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November 07, 2025

O Qatar contrata empresas de serviços de informações para silenciar mulheres



@HenMazzig

ÚLTIMA HORA: Uma reportagem do Guardian revela que o Qatar pagou a empresas de serviços de informação para descobrirem podres sobre a mulher que acusou o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan de agressão sexual.

As empresas de 
de serviços de informação procuraram dados confidenciais sobre a mulher e a sua família, incluindo o seu filho. Descobriram para onde ela tinha voado e até a senha do seu e-mail pessoal.

Já é mau o suficiente não acreditar nas mulheres, mas chegar ao ponto de silenciá-las à força é de outro nível.

A investigação, conduzida pela empresa Highgate, sediada em Londres, tentou estabelecer ligações entre a mulher que acusou Khan e Israel. Aparentemente, o objectivo seria pôr a culpa de toda a situação numa campanha de difamação israelense.

Na verdade, o oposto é verdadeiro. Não é Israel que tenta desviar a culpa por meio de acusações, é Khan.

November 06, 2025

Men about men about women

 


Como se chegou aqui? As mulheres foram estudar e trabalhar e ter uma vida própria. Porém, continuaram a querer homens para companheiros de vida e continuaram a casar com eles. Depois, as mulheres passaram os 60 anos seguintes a dizer aos homens que estavam sobrecarregadas com os filhos e as tarefas domésticas e que eles tinham de começar a partilhar as responsabilidades domésticas. Escreveram textos em jornais, em revistas, em programas de TV, em séries, em mesas redondas e de toda a maneira e feitio mostraram aos homens que a vida comum não é da responsabilidade exclusiva delas. Os homens ignoraram olimpicamente as mulheres e até hoje mantêm as suas aspirações de terem uma mulher-mãe, psicóloga, amante, mãe dos filhos, educadora e criada de servir que lhes faça o jantar e passe a roupa a ferro e que pague metade das contas. Resultado: as mulheres deixaram de casar. Quando querem muito filhos, têm-nos sozinhas. De resto, ficam solteiras, têm amigas e amigos com quem saem e têm relações de afecto e intimidade, viajam, fazem desporto, têm uma casa com sossego, sem dramas e traições, com boa comida e paz. Pois mesmo assim, os homens, em vez de começarem a comportar-se como parceiros humanos decentes, gritam zangados para as mulheres baixarem os padrões de exigência.

October 30, 2025

Itchy Boots

 


É o nome do canal desta mulher, holandesa que anda a percorrer as cadeias montanhosas -e não só- da Ásia e da África. Vi-a no Nepal, nos Himalaias, depois passou para o Paquistão, Afeganistão, Irão, Iraque, Arábia Saudita. Depois tenho acompanhado a ida a África pela Costa Oeste. Tem uma câmara no capacete e vai quase sempre a gravar de maneira que vemos os caminhos de montanha, os desfiladeiros, as vilas porque passa, etc. Fala arábico e outras línguas e é muito desembaraçada porque está constantemente a ser parada em check points e fronteiras onde tem de responder a perguntas intermináveis, às vezes é assediada, por vezes para lhe sacarem dinheiro - que nunca dá. Perguntam-lhe constantemente onde está o homem que a acompanha, que idade tem, porque não tem filhos, porque anda sozinha, etc. De todos os sítios onde anda, foi no Afeganistão que teve receio e vêmo-la sempre a evitar encontrar talibãs. Depois, na viagem a África, arranjou um modo de passar do Congo para Angola -indo de barco- evitando passar pelas fronteiras da República Democrática do Congo, por sentir que poria a sua segurança pessoal num enorme risco. De resto, anda por todo o lado. No Iraque roubaram-lhe a mota e foi à procura dela com a aplicação do telemóvel. Percebe o suficiente de mecânica para arranjar a mota em caso de pequenos problemas. Teve um acidente no meio do nada em que partiu a mão, furou um pneu no meio de um deserto, foi atacada por uma praga de gafanhotos e muitas outras peripécias. No geral as pessoas são simpáticas em todo o lado e tentam ajudá-la. Estou um bocadinho fascinada com a aventura dela.


October 28, 2025

Porque é que a vida das mulheres vale pouco?

