Showing posts with label Edward Snowden. Show all posts
Showing posts with label Edward Snowden. Show all posts

September 26, 2022

Neste mundo em que vivemos a consciência e a coragem moral pagam um preço muito alto

 

O que virá aí ainda? Mobilização? Chantagem? Ele tem-se mantido em silêncio (que outra opção tem se nenhum país lhe garante asilo político?) embora já tenha dito publicamente que Putin nunca devia ter invadido a Ucrânia.

E Assange continua preso e meio esquecido no meio desta guerra da Rússia. 


Putin grants Russian citizenship to US whistleblower Snowden


News comes two years after Edward Snowden first applied for citizenship and shortly after the Russian president launched a partial mobilization of reservists to Ukraine.

He was granted permanent residency in 2020 and applied for Russian citizenship two years ago to prevent a scenario where he may become separated from his then-unborn son “in an era of pandemics and closed borders,” saying he wanted to keep his U.S. citizenship at the same time.

April 01, 2022

@Snowden

 



@Snowden está calado desde o dia 27 de Fevereiro. Antes disso, era muito activo no twitter. É mais um caso de um indivíduo que denunciou crimes de um governo e à conta disso se tornou um fugitivo. Neste momento a situação dele parece insuportável. Escondido com a família na Rússia num momento em que o país está numa guerra com a qual não concorda mas contra a qual não pode falar. Os EUA deviam fazer uma revisão das suas questões relativas aos direitos humanos e libertar pessoas cujo único crime foi o de denunciar crimes. Enquanto não o fizerem as suas declarações sobre valores soam um bocadinho hipócritas.

Espero que ele esteja a congeminar um plano para fugir daquele sítio e ir para um país amigável com um ambiente de vida mais suportável.

July 20, 2021

Projecto 'Pegasus' - um aviso de Snowden

 



"Os governos devem impor uma moratória global ao comércio internacional de spyware ou enfrentar um mundo em que nenhum telemóvel esteja a salvo de hackers patrocinados pelo Estado, alertou Edward Snowden, na sequência de revelações sobre os clientes do NSO Group.

Snowden, que em 2013 denunciou os programas secretos de vigilância em massa da Agência de Segurança Nacional dos EUA, descreveu os criadores de malware com fins lucrativos como "uma indústria que não deveria existir".

Fez os comentários numa entrevista com o Guardian após as primeiras revelações do projecto Pegasus, uma investigação jornalística feita por um consórcio de organizações internacionais de meios de comunicação social sobre o Grupo NSO e os seus clientes.

NSO Group fabrica e vende aos governos software de espionagem  avançado, com a marca Pegasus, que pode infectar secretamente um telemóvel e recolher a sua informação. E-mails, textos, listas de contactos, dados de localização, fotografias e vídeos podem ser extraídos, e o microfone e a câmara fotográfica de um telefone podem ser activados para gravar secretamente o utilizador.



O consórcio analisou um conjunto de dados com 50.000 números de telefone que, acredita-se, foram identificados como pertencentes a pessoas de interesse para os clientes da NSO. A análise forense de uma amostra de telemóveis encontrou dezenas de casos de infecções Pegasus bem sucedidas e tentativas de infecção.

O 'Grupo NSO' diz que leva a sério considerações éticas, é regulado pelos regimes de controlo das exportações de Israel, Chipre e Bulgária e apenas vende a clientes controlados pelo governo. Mas os seus clientes incluíram regimes repressivos, incluindo a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Azerbaijão.

Numa ao Guardian, Snowden disse que as conclusões do consórcio ilustraram como o malware comercial tinha tornado possível aos regimes repressivos colocar um grande número de pessoas sob os tipos de vigilância mais invasivos. Tradicionalmente, para plantar bugs ou escutas telefónicas num suspeito, as polícias teriam de "invadir a casa de alguém, ou o seu carro, ou o escritório, e nós gostaríamos de pensar que provavelmente o faraim com um mandado", disse ele.

Mas o spyware comercial tornou-o rentável para a vigilância direccionada contra um grande número de pessoas. "Se conseguem fazer o mesmo à distância, com pouco custo e sem risco, começam a fazê-lo a toda a hora, contra todos os que até marginalmente lhes interessam", disse ele.

"Se não fizerem nada para impedir a venda desta tecnologia, não serão apenas 50.000 alvos". Vai ser 50 milhões de alvos e vai acontecer muito mais rapidamente do que qualquer um de nós espera".

Parte do problema surgiu do facto de os telemóveis de pessoas diferentes serem funcionalmente idênticos uns aos outros, disse ele. "Quando estamos a falar de algo como um iPhone, todos eles estão a executar o mesmo software em todo o mundo. Portanto, se encontrarem uma forma de piratear um iPhone, encontraram uma forma de piratear todos eles".

