April 27, 2020

Diário da quarentena 43º dia - hoje estou cansada de estar fechada



O meu cabelo está a ficar selvagem e qualquer dia chega aos pés... quando sair daqui vou parecer  uma Maria Madalena ... ou um bisonte...

Se não fossem as aulas e precisar de internet estável pedia a uns amigos e ia passar um mês ao sítio da minha infância. Andar pelos campos, meter os pés na ribeira, apanhar sol...


Diário da quarentena 43º dia








keda Zuigetsu, Cymbidium No. 351, from A Record of an Orchid Collection, 1958; ©University of Michigan Museum of Art. #ArtLookGallery.

April 26, 2020

Nocturna








Transitoriedade



Este autor pinta sobre fotografias e consegue um efeito de transitoriedade da realidade através de camadas de pasta de tinta substanciais, às vezes pesadas, o que tem o efeito de contraste com a transitoriedade da fotografia que se desvanece por detrás. A realidade não é uma tela onde ficam impregnados os seus momentos: são camadas, sobre camadas, sobre camadas e nada permanece, a não ser essa mistura indistinta onde tudo se dissolve. É um heraclitiano.



18.1.89 painted by Gerhard Richter

"Be like Sweden" - Mais alguém que vê o mesmo que eu vejo



É preciso perceber o que isso quer dizer.


Want to Discuss Sweden and COVID19? Start By Looking Backward.


A vast social experiment…”

“Committing suicide…”

“Self-inflicted nightmare…”

“Tragedy…”

A estratégia de roleta russa da saúde dos cidadãos não é assim tão roleta russa como parece. 

Aqueles títulos de jornal suecos não dizem respeito ao assunto do COVID-19 e já têm uns anos. Foram escrito a respeito do acolhimento de refugiados sírios em fuga da guerra. Há seis anos, quando a Suécia começou esse processo de aceitar refugiados, a direita sueca xenófoba começou a lamentar a perda de uma hegemonia étnica e cultural nacionais. A suposta rendição de uma mítica Disneylândia nórdica às forças da imigração foi ligada à política social democrática sueca, a uma esquerda que quereria negar a herança cultural, abraçar o feminismo radical e o fundamentalismo islâmico. Em suma, a Suécia estaria a capitular perante o multiculturalismo.

É no mínimo audaz que aqueles que tanto criticavam as políticas suecas naqueles termos, pelo mundo fora, venham agora citar a Suécia como um exemplo na luta contra o COVID-19, por ter rejeitado o confinamento e ter confiado na racionalidade dos cidadãos. Be Like Sweden, é uma frase que podemos ler nos cartazes dos que nos EUA protestam contra o confinamento obrigatório.

No seis anos que mediaram a abertura de fronteiras aos refugiados e a luta ao COVID-19, não foram só os políticos que pressionaram certas estratégias, mas também a imprensa, supostamente liberal e progressiva. Os refugiados eram vistos e anunciados como riscos sociais e económicos que iriam matar a 'nação mais generosa da Terra'.

O anuncio de não confinamento com o argumento de que os cidadãos suecos fazem o que é correcto sem necessitar de constrangimento deixa de fora todos os não-suecos. O que acontece àqueles que chegaram do Chile, Irão, Iraque, Somália, Afeganistão e Síria? Aqueles que não têm esses hábitos de civismo obediente, que por acaso residem em Estocolmo, que por acaso é a cidade que tem sido enormemente fustigada pelo COVID-19?

Na Suécia e fora da Suécia discute-se o exemplo sueco a partir da vida e hábitos dos suecos e esquece-se, subtilmente, que não são os suecos que estão a adoecer e morrer em grandes números, mas os outros de que ninguém fala: nem os políticos suecos, nem a imprensa sueca, nem os ex-críticos-agora-apoiantes-entusiásticos-da-estratégia-sueca.

E é assim que se resolve o problema da imigração indesejável. Be like Sweden? I don't think so.


