March 29, 2021

Quotes I like

 




Blast from the past

 






Livros - Humphry Clinker

 


Estou a ler este livro de Tobias Smollet.

Tobias Smollet foi um escritor britânico, nascido na Escócia. Autor de muitas novelas satíricas. Também foi poeta e historiador. Traduziu as obras de Voltaire. Smollet nasceu em Março de 1721. Era filho de pequenos proprietários rurais com alguns títulos na família, mas que pertenciam ao irmão mais velho do pai, que morreu quando ele era infante. Por essa razão, tinham pouco dinheiro. Estudou na escola pública, depois treinou-se para apotecário e mais tarde tirou o curso de medicina em Glasgow, uma das mais avançadas e especializou-se em cirurgia. Só que a cirurgia, naquela altura, não era o que é hoje: era mais clisteres (dizem que é daí que vem o fascínio dele por...rabos), cateterização, sangramentos, tirar verrugas e arrancar dentes. Podia ter sido um grande médico mas a universidade despertou nele o gosto da escrita. No entanto, precisando de dinheiro que a escrita, nessa altura, não lhe dava, qualificou-se como cirurgião naval e embarcou no Chichester, um barco de guerra, com 600 marinheiros ao seu cuidado.

Logo a primeira das suas novelas publicadas, Roderick Random, em 1748, teve um tal sucesso que ele abandonou de vez o trabalho de médico e dedicou-se somente à escrita. Morreu bastante novo, com 50 anos. Este livro foi publicado no ano da sua morte.


o mapa das viagens



O livro é acerca das viagens de Matthew Bramble, com a sua família e os criados, através da Inglaterra e da Escócia. É todo escrito em cartas que seis personagens escrevem: Matthew Bramble, um escudeiro galês; Tabitha, sua irmã; Lydia e Jeremy Melford, sobrinhos; A empregada de Tabitha, Winifred Jenkins; e o pretendente de Lydia, Wilson. Como eles observam os mesmos acontecimentos com pontos de vista muito diferentes, há situações muito cómicas e o livro dá-nos um vislumbre da vida e da política britânicas. Humphry Clinker, que dá o nome ao livro, aparece descrito em algumas cartas.


Uma carta:



daqui:



Alguém está à mingua lá em casa e resolveu vingar-se nesta mulher... just saying...

 


Agora a sério, muito provavelmente este juiz tem uma noção kantiana do casamento. Como uma das formulações do imperativo kantiano exige que uma pessoa nunca se use do outro como um meio mas sempre como um fim em si mesmo, a sexualidade era, para ele, um problema que só o casamento resolvia. A sexualidade em si mesma enquanto instinto humano levava à coisificação do outro, à visão do outro como um instrumento do seu prazer, o que por sua vez implica a degradação da sua dignidade. Incluída no casamento monógamo, cujo fim ultrapassa o mero prazer, a sexualidade revestia-se de dignidade. Dito de outro modo, o casamento era um contrato que as pessoas faziam para que ambos pudessem ter relações sexuais sem problemas sociais. 

Esta visão está completamente ultrapassada. Hoje em dia nem se percebe porque há-de haver casamento, dado que não há, nem o problema dos filhos serem ilegítimos, nem o da repressão sexual, nomeadamente das mulheres. Ou por outra, percebe-se: as pessoas gostam da festa com os vestidos compridos e a cena toda ritualista. 

Se este juiz entende que uma pessoa casada é obrigada, por esse contrato, a ter relações sexuais mesmo contra a sua vontade e desejo, está a cair no paradoxo de considerar que o casamento serve o propósito de cada um dos seus membros poder 'servir-se' do outro como uma coisa que lhe pertence. O que vai contra todos os desígnios tradicionais e moralistas de dignidade atribuídos ao casamento que, depreende-se, ele deve partilhar.


Mulher de 66 anos condenada em França por recusar fazer sexo com o marido

Tribunal de Versalhes determinou que recusa é “uma violação grave" dos deveres do casamento. Bárbara avançou para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

Lina Papadaky (Kantian marriage and beyond)




A importância fundamental de ter um serviço público de qualidade

 


Crianças que foram abandonadas ou dadas para adopção e recolhidas pelas Misericórdias e outros serviços públicos de acolhimento não têm nome. Há um ano os balcões dos hospitais e maternidades onde os bebés são registados à nascença, fecharam por causa da pandemia e agora os pais têm que ir às Conservatórias registá-los, como era antigamente. Acontece que muitos bebés não têm pais, seja porque os abandonam, seja porque os dão como fazem muitas mães adolescentes e mulheres sem meios de sobrevivência. Portanto, os bebés, neste momento são um número ou uma data de nascimento mas não têm nome. Dá ideia que se alguém os levar para os traficar também ninguém dá por nada. 

Um ano! Em um ano, nenhuma alminha dos serviços resolveu este problema. É o deixa andar. Pois, a importância de se ter um serviço público de qualidade é fundamental, mas nenhum governo o reconhece e a função pública tem dois patamares: ministros, deputados, filhos, primos e amigos contratados por serem do partido ou facilitares de negócios, gestores públicos num patamar e, no outro, lá muito distante, todos os outros com carreiras miseráveis ou mesmo sem elas e a viver precariamente. Depois, as coisas não funcionam ou funcionam mal, porque os primeiros não estão lá por mérito e os segundos estão lá por serem baratos.




