September 17, 2020

Afinal as 'cenas de sexo' da professora em frente dos alunos são uma invenção caluniosa do jornal

 

A mulher agora não se livra da fama. Grandes porcos.




O caso Julian Assange vai criar um precedente - positivo ou negativo - que há-de afectar o jornalismo que se pode fazer

 


Perspectivas

 




O preço de livros académicos é um total absurdo

 


E calculo que prejudique os autores, pois quem é que compra livros a este preço? Uma ou outra biblioteca, talvez e, mais meia dúzia de pessoas, se tanto... até o ebook custa uma fortuna. Absurdo! Olha, é mais um livro que me interessava e não vou ler, pelo menos por enquanto. Há-de haver uma altura em que se venderá na net por ‎£5.




Confiança dos países nos líderes mundiais

 


A confiança nos EUA está abaixo da confiança na China e na Rússia. Uma coisa impensável há meia dúzia de anos. Isto é o legado de Trump.



Edward Snowden Q&A





Uma conversa esclarecedora sobre como os governos têm acesso aos computadores da oposição e dos cidadãos que querem espiar e perseguir. Nos EUA há grupos como CitizenLink e Citizen Lab que são uma espécie de DECO destes temas que estão sempre atentos à legislação que viola direitos de privacidade básicos e para onde se pode enviar material, por exemplo, se nos enviam um link suspeito, podemos mandá-lo para lá e eles investigam os hackers que lançaram o ataque. Cá não temos nada disso e nem se fala destes temas. 

Também ficamos a saber da tecnologia Pegasus, do grupo israelita, NSO Group Technologies que permite entrar e saquear nos nossos telefones.

A cultura de impunidade das forças de segurança que abusam e cometem crimes de invasão de privacidade e dos governos que as protegem aliada à lentidão da justiça, não ajudam. Por outras palavras, se os governos não mudam, esta realidade não muda. Esta realidade está sustentada na desigualdade de riqueza que diminui a capacidade da população em geral influenciar as leis, a estrutura dos governos, etc. Esta capacidade está nas mãos de meia dúzia de bilionários cuja influência sobre os políticos anula a de todos os outros. É isto que é preciso mudar. Por exemplo, nos EUA tiraram-lhe, a Snowden, o direito de lucrar com a publicação do livro por não ter enviado, antes da publicação, um exemplar para o governo dizer se o aprova como é obrigatório para funcionários que trabalham ou trabalharam em agências de segurança. Ora, é evidente que nunca o aprovariam. Fazem-lhe uma perseguição de vingança tendo todos os meios do seu lado e ele praticamente nenhum.

Edward Snowden é um herói 'acusado' de ser um optimista ingénuo: os sacrifícios que fez e faz, sabendo que tem poucas hipóteses de ter sucesso dado a maioria das pessoas estar muito bem na sua vida de consumo e entretenimento. No entanto, é um optimista mais prudente que Assange porque não teve dúvida que para falar tinha de fugir do país para não ser preso e atirado para uma oubliette.

Outro tema de que falam é da normalidade com que hoje em dia se calam as pessoas na internet sempre que não gostam ou se ofendem com o que a pessoa diz ou da forma como o diz, o que eles chamam, deplatforming
O exemplo que dão das plataformas de companhias privadas, como o Twitter, o FB ou o Youtube que pura e simplesmente fecham a conta à pessoa se ela disser alguma coisa que ofenda uma das tribos dominantes: que exigem o seu ostracismo, seja na questão da violência, das classificações de género, do racismo, do machismo, etc. 

A posição dele é a de que, em primeiro lugar, calar as pessoas sem nenhum processo judicial é um precedente muito perigoso para a democracia; em segundo lugar, deve fomentar-se uma internet com mais civilidade; em terceiro lugar, em vez de retirar as pessoas das plataformas, deve construir-se um melhor argumento que o delas; retirá-las das plataformas impede que sejam expostas a um melhor argumento e, esse facto, por sua vez, pode levar ao crescimento e fortalecimento dessas opiniões em movimentos subterrâneos de contra-cultura a que, depois, dificilmente se tem acesso e consegue contrariar.

