo a qual tinha de haver intervenção de dois médicos - um para verificar que a gestação estava dentro do prazo legal e outro para levar a cabo o procedimento - deixa também de fazer sentido: basta um profissional de saúde para fazer a consulta. E nem sequer, como adverte a British Medical Association (a Ordem dos Médicos britânica), tem de ser médico.
A BMA pugnou aliás por esta alteração legal, explicando porquê: “Um estudo sobre mais de 50 mil abortos antes e depois da medida excecional pandémica, publicado pelo British Journal of Obstetrics and Gynaecology, concluiu que o aborto por telemedicina é ‘eficaz, seguro, aceitável e melhora os cuidados de saúde’. Os dados demonstram que a espera média pelo procedimento passou de 10,7 dias no percurso tradicional [com ida a clínica ou hospital] para 6,5 dias na telemedicina, e a idade média gestacional no momento da interrupção também diminuiu, resultando em 40% dos abortos terem lugar às seis semanas ou menos - antes eram 25% - , e num aumento da eficácia, com 98,8% das interrupções a terem sucesso após a toma dos medicamentos.” Isto porque, advertia a BMA, “o aborto é um procedimento seguro e comum, mas quanto mais cedo ocorra melhor para a saúde e bem-estar das mulheres.”
Habituadas que estamos a uma Ordem que se centra no poder dos médicos (chegando ao ponto de, como no caso da objeção de consciência, inscrever no Estatuto Deontológico normas que contrariam a lei da República), quase parece estranho constatar que os médicos britânicos colocam o bem-estar e saúde das mulheres em primeiro lugar. Aliás, a BMA sublinha que as mulheres são perfeitamente capazes de saber de quantas semanas de gravidez estão (pelo que não é necessário serem examinadas), e que não é obrigatório que a teleconsulta seja com um médico; pode ser com um enfermeiro.
Mas não é da diferença entre a Ordem dos Médicos portuguesa e a britânica que quero falar, é da que se observa entre os políticos do chamado centro-direita português - mesmo se, na verdade, vários dos anteriores bastonários se assumiram como políticos dessa área, levando a concluir que o problema é o mesmo - e os seus congéneres da generalidade dos países europeus.
Em causa está perceber o que leva o PSD a, com honrosas exceções como Rui Rio e Leonor Beleza (e, a dada altura, Passos Coelho, antes de nas eleições de 2015 aparecer de terço no bolso, transmutando-se no hiper-conservador que é hoje), se posicionar desde sempre contra a possibilidade de as mulheres poderem decidir se levam ou não avante uma gravidez. Aliás, ao longo de quase cinco décadas de democracia, o PSD esteve contra todos os avanços no que respeita a direitos sexuais e reprodutivos, de forma particularmente militante quando em causa esteve o direito das mulheres à autonomia.
É como se em vez de um partido social-democrata fosse (é?) um partido confessional, católico fundamentalista. O que é tanto mais curioso quando o seu fundador, Sá Carneiro, afrontou serena e corajosamente o preconceito católico dos anos 1970 vivendo (e morrendo) com a mulher que amava quando era casado com outra.
Mas disperso-me: voltemos às leis do aborto. Na Europa, Portugal é o país com o prazo legal mais curto para a interrupção de gravidez por exclusiva vontade da mulher: 10 semanas. Sendo a média vigente 12 semanas, vários países têm vindo a alargar esse prazo e a eliminar o anacrónico “período de reflexão” que no caso português (copiando a legislação britânica de 1967) é de três dias. França e Espanha aumentaram o prazo para 14 semanas e eliminaram a “reflexão mandatória”, há muito considerada pela Organização Mundial de Saúde como um obstáculo no acesso à interrupção de gravidez segura. A Bélgica começou na semana passada a discutir essa alteração - eliminação da “reflexão” obrigatória e alargamento do prazo para as 14 semanas -, proposta por uma comissão de peritos.