 

Porque mesmo nas sociedades onde se reconhecem os direitos de autonomia e liberdade das mulheres há cumplicidade entre os homens não criminosos com os homens criminosos e sem a colaboração dos homens não criminosos, os direitos das mulheres e as suas vidas serão sempre de pouco valor.


October 07, 2025

'You don't own me'

 

Em 1963, Lesley Gore cantou esta música sem nenhuma intenção de provocar reacções, mas recebeu a reprovação dos homens em geral e a admiração das mulheres que a tomaram como uma espécie de hino feminista. Curiosamente, foi escrita por dois homens. A letra da música continua perfeitamente válida para julgar a actualidade.



October 06, 2025

Mais uma grávida que tem o filho no meio do chão

 

Mas desta vez já dentro do hospital. O que quer dizer que a mulher esteve para lá abandonada, sem ninguém se interessar por cuidar dela. Já não há palavras para a violência com que tratam as grávidas neste país.


Bebé nasce no chão da receção das urgências do Hospital de Gaia
Pai já apresentou queixa ao hospital, à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e à Ordem dos Médicos, alegando violação dos protocolos de emergência.
DN

October 04, 2025

"O papel das mulheres na restauração da independência em 1640"




O papel das mulheres na restauração da independência em 1640

Rodrigo Tavares
Expresso

Dei por mim ontem a ler sobre as “Daughters of Liberty” [Filhas da Liberdade]. Apesar de terem contribuído diretamente para a base económica e simbólica da independência americana, raramente aparecem nos livros escolares ou na narrativa oficial da fundação dos EUA. No Brasil, Bárbara Heliodora e Hipólita Jacinta lideraram círculos intelectuais e de resistência durante a Inconfidência Mineira (1789), mas a memória nacional da luta contra os portugueses ficou centrada em Tiradentes.

Também em Portugal a guerra da restauração é masculina. O 1.º de dezembro de 1640 assinala o dia em que um grupo de nobres — os célebres Quarenta Conjurados — organizou em Lisboa o golpe que pôs fim a sessenta anos de domínio espanhol (1580–1640) e restaurou a coroa portuguesa com D. João IV da Casa de Bragança. A cena é bem conhecida: às 09h da manhã fidalgos armados invadem o Paço da Ribeira e assassinam Miguel de Vasconcelos, secretário de Estado e símbolo da dominação castelhana. Os 40 nobres portugueses são todos homens. A lista está disponível aqui.

Mas parte desta história foi encabeçada por mulheres. Entre Lisboa, Évora e Vila Viçosa, damas da corte, esposas de fidalgos e viúvas influentes desempenharam papéis decisivos na preparação da conspiração. Criaram uma rede de informação que escapava à vigilância castelhana, precisamente porque ninguém suspeitava que aquelas figuras femininas pudessem ser protagonistas políticos.

O exemplo mais célebre é o de D. Luísa de Gusmão. Casada com D. João, 8.º duque de Bragança, a sua influência foi decisiva na Restauração. Enquanto o país fervilhava com revoltas contra a castelhanização e o aumento dos tributos — como o Motim das Maçarocas (1628) ou a Revolta do Manuelinho (1637) — D. João mostrava-se relutante em aderir às conspirações. Os nobres ofereciam-lhe o trono, mas ele hesitou durante anos, entregue a uma vida pacata em Vila Viçosa, dedicado sobretudo à música, a sua grande paixão. Perante a indecisão, os conspiradores chegaram a ameaçar proclamá-lo rei mesmo sem o seu consentimento. Foi apenas graças a um novo contexto geopolítico europeu e à firme influência da sua esposa que o futuro D. João IV — que viria a ser celebrado na historiografia portuguesa como o herói da Restauração — abandonou o imobilismo e aceitou assumir a coroa.

Em 2012, uma tese de doutoramento defendida por Monique M. Vallance na Universidade da California em Santa Barbara (“D. Luisa de Gusmão: Gender and Power in Seventeenth Century Portugal”), analisou o comportamento da futura rainha portuguesa à luz dos comportamentos de género da época e concluiu que ela manipulava os homens à sua volta ao exagerar o estereótipo feminino, levando-os a acreditar que agia de acordo com o que se esperava dela enquanto rainha regente e mãe. Em vez disso, utilizou essa imagem como disfarce para alcançar a sua própria agenda.

