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December 13, 2024

Como o Público escreve as notícias

 


Só nesta quinta-feira
, 12 de Dezembro, Israel matou pelo menos 71 palestinianos na Faixa de Gaza, incluindo 13 pessoas que, segundo as autoridades de saúde locais, estavam a assegurar a protecção de uma caravana de ajuda humanitária.

Já na versão das Forças de Defesa de Israel (IDF), foram lançados dois ataques por via aérea para garantir a entrega de ajuda humanitária em segurança, uma vez que o Hamas estaria, alegadamente, a tentar desviá-la para "apoiar a continuação de actividades terroristas".

Carolina Amado in Israel mata pelo menos 71 pessoas num dia e atinge ajuda humanitária em Gaza - 
Público

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Só nesta quinta-feira, é uma maneira de passar a ideia que a finalidade de Israel é matar palestinianos e não defender-se de um ataque bárbaro e de uma guerra iniciada por uma liga de terroristas árabes de vários países liderada pelo grupo terrorista do Hamas. 

As autoridades locais são o Hamas, um grupo terrorista que tem, não só reféns israelitas mas os próprios palestinianos cativos, escudos e reféns do seu terrorismo. Porém, são citados como fonte fidedigna. No parágrafo a seguir, a autoridade israelita, é apresentada como uma versão dos factos e as suas afirmações como meras alegações. Aliás, o título da notícia chama logo a atenção para Israel e dá a entender que os ataques de Israel são para matar ajuda humanitária. 

Isto, apesar de ser notícia em todo o mundo -excepto aqui em Portugal que está amordaçado de dizer os estragos que Guterres tem feito na ONU e no mundo- que os palestinianos têm desviado a ajuda humanitária e têm morto os condutores dos camiões (há muitos vídeos na internet onde isso se pode ver), a ONU tem pedido a Israel e não à autoridade palestiniana (terroristas do Hamas) para proteger os camiões da ajuda humanitária (o que mostra que sabe que quem os desvia são os terroristas palestinianos), Israel tem avisado a ONU, previamente, dos ataques que vai fazer e onde e tem pedido para que tirem de lá os da ajuda humanitária e estes têm recusado, calculo que para depois poderem dizer que algum deles foi atingido e que Israel é o demónio, etc.

Isto é o jornalismo que temos. Carolina Amado, um nome a guardar para ter cuidado com as suas «informações».

January 16, 2024

JMT pensa que descobriu a pólvora

 


Escreve um longo artigo a dizer-nos que os políticos adaptam o discurso ao público-alvo que querem atingir. Descobriu a pólvora. E se ele não avisasse Montenegro que o Chega lhe quer tirar os votos (depois de Ventura já o ter dito em voz alta) Montenegro nunca adivinharia. 


Para onde foram os ciganos e pedófilos no discurso do Chega?


A comunicação social entreteve-se com o fascista. Mariana Mortágua disse que Ventura dava “um bom Estaline”. Poucos viram o fundamental.

JMT

A comunicação social entreteve-se com o fascista. Mariana Mortágua disse que Ventura dava “um bom Estaline”. Poucos viram o fundamental: há mesmo uma maior moderação nas propostas do Chega, ainda que não no populismo com que são apresentadas — e isso é muito mais perigoso para o PSD. Ventura deixou cair o que era inconstitucional, prometeu tudo a todos sem pruridos ideológicos (taxar a banca; recuperar as PPP; atacar a subsidiodependência) e quis convencer o país de que é ele a verdadeira oposição. Ciganos e pedófilos deram para chegar aos 7%. Agora ele quer 15 ou 20. Montenegro que se cuide.


July 23, 2023

O cúmulo da vesguice

 


Se dois em cada três jovens assumem já ter feito voluntariado, é minoritário o grupo dos que alguma vez participaram em ações sociais ou políticas - 52% nunca o fizeram e entre os restantes a forma mais comum de ação é a assinatura de petições. Discute-se há muito o desinteresse dos jovens pela política, mas parece haver na análise (pouco aprofundada, é certo) um certo desconforto com a ação.

Há quem sonhe mudar o Mundo movido pela fé, pela ciência, pela política. São formas diferentes de esperança. O problema é quando o desencanto paralisa. Em tanta avaliação negativa a quem nos governa e aos serviços públicos (outra forma crucial de medir a vitalidade do Estado), sobra o risco de nos deixarmos vencer pelo cansaço, mais do que ir à procura de soluções. Ao Governo deve exigir-se, na próxima sessão legislativa, mais ambição e propostas para nos aproximar dos parceiros europeus. De cada cidadão espera-se exigência e participação. A crítica sem ação não muda o Mundo.

Inês Cardoso in JN, "Criticar o Mundo ou agir sobre ele"

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Diga lá, sff, onde é que no país é possível levar a cabo acções sociais e políticas fora dos partidos políticos, logo, não manipuladas? Até mesmo as iniciativas de discussão parlamentar têm aumentado o número exigido de assinantes para criar obstáculos à participação dos cidadãos na vida política. Quando os jovens desenvolvem acções sociais e políticas são criticados pelos deputados - ainda ontem, neste mesmo jornal, uma estudante da FAP se queixava de na AR um deputado ter tentado deitar abaixo a iniciativa de terem arranjado 40 camas para estudantes universitários a preços acessíveis. Lá está, alguém faz qualquer coisa fora da tutela interesseira dos partidos políticos e é logo castigada.

De onde e como é que esta jornalista conclui que o que se passa é os jovens não estarem interessados em agir? De lado nenhum? Conclui o que lhe convém?

E depois conclui que o governo deve ter mais propostas e os cidadãos é que devem agir... é extraordinário. 

Em primeiro lugar, como sabemos, não há falta de propostas na AR mas o governo chumba tudo o que não é do PS e/ou não lhe convém no âmbito da manutenção indefinida do poder. 

