March 24, 2020

É mesmo...





Um senador americano, Rand Paul, estava muito preocupado acerca de poder estar infectado com o Coronavirus, mas enquanto esperava pelos resultados do teste, continuou a ir trabalhar, ao ginásio e à piscina. Está mesmo infectado.

Pessoas que fazem falta



Uderzo era uma pessoa com um espírito artístico, livre, crítico e independente. Fazem falta, essas pessoas.

Morreu Albert Uderzo, o ilustrador que desenhou Astérix para o mundo


Diário da quarentena 11º dia II - a vida dos outros ou...


... não me queixar nunca de estar em casa fechada. No sofá...

"Lutar contra a loucura dos homens"



“Venus de tous les continents, croyants et non-croyants, nous appartenons tous à la même planète, à la communauté des hommes. Nous devons être vigilants, et la défendre non seulement contre les forces de la nature qui la menacent, mais encore davantage contre la folie des hommes" (Simone Weil)


Porque os estúpidos hão-de matar-nos a todos:

President Trump Is Already Considering Defying Health Experts to Boost the Economy


Cada um que anda por aí sem cuidado pode infectar 59000 pessoas


Sou só eu que penso que os jornais têm estratégias mesmo idiotas de suicídio?



Estamos aqui presos em casa e a maioria de nós não vai sair e expôr-se à doença só para ir ao quiosque comprar o jornal. Não seria normal que os jornais se dedicassem à edição digital e nos vendessem online o jornal do dia por um preço barato, vamos supor, 50 cêntimos. Comprávos os jornais, porque dar 2 ou 3 euros para ler alguns jornais não é nada de mais. Mas não. Continua tudo igual: se queremos ler um jornal somos direccionados para uma página onde nos pedem 200 euros por uma assinatura. Está-se mesmo a ver que vamos pagar, para ter acesso a 5 ou 6 jornais, mil e tal euros.
Sou só eu que penso que os jornais têm estratégias mesmo idiotas de suicídio? Enfim...

Diário da quarentena 11º dia - pensar o vírus



- PLATÃO: fiquem na caverna!

- NIETZSCHE: fique em casa, por mais difícil que seja suportar sua própria presença.

- DESCARTES: habito, ergo sum.

- HEGEL: tese: fique em casa; antítese: fique em casa; síntese: fique em casa.

- HERÁCLITO: não se pega duas vezes o mesmo vírus.

- ROUSSEAU: o homem é bom por natureza, mas o vírus o corrompe.

- SPINOZA: o ser humano, em sua grande rede de afetos, não poderia deixar de ser afetado pelo vírus.

- ARISTÓTELES: o vírus está apenas cumprindo seu papel no Cosmos ao infectar corpos.

- SÓCRATES: a verdade sobre o vírus já está dentro de você. Tomara que o vírus não.

- SANTO AGOSTINHO: a medida de amar é amar longe.

- PROTÁGORAS: o vírus é a medida de todas as coisas.

- HANNAH ARENDT: para o vírus, matar é uma tarefa banal e quotidiana.

- KANT: duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado lá fora e eu aqui dentro.

- FREUD: O vírus dá plena vazão a suas pulsões reprodutivas porque não é reprimido sexualmente, na infância, pela civilização.

- WITTGENSTEIN: aquilo que não se pode contrair, não se pode transmitir.

- MIKHAIL BAKHTIN: não há possibilidade de neutralidade, todo vírus é ideológico.

- BERTOLT BRECHT: primeiro o vírus infectou os chineses, e você não disse nada, depois infectou os italianos, e você não disse nada, depois os espanhóis, e você não disse nada, agora o vírus te infectou, e você já não pode dizer nada.

- BERGSON: é preciso que o homem seja tomado pelo elã vital, e não pelo elã viral.

- JACQUES DERRIDA: o objetivo de todo vírus deve ser a desconstrução do corpo infectado.

- BAUMAN: a maior evidência da sociedade líquida é sua dependência do álcool.

- FOUCAULT: esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo são o que podemos chamar vírus.

- SIMONE DE BEAUVOIR: não se nasce infectado, torna-se infectado.