Também Maria Luísa Gama, da Universidade de Évora, em “As Rainhas da Restauração: a Construção do Poder Feminino no Portugal Brigantino (1640-1683)” reforçou que D. Luísa foi uma presença assídua no órgão político mais importante do Reino, onde acompanhava o Rei e o príncipe herdeiro: o Conselho de Estado. Não era uma prática comum na altura. Ainda que a influência exercida por D. Luísa de Gusmão não seja celebrada nos discursos do 1º de dezembro, podemos encontrar referências pontuais à sua contribuição em publicações de Veríssimo Serrão, Mafalda Soares da Cunha, Frei Cláudio da Conceição e de D. Luís de Menezes, Conde da Ericeira. Coube à duquesa de Bragança a firmeza necessária para vencer a relutância do marido e levá-lo a assumir o trono, aceitando o destino que a conspiração lhe traçava.

Mais esquecido ainda é o papel desempenhado por outras mulheres na Restauração da independência. Isabel Pereira de Ouguela, que combateu os castelhanos nas trincheiras, aparece apenas numa publicação de 1644 (“Relaçam da famosa resistencia, e sinalada vitoria, que os Portugueses alcançarão dos Castelhanos em Ouguela, este Anno de 1644 a 9 de Abril governando esta Praça o Capitão Pascoal da Costa”). O papel das fiandeiras do Porto no Motim das Maçarocas de 1628 tem igualmente merecido pouca atenção. Revoltadas, as mulheres portuenses chegaram a apedrejar o representante do rei espanhol.

Eu não sou historiador, mas a invisibilização das mulheres na Restauração de 1640 não parece ser uma simples omissão da nossa memória histórica. É, antes, parte de um padrão universal de silenciamento feminino, que atravessa séculos e geografias e que importa corrigir com justiça. Um desses nomes a resgatar é o de Isabel Madeira. Em 1546, no segundo cerco de Diu, na Índia, organizou um grupo de combatentes portuguesas, com Catarina Lopes, Isabel Fernandes, Isabel Dias e Garcia Rodrigues, que lutou na linha da frente contra as forças do sultanato do Guzerate. O seu feito sobrevive apenas em crónicas, cartas e tratados do século XVI e numa revista publicada em 1842.

O cerco é recordado como um marco épico do império ultramarino, mas a narrativa histórica prefere destacar o papel de D. João de Mascarenhas, capitão da fortaleza.


October 03, 2025

Bom dia

 

September 13, 2025

Porque é que as mulheres levam anos a fazer queixa ou nunca fazem?

 


Uma breve história da mulher

 



Irlanda:  um homem biológico de meia-idade, exigiu jogar como mulher num jogo de futebol feminino...


Um homem, Fabrizio Petrillo, que admite e não esconde ser homem -aliás, não é preciso olhar muito atentamente para perceber que é um homem-, exigiu competir na equipa das mulheres porque o faz sentir feliz e desde criança que sonhava com uma medalha e na equipa dos homens não tem hipótese. Para ele se sentir feliz roubaram o lugar a uma jovem que ficou em casa sem poder competir. Mais do que um homem entrou na equipa das mulheres como mulher.


Na Austrália as mulheres não existem. Qualquer um pode dizer que se sente mulher e exigir invadir espaços, desportos, equipas, grupos de apoio a vítimas, consultórios médicos e o que mais quiserem, de mulheres. E o pior é que as mulheres podem ser criminalizadas se se opuserem a estes abusos, por ódio transfóbico.

Vivemos em tempos de gente sem tino e de homens biológicos sem vergonha.


September 11, 2025

A medicina não olha as mulheres da mesma maneira que olha homens

 

É sabido que até 1993, as pesquisas clínicas de novos medicamentos não contavam com a participação de mulheres. Alguns faziam alguns testes por conta defeitos possíveis na gravidez, mas não muitos. Ficou tristemente célebre o caso das grávidas a quem os médicos receitavam talidomida para os enjoos e que acabaram por ter bebés sem braços e sem pernas ou com esses membros muito atrofiados. Ninguém se tinha dado ao trabalho de incluir mulheres nos testes para saber dos efeitos do medicamento na gravidez. Só recentemente é obrigatório incluir as mulheres nos testes.Até 1993 eram feitos para o organismo dos homens e ninguém queria saber em como os medicamentos afectavam as mulheres, seja nos seus ingredientes como nas dosagens. 