E se a Espanha tem no governo o Partido Socialista, em França - onde o aborto foi legalizado, em 1974, por um governo de centro-direita - o governo que colocou este ano, com os votos de toda a esquerda, o direito ao aborto na Constituição era de centro-direita.
Na maioria dos países europeus que têm leis de aborto com prazos maiores que a portuguesa - incluindo a alegadamente mui católica Irlanda, onde a interrupção de gravidez foi legalizada em 2018, por referendo - o centro-direita está ou esteve muitos anos no poder. Mas os únicos, além de Portugal, onde se procedeu a alterações legais de modo a dificultar o acesso ao aborto foram a Hungria de Orban (onde o aborto até às 12 semanas foi legalizado em 1953) e a Polónia dos irmãos Kaczynski, que decretou uma interdição quase total - ou seja, dois governos de extrema-direita.
É nessa excelsa companhia, a dos partidos extremistas de direita, que PSD e CDS se colocaram quando em 2015, no último dia da legislatura, alteraram a lei do aborto para retirar a proibição, que ali constava, de objetores de consciência conduzirem as consultas de interrupção de gravidez e para obrigarem as mulheres que queriam abortar a serem “assistidas” por psicólogos e assistentes sociais durante o “período de reflexão” (esta alteração foi revogada pela maioria de esquerda que resultou das eleições de 4 de outubro de 2015). Na campanha para as legislativas de 10 de março deste ano, Paulo Núncio, vice-presidente do CDS, congratulou-se com esse feito, gabando a coligação PSD-CDS por ter sido, em 2015, a primeira força política a criar dificuldades no acesso ao aborto legal.
E será nessa excelsa companhia - a dos partidos extremistas de direita, entre os quais se conta o Chega -, e contra a generalidade dos partidos daquele que dizem ser o seu grupo político (a social-democracia) que PSD e CDS se colocarão mais uma vez se, como parece certo, votarem contra a eliminação da obrigatoriedade dos três dias de “reflexão” e contra o alargamento para as 12 semanas do prazo da interrupção de gravidez por vontade exclusiva da mulher.
Porque nesta matéria, a das mais fundamentais liberdades individuais - como se constata também no indecoroso comportamento do governo em relação à lei da eutanásia, que se recusa, em violação da Constituição e da ordem democrática, a regulamentar - PSD e CDS comportam-se como partidos extremistas iliberais, de vertente totalitária: querem decidir por nós o que fazemos da nossa vida e connosco, mandar nas nossas consciências e nas nossas mais íntimas e sagradas escolhas.
April 12, 2024
Se querem obrigar as mulheres que engravidam a ter os filhos, então não podem engravidá-las sem o seu consentimento explícito
Não vejo em que é que o texto aprovado no PE é polémico. Os homens têm plenos direitos de auto-determinação mas segundo Montenegro, as mulheres não podem ter. Quem dizer, podem mais ou menos: se tiverem a aprovação do macho.
Montenegro contra consagração de aborto como direito fundamental na UE
O primeiro-ministro e líder do PSD afirmou-se esta sexta-feira contra a consagração do aborto como direito fundamental, como recomendou o Parlamento Europeu na quinta-feira, por causar um "desequilíbrio jurídico" ao prevalecer apenas o direito à autodeterminação da mulher.
O Parlamento Europeu condenou o retrocesso nos direitos das mulheres em vários países, incluindo nos 27 Estados-membros do bloco comunitário, nomeadamente a imposição de restrições ao aborto e cuidados de saúde sexuais e reprodutivos.
March 04, 2024
780 votos contra 72
BREAKING:
— Visegrád 24 (@visegrad24) March 4, 2024
France just became the first country in the world to include the legality of abortions in its constitution.
The French Parliament voted in favor by 780 votes to 72.
Via @FranceNews24 pic.twitter.com/TzuK75OEc8
September 20, 2022
Texas, USA
@LbudisaLila
Replying to @LbudisaLila
Uma amiga da mulher do meu filho candidatou-se a um emprego. Mandaram-na fazer um teste de urina. O laboratório ligou-lhe a dizer dizer que não estava grávida. Os Recursos Humanos ligaram-lhe a dizer que tinha passado no teste. Ela recusou o emprego depois de lhe terem dito que teria de repetir o teste a cada 3 ou 4 meses. Tx.