Em segundo lugar é ao governo e outros políticos em lugares-chave executivos que cabe a acção. É para isso que são eleitos: para agir. Aliás, candidatam-se aos cargos com promessas de irem agir e de saber como fazê-lo. Nós cidadãos temos um raio de acção muito limitada e mesmo esse é constantemente cerceado pelo governo. Veja-se como tenta destruir sindicatos, classes profissionais inteiras, persegue vozes discordantes, recorre a tudo quanto é esquema para impedir protestos ou desvaloriza-os ao ponto de fingir que não existem, etc.

Finalmente, criticar não é dizer mal como esta jornalista assume. Criticar é analisar e evidenciar as falhas porque onde não se descobrem os erros, não há possibilidade de emenda. Logo, de melhoria. Ora, dado que o governo tem uma total ausência de auto-crítica e de ligação com a realidade empobrecida do país e se apresenta como um caso de grande sucesso, é preciso que os cidadãos (dado que os partidos da Oposição não o fazem com um mínimo de eficácia), em primeiro lugar, mantenham essa capacidade crítica e de escrutínio da não-acção ou má-acção governativas. 

Agora, dizer que é a nós cidadãos que cabe a acção e ao governo apresentar propostas é o cúmulo da vesguice.

April 04, 2023

Não percebo as pessoas

 


Deve ser por isso que elas também não me percebem a mim. Um tipo porco com um ar de cadáver ambulante faz comentários ordinários sobre o corpo de uma apresentadora da TV e ela como resposta publica uma fotografia nua, como que a confirmar o machismo dele que tem de provar a todos qualquer coisa sobre o seu corpo. Não percebo estas coisas. Acho é que alguém devia despir o homem para a gente também o classificar. Um tipo ordinário como ele deve ter muitas fotografias brejeiras espalhadas aí nos tinders... fica a sugestão. A TV portuguesa, salvo excepções está cheia de gente vulgar.


February 07, 2023

Trabalho digno?



E todos os dias os jornais têm artigos de subserviência ao governo. Hoje, um tal Nuno Marques e um tal Pedro Cruz, cada um em seu jornal, escrevem artigos dizendo que as reivindicações dos professores são todas justas, mas que é tempo dos professores voltarem ao trabalho nas mesmíssimas condições injustas que os levaram às greves e que amochem calados e subservientes, porque já estão fartos da greve, porque a greve não é fofinha como costumavam ser as da Fenprof e porque, basicamente, eles estão bem na vida e estão-se nas tintas para os outros. 


Não há agenda do trabalho digno sem enfrentar as enormidades legislativas que privilegiam os interesses do patronato e fragilizam de forma inaceitável a posição dos trabalhadores: baixos salários, precariedade, horários desumanos, arbitrariedade patronal

A origem, e razão de ser, do direito do trabalho, assenta precisamente no reconhecimento da desigualdade económica existente entre o empregador e o trabalhador. Para que exista uma relação digna e justa é necessário que a lei intervenha num sentido favorável ao trabalhador, consagrando direitos laborais, garantindo direitos sindicais e promovendo a contratação coletiva. Só através da contratação coletiva, resultante da negociação entre o patronato e os sindicatos representativos dos trabalhadores, é possível fazer da fraqueza de cada trabalhador individualmente considerado, uma força coletiva capaz de impor soluções de progresso nos direitos laborais.

Não há, por isso, agenda do trabalho digno que não passe pela dignificação da dimensão coletiva da negociação das condições de trabalho e pela consagração do princípio do tratamento mais favorável do trabalhador, ou seja, que os direitos consagrados na lei não prejudiquem tratamento mais favorável obtido por via da negociação coletiva.

António Filipe


February 02, 2023

Não percebo se isto é falta de noção do ridículo




Este artigo é sobre a professora Gracinda (sem apelido, como nas lições do Tonecas) que deu aulas de matemática aos irmãos do Presidente da República (aquele que achou bem dar 500 mil euros de dinheiro público à Alexandra Reis e sabe-se lá quanto mais a outros antes dela) no tempo de Salazar, quando os professores baixavam a bolinha ao ditador e os alunos baixavam a cabeça às estaladas dos professores. Então a professora Gracinda é dada como exemplo de que os professores não devem fazer greves e reivindicações e devem baixar a bolinha aos merdinas e costas do regime. Big surprise...


A lição da professora do António e do Pedro

A professora Gracinda está, aliás, farta de saber que um dos principais problemas do ensino em Portugal é a indisciplina e a falta de respeito pelos professores. Como, aliás, os manifestantes repetem em palavras de ordem, cartazes e tarjas país fora.

Mário Ramires

August 03, 2022

Mais um artigo de nos deixar perplexos

 


Fui dar com este artigo sobre um aspecto da entrevista a Magalhães e Silva, um histórico do PS que fala com orgulho da corrupção e clientelismo também históricos do partido.

A jornalista escreve o artigo para dizer que Sampaio era extraordinário e sofreu muito por ser presidente porque houve uma única vez naqueles dez anos em que não pôs o PS à frente das considerações do país; que Soares era muito esperto porque dedicava o tempo a sabotar o governo de Cavaco Silva a quem tratava, fosse onde fosse por, 'o gajo'; que Costa foi muito esperto em ter ido para o governo tendo perdido as eleições e, finalmente, acaba o artigo com um recado  a Marcelo acerca do que ele deve fazer no caso de Costa fugir como Guterres fugiu e Barroso fugiu.

Não percebo se a jornalista tem intenção de ser cómica ou se é só intelectualmente desinteressante. É que pinta um retrato dos máximos dirigentes do PS como se fossem todos uns canalhas vulgares que não fazem nada pelo país, só pelo partido e vão para os cargos para se engordarem e tramarem os da oposição.




