Imenso oceano os separa
mas embora tal suceda
entre seus dois corações
não cabe um papelinho de seda.
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(...) a diminuição da exploração de petróleo na região tem sido tema tabu, que, desde diplomatas, a Lula da Silva, até à própria ministra do Ambiente, Marina Silva, têm procurado esquivar-se na questão.
O assunto “ainda está na negociação”, responderam os diplomatas, após consecutivas perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa no Palácio do Itamaraty, sobre a Cimeira da Amazónia.
A Colômbia, para além de insistir no desmatamento zero, anunciou o fim de novas licenças para explorar petróleo no início do ano e esperava que o assunto fosse discutido nesta cimeira de líderes.
O próprio presidente Gustavo Petro, já mostrou preocupação com a exploração de petróleo e gás na Amazónia, mas a ministra do Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, já veio esfriar as ambições dizendo que a situação é “muito mais complexa”.
Também numa conferência de imprensa para demonstrar os bons resultados no ataque ao desmatamento ilegal da Amazónia, Marina Silva foi questionada sobre se a redução de petróleo no bioma seria tratado e se da cimeira poderia sair um pacto contra mais perfuração.
(...)
No cerne do desconforto poderá estar o estudo para exploração de petróleo perto da foz rio Amazonas, no estado do Amapá, norte do país, que tem como senador eleito Randolfe Rodrigues, um político próximo de Lula da Silva que até ao início do ano estava filiado ao partido Rede Sustentabilidade, que tem como bandeira as ações em prol do ambiente, da emergência climática e da proteção de biomas.
A maior petrolífera estatal brasileira, Petrobras, disse sexta-feira estar muito confiante em poder começar a explorar um controverso campo de petróleo ‘offshore’ perto da foz do rio Amazonas, apesar de uma recusa recente por parte das autoridades ambientais.
https://jornaleconomico.pt/noticias/petroleo-na-amazonia
A estadia de Darwin no Brasil, que teve grande importância na sua teoria evolucionista, está cheia de vívidas descrições de deslumbramento pela beleza e exotismo das paisagens e acutilante observação do comportamento dos animais e insectos, mas também dos brasileiros. Ele fala com horror do esclavagismo, ao ponto de jurar nunca mais pôr os pés no Brasil. Fala do contraste entre a enorme riqueza das terras e o tão pouco cuidadas que estão, bem como da total falta de infra-estruturas em áreas vastíssimas: nem uma única estrada, só caminhos abertos pelos próprios animais e carroças (todos os homens andam com um facalhão à cintura para abrir caminho) e nem uma única ponte de pedra. Mesmo as pontes de madeira e as de cordame num tal estado que na maioria dos casos têm de ser passadas por debaixo e não por cima. A burocracia de enlouquecer qualquer um, a corrupção endémica. É preciso ver que Darwin passou pelo Brasil apenas 10 anos após a independência, de maneira que estas críticas atingem-nos, sobretudo, a nós.