📺 NEW VIDEO
— MeidasTouch (@MeidasTouch) May 3, 2022
Republicans have taken away your right to choose. Now take away their right to govern. #GOPHandmaidsTale pic.twitter.com/uHZVjH5Qfh
Daqui para a frente é preciso votar tendo em conta a posição dos partidos/pessoas nestas questões que são mais importantes que as económicas e outras porque retiram às mulheres a liberdade de viverem de acordo com a sua consciência, o seu interesse e os seus direitos.
September 13, 2022
Está tudo errado neste vídeo
Um homem, um idoso de idade e de cabeça, a falar pelas mulheres, com as mulheres atrás dele a deixarem que ele fale por elas, a dizer baboseiras estúpidas acerca do mundo concordar com ele... a uma mulher que descreve uma experiência devastadora. Ele não quer saber. As mulheres para estes tipos são como galinhas ou vacas reprodutoras que têm de ser postas com trela e dono. No Alabama, agora prendem as mulheres grávidas se as vêem fumar e depois não as soltam porque alegam que não tomam conta dos fetos e têm de ser guardadas à vista. Isto não tem que ver com humanidade mas com controlar as mulheres. Tem a ver com poder. São os Putins das mulheres, estes trogloditas que infligem a maldade às mulheres, por serem broncos ao modo de Trump.
Lindsey Graham's abortion ban news conference ended with a devastating question from a woman who experienced complications during pregnancy pic.twitter.com/UHi0XtmA2R
— Aaron Rupar (@atrupar) September 13, 2022
August 23, 2022
EUA e o aborto - Primeiro decidem e votam e só depois vão informar-se da realidade
Entretanto, as mulheres é que pagam pelo obscurantismo alheio.
He lost some sleep after realizing what he had done. Listen https://t.co/BdOHcqw0dG
— Frida Ghitis (@FridaGhitis) August 23, 2022
June 29, 2022
Roe v Wade - IVG e o que é isso de ser 'pró-vida'
Neste vídeo com um pequenino excerto de uma entrevista a Trump ele resume claramente o que é a posição de ser pró-vida: é punir as mulheres.
Para os que são, 'pró-vida', assim que uma mulher tem no seu corpo uma célula fecundada, a sua vida deixa de ter importância, a mulher agora é nada em si mesma e deve ser sacrificada em prol dessa célula fecundada que tem no organismo. A sua liberdade de se autodeterminar desaparece completamente e passa a ser uma refém da opinião alheia sobre a sua vida, as suas possibilidades de vida e o seu futuro. Portanto, a expressão 'pró-vida' é enganadora pois leva em si o desprezo pela vida da pessoa completa e formada que é a mulher.
A gravidez é uma condição física e psicológica. Não é uma condição abstracta ou teórica, um conceito no vazio. Passa-se dentro do corpo das pessoas que são as mulheres e não é uma espécie de implante inócuo que as mulheres têm no corpo durante uns tempos e depois tiram e vão à sua vida. É um processo complexo, transformador da pessoa em termos físicos e psicológicos, com aspectos temporários e outros permanentes e riscos associados.
"Uma em cada 8.475 mulheres morre devido a complicações na gravidez. As causas mais comuns de morte de mulheres grávidas são:- Embolia (coágulos de sangue que afectam o coração e o cérebro);
- Eclâmpsia (complicações da tensão arterial elevada que afectam a gravidez);
- Hemorragia intensa;
- Septicemia;
- Acidentes vasculares cerebrais (AVC, hemorragia no cérebro);
No total, estas causas são responsáveis por 80% de todas as mortes relacionadas com a gravidez de uma mulher. Causas desconhecidas ou pouco comuns são responsáveis pelos restantes 20% das mortes relacionadas com a gravidez. As mulheres que têm doenças crónicas graves correm um maior risco de morte do que as mulheres saudáveis. Também as raparigas adolescentes (entre os 13 e os 19 anos) estão sujeitas a maiores riscos.