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A Dinamarca e a Suécia, juntamente com a Finlândia e, é preciso dizer, os EUA e a Inglaterra, andaram entretidos, nos anos 20 do século XX, uma década e meia antes de Hitler subir ao poder, a esterilizar, em massa, sem o seu consentimento, mulheres de raças não caucasianas, com deficiências. As ideias de Hitler não surgiram do nada... era o espírito da época... a ideia da eugenia começou nos finais do século XIX com um primo de Darwin, Galton e, com o entusiasmo à volta do darwinismo transformado em telos social com as suas metáforas da competição, da sobrevivência do mais forte que legitimavam, entre outros fenómenos sociais, o capitalismo selvagem. Galton defendia o 'melhoramento da sociedade' através da eliminação dos 'indesejáveis' que eram quem carregava e transmitia os 'factores mendelianos' de decadência das sociedades. Estas ideias segundo a qual os indesejáveis eram responsáveis pela degeneração das sociedades, eram moda e foram adoptadas por médicos, biólogos e entusiastas como o ideal das sociedades 'civilizadas'... a criminalidade e a pobreza eram atribuídas exclusivamente a factores hereditários dos 'indesejáveis'. Logo, a esterilização desses portadores dos germes da decadência social era uma maneira de melhorar as sociedades humanas aproveitando os conhecimentos da ciência. Era o tempo do cientismo, também.

 Acontece que as sociedades sueca e dinamarquesa, ao contrário da americana, desde esses tempos das esterilizações em massa de 'indesejáveis', viveram fechadas nos seus mundos arianos quase sem contacto com povos de outras raças dentro das suas portas. Quer dizer, tinham meia dúzia de imigrantes de outras raças a quem até achavam graça e de quem cuidavam muito bem (uma espécie de curiosidades) porque eram muito poucos e não ameaçavam o seu modo de vida e cultura. É fácil, sendo rico, ser generoso com as minorias quando estas são reduzidas a números insignificantes e não ameaçadores. Este países nunca tiveram que lidar com massas de migrantes multiculturais como os EUA de modo que, agora que foram 'invadidos' por centenas de milhares de pessoas, não sabem lidar com esse fenómeno e, em pânico, voltaram aos seus modos antigos, adormecidos, por falta de razão para uso, mas não extintos.

Ora, se juntarmos àquele factor, a moda deste tempo em que vivemos, onde estamos outra vez a deixar ressurgir as ideias do capitalismo selvagem segundo as quais a pobreza se deve à falta de talento e características genéticas das pessoas, que os bons e de mérito são os que estão à frente nos cargos de poder, que a sociedade e a economia deve estar sem regulação porque a natureza se encarregará de fazer os mais fortes e melhores sobreporem-se e outras alarvidades do género, temos o ambiente ideal para a cultura de patogénicos. O cientismo também está de volta. Portanto, o que se passa na Dinamarca e na Suécia, só surpreende quem não sabe da história destes países e das consequências do darwinismo social.

Sweden’s anti-refugee vigilantism has revealed its dark side


Os mesmos de sempre a defender o mesmo de sempre. Livrem-nos desta gente medíocre!


Pedro Adão e Silva já veio dizer que no pós-pandemia, a maneira de ultrapassar a crise económica é fazer cortes no SNS ou nos salários dos professores... ainda não saímos da crise, ainda se batem palmas aos trabalhadores da saúde e se tecem loas aos professores por estarem a fazer, com o seu tempo de descanso legal e o seu dinheiro e materiais pessoais o que os 70 ministros e secretários não sabem fazer e já estas luminárias vêm dizer que a única solução é maltratar o SNS e ir directamente ao salários dos professores... e que tal cortar o salário destes indivíduos que têm um cassete nos seus intelectos e nenhuma solução a não ser castigar sempre os mesmos.

Quer dizer, defendem, na UE, que se invista em dez de se cortar, mas cá dentro defendem que deve-se cortar e levar a austeridade aos mesmos de sempre.

Não admira que estejamos sempre  na mó de baixo se são estes medíocres intelectuais que andam a formar as novas vagas de futuros dirigentes.