- SARTRE: nada a retificar, o inferno são os outros.

- JUDITH BUTLER: o fato de esta lista ser composta por 90% de homens revela como a história da humanidade é a história da dominação patriarcal. Homens são o verdadeiro vírus.

Autoria: Arzírio Cardoso

March 23, 2020

Ensino à distância



Nestas duas semanas, como já tinha feito todas as avaliações do período e não estava atrasada na matéria (a não ser no 12º ano mas é um programa que permite uma grande flexibilidade por razões que agora não interessam) deixei espaço para que os colegas que ainda tinham avaliações para fazer e matéria para dar para essas avaliações fazerem-nas, uma vez que os alunos, em casa, não conseguem ter o mesmo rendimento que nas aulas.

Falo da minha experiência com os meus alunos mas não deve ser muito diferente da dos outros. Tenho alunos que têm computador em casa e lugar próprio e privado para trabalhar e outros que não têm computador, ou têm mas é partilhado pela família. Há alunos que têm irmãos pequenos e têm que tomar conta deles, porque estão em casa e os pais têm que trabalhar. Alguns têm computador e internet mas muito lenta. Há alunos que têm casas muito pequenas e têm que estudar na sala, onde está o resto da família a fazer barulho. As condições entre os alunos são muito díspares e não é possível fazer-se o que se faz nas universidades ou que fazemos nas formações online em que estamos em videoconferência uns com os outros em sessões síncronas, sem interrupções.

Depois, os alunos querem fazer as tarefas mas têm dúvidas ou querem saber se estão a progredir na direcção certa e o professor não está ali para orientar e ajudar. Acabam por andar em cima dos pais sem sucesso (mesmo os pais que percebem deste ou daquele assunto, não percebem de ensinar tarefas académicas que têm uma pedagogia própria) incrementando atritos.

Ora, isso é muito diferente do que estarem numa sala, resguardados, com um professor presente que explica, prevê as dificuldades, orienta, ajuda, incentiva, corrige em cima do momento, tem materiais adequados ao espaço, mantêm-os focados no assunto, etc. É por isso que, pelo menos neste nível de ensino, a presença do professor é insubstituível. Por outras razões importantes também, mas que agora não interessam para esta questão.

De modo que estive a pensar como dar as aulas no 3º período tendo em conta estas condicionantes.

Em 1º lugar encontrei, através de um colega, estes cartazes que sintetizam muito bem aquilo que penso serem bons princípios para lidar, em termos metodológicos, com a situação do ensino à distância e que resumiria em algumas palavras: simplificar, sintetizar, clarificar, responder.

Em 2º lugar estou a pensar em modos de dar matéria nova com aquelas condicionantes. Como já percebi que todos têm telemóvel com internet (a maioria tem tablet também) mesmo não tendo computador, a melhor maneira será abrir um canal no youtube para cada turma e gravar aulas - coisas curtas de 15 minutos no máximo e depois enviar documentos de apoio e tarefas relativas a cada aula.

Paralelamente criar um grupo-turma no WhatsApp, por exemplo, para poder estar no horário das aulas, disponível para perguntas, dúvidas, ajuda, etc.

Para já foi o que me ocorreu que posso fazer porque chega a todos que tenham telemóvel com internet - que são todos. No limite até podem escrever os trabalho, tirar fotografia e enviar.
É claro que isto funciona no secundário porque os alunos já têm certa autonomia e estamos no final do ano lectivo. Se fosse o início do ano com turmas do 10º ano, por exemplo, onde a esmagadora maioria dos alunos têm zero autonomia, talvez tivesse que fazer algumas coisas diferentes, mas para já é o que estou a pensar fazer.










































OREO Online Learning Wayfinding

Esperemos que os EUA tenham uma democracia à prova de idiotas extremos



O governador do Illinois queixa-se que tem falta de material para os hospitais e Trump acusa-o de fake news e de ser um falhado.




Diário da quarentena - 10º dia II - e viva a internet!