January 10, 2022

Hoje de manhã ouvi o debate de ontem

 


PS e CDS. A jornalista Clara de Sousa beneficiou António Costa descaradamente. Deu-lhe mais quase dois minutos de tempo que ao representante do CDS, a quem calou abruptamente. Dois minutos num debate de 12 minutos, não é pouca coisa, é quase 20% do tempo. 


January 24, 2021

JMT - como se costuma dizer, más agulhas fazem más costuras

 


Fui dar com este texto do JMT na página de um amigo, no FB. JMT sabe que pode estar infectado com Covid-19 mas pensa que a maneira de amar a liberdade e a democracia consistem em sair por aí e infectar outros, como vingança de o governo e as estruturas responsáveis serem incompetentes e não terem acautelado o voto dos que estão em isolamento profiláctico. De onde percebemos que, se ele fizesse parte do governo, seria um irresponsável como os outros.

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Os meus amigos que frequentam o Twitter disseram-me que vai por lá um grande entusiasmo acerca das minhas declarações no Governo Sombra de ontem, onde referi não saber se iria votar ou não no domingo, estando eu no final do isolamento profiláctico.
Como foi uma pergunta de passagem, não expliquei o que estava em causa, e devê-lo-ia ter feito. E como sou uma figura semi-pública, talvez valha a pena partilhar com os interessados os fundamentos das minhas dúvidas.
O que se passou foi isto.
Um grande amigo da família (foi só um, não se assustem) jantou em nossa casa no dia 13, e avisou-nos, no final da tarde do dia 15, que tinha contraído covid. Quando eu soube, já não podia pedir que me trouxessem uma urna a casa, nem podia votar a 17, até porque não tinha feito o teste, que fiz exactamente no passado domingo (deu negativo).
Portanto, eu - e muitos como eu - sou um pobre cidadão que está em isolamento profiláctico há 10 dias e efectivamente impedido de votar, já que o Estado português não providenciou qualquer alternativa para casos semelhantes. Se não se importam, isso chateia-me, e muito.
Não aprecio a facilidade com que se aceita esse impedimento. Em primeiro lugar, porque a probabilidade de eu estar infectado é muito baixa (ninguém cá em casa tem sintomas, temos dois testes negativos e o isolamento termina na quarta-feira). Em segundo lugar, porque a probabilidade de infectar alguém, saindo à rua sem sintomas e devidamente equipado, é muitíssimo baixa.
Portanto, há dois valores em causa. 1) A minusculíssima probabilidade de infectar um terceiro inocente. 2) O meu direito constitucional ao voto. Mas há ainda mais isto: a indignação perante a forma como o Estado acha que a saúde pública é o bem supremo, diante do qual todos os outros direitos têm de ceder, excepto quando se trata de actividade partidárias ou políticas, que essas podem continuar sem problemas e com gente aos magotes, porque a Constituição o exige.
E a Constituição não exige que eu possa votar?
A maior parte das pessoas ouve isto, come e cala. Parece que a coisa nem se discute. Afinal, é a lei! Pois eu acho que se discute. É a minha costela semi-anarquista, se quiserem. Tenho muitas dúvidas que a lógica deva ser essa, e não tenho nenhumas dúvidas acerca do desrespeito que o Estado está a votar aos cidadãos que não podem votar. Não gosto. É péssimo. E é significativo dos tempos que vivemos.
Portanto, há um dever de resistência diante daquilo que considero ser um abuso por parte do Estado, que se coloca muito claramente nesta situação. A minha reflexão continua, de forma ponderada, até porque há pessoas à minha volta cujas opiniões levo em conta.
Mas ao pessoal que adora sentir-se super-virtuoso a partir dos seus sofás, disparando grandes sentenças através das falangetas, tenho apenas a dizer isto: um bocadinho menos de carneirice e um bocadinho mais de amor à liberdade e à democracia fariam maravilhas por este país.

January 22, 2021

Este indivíduo não sabe pensar

 


... e no entanto não teve o seu percurso escolar interrompido por nenhuma pandemia... só para começar acho piada a defesa das mulheres por parte de uma pessoa que há uns anos lançava para o ar a ideia de que as mulheres deviam ser proibidas de ter acesso ao trabalho antes de parirem filhos para a sociedade... está mesmo a ver-se que ele está muito preocupado com os sonhos das mulheres... mas pronto, faz de conta que nos esquecemos disso.

Ele fala na cultura do medo mas não apresenta nenhuma razão para que possa defender que os cuidados com a propagação do vírus não passam de uma empolgação do medo: "é uma cedência a uma opinião pública que não lê, uma opinião viciada em imagens de tv emotivas."(falácia ad hominem) Aliás, quem tenta infundir o medo é ele, falando numa catástrofe para as crianças, como se fossem todas ficar pobres por estarem 15 dias de férias. Mais ainda, os que estão contra fechar as escolas é que são os que não lêem, vêem demasiada TV, acreditam nas conspirações das redes sociais, se calhar como ele mesmo, porque os que estão no terreno a lidar com os efeitos do vírus e com as tais crianças e jovens adolescentes, não têm tempo, como ele, para desperdiçar em programas de TV.

Um pediatra diz que fechar as escolas é um erro e que destrói a vida das crianças. Mesmo que fosse um caso tão radical (estas são frases bombásticas para causar emoção), um pediatra não é um epidemiologista e não é um professor, não trabalha numa escola, de modo não lhe cabe a ele dizer o que deve ser feito. Portanto, não conta como autoridade, a não ser na sua experiência de pediatra. Aliás, a esses que falam bombasticamente da destruição de crianças, gostava que me me mostrassem algum dado, para essas afirmações que fazem. Tenho curiosidade em vê-los. Porque do outro lado, estão os milhares de mortos e os milhares de doentes, não apenas de covid-19, mas de todas as outras doenças, como as oncológicas que não estão a ser tratadas porque os hospitais estão cheios, porque as pessoas não param de infectar-se.