Andamos de crise em crise sempre com estas ideias, mas nem mesmo com as evidências em frente do nariz percebem e marram sempre a direito.





Entre parêntesis



Ontem o Presidente da República disse na AR que seria um absurdo e uma demagogia não evocar o 25 de Abril e que não é uma festa de políticos - em 1º lugar, notamos aquela estratégia de desviar a atenção do que se discute para outra questão para ver se as pessoas se esquecem do que está em causa e se dividem a discutir o novo assunto: o que estava em causa não era, nem nunca foi, não evocar o 25 de Abril, mas os políticos darem o exemplo do que impuseram aos outros que estão proibidos de reunir por conta do estado de emergência. Podiam ter evocado o 25 de Abril de mil e uma maneiras diferentes sem se terem juntado às dezenas, sem protecção, dando exemplo, e logo no dia que marca o início da democracia, de que se consideram acima da lei que eles mesmo impõem.

Desviar o assunto para uma suposta frente de pessoas que querem atacar a liberdade é que é demagogia e daquelas divisionistas: assistimos aos políticos dividirem o país com esses ataques a todos que com eles não concordam.
O Presidente, em pré-campanha eleitoral, é mestre em demagogia: beijinhos, abraços e discursos de dizer que está tudo bem e que os políticos estão a fazer o melhor e todos temos que confiar neles e que ele é que sabe, etc.
Ter mais polimento que outros Presidentes da República e políticos não lhe outorga nenhum poder de oráculo, mas ele considera-se -pelo modo como exerce o cargo- um dos sacerdotes da democracia.

Em segundo lugar, infelizmente, o 25 de Abril tem sido uma festa, acima de tudo para os políticos, suas famílias e amigos - e virem dizer que antes se estava pior, não consola: todos sabemos que antes se estava muito pior, mas não foi para ter uma classe de privilegiados a considerarem-se donos da democracia que se fez o 25 de Abril. Não foi para isto.

Dois minutos de boa música por dia nem sabe o bem que lhe fazia - Elgar, Salut d’Amour




É preciso mudar os políticos e a maneira de fazer política



Um indivíduo destes devia demitir-se imediatamente depois disto, uma vez que mostrou não ter noção das suas responsabilidades políticas nem dos limites éticos da sua presença no espaço público, enquanto representante e enquanto decisor que afecta a vida dos outros e, não o fazer, é um sintoma gritante do nível de tolerância que temos para com estúpidos e malfeitores na política. Há muitos destes por aí. Muitos, mesmo.

O presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto, colocou um "gosto" numa publicação no Facebook feita por um funcionário municipal na qual este sugere que se transforme a Assembleia da República numa câmara de gás."

diário da quarentena 42º dia - pensar a vida depois da pandemia em 3 pontos




Naked Geometry




O que se pode pensar a partir desta pandemia:

1.  Precisamos de outro sistema de relação económica ou de um travão ao capitalismo corporativo selvagem que está em vigor - o problema maior deste capitalismo é que tem como prioridade o ganho monumental imediato e esse modo de funcionar é incompatível com soluções globais de longo prazo. Dado que este modo de sistematização de relações económicas não se vai esfumar no ar de repente, é preciso começar já a pensar em travões à sua progressão canibalista e pensar em outras maneiras de organização económica que seja compatível com soluções globais de longo prazo.

- Precisamos de um novo ramo do saber: um que nos mostre a nossa constante inter-conexão global - um saber que nos mostre como as acções de cada um afectam todos os outros. 

2.  Esta pandemia fez, em 4 ou 5 meses, aquilo que nem em 50 anos seríamos capazes de fazer em termos de recuperação climática, ambiental: todos os mapas de satélite mostram uma diminuição drástica da poluição, uma limpeza da atmosfera e dos mares; por todo o lado conservacionistas relatam um aumento das populações marítimas. Sítios como a China, os EUA ou a Índia onde o azul dos céus já não se via em muitas zonas há décadas, voltou a ver-se. 
É necessário fazer a ligação entre o nosso modo de vida de esgotamento de recursos, de deflorestação e a situação em que estamos agora. 

