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December 01, 2023

Estamos verdes?

 


Imagem captada pelo satélite Sentinel3, no passado dia 23 de novembro ( via, Meteo Trás os Montes – Portugal). Aparecemos verdes em contraste com uma grande parte de Espanha. Foi a chuva? Pôs-nos verdes? 🙂



November 28, 2023

Neste país fazem-se muitas leis para não serem cumpridas




Alguém acredita que é por acaso que a PGR tem na sua página a versão da Lei que foi revogada como sendo a mais recente...?

IVG: Ordem dos Médicos e PGR insistem em normas que "humilham as mulheres"



Ordem dos Médicos cita versão da lei do aborto que foi revogada pela maioria de esquerda em 2016. O mesmo se passa no site da Procuradoria-Geral da República, que mantém como atuais normas que obrigavam mulheres a "apoio psicológico", eliminadas há sete anos por "humilhantes". DN alertou a PGR para o erro em setembro.

PGR mantém lei revogada como atual

O erro da Ordem dos Médicos - que publicou o seu "parecer jurídico" um mês depois de o bastonário, Carlos Cortes, em reação a perguntas do DN sobre objeção de consciência, ter assegurado que estava a ser preparado um "documento clarificador" (Cortes confirmou ao DN que o dito documento é o "parecer" de que trata este artigo) - poderá estar relacionado com o facto de no site da Procuradoria-Geral da República a Lei 16/2007 surgir na redação que lhe foi dada pelo diploma revogado.

No cabeçalho da página respeitante a esta lei, lê-se "Interrupção voluntária da gravidez (versão atualizada)", e "2ª versão - a mais recente (Lei nº 136/2015, de 7/9/2015)".

November 20, 2023

Portugal, you gotta love it...

 

Não consegues ser eleito para uma câmara? Oferecem-te como consolo um ministério para estragar.

Tiras o curso e o mestrado à conta dos amigos do partido que são professores universitários e depois não tens para onde ir? Oferecem-te como consolo um ministério para estragar.

És um incompetente e estragas as escolas, pões os alunos sem saber ler nem escrever, pões o sistema de tal modo que ninguém quer ser professor? Chove dentro das escolas e não fazes nada? Oferecem-te como prémio um cargo na OCDE de especialista da educação e mais lugares em outros ministérios ou tachos.

Candidatas-te a um cargo público e ficas atrás de todos? Dão-te "uma merda qualquer lá fora a ganhar 12 mil euros por mês".

És um professor e precisas de 100 euros para levar alunos numa saída de campo? Tens que preencher 10 formulários e dizem-te que não há dinheiro. És um amigo do grande amigo do PM? Sacas 3 mil milhões para o teu projectozinho de estimação.

 


November 06, 2023

Afinal quem estava enganada era eu

 


E Marcelo submete-se ao poder de Costa. Tem sido evidente que a posição de Guterres é contra Israel e em favor de se  relativizar o ataque bárbaro do Hamas a quem recusa chamar terroristas. A solução de dois Estados não é uma posição de Guterres, é uma posição da ONU, muito antes de Guterres e em relação a essa posição, os únicos que têm sido contra são as autoridades da Palestina: a OLP e agora o Hamas. Para todos os outros ela é consensual.


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"Nós defendemos o secretário-geral [das Nações Unidas, António Guterres]. Nós defendemos. Pode é dizer que outros países ocidentais não defenderam. Outros países ocidentais poderiam ter defendido e não defenderam, mas nós defendemos", insistiu o Presidente, interrogado pelos jornalistas durante o protesto em Belém. "Estamos e estaremos firmes, atrás do engenheiro Guterres e da posição que tem tomado, que é a posição das Nações Unidas, que votámos ainda agora na última resolução - em que houve 120 a favor, 47 abstenções e 14 votos contra apenas - em que muitos países da UE, mas Portugal sempre esteve ao lado da posição, que é: há direito a haver um Estado palestiniano"

October 10, 2023

Alguém pode divulgar as conclusões?

 

Agora que se sabe que Portugal vai mesmo coorganizar o Mundial 2030, ocorre-me sugerir à Imprensa Nacional que publique e distribua gratuitamente por todos os lares portugueses, devidamente encadernada, a Auditoria do Tribunal de Contas ao Euro 2004. Verão que a leitura é fascinante e o serviço público inestimável.


October 07, 2023

A princesa Francisca casou-se

 


Vai viver para Londres com o marido. Este país não é para jovens... é para velhos do PS.