"... não há qualquer evidência que mostre que a expansão do vírus está relacionada com as escolas, sobretudo se pensarmos na pré e na primária" - esta a falácia do apelo à  ignorância: uma proposição é falsa porque desconhecemos que seja verdadeira. Isto é igual ao argumento, 'Deus não existe porque não há evidências dele, ninguém provou que Ele existe.' 

E esta vaga começou quando as crianças estavam de férias? Está a falar do Natal, quando as famílias se juntaram aos molhos para as crianças brincarem umas com as outras? Não estavam em contacto com os pais? Não podem ter sido elas a contagiar os adultos? Na verdade não sabemos, embora saibamos que as escolas são, sempre, locais de contágio de doenças. Quando uma criança tem meningite ou escarlatina ou papeira, isolam-na logo e por vezes fecham as escolas para evitar o contágio. E isto é porque já não há sarampo, varicela, tuberculose e outras doenças que se erradicaram, praticamente, com as vacinas. Portanto, não sabemos se as crianças e adolescentes contagiam muito ou pouco este vírus mas sabemos que é isso o que costuma acontecer com outras doenças.

Portanto, antes que cheguemos à situação da Itália ou da Espanha, por cautela, é melhor terem 15 dias de férias do que termos os mortos amontoados em valas comuns, não? Pior do que atrasar um ano a vida, é morrer, não? Porque é que este indivíduo não se oferece como voluntário para trabalhar nas escolas ou hospitais, para ver o que se passa?

O artigo dele é um conjunto de opiniões não argumentadas. Atira-as para a frente, sem mais.


Fechar as escolas: destruir uma geração de crianças (e de mães)


E este novo #ficaremcasa não representa só a destruição do futuro de uma geração de alunos pobres; também representa a destruição dos sonhos profissionais de muitas mulheres de todas as classes, porque são elas (e não eles) que se sacrificam em casa pelos filhos.

Já vamos num ano de pandemia e de cultura do medo. Passado todo este tempo, uma coisa é clara: o pós-verdade é muito democrático na sua distribuição. Não é só o extremo trumpista que não respeita a ciência; o extremo dominante, o extremo hipocondríaco que se julga moralmente superior, também não respeita as evidências. Fechar as escolas é uma decisão errada e irracional; é uma cedência ao medo difuso sem base científica; é uma cedência a uma opinião pública que não lê, uma opinião viciada em imagens de tv emotivas; é um acto de desespero de uma sociedade que falhou na protecção dos mais velhos e que agora desprotege os mais novos.

Na SIC, Francisco Abecassis, pediatra intensivista, foi claro: fechar as escolas é um erro que destruirá a vida de muitas crianças, sobretudo das mais pobres. Este pediatra foi claríssimo e corajoso: “eu e muitos dos meus colegas somos contra o fecho das escolas”. Porquê? Volto à minha coluna da semana passada: as crianças não são afetadas e não há qualquer evidência que mostre que a expansão do vírus está relacionada com as escolas, sobretudo se pensarmos na pré e na primária. Recorde-se, de resto, que esta vaga começou quando as crianças estavam em casa de férias. Portanto, é absolutamente escandalosa a narrativa que se quis impor esta semana. Não, a culpa desta vaga não é das crianças, não é das escolas, encontrem por favor outro bode expiatório.
(...)

January 14, 2021

Não perceber, nem as pessoas nem as situações




Como é que um jornalista de um jornal nacional com um artigo na 1ª página, pode ser tão... cego e não perceber nada, nem das situações, nem das pessoas e nem sequer se dar ao trabalho de pesquisar um bocadinho sobre o assunto? Eu aqui em 5 minutos, na minha casa, só com um computador, percebo mais do que se passa do que um profissional que ganha a vida com isto? Que incompetente... o nosso jornalismo é mesmo medíocre.

Mike Pence já abandonou Trump e se não evoca a 25ª emenda não é por ser fiel a Trump mas por ser fiel a si mesmo e não querer transformar-se num traidor egoísta sem vergonha como Trump. Trump andava há semanas a pressionarem-no para que declarasse nula a eleição e ele, não só não o fez, como lhe disse na cara que não poderia, em consciência, fazê-lo. Ele é uma pessoa de princípios que leva a sério os compromissos: para com o país e para com o Presidente a quem jurou lealdade. 

Ele sabe que os tweets de Trump podiam ter-lhe custado a vida [ele sabia que andavam, no Capitólio, à procura dele, por causa dos tweets de Trump. Estava furioso e várias pessoas o ouviram dizer, 'Depois de tudo o que fiz por ele!' Trump está envolvido numa queixa judicial que os republicanos fizeram contra Pence e ele sabe-o. Esta é uma traição que muito lhe deve estar a custar, mas ele, passada a fúria, não é pessoa para vir lavar roupa em público por vingança. O que só lhe fica bem. Isso é justamente o que fazem as pessoas da laia de Trump. E sujar a presidência de Trump também o suja a ele por arrasto porque ele fez parte dela, defendeu-o inúmeras vezes, foi-lhe sempre leal.

Ele foi há dois dias à Casa Branca com o seu assessor e o advogado e falou com Trump. Trump, que não se interessou sequer em saber se ele e a família estavam bem, depois do que se passou, virou-se a ele a falar de deslealdade e cobardia por não ter declarado as eleições nulas, mas Pence não reagiu da mesma maneira. Disse o que tinha a dizer sobre o assunto e agora anda a ver se deixa o poder em situação governável para a administração a seguir enquanto Trump se passeia a fazer ameaças. As relações não foram reatadas. Falaram um com o outro, Trump, 'tu cá tu lá' e o outro, institucionalmete.