Quanto à vigilância massiva e constante a que estamos sujeitos ele diz o seguinte: é difícil, hoje em dia, com a complexidade crescente dos sistemas de leis [um exemplo português: ontem o primeiro-ministro substituiu a SE da educação por uma jurista - ficamos logo de pé atrás...] não violarmos com frequência, alguma lei, por pequena que seja (como passar fora da passadeira, chamar um nome a alguém num momento de irritação) e, se estivéssemos constantemente a ser vigiados e acusados, a Justiça passava de lenta a paralisada. Ora, actualmente, estamos sempre a ser vigiados porque usamos smartphones: pense-se no caso dos problemas que a actuação das polícias, agora filmadas, tem causado. 

O argumento dele é: quando os políticos estiverem na situação em que estão as polícias [o que é inevitável], de serem vigiados e filmados em todos os seus actos, vão parar à cadeia, porque também eles violam constantemente normas. Veja-.se o que aconteceu ontem ao deputado do PS que foi filmado a chamar fascistas à polícia e a testemunhas. Ou a gravação de Costa a chamar cobardes aos médicos. Portanto, quando isto começar a ser diário (percebermos que os good guys são pessoas sem civilidade, são sectários, com instintos autoritários, vingativos, abusadores, etc.- imagine-se que Sócrates tinha sido filmado todo o tempo que esteve no cargo ou que o seu telemóvel estava constantemente a ser vigiado) e observarmos mais que chamar uns nomes, o que já de si é mau, os políticos vão perceber que o poder de violar os direitos dos outros é uma faca de dois gumes e também é do seu interesse proteger a privacidade das pessoas.

Finalmente, a impunidade é o pior corrosivo das instituições democráticas: a conivência com os abusadores, sejam polícias, políticos ou outros que se encontram em cargos de poder, alimenta-os, porque os põe acima da lei e, na esmagadora maioria dos casos, quem tem poder tem tendência a não querer largá-lo e a aumentar os abusos, se se sabe impune [os inocentes mortos por drones, por ex.]. Hoje-em-dia temos um sistema que dá uma poder desproporcionado a quem exerce cargos sem a equivalente responsabilidade. Todos têm um dever de tentar mudar este estado de coisas.

Ele defende que é necessária uma lei de whistleblowers. Criaram-se sistemas governamentais burocráticos gigantes que vigiam e controlam as pessoas, agem como se fossem um deus, de uma maneira que ofende a justiça e todos os valores que sustentam a democracia.

"Há alturas em que a única coisa que podemos fazer é dizer a verdade e isso não devia ser um crime".


September 16, 2020

As anotações de Kant na Metafísica de Baumgarten

 


O texto de base das suas aulas de metafísica. Espectacularmente absurdo. Faz-me lembrar Os Lusíadas da família que passaram da minha mãe para nós e cada um que o usava ia acrescentado anotações, só que levado ao extremo: não há um espacinho livre.
Kant nos limites da razão? 😁

frustrâneo

 




farshid alizadeh - salaban 2011

Quando se põem pessoas imorais e sem escrúpulos à frente dos governos e das instituições

 


... todos os imorais e de mau carácter daí para baixo sabem que têm as mãos livres.


Enfermeira denuncia remoções de úteros em massa a migrantes nos EUA


A denúncia sobre extrações uterinas ou histerectomias em níveis acima dos razoáveis foi corroborada por uma enfermeira denunciante que se identifica como Dawn Wooten e que trabalha na prisão de Imigração de Irwin, administrada por uma empresa privada, sob a alçada do ICE (Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA).

Wooten afirmou ainda que o médico chegou a remover o ovário errado de uma detida que tinha um quisto, que então teve de se submeter a outra operação que a deixou sem ovários e, portanto, estéril. "Ela disse que não estava totalmente sob o efeito da anestesia quando o ouviu dizer às enfermeiras que se tinha enganado", disse a profissional.

"O relato da Sra. Wooten sobre o tratamento de pessoas sob custódia do ICE é horripilante", disse Silky Shah, o diretor executivo da Detention Watch Network, uma organização sem fins lucrativos que também ajudou a apresentar a queixa, numa declaração ao site "Business Insider". "As vidas das pessoas estão em risco na detenção de imigrantes, e o ICE continua a provar através do seu registo de negligência médica que ninguém está seguro sob a sua custódia".