A medicina, por ter sido praticada exclusivamente por homens para homens, durante tanto tempo, ainda hoje desvaloriza a saúde das mulheres. Veja-se como desenvolveram o viagra em 1998, preocupados com o sintomas e consequências do declínio do seu corpo, mas ainda hoje os médicos dizem às mulheres que certos sintomas e consequências do declínio do seu corpo devem ser aceites com estoicismo. Imensas queixas de mulheres, que depois se descobre que eram doenças, são recebidas com cepticismo devido às mulheres serem 'histéricas' e 'exageradas', quando é do conhecimento comum que as mulheres aguentam doses de sofrimento físico muito grandes.

Enfim, vem isto a propósito de uma rapariga nova, perto dos 30 anos, que conheço, ter começado a sentir-se mal e frequentemente com falta de ar e ter ido a vários médicos e todos lhe dizerem que não era nada, que era da sua cabeça e tal. Um fez-lhe uma TAC, disse que não tinha nada, mesmo sabendo que uma TAC não tem a mesma precisão que uma ressonância magnética. Enfim, a certa altura, como não lhe passavam os sintomas foi a um médico de medicina interna que a mandou fazer uma ressonância. Ligaram-lhe nesse Domingo a dizer para ir com a máxima urgência ao hospital porque estava com uma embolia pulmonar...

Este assunto também serve para perceber que a ideia dos trans serem mulheres biológicas por escolha, desafia a medicina. As mulheres têm um organismo diferente dos homens, o sexo é diferente e vem acompanhado de cromossomas, hormonas, anatomia e genética adequados a essa diferença. Um homem biológico até pode ir ao ponto de tirar o pénis e construir uma falsa vagina e tomar hormonas em doses correspondentes às das mulheres, mas isso não leva a que lhe apareça um útero, ovários e todo um organismo feminino, que é diferente, desde o coração à estrutura óssea, como mostra a história da medicina que fazia testes médicos apenas a homens e prejudicava a saúde das mulheres.

Se um dia entrar num consultório e o médico me disser que não sabe se sou biologicamente uma mulher e que acredita que ser mulher é apenas um sentimento, saio de lá a correr e nunca mais lá volto. Um trans é alguém que nasceu num certo corpo biológico mas que psicologicamente não se sente bem nesse corpo - mas isso não lhe modifica magicamente o corpo biológico e os cromossomas.

Quando Simone de Beauvoir disse, "não se nasce mulher, torna-se mulher", quis dizer que os comportamentos que a sociedade atribui como normais às mulheres -ser sorridente, maternal, anular-se face aos homens, gostar de se embonecar, etc.- não vêm inscritos nos cromossomas, mas antes são fruto da socialização/enculturação. Não quis dizer que nascemos indiferenciados quanto ao sexo biológico.


August 21, 2025

A esquerda em todo o mundo está cada vez mais misógina

 

Imagine-se um grupo de mães que perderam filhos à nascença pedirem estudos de impacto e protecção e o responsável pela saúde, na comissão parlamentar, pedir que se incluam no grupo dessas mães os homens biológicos que se identificam com mulheres para que não se sintam excluídos, como se os homens pudessem ter filhos... a esquerda está cada vez mais misógina e agora usa os trans -falo de homens biológicos porque os trans mulheres biológicas não incomodam ninguém nem tentam tirar direitos aos homens, só os nascidos e educados como machos o fazem- para tirar direitos ás mulheres. Parece-me que têm que começar a surgir no mundo partidos políticos de defesa de direitos das mulheres, porque a direita religiosa (em franco crescimento) é contra os direitos das mulheres e a esquerda neocolonialista do tipo Guterres e quejandos também é contra os direitos das mulheres, de maneira que qualquer dia, ninguém em cargos políticos defende os direitos das mulheres, que estão sob ataque já há vários anos - em todo o mundo.




August 04, 2025

Totalmente de acordo

 

São ínfimas as mulheres que conseguem ou querem dar de mamar até aos dois anos. Ou a ministra tem conhecimento de hordas de mães a aldrabarem as empresas ou então foi inventar um problema onde não era preciso.