Muito lhe deve custar a traição de Trump, mas ele é uma pessoa diferente de Trump e não se rebaixa a dizer mal dele depois de ter estado quatro anos a seu lado nem vai investir em actos [como evocar a 25ª emenda] que serão vistos como uma vingança, justamente por causa disso. Portanto, Pence já abandonou Trump e vê-o agora como ele é, um homem fútil, egoísta, narcísico e sem escrúpulos, incapaz de lealdade, seja com quem for, mas isso não o faz abandonar os seus princípios.

Pence, o fiel vice-presidente que não abandona Trump


Por uma vez, na semana passada, Mike Pence não cumpriu as indicações do presidente. Mas após as críticas em público de Trump e cinco dias de silêncio, as relações foram reatadas. E esta quarta-feira, recusou invocar a 25.ª emenda para destituir o presidente.

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The turn of events has left Pence shaken and caused him to exclaim in anger to a fellow Republican: "After all the things I've done for (Trump)!"
Pence also recently learned that pro-Trump attorney Sidney Powell was involved in the lawsuit filed by Trump's Republican allies against him. Trump was not only aware, but had encouraged the effort, people close to the situation said.
Even when the President returned to the White House while his crowd set off for the Capitol, Trump's anger at Pence did not abate. And as the crowd broke down doors, mobbed the building, and in some cases appeared to be hunting Pence himself, Trump remained focused on the perceived disloyalty.
The threats against Pence have not been limited to the particular actions of the rioters on Wednesday. Pence's staff has received two threatening emails sent to an internal distribution list from an outside sender in the past days, both before and after the insurrection attempt at the Capitol on Wednesday, according to a White House official. Pence himself is not on the distribution list.

After Wednesday's events, Pence allies were aghast the President did not call to ensure the vice president's safety, or the safety of his wife and daughter, who had accompanied him as he performed the ceremonial role of overseeing the Electoral College tally. Pence's brother, Rep. Greg Pence, an Indiana Republican, was also inside. Instead, the President was trying to phone Republican allies to convince them to persist in their futile rejection of the election results.
"Was he concerned at all that an angry mob that he commanded to march on the Capitol might injure the vice president or his family?" a person familiar with the matter asked.
Inside the besieged Capitol, it was Pence and not Trump who coordinated phone calls with law enforcement and security agencies. Afterward, Pence phoned the family of the fallen Capitol Police officer, Brian Sicknick, even as Trump remained silent. And after Trump finally conceded he would not serve another term in office, it is Pence who will attend President-elect Joe Biden's inauguration while Trump says he will boycott it.
Pence's actions earned him praise within the administration, including from national security adviser Robert O'Brien, who tweeted on Wednesday that Pence "is a genuinely fine and decent man. He exhibited courage today."
(...)
Advisers have said Pence hopes to provide a bridge to the next administration and do as much as possible to assist Biden's team in preparing for dealing with the coronavirus pandemic. Pence and Biden consulted regularly in the early days of the Trump administration, including on foreign policy matters.
On Monday, Pence's schedule listed a coronavirus task force meeting -- one of the final times the group meets before the end of the administration. Pence did not bring up the siege at the Capitol during the discussion, a person close to the task force said.
Trump, meanwhile, had nothing on his schedule.

August 31, 2020

Os jornais estão cada vez mais imbecis

 


... escritos por ignorantes com títulos bombásticos a apelar ao lado imbecil das pessoas.

Um artigo estúpido com um título ainda mais parvo. Em nenhum sítio do artigo se explica porque é que a Alemanha acha difícil amar Hegel. Aliás, nem se fala nisso. Depois, o artigo é quase todo uma síntese biográfica focada nos pontos que consideram o diminuem. 

Quer gostem ou não dele, a verdade é que Hegel foi um filósofo que influenciou, não só a filosofia, mas a política, o direito, o entendimento e construção da História, por exemplo. Nessa medida, influenciou-nos a todos, mesmo que não tenhamos consciência disso. Em vez de aproveitar esta data de 250 anos e um jornal de grande tiragem para fazer chegar essa consciência a um público mais vasto, o autor aproveita para diminuir Hegel, com o objectivo de...? Pois, não sei, não percebo esta maneira de pensar.

Alguém se admira que o jornalismo esteja em decadência? Quem quer ler imbecilidades vai às redes sociais, não precisa de comprar jornais e quem quer ler algo sério, já não o encontra nos jornais.


New books try to lighten up the intimidating reputation of Germany’s ‘most difficult’ philosopher


Original Artwork by Schlesinger. (Photo by Henry Guttmann/Getty Images)

Bertrand Russell described Hegel (above) as ‘the hardest to understand of the great philosophers. Portrait: Schlesinger.
Photograph: Henry Guttmann/Getty Images


August 25, 2020

Quando as pessoas argumentam sem honestidade intelectual e/ou com desinformação

 




Parece-me evidente que existe inépcia comunicacional de ministério da Educação e DGS, incapazes de tranquilizar a comunidade escolar e explicar categoricamente o que justifica que as orientações para as escolas sejam mais flexíveis do que noutros sectores. Mas isso, por si só, não significa que as orientações sejam desadequadas. Pelo contrário, tanto quanto se sabe, as orientações da DGS estão ajustadas às evidências disponíveis e alinhadas com as medidas adoptadas em vários países europeus. E essa mensagem, tão essencial para um regresso às aulas sereno, não está a passar.

Há três aspectos que me parecem determinantes para o enquadramento destas orientações sanitárias, que merecem maior destaque na apresentação do plano de reabertura das escolas.