O relatório também denuncia a falta de tratamento a detidos com cancro durante semanas, casas de banho imundas para mais de 50 pessoas e alimentos impróprios para consumo, muitas vezes contaminados por insetos.

Poesia ao entardecer

 



Arthur Rimbaud in Meditações

via O Mendel dos Livros

Right

 




Atletas

 


What a journey, from drowning, public discrediting, spinal fusion, sponsors dropping her, to establishing the women’s world record and then beating it while competing in the men’s division. Bravo @maya and bravo to the team. (Sebastian Steudtner)
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Maya Gabeira venceu o troféu XXL de maior onda do ano. Como ficou à frente de todos os homens, levaram 3 semanas a declararem-na vencedora e publicaram um artigo de 16 páginas com dados científicos de medição. Os homens não passam por este processo. Fazem umas medições mais ou menos aproximadas, mas nada de muito científico. Levaram tanto tempo a declará-la vencedora que quando o fizeram até passou despercebido.

Esta é uma atleta que teve uma lesão gravíssima na coluna numa onda da Nazaré há dois anos ou três no que aliás lhe disseram, na altura, que não devia ter ido surfar ali porque é muito perigoso - para uma mulher, era o que queriam dizer. Perdeu os patrocinadores, mas não desistiu e este ano voltou e competiu com os homens e ficou à frente deles. Como também bateu o record da maior onda surfada por uma mulher é só isso que referem...

Para quê estes títulos enganadores?

 


A Suécia tem poucos infectados porque morreram... é o 13º país com maior taxa de mortalidade. À sua frente só o Peru, Quadro, Chile, Brasil, EUA, Espanha, Itália e pouco mais. Aliás, têm uma taxa de 13.47% de infectados diários. Estão à frente de Espanha e dos EUA.


Sem máscaras nem confinamento, Suécia regista uma das médias mais baixas de infecções na Europa

Livros - Time of The Magicians

 


Começo a perceber porque é que o crítico que escreveu um artigo demolidor deste livro no Guardian não gostou do livro. Não gosta do título porque os 4 pensadores que são objecto de biografia no livro não são mágicos - não tiraram coelhos de cartolas, nem fizeram truques. Trabalharam muito com um espírito muito analítico para construir, cada um, a sua visão própria. Isso também não percebo mas ainda vou no 1º terço do livro, pode ser que no fim tenha uma ideia diferente. 

 O crítico também não gostou dos títulos dos capítulos ("Heidegger está ansioso para uma luta, Cassirer está fora de si, Benjamin dança com Goethe e Wittgenstein procura um ser humano ”, por exemplo, ou“ Benjamin chora, Heidegger gera, Cassirer se torna uma estrela e Wittgenstein uma criança ”) que lhe parecem uma vulgarização dos pensadores em questão e do seu trabalho. Aliás, ele começa por não gostar que o autor tenha cruzado as biografias deles e os tenha enraízado na sua época, como se isso diminuísse a força ou originalidade do seu pensamento. Nisso não estou de acordo.

Um filósofo é alguém com os pés no seu tempo, embora tenha o pensamento fora dele. Compreender o contexto em que trabalharam, o tipo de pessoa que eram, o que os movia, etc., ajuda a compreender o seu pensamento, nomeadamente quando falamos de filósofos que rejeitaram os sentidos em que os termos se diziam e lhes deram outros novos. Já é difícil, quando não vivemos na mesma época, compreendermos o sentido de certos termos - por exemplo, nós que vivemos neste tempo, quando lemos um livro ou um artigo onde se fala do politicamente correcto da esquerda ou dos antifas, sabemos imediatamente o sentido dos termos e o contexto que os envolve; no entanto, se alguém ler os mesmos artigos ou texto daqui a 100 ou 200 anos, se o mundo e os seus termos tiverem mudado muito, vai ter dificuldade em percebê-los, no sentido em que era (são) usados sem o devido contexto.

Se estivermos a falar de traduções, então, ainda é pior, pois os termos não são idênticos em línguas diferentes. A expressão 'luar de Agosto', tendo o mesmo significado em português e alemão -a língua destes pensadores-, quer dizer, em ambos os casos significa as noites de lua cheia no mês de Agosto, tem um sentido diferente dado o referencial de cada língua estar inscrito numa experiência diferente. Daí as traduções serem tão difíceis.

