Showing posts with label escolas. Show all posts
Showing posts with label escolas. Show all posts

October 22, 2025

Não cabe à escola resolver os problemas de pais desavindos




Este senhor é advogado e percebe zero da realidade das escolas, de maneira que fala como se nós nas escolas andássemos a sabotar pais.

Normalmente nós damos informações a ambos os pais, mesmo em caso de separação ou divórcio, mas quando os pais dão à escola ordens contraditórias que se negam mutuamente, temos que seguir a do encarregado de educação que é legalmente o seu responsável perante a escola, pois não nos cabe a nós resolver problemas de pais desavindos que querem sabotar-se um ao outro e usam a escola para isso. Nem sabemos as causas do desentendimento entre os pais, nem se algum está com impedimentos pelo tribunal, etc., de maneira que não vamos inventar nem meter no meio de conflitos que não são nossos.

O advogado diz que urge resolver isto e é verdade mas como muito bem sabe, isso não é fácil. Por exemplo, um aluno começa a faltar sempre ao primeiro tempo da manhã. Ligo à encarregada de educação e ela diz-me que o filho está a viver agora com o pai e que ele não o leva à escola. Ligo ao pai e o pai diz para eu não o incomodar com a justificação de faltas porque ele não é o encarregado de educação. 

Diz que o melhor seria que ambos fossem encarregado de educação. Pois seria, mas isso não resolve o problema dos casos em que os pais têm visões contraditórias para a educação dos filhos e nesse caso, qual deles deveria a escola seguir? Isso é um problema para a lei resolver. Não nos cabe a nós fazer essa escolha e como estes casos são muitos, é um grande risco para a escola ter ambos os pais como encarregados de educação.

Por exemplo, o encarregado de educação avisa a escola para não entregar o filho ao sogro ou ao padrasto. A escola não sabe a razão nem vai inquirir porque não é a polícia ou o tribunal. A escola tem de obedecer, sob pena de ser responsabilizada se desobedecer à ordem do encarregado de educação e algo acontecer à criança. As escolas são responsáveis pela segurança dos alunos, não é uma brincadeira.

Põem todos os problemas para cima das escolas... 

Este advogado que se dirija aos legisladores e não às escolas para resolver o problema de pais em litígio.



A escola não pode ser cenário de guerra parental


Nuno Cardoso-Ribeiro

Mesmo não sendo um dos progenitores Encarregado de Educação do filho, tal não significa que a escola possa negar-lhe o acesso às informações escolares.

“Agem, assim, à revelia da lei os estabelecimentos escolares que recusam fornecer informações aos progenitores que não são Encarregados de Educação.”

Há progenitores envolvidos em conflitos parentais dispostos a tudo para afastar o outro progenitor da vida do filho. E, com esse objetivo, não hesitam em fazer da escola um campo de batalha.

O acesso à informação escolar do filho é um direito — e um dever! — dos pais. E a batalha começa, muitas vezes, logo aí: o progenitor residente, que é as mais das vezes o Encarregado de Educação da criança, recusa transmitir informações escolares ao outro progenitor. Este tenta então obter tais informações junto da escola. E se muitas instituições de ensino, cumprindo a lei, fornecem as informações a ambos os progenitores, outras há que se tornam aliados, esperemos que involuntários, do progenitor que pretende excluir o outro da vida do filho.

A solução poderia passar por ambos os pais serem Encarregados de Educação do filho — uma solução que o Estatuto do Aluno não impede —, mas poucas são as escolas que o permitem. No entanto, e mesmo não sendo um dos progenitores Encarregado de Educação do filho, tal não significa que a escola possa negar-lhe o acesso às informações escolares.

Agem, assim, à revelia da lei os estabelecimentos escolares que recusam fornecer informações aos progenitores que não são Encarregados de Educação.

Outro abuso de poder frequente que é conferido ao Encarregado de Educação passa por tentar impedir que determinadas pessoas recolham a criança na escola. Exigem que seja o outro progenitor a fazê-lo pessoalmente, impedindo que a criança possa sair da escola com os avós, com a madrasta ou padrasto, por exemplo.

São já muitas as escolas, públicas e privadas, que recusam o papel de aliado de um progenitor, privilegiando os interesses da criança e, portanto, fornecendo a ambos os pais informações escolares, e recusando compactuar com exigências fora da lei, como sucede no caso das recolhas da criança na escola. Outras escolas há, porém, que continuam a conferir à figura do Encarregado de Educação poderes que a lei não lhe confere. Urge mudar este estado de coisas.