Primeiro, as orientações da DGS estão alinhadas com as evidências empíricas. Os estudos já realizados mostram que as crianças estão menos sujeitas a contágio ou a complicações de saúde causadas pela Covid-19 – e, também, que até aos 10 ou 12 anos aparentam ser muito pouco transmissoras. Sendo certo que há estudos que apontam para que, a partir dessa idade, o potencial de transmissão aumente para próximo do de um adulto, a obrigatoriedade de uso de máscara a partir do 2.º ciclo limitará fortemente os riscos. Pode soar a pouco, mas nas escolas e em muitas áreas de actividade já se verificou que o uso de máscara (acompanhado de medidas de higienização) é uma via eficaz para prevenir contágios.
Segundo, as reaberturas até ao momento (entre Abril e Junho) sugerem que as escolas são espaços com segurança acima da média – isto é, espaços muito frequentados que não aparecem associados a focos de contágio. A reabertura das escolas, em Portugal (secundário) e em muitos outros países europeus (no básico), não gerou um descontrolo da pandemia. Isto é também válido para o pré-escolar, onde o distanciamento social é uma impossibilidade prática. Mais: não há, no mundo inteiro, registo de professores infectados pelos seus alunos, mostrando que a protecção dos docentes é naturalmente tida em conta. Sabendo-se que as reaberturas aconteceram em grande escala e em diversos contextos e países, estes são dados relevantes, significativos e encorajadores.

Terceiro, as orientações da DGS em Portugal são muito similares às de vários países europeus para as suas reaberturas escolares, sendo transversal a menor exigência no distanciamento social. Como desenvolvi neste ensaio acerca da preparação do próximo ano lectivo em vários países, a redução do distanciamento social será o elemento-chave da reabertura das escolas por toda a Europa. E é muito fácil encontrar paralelos com as opções portuguesas. Por exemplo, em França, a distância entre alunos será de 1 metro e, quando não possível, o uso de máscara será obrigatório. Noutro exemplo, na Bélgica, os alunos com menos de 12 anos terão prioridade absoluta no ensino presencial, que deverão frequentar diariamente mesmo nos piores cenários pandémicos.

Alexandre Homem de Cristo

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"Primeiro, as orientações da DGS estão alinhadas com as evidências empíricas. Os estudos já realizados mostram que as crianças estão menos sujeitas a contágio ou a complicações de saúde causadas pela Covid-19 – e, também, que até aos 10 ou 12 anos aparentam ser muito pouco transmissoras."

Isto é falso. Na verdade não sabemos, em grande parte porque as crianças e os adolescentes ficaram fechados em casa com os pais e ainda não regressaram às escolas de modo que não tiveram oportunidade de apanhar ou transmitir o vírus. Recentemente vários estudos mostraram que o vírus nas crianças aparece mais concentrado e resistente, o que pode significar implicações na transmissão. Mas, volto a dizer, ninguém sabe ao certo porque ainda não houve condições para se saber, de modo que dizer que os estudos mostram que as crianças não são são transmissoras é falso, seja por falta de informação ou desonestidade.

Segundo, as reaberturas até ao momento (entre Abril e Junho) sugerem que as escolas são espaços com segurança acima da média – isto é, espaços muito frequentados que não aparecem associados a focos de contágio. A reabertura das escolas, em Portugal (secundário) e em muitos outros países europeus (no básico), não gerou um descontrolo da pandemia. Isto é também válido para o pré-escolar, onde o distanciamento social é uma impossibilidade prática. Mais: não há, no mundo inteiro, registo de professores infectados pelos seus alunos, mostrando que a protecção dos docentes é naturalmente tida em conta. Sabendo-se que as reaberturas aconteceram em grande escala e em diversos contextos e países, estes são dados relevantes, significativos e encorajadores.

Outra desonestidade. A reabertura das escolas deu-se com os alunos do 11º e 12º ano, em poucas disciplinas, de modo que estavam nas escolas, uma percentagem ínfima da população escolar e seguiram-se, de facto, as orientações da OMS. Mesmo assim houve casos de covid. A reabertura das escolas no norte da Alemanha durou uma semana, após o que tiveram que fechar. Na Califórnia, escolas abriram recentemente e voltaram a fechar por casos de covid e sabemos que há casos onde os directores fazem pressão para não se reportarem os casos. 

As escolas ainda não abriram em grande escala, isto é falso: ainda estamos nas férias de Verão na maioria dos países do Norte e só agora algumas começam a abrir, de modo que não temos maneira de saber o que se vai passar na abertura das escolas. Aliás, as universidades, que não são frequentadas por crianças e adolescentes, não vão vão ter ensino presencial ou vão tê-lo misto, na maioria dos países, o que é significativo. 

Dizer que não há um único registo de professores infectados é outra desinformação: não sabemos e não podemos argumentar com a ignorância. Eu não sei se há casos, logo eles não existem? Não foram feitos testes para se saber se os casos de covid-19 que surgiram com aquelas percentagens mínimas de pessoas nas escolas, foram transmitidos dentro das escolas, de modo que ninguém sabe. Portanto, mais uma vez o senhor é desonesto.

Finalmente dizer que as orientações são idênticas às de outros países que sabemos que também têm desinvestido na educação e não estão para gastar dinheiro com a segurança das pessoas as escolas, parece-me o cúmulo da falta de seriedade com que encaram a segurança das pessoas. É como dizer, 'sim, não há condições mas os outros países também não as têm, logo estamos bem'.


Por exemplo, se formos ler informação de especialistas encontramos o seguinte:

To prevent a second COVID-19 wave, relaxation of physical distancing, including reopening of schools, in the UK must be accompanied by large-scale, population-wide testing of symptomatic individuals and effective tracing of their contacts, followed by isolation of diagnosed individuals. (the lancet.com)

O que dizem os especialistas é, 'para prevenir uma segunda vaga de Covid-19, o relaxamento das regras de distanciamento físico, incluindo a abertura de escolas, no RU, deve ser acompanhado por testes alargados à população sintomática e seus contactos, etc.' Ou seja, a diferença é que aqui ninguém é desonesto e assumem que a abertura das escolas vai ser feita no relaxamento das regras de segurança quanto ao distanciamento e avisam o que é preciso fazer para remediar. 

Relaxar as regras de segurança é o que vão fazer em quase todos os países, mas argumentar que isso é bom ou normal como faz este indivíduo é desonestidade intelectual. 