Este confinamento dá-nos uma pálida ideia do que seria um confinamento que resultasse de uma catástrofe ecológica à escala global - que resultasse de uma catástrofe nuclear, por exemplo; de uma acidez, humanamente insuportável, dos rios e oceanos; de pandemias regulares resultantes da convivência com animais selvagens a invadir o nosso habitat porque privados do seu, como temos visto nestes dias: veados, corças, lobos, coiotes, javalis, pumas, leopardos e outros a vaguear pelas cidades.

Como se vê por esta crise, as mudanças no modo de vida, para terem um efeito real no ambiente e nas condições de habitabilidade do planeta, têm que ser drásticas como o foram estas de ter metade da população do planeta fechados em casa. Não podem ser acordos que não passam do papel e não produzem mudanças.

3.  Precisamos de uma Carta de Direitos Económicos à maneira daquela que Roosevelt, o presidente americano, implementou em 1944, que incluía, entre o direito à educação, saúde, emprego e a um salário que desse para uma vida decente, defesas contra a competição injusta e os monopólios canibais. 

É preciso que se (re)desenhe uma carta filosófica, de princípios políticos-económicos que ponha travão nos indivíduos das finanças e da economia, nos gigantes que engolem economias ou, pelo menos, que desenhe defesas eficazes contra essas pessoas/organizações de modo a projectar uma vida possível, digna, para todos. 

É preciso reinventar a vida no planeta e talvez esta seja a última oportunidade. O planeta está a mostrar-nos como podemos melhorar a vida e travar a morte ou, fazendo nada, estas são as melhoras da morte, como se costuma dizer.

April 25, 2020

Agora há outro género de turismo




Uma pintura tão optimista 🙂 faz lembrar as cores de Abril



Gerhard Richter (b. 1932), Abstraktes Bild, painted in 1984

Diário da quarentena 41º dia - 25 de abril em confinamento



Nem pão, nem habitação, nem saúde nem educação. Só a paz. Os outros desidérios estão em ruptura de stock desde sempre e o 25 de Abril não os repôs, não teve pessoas à altura. Alguns -como a habitação- cada vez chegam a menos e outros, como a saúde e a educação, chegam mas em pobres condições.

Hoje vão os políticos para a AR, com muita pomposidade, celebrar com palavras uma data que não honram, depois de terem fomentado a divisão dos portugueses dizendo por aí que os portugueses são contra a liberdade se não concordam com eles, como se eles fossem os sacerdotes da liberdade e declarassem a verdade do que cada um sente e pensa. E porquê? Porque não foram capazes de fazer o que exigiram a todos os outros portugueses: manter isolamento e reinventar novas formas de fazer o seu trabalho. Não foram capazes nem tiveram essa decência.


E vou mais longe: se muito portugueses não se animam com o 25 de Abril é por causa do que fizeram as pessoas que o fizeram.

Tirando o Salgueiro Maia, outros desconhecidos e alguns que estiveram presos, exilados ou que morreram, os outros são responsáveis por minar constantemente o ideal que foi o 25 de Abril: saíram directamente da ditadura de Salazar para tentar impor a ditadura da URSS e começaram a perseguir portugueses e a roubá-los com o intuito de implementar aqui uma posto avançado da URSS, uma Cuba ibérica, com tudo o que isso implica de falta de liberdade, desprezo por direitos humanos, etc. O PCP de Cunhal e muitos outros partidos que tentaram que se passasse directamente de uma ditadura à seguinte. Pior, assim como os outros são saudosistas da ditadura de Salazar, este são saudosistas desses tempos de traição ao 25 de Abril de 74.