September 02, 2023

O Que Verdadeiramente Mata Portugal




O que verdadeiramente nos mata, o que torna esta conjuntura inquietadora, cheia de angústia, estrelada de luzes negras, quase lutuosa, é a desconfiança. 

Esta desconfiança perpétua leva à confusão e à indiferença. O estado de expectativa e de demora cansa os espíritos. Não se pressentem soluções nem resultados definitivos: grandes torneios de palavras, discussões aparatosas e sonoras; o país, vendo os mesmos homens pisarem o solo político, os mesmos ameaços de fisco, a mesma gradativa decadência. A política, sem actos, sem factos, sem resultados, é estéril e adormecedora. 

Quando numa crise se protraem as discussões, as análises reflectidas, as lentas cogitações, o povo não tem garantias de melhoramento nem o país esperanças de salvação. Nós não somos impacientes. Sabemos que o nosso estado financeiro não se resolve em bem da pátria no espaço de quarenta horas. Sabemos que um deficit arreigado, inoculado, que é um vício nacional, que foi criado em muitos anos, só em muitos anos será destruído.

O que nos magoa é ver que só há energia e actividade para aqueles actos que nos vão empobrecer e aniquilar; que só há repouso, moleza, sono beatífico, para aquelas medidas fecundas que podiam vir adoçar a aspereza do caminho. 

Trata-se de votar impostos? Todo o mundo se agita, os governos preparam relatórios longos, eruditos e de aprimorada forma; os seus áulicos afiam a lâmina reluzente da sua argumentação para cortar os obstáculos eriçados: as maiorias dispõem-se em concílios para jurar a uniformidade servil do voto. Trata-se dum projecto de reforma económica, duma despesa a eliminar, dum bom melhoramento a consolidar? Começam as discussões, crescendo em sonoridade e em lentidão, começam as argumentações arrastadas, frouxas, que se estendem por meses, que se prendem a todo o incidente e a toda a sorte de explicação frívola, e duram assim uma eternidade ministerial, imensas e diáfanas.

O país, que tem visto mil vezes a repetição desta dolorosa comédia, está cansado: o poder anda num certo grupo de homens privilegiados, que investiram aquele sacerdócio e que a ninguém mais cedem as insígnias e o segredo dos oráculos. Repetimos as palavras que há pouco Ricasoli dizia no parlamento italiano: «A pátria está fatigada de discussões estéreis, da fraqueza dos governos, da perpétua mudança de pessoas e de programas novos.»

Eça de Queirós, in 'Distrito de Évora'

August 31, 2023

"Imenso oceano os separa"

 


Como dizia Olavo Bilac... ando a tentar comprar o livro Poesia Reunida de Deborah Brennand, uma poetiza brasileira de Pernambuco e não consigo. Há dois ou três sites brasileiros que vendem internacionalmente mas não incluem as taxas alfandegárias e o governo Costa mandou que se cobrassem taxas alfandegárias por livros como se fossem diamantes. Faz parte dos incentivos à leitura e à educação que vão de vento em popa.
Em Portugal parece que as livrarias e editoras nem sequer ouviram falar desta poetiza. É pena. 
Agora pedi a uma amiga brasileira que tem sempre alguém da sua enorme família a vir visitá-la que me tentasse arranjar o livro. Este ou outro qualquer dela que encontrem.
Isto é sendo nós, 'países irmãos' e o diabo a nove. Imagine-se se fossemos países sem parentesco. Se calhar era mais fácil porque dos EUA não tenho problemas em mandar vir livros.

Imenso oceano os separa
mas embora tal suceda
entre seus dois corações
não cabe um papelinho de seda
.

Olavo Bilac



Roberto Ploeg, Retrato de Deborah Brennand, 2008

July 28, 2023

A senhora PNPOT



(excertos de uma entrevista bastante extensa mas muito boa onde se percebe o desacertos de muitas políticas dos últimos 30 anos e o descalabro das políticas deste governo)

“Os grandes problemas de habitação foram resolvidos pelas famílias, não pelo Estado”


David Pontes, Ana Fernandes 

Teresa Sá Marques, geógrafa da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi a coordenadora científica de um plano que tenta apontar um caminho para a forma como vamos gerir o território nacional até 2030, sabendo que enfrentamos grandes desafios como o declínio demográfico ou as alterações climáticas. A resposta? Apoiar as decisões em conhecimento para evitar os erros do passado, como ter esquecido a ferrovia.