August 29, 2025

Complicar e infernizar a vida aos professores: 10. Resolver problemas: 0.



Não me lembro da última vez em que tivemos um ano lectivo tranquilo. Todos os anos mudanças: de organização, de estruturas, de currículos, de critérios de turma , de avaliação, de burocracia... e mais mil e uma coisas. Vão transformar a nova agência numa empresa privada com prémios e engodos. Muito mau prenúncio. Complicar e infernizar a vida aos professores: 10. Resolver problemas: 0.


Nova agência para a educação: mandatos de até dez anos e prémios de desempenho

Diploma define competências da nova agência. Prevê transferência de funcionários da Educação para as cinco CCDR. E o regresso de muitos outros às escolas de origem para darem aulas.

publico.pt/


July 20, 2025

O que me chamou a atenção neste vídeo?

 

Cada departamento tem a sua casa-de-banho própria para os seus professores em vez de haver apenas duas casas-de-banho para todos os professores da escola (uma para homens, outra para mulheres - as mulheres são o quádruplo dos homens), não estarem a funcionar correctamente e não haver pessoal para as limpar... luxos.


June 10, 2025

Austria (hoje) - pelo menos 5 mortos num tiroteio dentro de uma escola

 

Já vão em 9 mortes.


Vários outros ficaram feridos, incluindo estudantes e professores, informou a emissora estatal ORF, citando a imprensa local.

O suspeito de ter cometido o atentado, considerado até à data um estudante, suicidou-se, segundo os relatos.

Uma operação policial estava a decorrer na escola BORG, na rua Dreierschuetzengasse. As autoridades, que pediram ao público que evitasse a zona, recusaram-se a fazer mais comentários.

euronews.com

May 21, 2025

A atenção do sr. ME

 


Não estava na altura de mudar o processo de escolha do director/direcção das escolas e abandonar este modelo da autoria da Maria de Lurdes Rodrigues, marcado pelo pendor dessa senhora para o autoritarismo e a opacidade? 

Pergunto-me, porque razão há-de o senhor estar associado a um modelo com deficiências democráticas em vez de assumir um modelo onde o processo seja participativo. Uma escola onde os professores e demais funcionários ao serviço da escola participam na escolha do director/direcção é uma escola onde a comunidade se fortalece, na medida em que as escolhas são assumidas e, portanto, defendidas.

Essa ex-ministra, que bombardeou putinianamente, digamos assim, todos os processos democráticos da escola, continua vigente e isso leva-me a perguntar, sem querer ofender, se os ME posteriores a essa senhora são uma espécie de seus Orbans? Alguns sabemos que são. Outros pensávamos que não. Qual é a sua posição? 

Ficamos à espera de esclarecimentos pela acção ou, pela não acção.


April 19, 2025

Alunos das escolas do RU não são diferentes dos nossos

 


Vêem e seguem exactamente as mesmas redes sociais e as mesmas porcarias e lixo online. 


Gritar às funcionárias e bloquear as portas: professores alertam para o aumento da misoginia e do racismo nas escolas do Reino Unido

Inquérito revela que as redes sociais são a principal causa de mau comportamento, com os alunos a imitarem Donald Trump e Andrew Tate *

Um inquérito realizado pelo sindicato NASUWT revelou que a maioria dos professores identificou as redes sociais como “a causa número um” do mau comportamento dos alunos, sendo as mulheres as mais afectadas. Os professores também manifestaram a sua preocupação com os pais que se recusam a aceitar as regras da escola ou a assumir a responsabilidade pelo comportamento dos seus filhos.

Um professor disse ao sindicato: “Muitos dos alunos são influenciados por Tate e Trump, fazem comentários racistas, homofóbicos, transfóbicos e sexistas em todas as conversas e não acreditam que haverá consequências”.

O secretário-geral do NASUWT, Patrick Roach, disse na conferência anual do sindicato na sexta-feira: Dois em cada três professores dizem-nos que as redes sociais são agora um factor crítico que contribui para o bullying e o mau comportamento dos alunos”.

“Os alunos que acreditam que têm o direito inalienável de aceder aos seus telemóveis durante todo o dia escolar e que os utilizam para interromper as aulas, intimidar os outros, fazer teatro ou para ganhar o respeito dos colegas”.