Outros, que lutaram contra essa tentativa de venda do país aos soviéticos, assim que se encontraram na cadeira do poder atraiçoaram todos os seus ideais de pão, habitação, saúde e educação para todos e e passaram ao egoísmo ético, pessoal e político, com o estabelecimento de modos do antigamente - privilégios para os amigos, amontoar de riqueza para os políticos e seus partidos, ocupação das cadeiras do poder por longas décadas, rapaces dos cofres do Estado: Mário Soares é o grande exemplo desse caminho de traficância política e corrupção que nos trouxe onde estamos.

Nesses tempos, a palavra de ordem dessas muitas pessoas que se alcandoraram nos cargos, e diziam-no em voz alta, era, 'chegou a nossa vez de enfartar. Lutámos, temos direitos a ter privilégios'. E foi assim que surgiram os auto-privilégios que os Alegres da AR acumulam.

Otelo Saraiva de Carvalho, um dos protagonistas do 25 de Abril, foi outro. Ninguém lhe retira o mérito do dia 25 de Abril, mas sabemos que a seguir, raivoso de não ter conseguido impor a sua ditadura, juntou-se a um bando de terroristas para o fazer à bomba, mostrando não ser um homem da liberdade.

E é por isso que muitos portugueses não gostam do 25 de Abril: porque as pessoas que o fizeram e deviam ter criado uma sociedade justa, assim que se apanharam no poder tornaram-se homens do poder: autoritários, indiferentes à falta de condições do povo, aproveitadores, abusadores do poder, comprometidos com açambarcadores da riqueza do Estado, etc.

Não são pessoas da liberdade, nem da justiça para todos. Como dizia o João Soares no tempo da prisão de Sócrates, 'um político deve ser intocável, a não ser por crimes de sangue e, mesmo assim, só se for apanhado em flagrante delito.'

Portanto, muitos portugueses não querem celebrar o 25 de Abril com estas pessoas que dividem os portugueses para tirar os dividendos, que se 'estão a cagar para o segredo de justiça', que impedem os representantes do povo de falar na casa do Parlamento, que se aproveitam do poder há dezenas de anos para instituir esquemas de enriquecimento, que vêem os cargos do Estado, não como serviços mas como poleiros para filhos, primos, amigos, irmão e amantes sugarem o dinheiro público, que estão nos cargos para favorecer os 'partisans', que têm enorme desprezo e desconhecimento pelo e, do povo, pelos trabalhadores e por todos que não lhe façam as vontades ou que os contrariem.

Querem responsáveis por muitos portugueses não se reverem no 25 de Abril?. São vocês que estão no poder há, praticamente, 40 anos. Olhem para si próprios e para o que têm feito.

April 24, 2020

Damn right! II



Damn right!



" Le monde appartient aux optimistes, les pessimistes ne sont que des spectateurs." ~ François Guizot.

Alentejo ao fim do dia 🙂 lovely





Luís Reininho

Diário da quarentena... nem sei a quantas vamos... estou em queixinhas mode



Ainda não saí do computador desde as 8 da manhã. Chiça! A porcaria das plataformas... é só receber emails com mais porcarias para plataformas e links e vídeos.  Depois estas bodegas têm sempre coisas que não funcionam à primeira... só cenas...
O trabalho do DT a juntar ao resto, não é pêra doce por estes dias... é mesmo o mais pesado...


Expliquem-me isto como se tivesse três anos



O sistema económico gera gritantes desigualdades mas... os professores é que têm que resolver isso redobrando os esforços...? Que esforço dos professores é que resolve os problemas da falta de recursos?
As turmas estão sempre superlotadas mas... os professores terão que ouvir mais, detectar a necessidade de cada um...? actuar como mentores, até assistentes sociais...? ... e estar em contacto permanente com os seus alunos...? Quer isto dizer que esperam que os professores estejam 24 horas ao serviço como escravos para substituir o que os 70 ministros e secretários não fazem?

Mas esta gente -um tal de Andreas Schleicher- vem de onde?

E o que é que a pobreza das famílias tem que ver com métodos de ensino? Pensam que há um método de ensino que põe os alunos miraculosamente a saber, a passar de pobre a ricos? 