A continuação da gravidez inclui também o risco de sofrer complicações que nem sempre são fatais.
- Aproximadamente 15 a 20 de cada 100 mulheres grávidas requerem parto por cesariana.
- Uma em cada 10 mulheres pode desenvolver infecção durante ou após o parto.
- Cerca de uma em cada 20 mulheres grávidas tem problemas de tensão arterial.
- Uma em cada 20 mulheres sofre de perda excessiva de sangue no parto.
O parto é quando o útero de uma mulher grávida contrai e empurra (dá à luz) o bebé do seu corpo. O parto pode ser feito através da vagina da mulher ou por cesariana. Uma cesariana é um procedimento cirúrgico.
Os seguintes são possíveis efeitos secundários e riscos associados ao parto vaginal:
- Lesão da bexiga ou do recto;
- Um buraco (fístula) entre a bexiga e a vagina ou o recto e a vagina;
- Incapacidade de engravidar no futuro, devido a infecção ou complicação de uma operação;
- Tratamento de emergência para qualquer dos problemas acima referidos, incluindo a eventual necessidade de tratamento com uma operação, medicamentos ou transfusão de sangue;
- Queda da bexiga. A parede vaginal suporta a bexiga. O parto coloca stress nesta parede, causando potencialmente danos a longo prazo. Mais tarde na vida, não é invulgar a parede vaginal ceder essencialmente, fazendo com que a bexiga caia na vagina.
- Incontinência de esforço. Quando a parede vaginal colapsa, isto desencadeia um efeito dominó. Não só a bexiga, a uretra e o recto se deslocam para dentro da vagina, mas isto também coloca pressão adicional sobre a bexiga, causando fugas. Esta fuga, conhecida como incontinência de esforço, pode ocorrer com qualquer esforço adicional ou ao rir, espirrar ou tossir.
- Rectocele. Durante o parto, é também possível rasgar o septo rectovaginal, que separa o recto e a vagina. O tecido rectal pode então saltar através desta abertura, semelhante a uma hérnia. As mulheres que fazem partos grandes (pesando mais de 4 quilos) ou as que têm partos rápidos são mais susceptíveis a esta condição.
Os seguintes são possíveis efeitos secundários e riscos associados à cesariana:
- Lesão no intestino ou na bexiga;
- Incapacidade de engravidar no futuro, devido a infecção ou complicação de uma operação;
- Hemorragia intensa (hemorragia);
- Lesão no tubo (ureter) entre o rim e a bexiga;
- Uma possível histerectomia (cirurgia de remoção do útero) como resultado de complicação ou lesão durante o procedimento;
- Complicações da anestesia;
- Tratamento de emergência para qualquer dos problemas acima referidos, incluindo a possível necessidade de tratamento com uma operação, medicamentos ou uma transfusão de sangue;
- Morte.
Reacções Emocionais
O corpo de uma mulher grávida à medida que progride na gravidez, tem os orgãos fora do sítio normal o que origina muitos problemas temporários e/ou permanentes. Estas imagens mostram sempre os fetos quietinhos e enroladinhos mas a realidade é outra: os fetos movem-se, esticam-se, espreguiçam-se, dão pontapés e exercem uma constante pressão e 'empurranço' de orgãos dentro do corpo. Desvios da coluna na zona lombar, dores fortes nos rins, que neste desenho nem se vêem, etc.
Aquelas imagens que as pessoas que se dizem pró-vida -mas são contra a vida das mulheres- põem por aí de mulheres no último mês de gravidez como se fosse nessa altura que se fazem abortos (em nenhum país do mundo se podem fazer abortos a partir de certa altura -onde já é chamado parto- que difere mas nunca vai a extremos) não passam de demagogia para chocar emocionalmente as pessoas.