No início de Fevereiro comprei no eBay, uma bugiganga da China que me custou 15 euros e agora quando chegar há-de ficar retida na alfândega visto ter vindo de lá. Com esta cena toda do vírus nunca mais me lembrei daquilo. Recebi uma mensagem da vendedora a pedir imensa desculpa de não ter ainda enviado a encomenda e nem sequer ter dito coisa alguma por ter estado fechada em casa por causa do Coronavirus e falava um pouco disso. Respondi aquelas coisas que dizemos, 'não tem problema, espero que esteja bem com a sua família, que é o mais importante, agora estamos nós aqui fechados e tal'. Bem, ela ficou sensibilizada com a resposta ou isso, porque me respondeu a agradecer a compreensão e a desejar que tudo corra bem e a dizer que a família agora está bem mas que aquilo foi complicado e etc..
Tenho um canal aberto com uma chinesa de lá do sítio. É assim que vejo o assunto. E viva a internet!

Diário da quarentena - 10º dia



O número de mortos subiu imenso. Há pessoas que continuam a ir para a rua passear o que denota uma irresponsabilidade, não só para com eles mesmos e as suas famílias, como para com os outros com quem se cruzam e para com todos os médicos, enfermeiros, e restante pessoal que vai todos os dias para o hospital pôr a vida em risco e não precisa de mais doentes a entupir o serviço.

Antes de ontem, a apanhar uma caneta do chão, bati com tanta força com o lado do corpo no braço da cadeira, de madeira maciça, que fiquei cheia de dores e a respirar mal. Hoje mal dormi porque não tinha posição confortável. Agora mesmo fui tomar um Brufen para ver se isto me passa. Talvez tenha uma inflamação interna, não sei. Espero não ter avariado outra vez uma costela...

Criei uma pasta com filmes para ver durante a quarentena. Chamei-lhe, 'filmes do Coronavirus'. Estive a ver de manhã, 'Adults in the Room' de Costa Gravas. Mesmo tendo em conta que o filme, baseado no livro de Varoufakis, é tendencialmente a favor dos gregos, como sabemos que o Varoufakis gravava os encontros, podemos ter confiança no relato. Digo relato porque o filme é meio documentário. A ideia com que ficamos é que aquele eurogrupo é uma bando de gente ignorante, uma espécie de grupelhos com os seus satélites, os seus amuos, as suas capelinhas, que não se interessam pelos povos dos outros. Dão mais importância ao 'mesmismo', coisa que se vê na obsessão de todos terem que usar gravata, que ao debate de ideias, normal e desejável em democracia.
O presidente holandês, um vaidoso, pomposo arrogante cheio de si mesmo e o alemão das finanças Schlaube, um dogmático fanático de regras que mais depressa caía no precipício do que admitia a possibilidade de rectificar ideias e evoluir. É isto que tem de mudar, esta Europa pomposa e dogmática.

Pensamentos de dois melréis



Uma das razões que me faz desconfiar das predições matemáticas acerca de futuros sociais (e ainda hoje de manhã ouvi na BBC uma entrevista com uma CEO e escritora que falava sobre isso) é o facto de terem os seus modelos ajustados às grandes linhas estruturais mas falharem em ver os pequenos acontecimentos que trazem em si germes de grande mudanças sociais (como alguém na China vender morcegos para consumo em mercados vivos), de modo que só vêem o que se passa, quando nada se passa, por assim dizer. Isso não tem grande mérito nem préstimo, a não ser para prever se uma companhia vai ter as acções valorizadas em bolsa, por exemplo, mas nas grandes questões humanas, nas grandes mudanças baseadas em pequenas causas que agem como uma pequena infiltração de água num racha na parede com consequências dramáticas para o todo da humanidade, nisso falham. Ora, era aí precisamente que precisávamos que previssem.


Razões para optimismo: não me parece que a Europa esteja de pernas para o ar como dizem



imagem da net





Quem já foi a Istambul e entrou na espectacular Cisterna e foi até ao fundo já viu esta coluna com a cabeça da medusa, de pernas para o ar. Embora não se saiba ao certo como e porquê foi ali parar, pensa-se que terá sido aproveitada de um tempo romano em ruínas, de modo que num certo sentido simboliza a queda do Império Romano.