Ana Sá Lopes in publico.pt


E ainda acrescento: qual é o objectivo de hostilizar mães retirando-lhes direitos? O prejuízo que o país faz às grávidas, que morrem com uma frequência inaudita e que têm os filhos no meio da estrada, não é suficiente? Os recém-nascidos cujas mortes aumentam em vez de diminuir não são já argumentos que prejudicam o interesse do país em que as mulheres queiram ter filhos? Não basta já a dificuldade que as mulheres têm em conjugar a vida profissional com a familiar? O preço de ter um filho? Não devíamos estar a dar argumentos às mulheres para terem filhos em vez de as desincentivarmos? Sobretudo quando a polémica é completamente escusada?


July 23, 2025

Stalking

 


PGR abriu mais de cinco mil inquéritos por stalking em cinco anos. O assédio “só vai parar quando ele se cansar”

“Hoje pensei em ti.” “Odeias-me assim tanto?” “Já foste votar?” Inquéritos por crime de perseguição aumentaram 25% em cinco anos. Vítimas têm de estar atentas ao escalar do assédio, alerta a APAV.

Público

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A internet vaio abrir um nova estrada de certo tipo de crimes e a pandemia, ao pôr toda a gente confinada em casa, inadvertidamente abriu uma auto-estrada para o crescimento do narcisismo e mentalidade de domínio de tantos e tantos. Daí o aumento dos crimes de stalking, que penso não se deverem apenas a serem mais dennunciados.

Hoje-em-dia é relativamente fácil a fraude e o abuso na internet.

Os stalkers entrar nas nossas contas das redes sociais, entram nas contas dos nossos amigos para deixarem bocas e recados, entram nas contas de email, entram no telemóvel e ouvem as nossas conversas com toda a gente e depois deixam comentários, críticas e apreciações espalhadas pela internet nos sítios que frequentamos. Há períodos em que mandam poemas todos os dias e depois no período a seguir mandam ofensas. Vêm observar-nos à distância e depois deixam comentários: não gostei da roupa, estás mais gorda, mais magra...

O seu objectivo é controlo da pessoa. É como se a outra pessoa fosse uma espécie de reality show que controlam ou querem controlar. 

Alguns são mesmo narcisistas com necessidade de constante validação e sensação de poder e, então, controlam várias pessoas ao mesmo tempo. Se não têm validação de uma tem de outra. Os narcisistas raramente se vêem como narcisistas. Vêem-se como vítimas e daí que pensem que todo o seu comportamento é desculpável porque são uns coitados. Eles são pessoas excepcionais que mereciam tudo da vida... embora saibam perfeitamente que o que fazem é crime.

Em geral, penso que são pessoas tristes que vivem num buraco negro escondido atrás de uma máscara de civilidade e tentam arrastar outros para o seu buraco negro, porque a ideia de haver pessoas que vivem bem enquanto eles estão na fossa, é-lhes intolerável.

Muitos vivem nesse mundo e tudo o que fazem fora desse mundo é apenas um intervalo para voltar a esse mundo em que se enredam.

Fazem lembrar os alunos dos dias de hoje que vêm as aulas como um intervalo incómodo entre a vida real nas redes sociais.

Claro que provocam dano nas suas vítimas -é essa a intenção- porque isto é violência e violação de intimidade e, por vezes, alguns tornam-se fisicamente violentos.

Numa estatística que li há pouco num documento de uma instituição dos EUA, que agora não recordo, a certa altura alguém dizia que a pessoa mais perigosa que uma mulher pode conhecer é o futuro namorado ou marido. Mais de 60% dos homicídios sobre mulheres são em casa, às mais de maridos e namorados. Sobretudo depois de a mulher dizer que quer separar-se ou sair do namoro ou divorciar-se. É nessa altura que a sua vida corre mais perigo.

Penso que há um grande problema na educação dos rapazes quanto ao papel social que lhes inculcam desde a nascença que exacerba os impulsos de dominação e de violência. As raparigas são educadas para serem cuidadoras, para respeitarem os outros, para serem dialogantes e não violentas e os rapazes são educados para serem controladores e dominadores e servirem-se das mulheres.