Ora, todos estes pensadores ou usaram termos velhos com um sentido novo ou termos inteiramente novos, neologismos. Por conseguinte, a contextualização do seu pensamento, ajuda-nos muito a delimitar o sentido em que usaram os conceitos e, portanto, o que queriam dizer.

Não me parece, além disso, que o sabermos pormenores das suas vidas, os degrade de alguma maneira e ajuda a esclarecer certas posições intelectuais. 

Estou a gostar bastante do livro. Gosto da maneira como ele vai pondo em paralelo a vida e os interesses intelectuais deles: os tempos de convergência, por exemplo, na questão da linguagem e os de divergência, por exemplo, na questão da autenticidade versus liberdade.

Aqui neste excerto fala-se de uma questão importante: a filosofia é, acima de tudo, uma atitude e uma forma de estar na vida. Este é um tema que me interessa muito.





Como assim? Tiram-nos a totalidade do salário? É como se tivéssemos sido despedidos?

 


Lá está. Ninguém do governo faz um esclarecimento das questões e tudo se resume a bocas do SE e do ministro que depois temos que tentar caçar em blogs e em pequenas notícias de jornal para sabermos. Agora li isto no blog do Arlindo:



"Na semana passada, o secretário de estado adjunto e da educação, João Costa, reiterou que os professores que pertencem a grupos de risco para a covid-19 não poderão exercer as suas funções em teletrabalho.

Tal como os restantes funcionários públicos, têm de meter baixa, recebendo o salário apenas durante os primeiros 30 dias. Depois, as faltas continuam a ser justificadas, mas deixam de receber."


"Deixam de receber?" Como assim? Tiram-nos a totalidade do salário? É como se tivéssemos sido despedidos? Vamos ser apagados como castigo de ter doenças? A lei mudou e agora quem está de baixa não recebe nenhum salário?

As crises atacam sempre os mesmos

 


Palavras de Walter Benjamim, escritas em 1920, há cem anos, mas que podiam ter sido escritas hoje: o preço das casas é obsceno, já não aguento viver com os pais, os cortes das universidades deram cabo das oportunidades de conseguir arranjar um lugar como professor e não tenho perspectivas de emprego.

(Time of The Magicians - Wolfram Eilenberger, pág. 90)



Blast from the past

 


Quem se sentou nas suas cadeiras macias com sistema hidráulico e viu aí filmes de Bergman e outros autores que nos deixavam a discutir ou a pensar durante muito tempo ponha a mão no ar. 🙋‍♀️ 










via Portugal de Antigamente

Agatha Christie fez ontem anos

 


"A curiosidade humana é fantástica — disse Poirot, suspirando. — A ela devemos tantas coisas! Curiosidade. Não sei quem a inventou, mas dizem que está associada aos gatos. Lembra-se do ditado ''A curiosidade matou o gato''? Contudo, creio que foram os gregos os inventores da curiosidade, porque eles tinham sede de saber. Antes deles os outros povos se limitavam a conhecer as leis que regiam o país onde viviam para não serem castigados. Obedeciam ou desobedeciam à lei, mas não queriam saber por quê. Do momento em que as pessoas começaram a perguntar por quê, veja o que aconteceu: barcos, trens, aviões, bombas atômicas, penicilina e a cura para várias doenças. Um garoto observou a tampa da chaleira levantando-se por causa do calor e deu-se o aparecimento da locomotiva a vapor; daí para as greves dos ferroviários foi um passo."

~Agatha Christie, in: Os Elefantes não Esquecem. — Editora: Nova Fronteira, 2014, pág. 26.







via gigantes da literatura

September 15, 2020

Yes, they can

  


The Widespread Suspicion of Opposite-Sex Friendships


Can straight men and women really be best friends? Their partners are wondering, too.

Entardece

 


"A tarde é a velhice do dia. Cada dia é uma pequena vida, e cada pôr do Sol uma pequena morte."

— Arthur Schopenhauer, in Aforismos Para a Sabedoria de Vida.








Hans Brasens