Uma professora primário disse: “Já tive rapazes que se recusaram a falar comigo porque eu sou mulher e eles seguem o Andrew Tate e acham que ele é fantástico com todos os seus carros e mulheres e seguem o que ele diz sobre como as mulheres devem ser tratadas. Eram miúdos de 10 anos”.


* Andrew Tate é um influenciador, violador de menores que se filma a espancar mulheres, um traficante de mulheres, um criminoso de lavagem de dinheiro, que foi trazido da Roménia, onde estava preso, para os EUA, em avião privado, por ordem desta administração.

theguardian.com

*********

São necessárias, urgentemente, regras novas e adaptadas aos tempos, para as escolas. As escolas têm de ser entendidas como locais sérios de educação e não de entretenimento. São precisas regras sérias para cortar este mal pela raíz, antes que cresça a um ponto de não retorno, entre as quais:

- proibição de os alunos terem telemóveis na escola;

- proibição de aceder a redes sociais até aos 16 anos;

- responsabilização dos pais e EE pelo acesso dos filhos às redes sociais identificadas como influenciados de comportamentos violentos a associais;

- multas na ordem das centenas de milhão para as empresas tecnológicas que deixam estes programas que incitam à violência, ao bullying, ao suicídio e à pornografia, em sinal aberto e acessível a todos - eventual bloqueamento das plataformas;

- Responsabilização dos pais e EE pela não obediência às regras da escola (é cada vez mais comum cada mãe/pai achar que pode impor as suas regras particulares à escola e aos professores dos filhos), pela violência contra professores: com multas pesadas e em última análise, impedimento de entrar na escola (deleguem a educação escolar dos filhos a um tutor) e obrigação de frequentar cursos de educação quanto a redes sociais e violência; 

- responsabilização dos alunos pelos comportamentos agressivos, nomeadamente com a obrigação de frequentar programas de educação e impedimento de voltar à aula do professor que agrediram, verbal ou fisicamente - nenhum professor tem de ter dentro da sua sala de aula alunos que lhe chamam palavrões, que os ameaçam ou agridem fisicamente. Não somos guardadores de delinquentes juvenis e é um perigo, não apenas para os professores mas para os outros alunos também;

- impedimento de entrar na escola a alunos com comportamentos violentos - arranjem-se programas de alternativos de reeducação com psicólogos e terapeutas sociais. Violações, pancada, agressão com objectos ou o corpo, ameaças e bullying têm de ser sancionados imediatamente com expulsão; reencaminhem-nos para centros de reeducação - a escola não é um local de acolhimento e tolerância de criminosos e a profissão de professor não é um contrato de lidar com criminosos. Uma coisa é a irreverência e até alguma falta de educação própria de alguns alunos em certas idades, outra muito diferente é o crime;

- fim da possibilidade dos alunos poderem faltar às aulas indefinidamente sem consequências como acontece no básico onde chegam a ter 700 faltas com a anuência dos pais e do ME;

- fim da possibilidade dos alunos poderem passar de ano em ano sem nenhum trabalho/teste positivos e com excesso de faltas a todas as disciplinas com o apoio explicito do ME;

- contratação de psicólogos e terapeutas para as escolas.

- possibilidade de co-docência em turmas com alunos socialmente complicados;

- tutela de professores novos e inexperientes.

- Valorizar e dar poder e autonomia ao DT que é a pessoa mais importante na disciplina da turma -não só dos alunos mas dos EE- e, nessa medida, na possibilidade dos alunos terem experiências positivas de aprendizagem dentro das aulas.

Estes alunos com estes comportamentos são uma pequena minoria, mas basta um em uma turma para estragar a turma toda e muitas vezes a escola, porque estes delinquentes e proto-delinquentes levam os seus comportamentos para fora das aulas, para colegas de outras turmas, para os funcionários da escola e para toda a gente. São como um predador deixado à solta. Em tempos havia funcionários suficientes para vigiar os alunos nos intervalos e intervir. Agora não há funcionários. A minha escola já teve dois seguranças que faziam um bom trabalho -um deles era excelente- e agora não tem nenhum.

Não sei como se pensa que os problemas das escolas estão resolvidos só porque o Pestana e o Nogueira não organizam greves. Há problemas muito complexos e graves nas escolas.

Muita coisa tem se ser feita. A Associação de Pais e EE devia ser líder na formação dos pais e EE, mas existe apenas para dizer mal dos professores e não mostra nenhum interesse pela educação e consciencialização dos pais para o cumprimento das regras das escolas, para o perigo do vício dos telemóveis e das redes sociais, para a influência de plataformas de incentivo ao bullying, ao suicídio, à misógina, à pornografia (que é outra forma de violência misógina).