Planear a próxima década do país não é tarefa fácil, pois hoje as mudanças são muito rápidas e a sociedade já não aceita más decisões. Há que evitar os erros do passado, como a construção em leitos de cheia ou o esquecimento da ferrovia. As alterações climáticas e a boa gestão assim o exigem. E as boas soluções só se encontram com informação e conhecimento, com uma sociedade participativa e exigente.

Mas há riscos incontornáveis: o país tem cada vez menos gente, o que é difícil de inverter. Há 50 anos sofremos uma sangria de que nunca recuperámos, nem iremos recuperar. Um despovoamento que também afectou as cidades, esvaziadas para a periferia. Por isso, a geógrafa saúda a revitalização dos centros, a reboque do turismo. Alerta, porém, para a necessidade de regulação. Para que todos beneficiem do regresso da vida às cidades. E sublinha a necessidade de o Estado apostar na habitação pública, um sector de que esteve ausente demasiados anos — porque o problema não é de hoje. Ter casa na cidade nunca foi muito fácil.

É a senhora PNPOT?
Alguns dizem que sou a “mãe PNOPT”. Fiz a coordenação técnica e científica deste que é o principal documento em termos da política do ordenamento do território a nível nacional. Tudo o que são políticas sectoriais de base territorial devem beber no PNPOT. Todos os sectores e os diferentes ministérios contribuíram para este documento, que é o fruto de uma reflexão profunda.

E que projecta um Portugal para daqui a 30 anos. Que país será esse face a desafios como o despovoamento e as alterações climáticas?
“Os grandes problemas de habitação foram resolvidos pelas famílias, não pelo Estado”
O momento actual é de grandes mudanças — ambientais, climáticas, tecnológicas que vão ter grandes implicações no modelo económico do nosso país e também em termos demográficos. Temos um contexto de alguma retracção, de diminuição populacional, vamos ver o que é que acontece aos movimentos migratórios. E está a haver grandes mudanças em termos da saúde, nas formas de pensar, na qualidade de vida, no que é que os jovens querem, que novos desafios querem abraçar. Estas mudanças criam-nos instabilidade. No passado, as coisas mudavam devagar. Tínhamos alguma estabilidade associada às situações, mas neste momento não sabemos. Colectivamente, individualmente, os processos de mudança vão ser muito grandes.

As questões da perda demográfica podem sentir-se mais, em termos relativos, nos territórios de baixa densidade, mas, em termos absolutos, os idosos estão a viver sobretudo nos contextos urbanos e será nestes que o problema se vai manifestar de uma forma muito clara. Somos dos países com taxas de fecundidade mais baixas e tivemos um período de grande perda demográfica nos anos 60 e 70. A sangria demográfica foi dramática para o país. Perdemos centenas de milhares de pessoas que nunca mais viemos a recuperar e nunca iremos recuperar — porque saíram sobretudo dos territórios mais pobres, saíram à procura de melhores condições de vida. Aqueles territórios não tinham capacidades, até ecológicas e ambientais, para produzir riqueza para sustentar aquelas pessoas.

Estamos a falar de uma boa parte do território nacional. Diz que essas zonas nunca irão recuperar. Mas não é possível recuperar alguma coisa?
[Por exemplo] O Fundão. Tem um autarca conhecido pela sua dinâmica e é um bom exemplo, porque demonstra como os processos de planeamento são importantes. Tem de haver uma forte participação das instituições, porque têm de ser processos de aprendizagem, de fazer diferente, de mudar, de transformar. Os processos de planeamento permitem construir novas formas de gerirmos o território. Mas os territórios são diversificados, portanto as estratégias têm de ser diversificadas. Pode haver alguma recuperação, mas não podemos ter ilusões: as tendências a nível europeu são de reconcentração urbana.

Nós não temos recursos humanos suficientes para a economia que temos agora e temos recursos humanos qualificados que não estão a ter acesso ao emprego qualificado, porque a economia não está a criar emprego qualificado. Mas convém dizer que continuamos a ter taxas de qualificação baixas e a principal política do futuro é a política da Educação. A mudança transformadora faz-se em primeiro lugar na escola, em todos os níveis de ensino.