Uma estatística que impressiona é a do apoio a doentes com cancro no seio da família. Uma grande percentagem de homens divorcia-se imediatamente da mulher assim que ela é diagnosticada com um cancro. Mesmo os que não se divorciam, afastam-se das mulheres e não apoiam em nada. Nada mesmo. Conheço casos de indignidade mesmo. Há pouco tempo ouvi uma enfermeira, numa reportagem sobre este tema, dizer que o caso mais chocante que viu foi o de uma mulher que ficava internada sempre que tinha de fazer quimioterapia e que todos os dias recebia a visita do marido, que ia lá exclusivamente para que ela lhe fizesse sexo oral e depois ia embora sem uma palavra. As mulheres, pelo contrário, quando os maridos têm cancro, apoiam-nos emocionalmente, fisicamente, economicamente, enfim, em tudo.

Também as estatísticas das prisões são claras. Quando um homem é preso, as namoradas e mulheres visitam-nos sempre que podem, levam os filhos, levam-lhe produtos e apoiam-nos emocionalmente. Já as mulheres quando vão presas, ninguém as visita: nem maridos, nem filhos. Ninguém.

Acho isto profundamente triste no que diz da educação nas nossas sociedades e da falta de humanidade dos homens nestas questões e penso que não tem que ser assim, pois a educação e o exemplo positivo dos pais mudam estes padrões. Isto não é uma fatalidade. Não por acaso, no mundo inteiro, onde a cada 10 minutos morre uma mulher às mãos do marido ou namorado ou do pai, os países da Europa, onde a educação para os valores humanistas tem sido uma aposta forte nas últimas décadas, é a zona do mundo onde, apesar de tudo, a percentagem de assassinatos de mulheres em contexto doméstico é menor.

É por isso uma pena que, havendo a disciplina de cidadania, não se abordem estes temas fundamentais a uma sociedade cada vez mais saudável.


July 22, 2025

Nunca deixes que os direitos humanos se interponham entre ti e o teu culto religioso fascista

 

Texas - sofres um aborto espontâneo e vais presa 5 meses. O Estado dá os restos do teu feto a um culto religioso para que façam os rituais que quiserem e o culto de fanáticos religiosos enterra-o. Tudo sem te pedir autorização. Tu vais presa 5 meses, o culto de fanáticos fica livre para perseguir outra mulher e roubar-lhe o feto para rituais.

É por isto que Trump mandou tirar dos textos oficiais e dos MCS as palavras, mulheres e activistas.

Estamos a assistir à fascização e teocratização dos EUA.

July 09, 2025

Patricia Bath

 


Chegou-me agora mesmo neste livro que quero muito ler mas por enquanto não posso porque tenho os olhos desajustados. Se não ponho óculos, não vejo com um olho e se não os pontos não vejo com o outro. 

Quer dizer que tenho de esperar pela outra cirurgia, que é já na próxima 2ª feira, mais uns dias de recuperação, para poder ler.

Tenho grande esperança de que, para além de ficar livre das cataratas, me livre também do cansaço permanente de estar sempre a tirar e limpar os óculos que estão sempre sujos por as pestanas baterem nas lentes.

Enfim, lembrei-me de ir ver quem inventou esta cirurgia de tirar cataratas dos olhos. 

Foi uma média cirurgiã, oftalmologista e inventora, chamada, Patricia Bath.

Aqui está ela. Foi a primeira mulher e a primeira afro-americana em muitas coisas, inclusive receber uma patente para um propósito médico. Recebeu imensas distinções.


"Bath cunhou o termo "Laser phaco" para o processo, abreviação de Laser PHotoAblative Cataract surgery, e desenvolveu a sonda laserphaco, um dispositivo médico que melhora o uso de lasers para remover cataratas, e "para erodir e remover lentes de catarata". 

O dispositivo foi concluído em 1986 depois que Bath realizou uma pesquisa sobre lasers em Berlim e patenteou em 1988, fazendo dela a primeira mulher afro-americana a receber uma patente para um propósitos médicos. O dispositivo - que rapidamente e quase sem dor dissolve a catarata com laser, irriga e limpa o olho e permite a fácil inserção de uma nova lente - é usado internacionalmente para tratar a doença. O banho continuou a melhorar o dispositivo e restaurou com sucesso a visão de pessoas que não puderam ver por décadas.