Os conselheiros dos ME e pseudo-pedagogos são pessoas que vivem em Marte com alunos imaginários.

March 17, 2025

As escolas tornaram-se lugares de hostilidade

 

Hostilidade, abuso de poder, abuso de confiança, humilhações e crueldades. Isto vem desde a Lurdes Rodrigues e foi intencional, penso, para destruir a profissão. As pessoas estão nos lugares dezenas de anos sem espírito de serviço, a gerir privilégios, favores e lealdades. Habituam-se a subserviência e confundem o silêncio dos outros em geral com concordância. Muitas vezes, estas atitudes passam-se apenas para esconder a incapacidade de resolver problemas.

Estive este fim-de-semana a tentar destressar porque estou proibida de passar certos limites de ansiedade, mas não é fácil porque tenho ansiedade de outras coisas relacionadas com a doença. É desmoralizante. E isto sendo eu uma pessoa muito auto-motivada para o trabalho do ensino. Não espero nunca palmadas nas costas ou elogios, que só tenho alunos e de pais, para me motivar. Além disso, tenho este ano turmas do 11º ano, que no ano passado deram trabalho, mas que evoluíram bem e de quem gosto bastante de maneira que vou para as aulas bem disposta e com vontade de trabalhar. O pior é o resto. 

Este fim-de-semana, a caminho do mercado, encontrei uma colega que se reformou, não há muito tempo. Perguntei-lhe como tem passado -está com bom aspecto- e disse-me que está óptima. Gostava muito dos alunos e dava-se bem com eles (o que é verdade) mas não via a hora de vir-se embora da escola. Nisto passa um rapaz por nós, pára e faz-lhe uma grande festa - um ex-aluno de há uma dúzia de anos. 

É isto: apesar de nos queixarmos dos alunos virem mal preparados e alguns serem mal educados e darem muito trabalho, se não fossem os alunos e colegas, o trabalho era insuportável.


January 27, 2025

Espero que vão à minha escola recolhê-las



Na minha escola, na máquina da sala de profs., substituíram as águas por coca-colas e refrigerantes. Nenhum professor bebe aquilo e todos bebemos muita água. Somos profissionais da voz, passamos o dia a falar. Em alguns casos, como o meu, que tenho uma corda vocal paralisada, tenho de beber litros de água por dia. Não posso passar uma manhã a dar aulas sem água e a que levo, bebo-a numa aula. Hoje apanhei lá os indivíduos da máquina e queixei-me, disse-lhes que a máquina não pode estar sem águas. Só tem um corredor para águas -leva umas 5- e estava vazio há dias. Disse-me que talvez pudessem pôr mais um corredor. Expliquei-lhe que somos 150 professores, 10 garrafas de água esgotam-se numa manhã e se for no Verão numa hora. Acho uma pouca-vergonha. 


Coca-Cola recolhe produtos na Europa por elevados níveis de clorato


A recolha diz respeito a latas e garrafas de vidro de Coca-Cola, Sprite, Fanta, Fuze Tea, Minute Maid, Nalu, Royal Bliss e Trópico, que foram distribuídas na Bélgica, nos Países Baixos, no Reino Unido, na Alemanha, em França e no Luxemburgo, que estão em circulação desde o final de novembro.
DN/Lusa

October 23, 2024

A Inglaterra está a 'descobrir' que há uma cultura de bullyin entre professores nas escolas públicas




À medida que as escolas foram ficando cada vez mais autoritárias, as práticas de bullying foram-se tornando prática comum, com impacto definitivo na saúde mental e física dos professores sujeitos a práticas de bullying e assédio, moral e sexual. Que surpresa...



Sky News uncovers a 'traumatic' culture of staff bullying within UK schools

An investigation has uncovered a culture of staff on staff bullying, and the widespread use of non-disclosure agreements to prevent teachers speaking out.

October 18, 2024

O problema das agressões a professores não se resolve porque as autoridades tratam-nos como coitadinhos




Há alunos que vão para a escola fazer bullying a colegas e professores e quando os levam a tribunal os juízes tratam-nos como coitadinhos. Os pais tratam-nos como vítimas, embora na maioria dos casos haja uma responsabilidade que nunca é, sequer, abordada. As próprias direcções de muitas escolas tratam-nos como coitadinhos. Alunos violentos que agridem professores não têm lugar nas escolas. Têm de ir para outros sítios ser tratados por especialistas. Depois de tratados, então voltam à escola. Um aluno destes estraga turmas inteiras.