July 24, 2023

Coisas boas

 

June 10, 2023

10 de Junho

 


Dantes dizia-se que era o 'Dia da Raça', não no sentido racista, mas no sentido de 'qualidade ou originalidade' dos portugueses, ideia ligada a sermos descendentes, não dos que venderam o país aos espanhóis ou aos ingleses, mas dos que partiram à descoberta de novos mundos em pequenos barcos - essa era a propaganda do Estado Novo: éramos maiores do que as fronteiras do nosso pequeno país. 
Daí que seja o dia de Camões, que cantou essa 'raça' na sua epopeia. A ideia tem méritos e deméritos, sendo que os méritos, em termos gerais, são os de criar uma identidade não subserviente e os deméritos os de fazer depender a nossa 'qualidade' da subjugação de outros povos. 
Seja como for, hoje em dia é proibido dizer a palavra 'raça'. Ontem uma colega contou, num conselho de turma, que quando andou a trabalhar os Maias com os alunos, numa altura em que o texto diz, ' o preto' e outra em que diz, referindo-se aos negros, que "é preciso quem nos sirva, limpe os sapatos etc.", os alunos recusaram-se a ler, chamaram racista a Eça e fizeram um escândalo. A ideia de lerem o livro com os olhos do tempo e aproveitarem justamente para discutir e analisar criticamente o que eram a mentalidade e as ideias de então nem lhes passa pela cabeça. Querem logo anular e proibir qualquer incómodo.

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Quem faz hoje 100 anos é a A Casa do Alentejo em Lisboa, o que me faz lembrar que é tempo de ir lá comer umas migas com entrecosto.




de Luís De Paula Campos 

March 31, 2023

Os nichos de luxo



O nosso país tem nichos de luxo que não são apenas para estrangeiros, não. Muitos portugueses de certos círculos político-empresariais consomem e gastam nestes nichos os dinheiros das subvenções e ajudas de dinheiros públicos que obtêm aos milhões. Entretanto, um ex-aluno que trabalha como enfermeiro anestesista e instrumentista num hospital público disse-me que as compressas nos blocos operatórios estão racionadas. Só podem usar um certo número, bem como o desinfectante betadine e outros instrumentos de trabalho obrigatórios. Imagine-se se um doente tem uma hemorragia na mesa de operações. Deixam-no morrer para não ultrapassar a quota de compressas? A nossa democracia está doente e em negação. Não tenho nada contra o turismo e o investimento estrangeiro, antes pelo contrário, mas gostava que no país onde a venda de Ferraris aumenta 60% não tivesse na outra ponta os médicos e enfermeiros a contar o número de compressas que podem usar nos blocos operatórios.


No luxo Vermelho de Melides, Louboutin quer “passar despercebido”

“Não encontrarão nada semelhante ao Vermelho”. Hotel alentejano do designer abre esta sexta. É também a estreia em Portugal da gestora de hotéis Marugal que aqui confirma mais dois hotéis Louboutin.

March 15, 2023

Parabéns!

 

Taça do Mundo de Ginástica Acrobática.
Carolina Marques/Joana Pinto/Eduarda Portela conquistaram a medalha de ouro para Portugal.


do FB

December 16, 2022

Mais um casinho - os três porquinhos e os porcões da retaguarda





E nós somos os palhaços que pagamos este circo. E o eufemismo do TdC para não lhes chamar ladrões... coautores de uma infracção financeira reintegratória continuada por pagamentos indevidos. Isto é só rir... 



Cronologia de um escândalo abafado à última hora

JMT

Três antigos administradores da ERSE receberam uma lei feita à medida para não terem de pagar uma multa milionária. Quem pode levar a mal?

27 de Maio de 2003. A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) revela que os trabalhadores da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) beneficiam de um conjunto de regalias que nunca foram “homologadas” (fixem a palavra) pelo Governo e declara que “a insustentável situação praticada na ERSE deve ser comunicada” ao ministro da Economia, “a fim de ser reposta a legalidade”. Esses benefícios incluem, entre outros, a utilização de cartões de crédito para pagamento de despesas pessoais ou o empréstimo de dinheiro sem juros.

13 de Setembro de 2011. A IGF avança com uma auditoria sobre a “aplicação do sistema remuneratório” na ERSE entre 2010 e 2011, concluindo que os três membros do conselho de administração — Vítor Santos (presidente), Ascenso Simões, ambos ex-secretários de Estado em governos PS, e Maria Margarida Aguiar, ex-secretária de Estado num governo PSD — aprovaram, em ano e meio, regalias e suplementos remuneratórios para o pessoal no valor de 2,5 milhões de euros. A ERSE tinha então 75 funcionários, o que dá, só em suplementos ao ordenado, uma média de mais de 22 mil euros anuais por trabalhador.

12 de Setembro de 2014. O Tribunal de Contas (TdC) ordena o encaminhamento da auditoria para o Ministério Público (MP). A ordem não é cumprida durante cinco anos e meio (a sério), até ser proferido novo despacho, a 11 de Março de 2020. A acção do MP dá finalmente entrada no TdC a 2 de Fevereiro de 2021.