Bath possui cinco patentes nos Estados Unidos. Três das cinco patentes de Bath estão relacionadas à sonda Laserphaco. Em 2000, ela recebeu uma patente para um método de uso de ultra-som pulsado para remover catarata, e em 2003, uma patente para combinar laser e ultra-som para remover catarata."  -Wiki

Morreu em 2019.

Obrigada, Patrícia!

July 07, 2025

"Vera Rubin" - um artigo muito bom de divulgação científica


Não é todos os dias que encontramos um divulgador de ciência eficaz a explicar conceitos complexos numa linguagem acessível a leigos. Pois, é o caso do senhor deste artigo e, pela minha parte, já roubei partes do artigo que hei-de usar nas aulas do 10º ano - e até já me deu uma ideia para as primeiras aulas de introdução à Filosofia no próximo ano lectivo em que vou ter turmas do 10º ano. 

Para além disso, gostei de ler sobre Vera Rubin.

Thanks!


Vera Rubin


Que o novo observatório, no cimo de uma montanha no Chile, tenha recebido o seu nome é uma justa homenagem à vida e às contribuições desta cientista.

Arlindo Oliveira
(Professor do IST e presidente do INESC)


Vera Rubin nasceu em 1928, em Philadelphia, Pennsylvania, na costa Este dos Estados Unidos da América. Depois de estudar numa universidade dedicada unicamente a mulheres (Vassar College), a sua candidatura à Universidade de Princeton foi recusada por ser mulher, de acordo com uma política discriminatória que a universidade manteve, no departamento de astronomia, até 1975

Embora tenha sido aceite em Harvard, decidiu prosseguir estudos nas universidades de Cornell e de Georgetown, na primeira para poder acompanhar o percurso do seu futuro marido. Foi em Georgetown, Washington D.C., que obteve o seu doutoramento, com um trabalho que mostrava que as galáxias não se distribuíam de forma uniforme pelo Universo, uma ideia pioneira que apenas veio a ser amplamente aceite muitos anos depois. Mas foi como investigadora do Instituto Carnegie, na mesma cidade, que fez as descobertas que a vieram a tornar a mais influente astrónoma da história. Foi aí que, em colaboração com Kent Ford, Rubin fez uma descoberta surpreendente que conduziu à formulação do que ainda hoje é um dos maiores mistérios da ciência moderna.

Rubin utilizou instrumentos científicos particularmente sensíveis, desenvolvidos por Kent, para analisar a luz que nos chega de galáxias distantes. O objectivo era quantificar a velocidade a que as estrelas se movem à volta do centro das galáxias. Tal como acontece com os sistemas planetários que orbitam as estrelas, as estrelas orbitam os centros das galáxias onde existem gigantescas concentrações de massa, a maioria das vezes sob a forma de buracos negros, objectos que têm a massa de milhões de estrelas e que são tão densos que distorcem o tempo e o espaço e impedem que a própria luz escape e chegue até nós.

O Sol, tal como as outras estrelas da Via Láctea (provavelmente mais de 100 mil milhões), orbita o centro da galáxia, numa órbita que demora cerca de 250 milhões de anos a completar. A última vez que o Sol passou aproximadamente neste ponto da sua órbita terá sido mais ou menos quando apareceram os primeiros dinossauros.

As análises que Rubin e Kent efectuaram obtiveram um resultado surpreendente cuja razão ainda hoje está por esclarecer. Estrelas mais longe do centro da galáxia deveriam mover-se mais lentamente que as estrelas mais próximas do centro, tal como acontece com os planetas no sistema solar. Por exemplo, a Terra move-se à volta do Sol a cerca de 30 quilómetros por segundo (mais de 100 mil quilómetros por hora) mas Júpiter, mais distante do Sol, move-se apenas a 13 quilómetros por segundo e Neptuno, o mais distante dos planetas, a 5,5 quilómetros por segundo.

No caso das galáxias a situação é um pouco mais complexa, porque nem toda a matéria está concentrada no centro, mas apesar disso seria expectável que as estrelas mais longe dos centros das galáxias se movessem significativamente mais devagar que as estrelas mais próximas desses centros. O que Vera e Kent observaram foi que isso não se verificava, e que, com excepção das que estão muito próximas do centro, as estrelas se deslocavam aproximadamente à mesma velocidade, qualquer que fosse a sua distância ao centro das galáxias. Se toda a matéria que existe fosse a que vemos como estrelas (os planetas são demasiado pequenos e em número insuficiente para terem influência nestes cálculos) então as galáxias deveriam desintegrar-se rapidamente, com as estrelas mais exteriores a serem ejectadas pela força centrífuga devido à sua velocidade. No entanto, isso não acontece, uma vez que as galáxias se mantêm estáveis durante milhares de milhões de anos.

