August 31, 2020

Os jornais estão cada vez mais imbecis

 


... escritos por ignorantes com títulos bombásticos a apelar ao lado imbecil das pessoas.

Um artigo estúpido com um título ainda mais parvo. Em nenhum sítio do artigo se explica porque é que a Alemanha acha difícil amar Hegel. Aliás, nem se fala nisso. Depois, o artigo é quase todo uma síntese biográfica focada nos pontos que consideram o diminuem. 

Quer gostem ou não dele, a verdade é que Hegel foi um filósofo que influenciou, não só a filosofia, mas a política, o direito, o entendimento e construção da História, por exemplo. Nessa medida, influenciou-nos a todos, mesmo que não tenhamos consciência disso. Em vez de aproveitar esta data de 250 anos e um jornal de grande tiragem para fazer chegar essa consciência a um público mais vasto, o autor aproveita para diminuir Hegel, com o objectivo de...? Pois, não sei, não percebo esta maneira de pensar.

Alguém se admira que o jornalismo esteja em decadência? Quem quer ler imbecilidades vai às redes sociais, não precisa de comprar jornais e quem quer ler algo sério, já não o encontra nos jornais.


New books try to lighten up the intimidating reputation of Germany’s ‘most difficult’ philosopher


Original Artwork by Schlesinger. (Photo by Henry Guttmann/Getty Images)

Bertrand Russell described Hegel (above) as ‘the hardest to understand of the great philosophers. Portrait: Schlesinger.
Photograph: Henry Guttmann/Getty Images


2 comments:

  1. Como sabes, fiz o meu "secundário " antes do 25de Abril. Por isso, nem me lembro de ter dado Hegel. Se dei, não me ficou cá nada! Só se tinha um ano de Filosofia...
    Quando fui para a Faculdade, tive de consultar alguma informação sobre este filósofo para interpretar algumas obras literárias.
    O que conheço de Hegel é por ti! Estás a prestar um serviço público, aqui no blog.😊

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  2. LOl.
    Eu fiz a seguir ao 25 de Abril mas também só tínhamos um ano de filosofia. Nesse ano, quem me deu filosofia foi uma prof. que não vou dizer o nome, mas que escreveu manuais de filosofia. Ela ia para as aulas só falar de Marx e Engels e do comunismo. As aulas eram passadas a dizer que o comunismo era a felicidade, que todos íamos viver com riqueza, que os comunistas traziam o futuro radiante e outras coisas do género. Isto foi em 1975/76. Ora, eu tinha vindo do Alentejo de um PREC muito complicado que acabou de maneira dramática, tudo às ordens dos comunistas e do Otelo, de modo que, cada vez que a mulher punha aquele ar de virgem iluminada e se punha a falar da felicidade do comunismo, eu tinha a certeza que a mulher era parvinha e que não havia nada que me pudesse ensinar. Por essa altura já tinha eu lido o Solzhenitsyn. De modo que deixei de ir às aulas, anulei a matrícula e fui depois a exame, que só passei porque estávamos num ano de rebaldarias, porque eu não abri o livro para estudar, dado que fiquei com a ideia que a filosofia era falar do comunismo e isso não me interessava um átomo. Só no ano propedêutico, a estudar sozinha é que descobri a filosofia.

    Hoje em dia também não se dá Hegel. Não se dão praticamente filósofos contemporâneos, a não ser na ética e na política e depois na filosofia das ciências. Agora já nem o existencialismo se dá. A metafísica, a ontologia estão fora do programa que está instrumentalizado pelos lobbistas da filosofia analítica.

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