Daí que seja o dia de Camões, que cantou essa 'raça' na sua epopeia. A ideia tem méritos e deméritos, sendo que os méritos, em termos gerais, são os de criar uma identidade não subserviente e os deméritos os de fazer depender a nossa 'qualidade' da subjugação de outros povos.
Seja como for, hoje em dia é proibido dizer a palavra 'raça'. Ontem uma colega contou, num conselho de turma, que quando andou a trabalhar os Maias com os alunos, numa altura em que o texto diz, ' o preto' e outra em que diz, referindo-se aos negros, que "é preciso quem nos sirva, limpe os sapatos etc.", os alunos recusaram-se a ler, chamaram racista a Eça e fizeram um escândalo. A ideia de lerem o livro com os olhos do tempo e aproveitarem justamente para discutir e analisar criticamente o que eram a mentalidade e as ideias de então nem lhes passa pela cabeça. Querem logo anular e proibir qualquer incómodo.
-------------------
"numa altura em que o texto diz, ' o preto' e outra"
ReplyDeleteMas um preto não é mesmo preto? Qual o problema de dizer a verdade? Eu acho que o facto de se recear referir a verdadeira cor dos pretos é que deriva de ideias racistas. Apesar de inconscientemente.
Já chamar branco a um indivíduo cuja pele está longe de ser branca é considerado correcto!
Da mesma maneira que, como diz, o termo 'branco' não tem que ver com a cor da pele, sendo sim, uma atribuição de mérito, o termo 'preto' também não não tem que ver com nenhuma 'verdade' da pele, sendo um termo depreciativo, usado para indicar demérito. E por isso é racista.
ReplyDeleteDesculpe lá mas a verdade está acima de tudo. Preto
Deleteé preto e não há que ter vergonha. Os racistas é que defendem que reconhecer a própria cor da pele é uma vergonha. A verdade alguma vez pode ser depreciativa? E a mentira (ou o disfarce ou a omissão) honrosa?
Teremos que dizer que os pretos não são pretos e que atribuir-lhes essa cor é uma invenção dos racistas? Não será antes um dote da natureza?
Já respondi a isso. Aliás, você mesmo respondeu, há bocado, ao seu comentário.
Delete