Estes resultados levaram à conclusão de que tem de existir matéria que não conseguimos observar, que veio a ficar conhecida como matéria escura (dark matter, em inglês). As numerosas análises dos resultados de Rubin que têm sido feitas desde a sua descoberta, nos anos 70 do século passado, concluíram que a esmagadora maioria da matéria do universo é matéria escura. Descobriu-se também que esta matéria escura não pode estar inteiramente contida em buracos negros, que parecem não existir em número suficiente para justificar as observações.

O que é e em que consiste, exactamente, a matéria escura, continua a ser um dos grandes mistérios da ciência actual. Embora existam diversas teorias, ninguém sabe, realmente, do que é feita a matéria escura. Poderão existir partículas elementares que até agora não conseguimos detectar (uma possibilidade seriam existir WIMPs, Weakly Interacting Massive Particles), poderá existir todo um conjunto de partículas elementares que formam um universo paralelo que não interage com o nosso excepto através da gravidade, ou poderá existir um tipo especial de buracos negros que se teriam formado no início do universo. Mas tudo isto são teorias e possibilidades e não existe suficiente evidência para suportar qualquer destas ideias. A questão de saber o que é a matéria escura, que constitui cerca de 5/6 da massa do universo, permanece sem respos

O observatório Vera Rubin, que em 23 de Junho passado divulgou as suas primeiras imagens e que vai entrar em operação regular neste princípio de Julho, tem como um dos seus objectivos, obter informação que nos permita compreender melhor este mistério. Localizado quase 3000 metros acima do nível do mar, numa montanha no Chile, este observatório inclui um telescópio com um espelho reflector de 8,4 metros de diâmetro e a câmara digital com maior resolução alguma vez construída, com 3,2 mil milhões de pixéis.

Este telescópio vai ser usado para obter as mais detalhadas imagens do céu nocturno alguma vez obtidas, criando mapas do universo com uma resolução, abrangência e qualidade sem precedentes. Os resultados destas observações permitir-nos-ão conhecer melhor os milhões de galáxias que nos rodeiam e assim perceber melhor o mistério da matéria escura (e também o da energia escura, mas essa é outra história). Esta capacidade de cartografia detalhada do céu nocturno permitirá também um mapeamento muito mais fino dos objectos no sistema solar, incluindo a eventual descoberta de objectos que venham de outros sistemas solares e de asteróides ou outros corpos que possam atingir a Terra com impactos catastróficos, como aconteceu tantas vezes no passado.

Vera Rubin foi não só uma cientista influente mas também uma lutadora pelo papel das mulheres na ciência. Rubin foi a primeira cientista que foi autorizada a utilizar o observatório de Monte Palomar, na Califórnia, que até aí tinha sido vedado a mulheres porque “não existiam casas de banho para o sexo feminino”, uma questão que Rubin “resolveu” alterando, com uma caneta, a placa na entrada de uma das casas de banho existentes.

Ao longo da sua vida, Rubin promoveu, de muitas formas, a participação das mulheres na astronomia e na ciência, e tornou-se uma das mais vocais defensoras da igualdade de oportunidades nesta área. Que o novo observatório, no cimo de uma montanha no Chile, tenha recebido o seu nome é uma justa homenagem à vida e às contribuições desta cientista, que faleceu em 2016.

Público


July 06, 2025

Em que país uma grávida desesperada se atirou de uma janela por ser obrigada a um sofrimento extremo


Na China. Em 2017. Até então as mulheres não podiam decidir sobre si mesmas e os seus cuidados médicos durante a gravidez e o parto, nem mesmo estando em extremo sofrimento ou em risco de vida. Depois dela se suicidar mudaram a lei de modo a permitir que as mulheres pudessem decidir sobre os procedimentos médicos no seu próprio corpo. Há apenas 8 anos que é permitida às mulheres decidirem dos seus cuidados médicos em vez de ser a família ou a família do marido. É chocante.