Professora agredida na sala-de-aula por aluna em Abrantes

Uma professora foi agredida, ao final da manhã desta quinta-feira, 17 de Outubro, por uma aluna do sexto ano da Escola Básica e Secundária Dr. Solano de Abreu, em Abrantes. Ao que O MIRANTE apurou a agressão ocorreu dentro da sala-de-aula, pouco depois das 12h00, não tendo a agressão causado ferimentos graves na docente.

Contactada pelo nosso jornal a directora do Agrupamento de Escolas Número 1 de Abrantes, Ana Rico, confirma e lamenta o episódio de agressão, adiantando que estão a ser tomados os procedimentos habituais neste tipo de casos. O encarregado de educação da aluna em causa, afiançou, já foi contactado pela direcção.

Segundo Ana Rico não são recorrentes episódios de agressão de alunos a professores no agrupamento que dirige, recordando-se apenas de uma situação que terá mais de sete anos.

A vereadora com o pelouro da Educação, também contactada por O MIRANTE, refere que já tinha tomado conhecimento do sucedido através da direcção do agrupamento, na qual, vincou, confia plenamente para gerir a situação. Celeste Simão afirmou ainda que espera que o caso tenha sido, como é de esperar, reportado às entidades competentes, nomeadamente a Polícia de Segurança Pública, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e Ministério Público.

July 19, 2024

Coisas boas das escolas





As alunas do ensino secundário que querem salvar vidas com uma esponja que deteta precocemente o cancro da mama venceram um prémio no Gen-E 24, o maior festival europeu de empreendedorismo. As cinco estudantes, que frequentam o 10.º ano da Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa, conquistaram com a miniempresa Bfore o “FedEx Access Award”, um dos sete prémios do festival.



June 15, 2024

Por falar em inquéritos, duas singelas perguntas à navegação

 


Uma pergunta à navegação: na vossa escola também há quem ande a contar quantas vigilâncias faz cada professor e depois se vá queixar que fez mais uma ou menos uma? No meio do trabalho que é organizar as vigilâncias - códigos de exames diferentes, vigilantes, suplentes, júris de exame, ver quem tem reuniões de avaliação para não sobrepor, quem está em equipas pedagógicas e quem tem outros trabalhos ou outra coisa qualquer que uma pessoa não sabe porque passam-se muitas coisas na escola que não sabemos... 

E outra pergunta: na vossa escola também são os grandes heróis do filme clássico, "A Grande Fuga Esquemática ao Trabalho" que fazem estas inquirições pidescas? 

Ao que chegámos...

May 22, 2024

Na minha escola, no fim deste ano saem 5 professores de português

 


Tem sido assim em todos os grupos disciplinares, um desfalque. Quem substitui? Ninguém. Ou putos que no passado eram alunos do 12º ano ou outras pessoas que caçarem aí na rua. Os discursos dos ME e as práticas de fazer terrorismo aos professores puseram-nos aqui. 

Continuem por este caminho que vão bem.


March 16, 2024

Por uma escola sem medo



Por uma escola sem medo

São poucos segundos de imagens, mas muito difíceis de digerir. Um vídeo que circulou em redes sociais, captado numa sala de convívio de uma escola de Penafiel, mostra um rapaz, de 15 anos, a ser agredido a soco por outros dois. Um outro adolescente ainda tenta travar o que está a acontecer, colocando-se no meio e afastando um dos agressores por momentos, mas sozinho não o consegue conter.

O vídeo é curto, não dá para perceber se houve mais tarde algum tipo de intervenção por parte de funcionários da escola. O que se vê é que estão mais alunos na sala, que permanecem sentados a assistir, talvez apanhados de surpresa, talvez com receio de se tornarem também eles alvos. Talvez, simplesmente, indiferentes ao que se estava a passar. O caso foi revelado na passada semana pelo Jornal de Notícias, que acrescenta à história o facto de o jovem agredido sofrer de síndrome de Asperger, doença do espetro do autismo. A mãe conta à reportagem que o filho levou mais de dez socos na cabeça, que está “traumatizado, com medo”, a ser “seguido por um psicólogo e a fazer medicação”. Um outro familiar, em declarações à TVI, diria ainda, mais tarde, que pelo menos um dos agressores continuou a frequentar o estabelecimento de ensino, mesmo após a situação ter sido comunicada à direção da escola. Dias antes de ser espancado, o menor dera conta em casa de ter sido alvo de piadas e insultos por parte dos agressores, mas a situação escalou rapidamente para um episódio de violência, sem dar tempo à família de agir.

