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October 02, 2025

50 anos para dizer o óbvio

 


O Prémio Nobel de Economia Joseph Stiglitz apoia o projeto de imposto mínimo sobre as maiores fortunas #BFM2


50 anos de reduções fiscais para os ricos não produziram efeitos positivos, afirma estudo de economia
O novo artigo, escrito por David Hope, da London School of Economics, e Julian Limberg, do King's College London, examina 18 países desenvolvidos — da Austrália aos Estados Unidos — ao longo de um período de 50 anos, de 1965 a 2015.



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A análise descobriu uma grande mudança: os rendimentos dos ricos cresceram muito mais rapidamente nos países onde as taxas de imposto foram reduzidas. Em vez de beneficiar a classe média, os cortes fiscais para os ricos podem não ter muito mais efeito do que ajudar os ricos a manter mais das suas riquezas e exacerbar a desigualdade de rendimentos, indica a investigação.

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A procura de justiça social durou uns 30 anos após a Segunda Grande Guerra, que foi a grande impulsionadora desse esforço. 
Essa guerra pôs a nu as consequências desastrosas das grandes injustiças sociais, do fosso de direitos e oportunidades de uma vida decente, entre ricos e pobres. Fez surgir uma classe média forte. É claro que do lado dos detentores de grandes fortunas isso não agradou e assim que puderam começaram a trabalhar para acumular dinheiro à custa da justiça social. 
Li há pouco tempo um artigo que situava essa viragem, nos EUA, em meados dos anos 70, aquando da crise do petróleo. Não sei. Sei, porque é óbvio e entra pelos olhos adentro, que temos pessoas com acumulação doentia de dinheiro -Elol passou a barreira dos 500 biliões de dólares- e que têm lobbies que defendem esta narrativa ridícula segundo a qual, quanto mais ganharem sem pagar impostos melhor é para os que vivem no fio da navalha carregados de impostos e, ainda, lutam para que se sacrifiquem os serviços públicos e a classe média, para poderem ter 10 mansões, 3 aviões a jacto, 5 iates, 1 ilha privada, etc. 
Para Bezos alugar Veneza para casar os seus trabalhadores no armazém ganham 15 dólares à hora e fazem xi-xi para uma garrafa para o trabalho render o máximo, com zero benefícios. 
Para aqueles xeques do petróleo no Médio Oriente poderem enviar o seu jacto privado a Paris buscar uma carafe de 1L de perfum Chanel nº5, os trabalhadores filipinos e outros trabalham como escravos e vivem no limiar da pobreza.
Para Putin e os oligarcas seus capangas acumularem biliões e terem 10 mansões e 5 iates de luxo, a maioria dos russos não têm saneamento básico e aproveitaram a guerra na Ucrânia para roubar retretes.
Para Trump construir um salão de baile em ouro na Casa Branca, os trabalhadores não têm direito a serviços médicos públicos. 

Etc.

Aqui em Portugal, depois do 25 de Abril e passados aqueles primeiros anos de desvarios comunistas, fez-se um grande esforço para melhorar a vida da classe média, construir serviços de saúde e educação públicos de qualidade e dar a todos oportunidades de melhoramento social. Mas isso foi chão que deu uvas e de há muitos anos a esta parte que os lobbies impuseram uma narrativa de que o melhor é ter educação privada, saúde privada e o fosse entre ricos e pobre e seus direitos, está cada vez maior, para que administradores e gestores tenham salários anuais de 1 milhão de euros ou lá perto.

Portanto, terem sido precisos 50 anos para dizer o que entra pelos olhos adentro, há muito tempo, só mostra o poder que essas pessoas têm e a quantidade de políticos que têm no bolso, por esse mundo fora.

August 31, 2023

"Imenso oceano os separa"

 


Como dizia Olavo Bilac... ando a tentar comprar o livro Poesia Reunida de Deborah Brennand, uma poetiza brasileira de Pernambuco e não consigo. Há dois ou três sites brasileiros que vendem internacionalmente mas não incluem as taxas alfandegárias e o governo Costa mandou que se cobrassem taxas alfandegárias por livros como se fossem diamantes. Faz parte dos incentivos à leitura e à educação que vão de vento em popa.
Em Portugal parece que as livrarias e editoras nem sequer ouviram falar desta poetiza. É pena. 
Agora pedi a uma amiga brasileira que tem sempre alguém da sua enorme família a vir visitá-la que me tentasse arranjar o livro. Este ou outro qualquer dela que encontrem.
Isto é sendo nós, 'países irmãos' e o diabo a nove. Imagine-se se fossemos países sem parentesco. Se calhar era mais fácil porque dos EUA não tenho problemas em mandar vir livros.

Imenso oceano os separa
mas embora tal suceda
entre seus dois corações
não cabe um papelinho de seda
.

Olavo Bilac



Roberto Ploeg, Retrato de Deborah Brennand, 2008

May 08, 2022

A 'lógica' da economia

 

March 26, 2021

Isto é verdade

 


Os suecos estão isentos de impostos directos durante muito tempo mas não estão isentos de impostos indirectos. Pagam imposto nas compras que fazem. Compram casas, quintas, alguns investem em pequenos negócios, frequentam restaurantes, compram no comércio local, etc.  Como todos sabemos, no Inverno, o Algarve e o Alentejo, vivem dos ingleses, dos suecos e dos alemães.

Por que razão não havemos de atrair pessoas? Não formamos nós enfermeiros, engenheiros e médicos com o nosso dinheiro vendo-os depois a ir trabalhar, ter filhos e pagar impostos em outros países? Eu, por exemplo, mais outras dezenas de milhar de professores, somos mal pagos para os governos poderem formar toda essa gente quase de borla. Podemos obrigar essas pessoas a voltar, com o argumento de que fomos nós que lhes pagámos a formação? Ou exigir que esses países nos paguem o dinheiro da sua formação? Ou exigir que paguem os impostos cá? As pessoas não são livres de ir viver onde querem? Os países da UE não têm políticas de atracção de pessoas e negócios com isenções de impostos?


Será um desastre para a população de muitas cidades do Algarve e da região próxima de Lisboa”


Magnus Dahl, o representante da comunidade sueca a residir em Portugal, avisa que a não retificação da convenção fiscal que evita a dupla tributação teria como consequência a saída do país de boa parte dos cerca de 8 mil suecos a residir no território nacional. Jornal de Negócios, 26/03/2021

May 15, 2020

Infelizmente esta evolução (talvez involução) não acontece só nos EUA