Ele comparou empresas que comercializam vulnerabilidades em modelos de telemóveis amplamente utilizados a uma indústria de "infectados", tentando deliberadamente desenvolver novas estirpes de doenças.

"É como uma indústria onde a única coisa que eles fizeram foi criar variantes personalizadas de Covid para se esquivarem às vacinas", disse ele. "Os seus únicos produtos são vectores de infecção". Não são produtos de segurança". Não fornecem qualquer tipo de protecção, qualquer tipo de profilaxia". Não fazem vacinas - a única coisa que vendem é o vírus".

Snowden disse que o malware comercial como o Pegasus era tão poderoso que as pessoas comuns não podiam, de facto, fazer nada para o impedir. Perguntado como é que as pessoas se podiam proteger, disse ele: "O que podem as pessoas fazer para se protegerem das armas nucleares?

"Existem certas indústrias, certos sectores, dos quais não existe protecção e é por isso que tentamos limitar a proliferação destas tecnologias. Não permitimos um mercado comercial de armas nucleares".

A única solução viável para a ameaça do malware comercial era uma moratória internacional sobre a sua venda. "O que o projecto Pegasus revela é que o 'Grupo NSO' é realmente representativo de um novo mercado de malware, onde este é um negócio com fins lucrativos", disse ele. "A única razão pela qual o NSO está a fazer isto não é para salvar o mundo, é para ganhar dinheiro"

Uma proibição global do comércio de vectores de infecção impediria o abuso comercial de vulnerabilidades em telemóveis, permitindo ao mesmo tempo aos investigadores identificá-las e corrigi-las. "A solução aqui para as pessoas comuns é trabalhar colectivamente. Isto não é um problema que queremos tentar resolver individualmente, porque é você contra uma empresa de mil milhões de dólares", disse ele. "Se queres proteger-te, tens de mudar o jogo, e a forma como o fazemos é acabando com este comércio".

'O NSO Group' disse numa série de declarações que rejeitou "falsas alegações" sobre a empresa e os seus clientes, e disse que não tinha visibilidade sobre a utilização de spyware da Pegasus pelos seus clientes. Disse que apenas vendeu o software a clientes governamentais controlados, e que a sua tecnologia tinha ajudado a prevenir o terrorismo e crimes graves.

Após o lançamento do projecto Pegasus, Shalev Hulio, o fundador e chefe executivo da NSO, disse continuar a contestar que os dados divulgados "têm alguma relevância para a NSO", mas acrescentou que estava "muito preocupado" com os relatórios e prometeu investigá-los a todos. "Compreendemos que, em algumas circunstâncias, os nossos clientes poderão utilizar indevidamente o sistema", disse ele.





September 17, 2020

Edward Snowden Q&A





Uma conversa esclarecedora sobre como os governos têm acesso aos computadores da oposição e dos cidadãos que querem espiar e perseguir. Nos EUA há grupos como CitizenLink e Citizen Lab que são uma espécie de DECO destes temas que estão sempre atentos à legislação que viola direitos de privacidade básicos e para onde se pode enviar material, por exemplo, se nos enviam um link suspeito, podemos mandá-lo para lá e eles investigam os hackers que lançaram o ataque. Cá não temos nada disso e nem se fala destes temas. 

Também ficamos a saber da tecnologia Pegasus, do grupo israelita, NSO Group Technologies que permite entrar e saquear nos nossos telefones.

A cultura de impunidade das forças de segurança que abusam e cometem crimes de invasão de privacidade e dos governos que as protegem aliada à lentidão da justiça, não ajudam. Por outras palavras, se os governos não mudam, esta realidade não muda. Esta realidade está sustentada na desigualdade de riqueza que diminui a capacidade da população em geral influenciar as leis, a estrutura dos governos, etc. Esta capacidade está nas mãos de meia dúzia de bilionários cuja influência sobre os políticos anula a de todos os outros. É isto que é preciso mudar. Por exemplo, nos EUA tiraram-lhe, a Snowden, o direito de lucrar com a publicação do livro por não ter enviado, antes da publicação, um exemplar para o governo dizer se o aprova como é obrigatório para funcionários que trabalham ou trabalharam em agências de segurança. Ora, é evidente que nunca o aprovariam. Fazem-lhe uma perseguição de vingança tendo todos os meios do seu lado e ele praticamente nenhum.

Edward Snowden é um herói 'acusado' de ser um optimista ingénuo: os sacrifícios que fez e faz, sabendo que tem poucas hipóteses de ter sucesso dado a maioria das pessoas estar muito bem na sua vida de consumo e entretenimento. No entanto, é um optimista mais prudente que Assange porque não teve dúvida que para falar tinha de fugir do país para não ser preso e atirado para uma oubliette.