Poder-se-á pensar que é um caso isolado, que não retrata a realidade que se vive nas escolas nacionais. Mas alguns números e estudos disponíveis identificam um quadro pouco saudável, que não deve ser ignorado. Em setembro de 2023, uma investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que recolheu dados junto de mais de 7000 alunos de 61 escolas do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e Secundário, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, revelou que 68% dos inquiridos disseram ter sido vítima de algum tipo de comportamento violento em contexto escolar (psicológico, físico ou de controlo comportamental), enquanto 64% admitiram já ter praticado atos violentos para com um colega de escola.

Por outro lado, quando se olha para as estatísticas do Programa Escola Segura, reveladas na passada semana pela Polícia de Segurança Pública, salta à vista o aumento das ocorrências criminais registadas nas escolas no ano letivo de 2022/23. O caso de Penafiel não faz ainda parte destes números, que apontam a um total de 3824 ocorrências nos 3149 estabelecimentos de Ensino Básico e Secundário (públicos, privados e cooperativo) que estão sob jurisdição territorial da PSP. Destas, 2708 são de natureza criminal, o que representa uma subida de 10,8% em comparação com o ano anterior.

A PSP destaca que o número de ocorrências criminais está abaixo da média verificada na última década. No entanto, quando se olha para o tipo de crimes mais frequentes, que são as ofensas corporais e as injúrias e ameaças, e se compara com o ano letivo 2018/19 (o último que não foi afetado pela pandemia de covid-19 que fechou escolas), o que se pode ver é que ambos foram em maior quantidade no ano passado. A lista de crimes praticados nas escolas inclui ainda roubos, furtos, posse e uso de arma, vandalismo, tráfico de droga e ofensas sexuais, entre outros.

Assim, fazendo a conta a 200 dias efetivos de aulas por ano letivo (expurgando os períodos de férias, fins de semana e feriados), em 2022/23 a polícia registou, por dia, 14 ocorrências criminais nas escolas de Portugal. Confrontadas com os resultados do programa da PSP, as associações de dirigentes e diretores de escolas reconhecem o problema

e consideram que este se agravou após a pandemia de covid-19, período que acarretou consequências no desenvolvimento das aprendizagens dos alunos, mas também teve custos para a saúde mental dos mesmos, como ficou demonstrado em estudos do Observatório da Saúde Psicológica e do Bem-Estar divulgados pela Direção-Geral de Educação.

“As escolas são o reflexo da comunidade em que estão inseridas e, nos últimos tempos, as pessoas [estão] mais nervosas e irritadas. Isso também se percebe nas escolas”, disse Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), à Agência Lusa. Filinto Lima, líder da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), acrescentou que sente “os alunos estão mais irrequietos, mais nervosos” e que estes “muitas vezes querem resolver o problema de forma errada”, partindo para “situações de ameaças e agressões” sem recorrer “ao diálogo”.

Os dois dirigentes defendem a necessidade de “apoios técnicos para a área da saúde mental”.
A falta de psicólogos está longe de ser a única carência das escolas. Quem acompanha as notícias ou tem filhos a estudar, sabe que muitas vezes faltam professores, auxiliares, computadores, material pedagógico, refeições equilibradas, climatização adequada nas salas, uma rede eficaz de transportes públicos, etc. Faltarão também, porventura, mais alunos com a coragem daquele que tentou travar a agressão ao colega na escola de Penafiel. É prematuro juntar à lista um problema generalizado de falta de segurança, mas importa agir sobre os números conhecidos e reforçar, desde já, o investimento na prevenção e em mais ações de sensibilização junto dos alunos. Um esforço que passa pelas escolas, pelas autoridades educativas e de segurança, mas que deve, em primeiro lugar, começar no núcleo familiar.

Volta e meia a conversa surge lá em casa com os meus filhos: como reagir a uma eventual agressão física, a uma ameaça ou a um comportamento repetido de abuso verbal. A lista de recomendações não é extensa, mas termina sempre da mesma forma: o fundamental é, no final do dia, contarem tudo em casa, sem esconder nada. Nunca terem vergonha de o fazer. Nunca caírem na armadilha de saberem que algo está errado e não procurarem ajuda, achando que conseguem resolver sozinhos. Como pai e cuidador, essa tem sido uma prioridade: fazer sentir que a linha de diálogo está sempre aberta, sem constrangimentos de qualquer espécie. Poucas coisas serão mais importantes do que isso.