Eu tive uma educação religiosa - tenho padres na família. Sei como é a educação religiosa das raparigas, como nos é inculcado desde muito pequenas que o maior conseguimento e honra de uma mulher é ser mãe. Que estar grávida é ser uma espécie de rainha e que Deus fica contente connosco, que é o que Ele mais quer de nós mulheres, que as mulheres existem para ser amadas pelos homens e cumprirem o plano de Deus e por aí fora. Sempre com citações de Papas e outros homens que sabem nada acerca das mulheres e desprezam-nas como se vê claramente pela repartição do poder entre homens e mulheres nas religiões.
A maioria dos homens religiosos e, infelizmente, muitas mulheres, pensam como Trump: as mulheres que interrompem uma gravidez são assassinas de bebés e merecem ser punidas (assim que uma célula é fecundada já lhe chamam, o bebé), da mesma maneira que os médicos que assistem na eutanásia são assassinos.
Vendo que as mulheres passam por tantos problemas físicos e emocionais com a gravidez, porque razão os homens não ajudam a evitar esse problema? Em primeiro lugar porque os homens ignoram por completo o que se passa com as mulheres física e psicologicamente durante a gravidez. Muitos dos legisladores nem sabem que a vagina e a uretra são coisas diferentes (há os que pensam que as mulheres têm o poder de mandar o corpo não engravidar), pensam que estar grávida é ter um implante no corpo que depois se tira e nem querem ouvir falar de 'problemas de mulheres' (há pouco tempo houve um sururu no nosso Parlamento porque uma deputada falou lá de menstruação - os homens ficaram embaraçados e algumas mulheres também). Depois, porque nas religiões o egoísmo masculino é exaltado: o homem é um macho que insemina as mulheres e impedi-lo de espalhar a semente, como dizem, é rebaixar os homens e atraiçoar o plano de Deus, de maneira que os homens não são educados a sentirem responsabilidade por engravidarem mulheres. Se sentissem essa responsabilidade já podiam ter desenvolvido uma pílula masculina, por exemplo ou podiam fazer uma vasectomia que é um procedimento que dura dez minutos + dois dias a comer gelados e é reversível, como se vê neste vídeo abaixo. Que é isso comparado com todos os problemas que uma mulher tem com a gravidez e o parto? Se os homens nunca engravidassem mulheres sem o seu consentimento o problema do aborto desaparecia. Isso é que é ser pró-vida e não defender a obrigação das mulheres estarem grávidas e a sua punição como assassinas, pelo facto de quererem tomar conta da sua saúde física e psicológica e das suas vidas.
Roe v Wade
June 26, 2022
Roe versus Wade
BNN Newsroom
@BNNBreaking
BREAKING: O Pentágono declarou que quaisquer leis sobre aborto decretadas como resultado da decisão do Supremo Tribunal não serão reconhecidas.
Na.sexta-feira, o Secretário da Defesa Lloyd J. Austin III ( @SecDef ) emitiu uma declaração em resposta à decisão do Supremo Tribunal em Dobbs v. Jackson Women's Health Organization.
"Nada é mais importante para mim ou para este Departamento do que a saúde e o bem-estar dos membros do nosso Serviço, da força de trabalho civil e das famílias do DOD".
"Estou empenhado em cuidar do nosso povo e assegurar a prontidão e a resistência da nossa Força. O Departamento está a examinar de perto esta decisão e a avaliar as nossas políticas para garantir que continuamos a proporcionar um acesso sem descontinuidades aos cuidados de saúde reprodutiva, tal como permitido pela lei federal".
De acordo com O Politico, o Departamento de Defesa ( @DeptofDefense ) ainda não tem "qualquer política a anunciar para acomodar membros do serviço feminino estacionados em Estados que tenham proibido o aborto"."As tropas femininas que procuram o procedimento já enfrentam obstáculos íngremes para obterem os cuidados de que necessitam: Não podem obter abortos em instalações médicas militares, & a lei federal também impede as tropas de utilizar o seu seguro de saúde Tricare para cobrir o custo dos procedimentos em instalações privadas, a menos que a vida da mãe esteja em risco devido à Emenda Hyde", acrescentou O Politico.