Hoje em dia há quem defenda que o Império Romano chegou ao fim com e por causa da grande epidemia de peste da era justiniana, na medida em que enfraqueceu o Império e tornou-o presa fácil dos vândalos, godos e outros. Essa epidemia que se espalhou rapidamente em Constantinopla, centro de negócios e da vida política e económica que atraía viajantes e mercadores de todo o lado, terá matado, calcula-se, entre 20 a 50 milhões de pessoas (25% da população - Procópio fala em 10.000 mortos por dia) e continuou com surtos periódicos durante cerca 300 anos, até desaparecer completamente.

Se imaginarmos as condições de vida de então e as nossas -higiene, medidas sanitárias, medicina, hospitais, tecnologia, acesso à saúde, apoios sociais-, nomeadamente na Europa e repararmos no número de mortes diárias que esta pandemia está a causar, percebemos a gravidade e o alcance da situação em que estamos. 
No entanto, não estamos com a civilização de pernas para o ar como estava o Império Romano, simbolizado nesta coluna, não somos uma sociedade agónica, apesar de parecer o contrário, quer dizer, quem vê o desnorte e impreparação dos líderes europeus pode pensar que era melhor que tivéssemos mais centralismo e autoritarismo, mas isso é um erro, como aliás a comparação entre a Europa, China e os EUA nos prova diariamente. 

Na realidade, parece-me que há razões para optimismo na Europa e há agora uma porta aberta para a mudança.  

A Europa, num certo sentido, é vítima do seu próprio sucesso. Quando, no final da última guerra mundial, os povos decidiram voltar costas à guerra e construir a paz, edificaram uma sociedade baseada na educação, no desenvolvimento da cooperação, da diplomacia, da arte, dos direitos humanos, do respeito pais diferenças. Naturalmente, esse desidério trouxe consequências. 

Como me diz, frequentemente, a minha médica oncologista, quando começo a argumentar com os efeitos secundários dos medicamentos para não os tomar, 'todo o medicamento tem efeitos secundários e o corpo é dinâmico'. 

Ora, o corpo social também é dinâmico e os alimentos e remédios que lhe damos também têm efeitos secundários. Neste caso, a educação europeia teve os efeitos desejados: a maioria dos europeus são pessoas pacíficas, que defendem a liberdade, a tolerância, a justiça social, a paz, os direitos humanos, os direitos dos animais, etc. 
É claro que décadas de uma educação nesse sentido e duma vivência livre de guerras e conflitos armados internos (coma excepção da Bósnia mas sendo preciso ver que essa era uma sociedade ainda muito sovietizada), produziu uma sociedade amena, uma bocadinho infantilizada nos modos, que vista de fora, de sociedades muito bélicas e tribais, parece fraca. 

Mas do nosso ponto de vista, os outros, como os afegãos e muitos dos árabes, por exemplo, é que são brutos e brutais nos seus hábitos e modos sociais, consequências de vidas ao nível da subsistência básica, da falta de direitos, da falta de educação universal, da falta de viagens, de mundivivência, de uma educação virada para a violência e da manutenção de uma vida rural muito isolada, factor de embrutecimento afectivo e empático. Por ventura queremos voltar a isso? Penso que não.

Aliás, estas corridas aos supermercados mostram a falta de hábito que os ocidentais têm em viver com dificuldades em vidas duras. Sim, existem sem-abrigos mas mesmo esses não têm que roubar para comer e tomar um duche pois têm casas e abrigos pelas cidades onde podem recolher-se.

Portanto, a Europa não é fraca. Acontece que projectou um ideal de vida, de paz e prosperidade há 70 anos e conseguiu atingi-lo, de modo que tem vivido uma vida mais ou menos amena, quando comparada com outras partes do globo. E assusta-se em pensar perdê-la. Daí, também o medo dos emigrantes, nomeadamente os muçulmanos que têm hábitos sociais muito ao nível da nossa vivência pré-guerra.
Se ainda aceitamos a carta dos direitos humanos como ideal positivo humanitário, a Europa tem estado no bom caminho.