Pedro Sequeira in dn.pt


January 15, 2024

Coisas inacreditáveis que se passam nas escolas

 


Hoje uma colega contou-me que na escola de uma cidade aqui perto -onde ela mora e tem várias colegas conhecidas- a coordenadora dos professores de português obriga todos os colegas e entregaram-lhe uma cópia dos testes com 15 dias de antecedência e depois faz comentários e alterações aos testes como se os colegas estivessem em estágio... what??!! Mais: se um encarregado de educação se queixa de uma questão do teste ela junta professores do grupo para examinarem o teste desse professor e manda uma ordem ao colega em questão para alterar os testes conforme o gosto deles e do EE... WHAT???!!! Está tudo doido... mas quem são estas pessoas...? De que esgoto saíram? 

Isto não é legal. Quem é responsável pedagógico pelas suas turmas é o professor que lecciona e não outro qualquer. Se houver algum problema, quem tem de responder e é responsável perante o ME ou a inspecção, é o professor da turma e não o coordenador ou outros colegas. E é claro que desautoriza os professores. (e quem é que faz os testes com 15 dias de antecedência...?) Como é que os professores alinham neste abuso de poder anti-pedagógico? Então, parece que houve um professor que a mandou passear, digamos assim, e agora está cheio de problemas. 

E não percebo: a direcção sabe disto e deixa andar...?

A Lurdes Rodrigues foi quem acabou com a rotatividade dos cargos e impôs esta ausência de democracia nas escolas onde as pessoas estão nos cargos indefinidamente até serem cancros que destroem tudo à volta. Ela iniciou isto que corrói as escolas por dentro, mas todos os outros ministros mantiveram e alimentaram este sistema. 


November 30, 2023

É próprio dos ditadores exigirem servitude acéfala




A diretora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar, que foi processada pelo Ministério da Educação por permitir a exibição de uma tarja por altura das greves dos professores vai ser suspensa e vai perder o mandato, denunciou, esta quinta-feira, o Sindicato dos Professores do Norte.

Diretora de escola de Gondomar vai ser afastada por causa de tarja


Em causa, duas tarjas que permanecem na fachada do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar, desde fevereiro, com duas mensagens: “Pela escola pública” e “Estamos a dar a aula mais importante das nossas vidas”.

As tarjas foram colocadas por alturas de maior visibilidade das greves dos professores e valeram à diretora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, Glória Sousa, a abertura de um processo disciplinar por parte do Ministério da Educação.

Segundo, denunciou esta quinta-feira o Sindicato dos Professores do Norte (SPN), Glória Sousa já foi notificada da recomendação da Inspeção-Geral da Educação, após a conclusão do inquérito. É acusada de ter violado o dever de de imparcialidade e de lealdade, previstos nas alíneas c) e g) do n.º 2, bem como nos n.ºs 5 e 9 do art.ª 73 da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, e propõe-se a sua suspensão e a perda de mandato, ou seja, que deixe de ser diretora do Agrupamento, cargo que ocupa desde 2017.

“É incompreensível, enquanto advogado. Do nosso ponto de vista, não foi cometido qualquer ilícito disciplinar. A argumentação é a de que a diretora terá tomado parte de uma causa. Esquece-se o Ministério de Educação é que antes de ser diretora é professora. Não faz qualquer sentido”, considera o advogado do SPN, João Martins.

A situação de Glória Sousa merece “total solidariedade” do coordenador do SPN, João Paulo Silva, que aponta o facto de várias escolas ainda terem tarjas colocadas nas fachadas e o facto de ser inédito um processo disciplinar deste âmbito.

September 22, 2023

Coisas que agora acontecem nas escolas

 

Haver, na mesma turma, ucranianos refugiados de guerra, russos (que já cá vivem há mais tempo) e  moldavos, alguns com endereços de email russos, brasileiros, angolanos e romenos. Uma mini-onu.


O novo ensino de português

 


Agora está na moda os médicos passarem atestados médicos a alunos nestes termos: 'fulano de tal está impedido de comparecer à aula de educação física'. Calculo que sejam pessoas já formadas no novo ensino de português e, portanto, não percebem a diferença entre comparecer à aula e praticar a actividade, nem percebem a diferença entre ser médico e ser professor.