Roe versus Wade
Não era uma lei a favor do aborto, era uma lei a favor da autonomia das mulheres. A reversão da lei não é contra o aborto, é a favor de obrigar as mulheres a ficarem grávidas. Mandá-las para a cadeia se necessário. Grávidas contra a sua decisão, contra a sua liberdade fundamental, contra a sua a sua saúde física e psicológica, contra a sua autonomia. Uma pessoa que não tem autonomia sobre o seu próprio corpo é um escravo, neste caso, uma escrava. Mesmo nos regimes comunistas que negam a propriedade privada, ninguém nega a propriedade privada do próprio corpo. Só os esclavagistas defendem a alienação da autonomia da pessoa a um dono qualquer. Os EUA estão a deixar de ser um país laico para se transformar num país de leis religiosas. Custa ver um país como os EUA instituir a perseguição das mulheres como no tempo da inquisição.
Gloria Steinem's memoir:
June 25, 2022
Porque é que a pílula não é vendida sem receita médica?
As pílulas anticoncepcionais são seguras e simples: Por que Requerem uma Receita Médica?
By Mariana Lenharo
"Há mulheres que têm uma longa fila de espera para entrar num consultório médico", diz a presidente legislativa da Secção de Illinois do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Ela diz que as novas pacientes esperam até seis meses para obterem uma consulta no seu consultório em Chicago. "A principal barreira é apenas o tempo e o acesso ao prestador para passar a receita", diz Quinlan. "E acreditamos realmente que não é necessário um passo extra. Ir a uma farmácia é muito mais fácil, mais conveniente e igualmente seguro".
Especialistas em saúde reprodutiva argumentam que a exigência de uma prescrição tem mais a ver com política do que com medicina baseada em provas.
REQUISITOS PARA MEDICAMENTOS DE VENDA LIVRE
De acordo com a U.S. Food and Drug Administration, para que um medicamento seja vendido ao balcão, deve tratar uma condição que o utilizador possa auto-diagnosticar, deve ser seguro e a pessoa deve ser capaz de o utilizar eficazmente sem a ajuda de um prestador de cuidados de saúde.
Os contraceptivos hormonais satisfazem estes requisitos. Em primeiro lugar, a necessidade de prevenir a gravidez é claramente identificável por si própria. "É muito fácil para alguém compreender que pode potencialmente engravidar, não o querendo", diz o médico Krishna Upadhya, especialista em medicina para adolescentes.
As principais preocupações sobre a segurança dos contraceptivos são eventos relacionados com tromboembolismos venosos - coágulos de sangue que se formam nas veias e podem levar a complicações potencialmente graves ou fatais.
Existem dois tipos de contraceptivos hormonais: um que contém apenas progesterona (uma forma sintética da hormona progesterona) e outro que combina progesterona e estrogénio. Têm perfis de risco distintos. Os de progesterona não estão associados a um risco acrescido de coágulos sanguíneos.
"Há muitos medicamentos disponíveis ao balcão com muitos mais riscos do que as pílulas anticoncepcionais", diz Sally Rafie, farmacêutica da Universidade da Califórnia. Os analgésicos comuns como a aspirina e o ibuprofeno podem ter efeitos secundários graves, incluindo hemorragias gastrointestinais, e o acetaminofeno tem sido associado a insuficiência hepática aguda.
Em vez de comparar o risco das pílulas anticoncepcionais com o de outros medicamentos de venda livre, faz mais sentido compará-los com o risco de não conseguir aceder às pílulas anticoncepcionais, diz Quinlan. "O risco de coágulos sanguíneos, se [uma pessoa] não tiver acesso à contracepção e ficar grávida, é muito maior".
As evidências também mostram a capacidade das pessoas em usar contraceptivos hormonais de forma segura e eficaz sem a assistência de um médico, outro requisito para medicamentos de venda livre.