Outro tema de que falam é da normalidade com que hoje em dia se calam as pessoas na internet sempre que não gostam ou se ofendem com o que a pessoa diz ou da forma como o diz, o que eles chamam, deplatforming
O exemplo que dão das plataformas de companhias privadas, como o Twitter, o FB ou o Youtube que pura e simplesmente fecham a conta à pessoa se ela disser alguma coisa que ofenda uma das tribos dominantes: que exigem o seu ostracismo, seja na questão da violência, das classificações de género, do racismo, do machismo, etc. 

A posição dele é a de que, em primeiro lugar, calar as pessoas sem nenhum processo judicial é um precedente muito perigoso para a democracia; em segundo lugar, deve fomentar-se uma internet com mais civilidade; em terceiro lugar, em vez de retirar as pessoas das plataformas, deve construir-se um melhor argumento que o delas; retirá-las das plataformas impede que sejam expostas a um melhor argumento e, esse facto, por sua vez, pode levar ao crescimento e fortalecimento dessas opiniões em movimentos subterrâneos de contra-cultura a que, depois, dificilmente se tem acesso e consegue contrariar.

Quanto à vigilância massiva e constante a que estamos sujeitos ele diz o seguinte: é difícil, hoje em dia, com a complexidade crescente dos sistemas de leis [um exemplo português: ontem o primeiro-ministro substituiu a SE da educação por uma jurista - ficamos logo de pé atrás...] não violarmos com frequência, alguma lei, por pequena que seja (como passar fora da passadeira, chamar um nome a alguém num momento de irritação) e, se estivéssemos constantemente a ser vigiados e acusados, a Justiça passava de lenta a paralisada. Ora, actualmente, estamos sempre a ser vigiados porque usamos smartphones: pense-se no caso dos problemas que a actuação das polícias, agora filmadas, tem causado. 

O argumento dele é: quando os políticos estiverem na situação em que estão as polícias [o que é inevitável], de serem vigiados e filmados em todos os seus actos, vão parar à cadeia, porque também eles violam constantemente normas. Veja-.se o que aconteceu ontem ao deputado do PS que foi filmado a chamar fascistas à polícia e a testemunhas. Ou a gravação de Costa a chamar cobardes aos médicos. Portanto, quando isto começar a ser diário (percebermos que os good guys são pessoas sem civilidade, são sectários, com instintos autoritários, vingativos, abusadores, etc.- imagine-se que Sócrates tinha sido filmado todo o tempo que esteve no cargo ou que o seu telemóvel estava constantemente a ser vigiado) e observarmos mais que chamar uns nomes, o que já de si é mau, os políticos vão perceber que o poder de violar os direitos dos outros é uma faca de dois gumes e também é do seu interesse proteger a privacidade das pessoas.

Finalmente, a impunidade é o pior corrosivo das instituições democráticas: a conivência com os abusadores, sejam polícias, políticos ou outros que se encontram em cargos de poder, alimenta-os, porque os põe acima da lei e, na esmagadora maioria dos casos, quem tem poder tem tendência a não querer largá-lo e a aumentar os abusos, se se sabe impune [os inocentes mortos por drones, por ex.]. Hoje-em-dia temos um sistema que dá uma poder desproporcionado a quem exerce cargos sem a equivalente responsabilidade. Todos têm um dever de tentar mudar este estado de coisas.

Ele defende que é necessária uma lei de whistleblowers. Criaram-se sistemas governamentais burocráticos gigantes que vigiam e controlam as pessoas, agem como se fossem um deus, de uma maneira que ofende a justiça e todos os valores que sustentam a democracia.

"Há alturas em que a única coisa que podemos fazer é dizer a verdade e isso não devia ser um crime".


August 18, 2020

Ter de fugir por falar a verdade

 


April 13, 2020

Coronavirus Li Wenliang - prevenir o futuro



Observador - Snowden

Governments Are Using Coronavirus to Build ‘the Architecture of Oppression’

Porque vai haver um mundo pós COVID, convém ir pensando nisto:

«“Você até pode ter confiança nas pessoas que têm estes dados em seu poder, mas um dia alguém irá abusar destes dados“. Basta olhar para a China, onde se acredita já existirem “campos de internamento” para pessoas que não estão alinhadas com o regime. “Se estas práticas não forem detidas, vamos vê-las na Rússia, no Irão, e depois na Hungria, na Polónia, por várias partes da Europa e, também, nos EUA. Vão estar em todo o lado”, avisa Snowden.

“Temos de nos lembrar que este vírus vai passar. Mas as decisões que tomarmos nesta atmosfera vão perdurar. E nós vamos ter de viver com elas, os nossos filhos vão ter de viver com elas”, alerta o denunciante norte-americano, avisando que “estes sistemas, se nós não os alterarmos, um dia eles vão tomar decisões de forma automatizada para determinar quem é que consegue um emprego, quem é que pode ter uma casa. E quem é que não pode ter essas coisas“.»