June 28, 2023

Não percebo estes exames de três horas

 


Durante o ano é o incentivo do ME à rebaldaria e depois chega-se a esta altura do ano e montam exames como quem monta o julgamento de Nuremberga e atiram com alunos e professores durante horas a fio - os professores mais porque têm de chegar quase uma hora antes- para dentro de salas a arder. E há o tempo do exame e mais tolerâncias e às vezes, tolerâncias em cima de tolerâncias... porque é que não são as universidades a tratar dos exames, já que os exames são apenas para acesso ao ensino superior? Agora é comum os alunos escreverem 16 páginas... claro que quem tem de ver e classificar os exames são os professores do secundário. A que propósito? Vejam-nos eles, já que os exames são de acesso à universidade. Assim já não se queixavam das notas dos alunos.


May 04, 2023

Insónias e outras coisas, como os problemas que o ME vomita todos os dias para as escolas

 

Hoje acordei por causa de um pesadelo. Um daqueles sonhos que fazem as alegrias dos psicanalistas cheios de pormenores que querem dizer qualquer coisa. Bem, agarrei no telemóvel para ver as horas e vi uma notificação de um email que fui ler. Um formador a dizer que não recebeu o trabalho, que enviei há mais de uma semana. Vim aqui ao portátil ver o que se tinha passado e reenviar o decujo. Adeus sono... Que chatice. Hoje é outro da comprido e cansativo com outra reunião de pais e não queria chegar lá com olhos de insónia. 

Ontem tive uma reunião de pais. Houve quem se queixasse que as greves tiraram muitas aulas aos alunos e que isso os prejudica. É verdade, não há como negar, mas a questão é que em algum ano esta luta tinha que ser feita porque a situação é calamitosa e o governo não quer saber disso. Preocupa-se consigo e com os seus galambas.

Por exemplo, há uma semana inteira de provas de aferição que fecham um dos blocos de salas de aula e deixam os professores sem salas para leccionar, logo, sem aulas. As provas de aferição têm de ser feitas durante o período escolar? Não. Contam para a nota? Não. Então para quê roubar uma semana de aulas aos alunos? Pergunte-se ao ministro que todos os dias vomita problemas para as escolas.

Outro exemplo: daqui a 15 dias, mais ou menos, vão realizar-se os campeonatos finais do desporto escolar, a nível nacional. São mais de 1000 alunos desde a escola primária ao 12º ano e as provas vão ser feitas em escolas da região de Tomar. Foram escolhidas 10 escolas para a realização das provas e acolhimento dos alunos que vão de todo o país. As provas duram 2 dias inteiros a meio de Maio, dias esses em que não haverá aulas.
Um certo número de professores têm que voluntarizar-se para dormir nas escolas para acompanhar os alunos, preparar salas de aulas com colchões e fazer todo o resto do trabalho. Agora, por acaso os directores foram avisados que isso vai passar-se nas suas escolas? Não. Que vão ter 2 dias inteiros, a somar à semana das provas de aferição, sem aulas? Não, ninguém os avisou de nada e é assim todos os anos.
Quando aparecem lá nas escolas os professores da comissão coordenadora destas provas a avisar o que se vai passar, já dali a duas semanas, há directores que ficam furiosos e resistem: por não terem sido tidos nem achados no assunto, por nem sequer terem sido avisados, por terem de comunicar aos professores que vão ter mais dois dias sem aulas, no 3º período que já é pequeno, que alguns professores vão ter de ficar a dormir nas escolas... quer dizer, isto é de um desinteresse pelos alunos e de uma falta de respeito para com as escolas, os professores, os directores, inacreditável; porém, estas imposições do ME com desprezo pelo trabalho dos outros é o dia-a-dia das escolas. 

É claro que o ME faz estas coisas porque o primeiro-ministro dá o exemplo de desprezar todas as opiniões e impor ao país gente imprestável que nos faz perder dezenas de milhares de milhões todos os anos, só porque pode e gosta de exibir que tem poder para fazer o que lhe apetece. Podem gastar-se milhares de milhões para tapar o mau trabalho (e às vezes criminoso) de ministros, gestores e amigos, mas gastar 250 milhões para pagar mais de 6 anos de trabalho prestado com desconto de impostos aos 150 mil professores... ah, isso não que deslaça a sociedade.

Portanto, os pais têm razão em queixar-se de os filhos terem menos aulas do que estava previsto, mas deviam era ir queixar-se ao ME, que vomita 1001 problemas para as escolas e tem zero soluções.