Durante uma consulta, o médico também explicará como utilizar o contraceptivo, o que é uma instrução bastante simples. "Penso que é realmente um pouco insultuoso para as mulheres dizer que precisam deste tipo de figura paternalista para lhes explicar que precisam de tomar um comprimido todos os dias ao mesmo tempo", diz Anna Glasier, professora honorária do departamento de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Edimburgo e especialista em saúde reprodutiva e contracepção.
"Descobrimos que as pessoas que obtinham os comprimidos nas clínicas tinham uma probabilidade significativamente maior de descontinuar a pílula", diz o co-autor do estudo Daniel Grossman, professor na Universidade da Califórnia, departamento de obstetrícia, ginecologia e ciências reprodutivas de São Francisco. "Das entrevistas que fizemos com pessoas que obtiveram os comprimidos no México, disseram que era mais fácil para elas, mesmo que isso significasse atravessar uma fronteira internacional".
Com base neste conjunto de provas, associações médicas como a ACOG têm vindo a apoiar o acesso de balcão a contraceptivos hormonais há vários anos. A mudança para o estatuto de venda livre é também apoiada pelo American College of Clinical Pharmacy, uma associação profissional de farmacêuticos.
Os contraceptivos também não são medicamentos muito rentáveis, pelo que há poucos incentivos para os colocar à venda livre".
"Para além de tudo o resto é o facto de a contracepção estar ligada ao sexo e à moralidade", diz Glasier. Isto ajuda a explicar o forte lobby contra tanto a contracepção como o aborto.
May 04, 2022
Que um país com o peso dos EUA proíbam a IVG à maneira das ditaduras teocráticas não é pouca coisa
Os EUA são uma democracia dita avançada no que respeita aos direitos humanos, às liberdades civis e à auto-determinação individual. Esta mudança por parte de um país que quer ser, e é, em parte, um modelo de democracia para uma grande parte do mundo, é um mau indício e agouro.
May 03, 2022
Este Presidente americano
Escrevi isto sobre Biden ainda antes das eleições e parece-me que não estava errada. O meu receio é que Biden seja um breve hiato na deriva para o autoritarismo em que os EUA estavam desde Trump e da interferência de Putin. Acho piada a todos os que declaram que ter de usar máscara em certos locais é uma violação gravíssima da liberdade de fazer com o corpo o que se quer mas depois serem contra o direito das mulheres terem liberdade e domínio sobre o seu próprio corpo e saúde.
December 28, 2021
Direitos reprodutivos
Os homens ainda vêem os seus direitos como superiores e inquestionáveis e os das mulheres como acomodáveis.
Os homens em toda a América estão a fazer vasectomias "como um acto de amor".
Com o direito ao aborto sob ameaça, os homens dizem que querem desempenhar um papel no planeamento reprodutivo para apoiar as suas parceiras.
Os avanços no procedimento de 10 minutos sem agulha e bisturi precisam de um empurrão cultural.
"É escandaloso que não tenhamos mais opções contraceptivas para as pessoas com partes de homem", disse Miller. "Há até uma sensação errada de que o controlo da natalidade não é uma tarefa de homem, que não se pode confiar nos homens, ou que nunca estariam interessados, e isso levou à falta de financiamento e desenvolvimento".
"Os homens são bebés grandes". Considerando tudo o que as mulheres passam - menstruação, Papanicolau, OB/GYN visitas", disse Younts.
November 13, 2021
Como vejo as leis anti-aborto
É assim que vejo as leis anti-aborto: a vida das mulheres não vale nada a não ser como pedaço de carne reprodutora e uma célula dos seu corpo, um potencial de ser humano, tem mais peso no seu destino que a sua vontade livre de seres humanos de facto, com uma vida a decorrer. Pode até ser presa por querer ser livre e dona do seu destino.
Parlamento Europeu condena lei antiaborto da Polônia
September 09, 2021
Os talibãs dos EUA