A questão é: estamos no meio de uma pandemia e os jornalistas, em vez de escreverem no sentido de defenderem a segurança da comunidade escolar, escrevem a defender que se abram as escolas como se não estivéssemos no meio de uma pandemia com o argumento do pensamento mágico de que tudo vai correr pelo melhor. E porquê: porque os governos vêm fazendo uma operação de 'defund' da educação pública há quase duas décadas e querem continuar nessa política. E os jornalistas têm sido, e são, coniventes, o que é triste.

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Uma associação médica norte-americana elaborou um ranking de atividades e do seu grau de risco para a covid-19. (Quais as atividades de maior risco para contágio?classificando-as de 1 a 10, sendo 1 das de menor risco e 10 as de maior risco. Embora ponha as aulas no nível 5/6 em termos de risco, no fim, conclui desta maneira: Como já tinha antes explicado Ryan Malosh, investigador da Universidade de Michigan., em termos gerais, "as atividades de maior risco são aquelas que são feitas dentro de casa, com pouca ventilação, e em espaços fechados com muitas pessoas durante longos períodos de tempo". As atividades de menor risco são ao ar livre, com amplo espaço para a distância social, poucas pessoas fora do seu agregado familiar e por períodos de tempo mais curtos".

Portanto, as actividades de maior risco são as que são feitas dentro de casa, com pouca ventilação, espaços fechados com muitas pessoas por longos períodos de tempo - ora, esta é a descrição das salas de aula: espaços fechados com pouca ventilação onde estão concentradas muitas pessoas durante longos períodos de tempo sem distanciamento físico - salas com 40 metros quadrados onde estão 30 alunos uma manhã e/ou uma tarde inteira com professores, todos em cima uns dos outros a respirar o mesmo ar mal ou nada ventilado.

Eu sou a favor de se abrir as escolas e quero ir trabalhar, não quero ficar em casa e só não vou se a minha médica pneumo-oncologista me disser que o risco é demasiado grande ou se as condições na escola forem demasiado perigosas porque não sou louca e não quero adoecer ou morrer em 4 dias para provar o meu ponto de vista de que as escolas não têm segurança. Quer dizer, estou há meses em casa, a sair pouquíssimo, com cuidado para não apanhar este vírus e não vou agora para a escola como um forcado para a cara do toiro. Isto com que lidamos é uma pandemia, um problema sanitário, não é uma corrida de touros a ver quem é mais louco de se pôr em frente da besta sem protecção.

Eu sou a favor de se abrirem as escolas, mas não sou a favor de se abrirem as escolas como se não houvesse pandemia e as regras de segurança fossem as de tempos normais, que é isso que este jornalista e todos os outros defendem. Ainda não vi um único jornalista, para não falar em políticos que defenda a abertura das escolas em segurança. Aliás, a redução de alunos por turma, que é a principal medida para se poder fazer um distanciamento físico, foi chumbada na AR.


Totally missing de point

 


Em primeiro lugar, frase (que é muito mais que um tom desagradável) é dita pelo primeiro-ministro, em público, e em funções; em segundo lugar, que o primeiro-ministro sinta à vontade a falar desse modo em frente de jornalistas mostra o tipo de relação que tem com eles, como aliás, o artigo deste indivíduo a desvalorizar tudo como sem importância, mostra à saciedade.

Também podíamos dizer que um dos problemas de muitos jornalistas é não verem nunca nada de essencial em coisa alguma. Nada, nadinha...

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A verdade é que ficamos presos a uma discussão sem sentido feita a propósito de um tom desagradável usado por António Costa, a propósito de uma polémica que estava a causar mossa na imagem da ministra da Solidariedade, em particular, e na imagem do Governo, de uma forma geral. Gastamos sempre menos tempo a discutir o essencial que a discutir o acessório.

Paulo Baldaia



E já agora, senhor ME: mande pagar o que me devem, sff!


August 17, 2020

Prioridades


O problema da atitude desta ministra não está, segundo este indivíduo, na perda de vidas mas apenas na perda de credibilidade política. Ele está zangado com ela porque ela prejudica a imagem do chefe.

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Bem sabemos que Ana Mendes Godinho está a gerir uma pasta duríssima nestes dias de pandemia. Conseguimos imaginar as frentes e a complexidade dos problemas a que tem de responder. Mas mesmo numa situação extrema de trabalho e dificuldade, não podia considerar o relatório da OM como uma série de papéis iguais a tantos outros. Fazendo-o, destruiu capital político e credibilidade aos olhos dos cidadãos e legitimou os pedidos de demissão que, entretanto, foram anunciados.


Manuel Carvalho em https:que/relatorios-lê-senhora-ministra

August 06, 2020

Parangonas machistas de jornalistas que nem para noticiar uma sardinhada serviam




Juan Carlos. O factor Letizia para o "exílio", ou como a rainha quer a filha Leonor no trono
César Avó
Se é dado como certo que Juan Carlos foi empurrado para fora de Espanha pelo filho, há quem note que a rainha terá sido determinante no gesto.


