Crianças que foram abandonadas ou dadas para adopção e recolhidas pelas Misericórdias e outros serviços públicos de acolhimento não têm nome. Há um ano os balcões dos hospitais e maternidades onde os bebés são registados à nascença, fecharam por causa da pandemia e agora os pais têm que ir às Conservatórias registá-los, como era antigamente. Acontece que muitos bebés não têm pais, seja porque os abandonam, seja porque os dão como fazem muitas mães adolescentes e mulheres sem meios de sobrevivência. Portanto, os bebés, neste momento são um número ou uma data de nascimento mas não têm nome. Dá ideia que se alguém os levar para os traficar também ninguém dá por nada.
Um ano! Em um ano, nenhuma alminha dos serviços resolveu este problema. É o deixa andar. Pois, a importância de se ter um serviço público de qualidade é fundamental, mas nenhum governo o reconhece e a função pública tem dois patamares: ministros, deputados, filhos, primos e amigos contratados por serem do partido ou facilitares de negócios, gestores públicos num patamar e, no outro, lá muito distante, todos os outros com carreiras miseráveis ou mesmo sem elas e a viver precariamente. Depois, as coisas não funcionam ou funcionam mal, porque os primeiros não estão lá por mérito e os segundos estão lá por serem baratos.
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