Deixa ver se entendo: a internet é caríssima, os alunos não têm dinheiro para ter um computador, o que hoje em dia é como andar descalço, não têm condições para ter privacidade para o estudo mas o governo não vai fazer nada e os professores é que vão resolver esses problemas??? E vão resolvê-los com as mesmas condições? Do género: toma lá uma semente e planta quarenta pomares?

Expliquem-me isto como se tivesse três anos: como pode ser possível haver tantas abéculas em lugares importantes? Onde vão buscar estes tipos?

Esta crise mostrou a negligência do Estado para com a população em geral para beneficiar partidos, banqueiros, famílias de políticos e satélites, mas o Estado não assume as suas funções e os professores é que têm que resolver os problema do país?

E não é verdade, da minha experiência e dos colegas, que os alunos estejam dececionados com o sistema e muito menos com os professores, muito pelo contrário. São os professores quem tem estado ao lado das famílias a dar apoio e uma sensação de normalidade, com grandes custos e sacrifícios pessoais.

«O futuro dos nossos países depende da educação. As escolas de hoje serão a economia de amanhã»?
Ai sim? Agora de repente perceberam a importância da educação e dos professores? Já não somos bestas que só querem fazer greves, não merecem ter uma carreira e merecem levar pancada e insultos todos os dias...?


«Professores devem mudar o seu método de ensino em Setembro», avisa responsável da OCDE

«O grande preço que pagaremos pela crise não é apenas a perda de aprendizagem, mas os jovens afectados pela insatisfação, decepção e que perderam a confiança no sistema educativo», afirma defendendo que os professores «terão que ouvir mais, detectar a necessidade de cada um e projectar novas formas de ensino para se adequarem aos diferentes contextos pessoais.Não é possível regressar como se nada tivesse acontecido».

Quando questionado sobre a carência de materiais em casa, por parte de alguns alunos, Schleicher refere que «os sistemas educativos devem encontrar uma forma de duplicar esforços e analisar junto dos alunos com menos recursos em casa, como é que podem continuar a aprender», refere acrescentando que «existe uma grande expectativa para com os professores e são eles que devem actuar como mentores, até assistentes sociais, e estar em contacto permanente com os seus alunos».


«O futuro dos nossos países depende da educação. As escolas de hoje serão a economia de amanhã», afirma o responsável.

Liberdade para políticos, proibições para trabalhadores?



Proibido sair do concelho de residência entre 1 e 3 de maio



E já agora, isto para quê??


Temos que inventar um novo normal



Não vai haver regresso à normalidade, pelo menos por enquanto, porque não temos tratamento eficaz nem vacina, de modo que temos que inventar novos modos de viver e funcionar económica e profissionalmente, tendo em conta esta nova realidade.
Isso significa desmassificar a vida, desacelerá-la. Podemos andar de avião, mas não ao molho, podemos ter escolas abertas mas com poucos alunos por turma, horários mais dispersos, muitas reuniões que podem fazer-se à distância, é assim que passam a fazer-se, por exemplo.
Supermercados menos amontoados com mais empregados nas caixas para escoar mais as pessoas. Número limite de pessoas nos sítios. Um dos pressupostos desta nova normalidade tem de ser a economia: os grandes grupos e menos grandes que só têm portas abertas se tiverem biliões de lucros e despedem pessoas para aumentar os milhões, se 'apenas' têm 50 milhões de lucro, têm de reconverter-se a outros modos de presença no tecido e relação social.
A ideia de que o ensino à distância é a mesma coisa que as aulas normais é um engano, assim como a ideia de irem festejar para a AR nestas condições para fingir normalidade, é outro e envia sinais errados, que aliás já estão a ver-se com as pessoas a saírem mais para rua, pensando que já estamos livres de perigo.

Dos restaurantes às praias e aos cabeleireiros. Como será o regresso à “normalidade”?

Da educação às lojas, das praias aos cabeleireiros, dos restaurantes aos hotéis. A vida vai mudar depois do fim do estado de emergência.