Deixa ver se percebo: o ex-rei de Espanha, que já foi uma pessoa muito digna de respeito, de há uma quinzena de anos para cá comporta-se como um rei-sol que faz o que quer e lhe apetece sem se interessar por ninguém a não ser a sua pessoa, o seu prazer e suas as amantes, desde perseguir animais em extinção, desviar fundos públicos, receber subornos passando por dar centenas de milhões do erário público a amantes. Enfim, uma alforreca real, tomando o nome que o DDT dava aos nossos políticos corruptos. 
O rei actual, que já teve que lidar com outro homem guloso de dinheiro e poder na família, o cunhado, aconselha o pai a ir embora. 
No entanto, a culpada das ladroagens, dos comportamentos indignos do ex-rei é a nora, a mulher do rei actual. E porquê? Será que ela o aconselhou a ser um corrupto ordinário? Não, mas quer que a filha seja rainha. Ah, bom! Porque o pai, o actual rei, não quer que a filha seja rainha? Só a mãe quer? Ele quer passar o trono a sobrinhos ou acabar com a monarquia?
Esta 'notícia' só serve para acirrar a maledicência contra a mulher. Faz lembrar aqueles homens que mentem e aldrabam as mulheres e depois vão-se embora dizendo que a culpa é delas. Elas é que não souberam segurá-los, seja lá o que isso quer dizer. 
Também em Inglaterra aquele príncipe que desde a adolescência só diz e faz coisas estúpidas foi-se embora e voltou as costas à rainha mas a culpa não é dele, é da mulher...
Portanto, se um homem se comporta indignadamente, a culpa há-se ser de uma mulher, neste caso, da rainha. Até se dá a entender, na notícia, que o actual rei é uma pessoa sem cabeça às ordens da mulher. 

Como é que os jornalistas não têm vergonha de assinar porcarias destas num jornal nacional?

July 29, 2020

May 18, 2020

Há pessoas tão limitadas que nem quando têm as realidades em frente do nariz as vêem



Uma pessoa que põe o cinto de segurança quando viaja vive aterrorizada? Uma pessoa que cumpre o limite de velocidade vive aterrorizada? Uma pessoa que põe protector solar e usa chapéu vive aterrorizada? Uma pessoa que fica em casa quando tem gripe para não infectar os outros com quem trabalha vive aterrorizada? Desde quando ser cuidadoso e racional é viver aterrorizado?

Esta pessoa, fez o quê, propriamente, para manter a economia a funcionar? Ou esteve fechada a escrever artigos estúpidos juntamente com o colega Pontes que hoje escreve uma homília ridícula a exortar os alunos a ensinar aos adultos como se vive e outras parvoíces.

É que estes dois podiam reparar que alguns dos que mantiveram isto a funcionar são os que mais se protegem e aconselham outros a proteger-ser e a ter medo, sim: os médicos e enfermeiros.

Esta pessoa não percebe que temos os países mais ricos do mundo a gastar todos os seus recursos humanos e financeiros, há meses, para lutar contra esta doença e nem mesmo assim se consegue dar conta dela?

Outros que continuaram a funcionar foram os professores que mantiveram o ensino e deram aos miúdos algum sentimento de normalidade. De modo que volto a perguntar: o que fez esta pessoa para além de escrever artigos asininos no pasquim sicofanta do Costacenteno?

E já agora, com que dinheiro é que os portugueses vão às compras? Com os 4 mil milhões que o Costacenteno enfiou no Novo Banco? Com o dinheiro dos salários precários que marcaram a economia dos governos do Costacenteno?

O confinamento foi fácil de instituir porque os portugueses estavam genuinamente aterrorizados.
Ana Sá Lopes, Perfilados de medo


O problema do medo é que é irracional e paralisante, e a sua velocidade de contágio é muito superior à do vírus. Percebe-se que António Costa, ao ver o PIB contrair-se à volta de 7%, ​ venha para o Chiado apelar a que as pessoas façam compras. Fazer compras é neste momento um desígnio nacional — mas como o fazer se os portugueses se mantêm em modo pânico, com todos os que podem a resistir a sair dos seus casulos particulares?
...
E esse medo, que não toldou o enorme grupo de portugueses que manteve o país a funcionar normalmente enquanto a outra parte se confinava, vai ser assassino para a economia.



May 12, 2020

Se isto não é incitamento à violência, vou ali e já venho



Qual é o interesse jornalístico de andar a perguntar às pessoas se não acham que o pai da miúda assassinada devia ser entregue à 'justiça' (qual justiça...?) popular?

December 23, 2019

Compensar 🧀




Hoje gastei dinheiro a comprar o Público porque queria ler o artigo de Tavares sobre o livro de Fernãdo Venãcio, Assim Nasceu Uma Língua, que fiquei com vontade de ler para saber de onde vem, afinal, o til, que usamos a torto e a direito em tudo quanto é palavra.

Entretanto vi o resto do jornal. Até à página 12 aparecem artigos de página inteira a fazer o elogio de Costa de uma maneira que até um acólito do PS como o mastim, que também lá aparece, pensaria vergonhosa. Ouviu senhor Ferro Rodrigues? Vergonhosa. Vergonhosa. Vergonhosa. Vergonhosa.

Na página 16 mais um artigo certamente encomendado e calculo que pelo nosso secretário de Estado do ensino não superior porque imita a ladainha que ele repete  ad nauseam para pseudo-resolver os problemas no papel e não ter que resolver nenhum a sério.

São duas páginas inteiras de uma suposta sumidade inglesa que vem dizer aos portugueses que os alunos abandonam o ensino superior porque "odeiam as matérias" e porque "os professores não compreendem que são eles a causa do abandono dos alunos" e que a solução é "começaram a ouvir as suas histórias" e a ajustar as matérias àquilo que esses alunos gostam e querem.

Nunca vi tanto senso comum numa suposta sumidade.

Aliás, a suposta sumidade só vê duas causas para o insucesso e abandono de 30% dos alunos nos dois primeiros anos de faculdade: ou os alunos têm pouco dinheiro para sustentar o estudo ou isso deve-se à incompetência dos professores que os vê como maus alunos. Não lhe passa pela cabeça que, se calhar, são mesmo maus alunos e que, se calhar, isso deve-se aos estragos que têm feito no ensino básico e que estão agora a exportar para o secundário. E que as coisas ainda vão piorar. Sobre isso é proibido falar.

Enfim, para não ficar mal disposta num dia que está a ir bem fui comer um queijinho pequenino aqui de Palmela, daqueles amanteigados que não existem em mais parte nenhuma do mundo e engordam 3 quilos à hora...

É por estas coisas que os jornais estão com dificuldades e que não compro uma balança...