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June 11, 2023

Junho

 


"O trabalho de Junho varia frequentemente em número de horas. Nas regiões mais frias, como a Inglaterra e a Alemanha, a colheita do feno é frequentemente associada a Julho, sendo a monda o trabalho de Junho. Na ensolarada França, o trabalho de Junho nos livros de horas era frequentemente a fenação. É o caso da iluminura do calendário de Junho de, Très Riches Heures du Duc de Berry, onde se vêem edifícios que ainda estão de pé e são reconhecíveis, em Paris, o que é notável.

Ao fundo, as torres da residência parisiense do Duque, actualmente o Palais de la Cité, erguem-se sobre o Sena. Em tempos foi a residência real do Rei Carlos VI (antes de se mudar para o Louvre), actualmente é o Palácio da Justiça.

As duas torres cónicas cor-de-laranja pertencem à Conciergerie, a prisão onde Maria Antonieta foi encarcerada em 1793. Na extrema direita, pode ver-se o esplendor gótico da Sainte Chapelle, incluindo a cruz no pináculo e o vitral.

No jardim do Palácio vê-se uma estrutura que parece uma estufa. Em primeiro plano, vê-se a ceifa como o trabalho de Junho. Duas mulheres revolvem o feno ceifado, depois de ter secado, em pilhas. Atrás delas, à direita, três homens com foices cortam o feno. Mais uma vez, o nível de pormenor é impressionante. Há alguém num barco no Sena, figuras nas escadas à entrada do Palácio e fumo a sair da chaminé."

JUNHO Tres Riches Heures 1412-1416 - Os Irmãos Limbourg, Musée Condé, Chantilly

https://www.digitalmedievalist.com/.../tres-riches.../



June 10, 2023

10 de Junho

 


Dantes dizia-se que era o 'Dia da Raça', não no sentido racista, mas no sentido de 'qualidade ou originalidade' dos portugueses, ideia ligada a sermos descendentes, não dos que venderam o país aos espanhóis ou aos ingleses, mas dos que partiram à descoberta de novos mundos em pequenos barcos - essa era a propaganda do Estado Novo: éramos maiores do que as fronteiras do nosso pequeno país. 
Daí que seja o dia de Camões, que cantou essa 'raça' na sua epopeia. A ideia tem méritos e deméritos, sendo que os méritos, em termos gerais, são os de criar uma identidade não subserviente e os deméritos os de fazer depender a nossa 'qualidade' da subjugação de outros povos. 
Seja como for, hoje em dia é proibido dizer a palavra 'raça'. Ontem uma colega contou, num conselho de turma, que quando andou a trabalhar os Maias com os alunos, numa altura em que o texto diz, ' o preto' e outra em que diz, referindo-se aos negros, que "é preciso quem nos sirva, limpe os sapatos etc.", os alunos recusaram-se a ler, chamaram racista a Eça e fizeram um escândalo. A ideia de lerem o livro com os olhos do tempo e aproveitarem justamente para discutir e analisar criticamente o que eram a mentalidade e as ideias de então nem lhes passa pela cabeça. Querem logo anular e proibir qualquer incómodo.

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Quem faz hoje 100 anos é a A Casa do Alentejo em Lisboa, o que me faz lembrar que é tempo de ir lá comer umas migas com entrecosto.




de Luís De Paula Campos