Pressão na direcção oposta à democracia

 



do fb

Nisto estou do lado de Marcelo

 


Há dinheiro que veio de Bruxelas especificamente para a Pandemia. Se os médicos e pessoal dos hospitais que está a lidar com isto não beneficia dessa ajuda, quem é que pode reclamá-la? E os pequenos negócios de que famílias inteiras dependem e que estão na falência por estarem de portas fechadas? Vai deixar-se as pessoas ao abandono para enfiar o dinheiro no Novo Banco? Não temos já pobre que cheguem?


Apoios sociais promulgados: Marcelo deixa Costa sozinho (e pede-lhe "consensos"). Mas avisa oposição que "isto não se torne regra"


Splash of lemon green

 




WAVELLITE from Avant, Garland County, Arkansas, USA. Field of view is about 12mm and very nicely shows the "anatomy" of the crystal, inside and out.
N F S

Guillaume Apollinaire: calligramme, un cigarre qui fume

 



bdpoemefromars

March 28, 2021

Chopin - Balada nº 1

 


Chopin

 



Às vezes apetecia ser como o marinheiro.

 


Às vezes apetecia ser como o marinheiro
Zarpar num qualquer cargueiro
e ir bolinar para o mar.
De vez em quando atracar
em algum porto interessante
mas apenas o bastante 
para conhecer o lugar.
Ver o que de melhor fizeram 
os outros de outros olhares
e depois partir de novo
sem nunca deixar saudade.
É que quando se conhece as gentes em toda a sua extensão
torna-se depois difícil sonhar a humanidade.

bja

The Swan (Saint-Saëns)

 


Poesia ao anoitecer - There is a solitude of space

 


There is a solitude of space
A solitude of sea
A solitude of death, but these
Society shall be
Compared with that profounder site
That polar privacy
A soul admitted to itself —
Finite infinity.

~Emily Dickinson 

Coisas que não percebo e acho loucura

 


Uma família, com três filhos pequenos, aluga um carrinho e metem-se sozinhos pelo Amboseli adentro que é uma savana no sopé do Kilimanjaro, no Quénia. Já lá estive. Tem lá tudo quanto é animal, nomeadamente os Big Five (já não tem o Rinoceronte Negro que entretanto, penso que foi extinto, só tem o Branco). 

O que mais lá se vê são manadas de elefantes, com alguns espécimes absolutamente gigantes. Quando a gente os vê, a esses gigantes, caminhar em direcção a nós, parece que o coração vai explodir. Metem medo. Isso, o rugido das leoas a chamar a alcateia depois de caçarem e os búfalos parados a olhar para nós, é o que mete mais medo. Uma pessoa, não sendo doida, não vai sozinha sem guia para estes sítios cheios de animais selvagens, predadores (os guias conhecem os animais, sabem como desarmar a agressividade deles e estão armados com espingardas de dois canos) e muito menos com crianças.

Até em filme e aqui atrás de um ecrã sentimos o perigo. Os pais estão assustados, a mãe meio em pânico e ninguém atende as crianças... ... os miúdos estão assustados. E se acontecesse o elefante chatear-se e investir para cima deles, matava-os a todos enquanto o diabo esfrega um olho. Acho isto uma loucura. Se têm um furo ou um problema qualquer ficam ali à mercê da sorte.


Morri a rir 😁

 


Está a dar o filme Rain Man num canal da TV. A certa altura o personagem Charlie, que está sempre furioso começa aos gritos com o irmão, 'Great, I should be in L.A. but I'm here in fucking nowhere' - o tradutor português traduz assim, ''Já devia estar em Los Angeles mas estou aqui em Alguidares de Cima'. Não aguento de tanto rir. 😁

Não sei porquê mas acho que os habitantes de Alguidares de Cima não hão-de ficar satisfeitos. E os de Alguidares de Baixo devem estar a rir 😁

Um valse à Printemps - In spite of war




In spite of war, in spite of hate
Lilacs are blooming at my gate,
Tulips are tripping down the path
In spite of war, in spite of wrath.
“Courage!” the morning-glory saith;
“Rejoice!” the daisy murmureth,
And just to live is so divine
When pansies lift their eyes to mine.

~Angela Morgan

A vida mudou muito

 


Uma pessoa tem uma vida activa de andar muito a pé e fazer caminhadas e de repente, zás! Pandemia. Isolamento, confinamento... Tenho que ir fazer um retiro na mommy natureza. Há tanto tempo que não fazia uma caminhada a sério na 'natureza natural' 🙂daquelas de 3 horas de enfiada só com um intervalo de nos atirarmos para o chão atapetado de flores, a recuperar o fôlego e a cheirar da florzinhas da Primavera. Quer dizer, eu, há muito tempo que não fazia, porque o meu amigo tem-as feito... é só sair de casa e começar a andar. I wish... Pena que hoje está um céu nublado o que não permitiu ver o universo em expansão. Metemos os pés num ribeiro e tudo. Tenho que planear um retiro na 'natureza natural'. Uns 15 dias a respirar o ar puro do campo, fazer exercício e escrever.




tremocilhas 

do quiosque da natureza

Se lhe desse um nome seria, A Ventania de Van Gogh

 


... pois parece uma obra abstracta, mas na realidade é a paleta de Vincent Van Gogh em exibição no museu com o seu nome, em Amsterdão.





Adamastores