18 de Fevereiro de 2022. É proferida a sentença 2/2022, na qual o TdC condena os antigos administradores como “coautores de uma infracção financeira reintegratória continuada por pagamentos indevidos”. A multa supera um milhão de euros, mais meio milhão em juros. O TdC afirma que os administradores não actuaram em “benefício próprio”, mas que não podem alegar ignorância, até pelas suas “experiências anteriores” na governação.

2 de Junho de 2022. A sentença de primeira instância é confirmada por mais três juízes do TdC, no acórdão 17/2022.

15 de Outubro de 2022. A CNN Portugal dá a primeira notícia sobre a história: “Multa milionária a três antigos governantes. Vão ter de devolver ao Estado 1,8 milhões de euros.” Aí se diz que “o Tribunal Constitucional é a última esperança dos antigos governantes para conseguirem anular ou, pelo menos, fazer prescrever o processo”.

11 de Novembro de 2022. Afinal, há outra esperança: o Orçamento do Estado. À boleia da transposição de uma directiva europeia sobre o mercado da energia que afecta a ERSE, o grupo parlamentar do PS apresenta uma proposta de aditamento ao OE onde se lê, no ponto 1, que se consideram “homologadas” as “remunerações e demais regalias e benefícios suplementares do pessoal aí abrangido” e, no ponto 2, que “fica impedida a efectivação de eventual responsabilidade, seja ela sancionatória, reintegratória, contraordenacional ou penal, por força da aplicação retroactiva prevista no número anterior”. Tradução: os três antigos administradores da ERSE recebem uma lei feita à medida para não terem de pagar.

15 de Novembro de 2022. A CNN denuncia o cambalacho: “PS entrega proposta que perdoa multa milionária aplicada a antigos governantes (incluindo do próprio PS).” A Iniciativa Liberal fala em “perdão injustificável”. Rui Rocha chama-lhe “a Lei Ascenso”. A proposta é retirada em silêncio. Eurico Brilhante Dias assobia para o ar. O PSD não liga. Os jornais ligam pouco. É apenas mais uma manifestação de amor socialista. Quem pode levar a mal?

Quando é que nos tornámos um país onde os esquemas de corrupção se normalizam?



Isto é gravíssimo. Que irresponsabilidade. Isto é a cultura do primismo. Enfiar boys nos serviços para receberem sem fazer nada. Eu se fosse agora andar de avião já não ia descansada. 

Controladores em falta e presenças fictícias


Um relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), cujo conteúdo foi revelado esta sexta-feira pelo Expresso, revelou duas falhas graves no controlo aéreo de Portugal, que por pouco não resultaram em acidentes, no espaço de pouco mais de um ano.

Na noite de 27 de abril do ano passado, um Boeing 737 de carga ficou a 300 metros na horizontal e a 150 metros na vertical da viatura aeroportuária Follow Me quando descolava do Porto rumo à Bélgica.

Pouco mais de um ano depois, na manhã de 13 de maio, o aeroporto de Ponta Delgada viveu um episódio semelhante, quando um Airbus 321 da TAP foi autorizado a aterrar quando um Follow Me estava na linha direita da pista - avião e viatura ficaram separados por 280 metros.

Em ambos os incidentes só havia um controlador na torre, quando deveriam estar ao serviço mais quatro elementos no Porto e mais dois em Ponta Delgada. E não estavam por decisão de ambos os operacionais, também supervisores, que assinavam presenças fictícias no local de trabalho, que foram remuneradas.
PSD quer chamar entidades responsáveis ao parlamento

O PSD quer chamar ao parlamento responsáveis da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Navegação Aérea (NAV) e do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) por alegadas falhas no controlo de tráfego.

"Segundo a informação hoje vinda a público através da comunicação social -- citando com muito pormenor um alegado relatório secreto do GPIAAF -, são apontadas graves falhas no controlo de tráfego aéreo, que por mais de uma ocasião e no período de um ano apenas poderão ter posto em risco a segurança geral em dois aeroportos, nomeadamente a integridade de passageiros e trabalhadores dos aeroportos em questão", lê-se num requerimento do PSD.

O Expresso noticiou que uma investigação detetou controladores em presença fictícia, com regras aleatórias ou a verem televisão.

O relatório citado pelo semanário dá ainda conta de que a NAV não respeita a política de cultura justa para incentivar o reporte de incidentes.