Evidentemente que esse caminho não anula focos de violência e extremismo porque a natureza humana individual não é igualmente permeável à educação social e porque somos permeáveis a influências externas que perduram, às vezes de modo invisível, ou encapsulado e de repente ativam-se e desenvolvem-se.

O autoritarimo chinês e russo ou o 'cowboyismo' americano não são alternativas ao nosso modo de vida: não impedem, nem um nem outro, doenças virais, epidemias, terramotos, cheias, etc. No entanto, impedem que nessas ocasiões de excepção catastrófica as sociedades mantenham os seus níveis de sanidade sem perder os direitos conseguidos de liberdade, humanismo, solidariedade.

Olhando para o EUA e para a China, nós estamos a meio. Quer dizer, a China tem uma sociedade muito autoritária, sem liberdade. Nesta crise pandémica, não hesitaram em prender e deixar morrer médicos que tentaram avisar e evitar o pior, só para esconder informação. Conseguiram conter o vírus rapidamente com o seu autoritarismo mas o efeito secundário desse medicamento é uma vida subjugada a práticas de brutalidade. Não me parece que queiramos ser uma sociedade assim. 

Por outro lado, o que vemos nos EUA é uma sociedade que perante uma crise desta desiste de uma porção da sua população por não lhes dar acesso a cuidados de saúde universais e por permitir o total far-west nos empregos, onde cada empregador despede quantos quer da maneira que quer e deixa toda a gente desprotegida. Não admira que sejam uma sociedade mais muscular. Estão habituados a não poder contar com ninguém a não ser eles próprios e as famílias, com sorte. Também não me parece que queiramos ser uma sociedade assim.

Portanto, os europeus estão a meio caminho entre o laxismo mercantilista dos americanos e o autoritarismo dos chineses. Ou estávamos, pois nestas últimas décadas assistimos a uma americanização dos europeus e perdeu-se de vista as prioridades do ideal de vida social europeu.

O que vemos aqui na Europa é que passado o primeiro choque desta pandemia, por todo o lado empresas e pessoas individuais reconvertem as suas actividades para ajudar o pessoal que está nos hospitais a lutar pelos doentes, sejam destilarias (That's the spirit: Distilleries switch to making hand sanitiser to help with COVID-19 fight), empresas de têxteis, pessoas com impressoras 3D, etc. 

Portanto, não falta espírito de iniciativa, não faltam pessoas com conhecimentos especializados, não faltam pessoas que querem ajudar, não faltam pessoas que pressionam os governos a agir, o que faltam são mudanças na forma de entender as prioridades nas políticas e apostar naquilo de positivo que construímos nestes últimos 70 anos. 

Agora, se aproveitarmos esta crise para aprender algo de útil, temos uma oportunidade de fazer mudanças. A maioria dos europeus querem-nas.A
Europa não está, estruturalmente, de pernas para o ar. Está numa encruzilhada.
Oxalá tenhamos líderes que ouçam  a crise e aproveitem par pôr as prioridades em ordem.

Quando os presidentes de câmara de Itália perdem a cabeça com as pessoas que andam na rua :))




Coronavirus. Números


FT



Na China desinfecta-se a vida







Please note















Philosophy Matters

March 22, 2020

Clássicos do cinema - para quem lhe apeteça um filme



Cena extraída do filme "Presidente" lançado em 1 de março de 1961

Um filme de 1961 inspirado no romance escrito por Georges Simenon em 1958. Georges Simenon já tinha entendido tudo sobre o futuro da Europa? Aqui está uma cena cheia de verdades tirada da adaptação desta novela, tocada por Jean Gabin e Bernard Publicar.

Veja o filme na íntegra: http://bit.ly/2lOHr6E

via La vraie démocratie


Clássicos da literatura - O Último Homem, de Mary Shelley



Mary Shelley era filha de dois vultos intelectuais, William Godwin, um pensador político e Mary Wollstonecraft, a famosa pensadora e escritora feminista. Órfã de mãe desde tenra idade foi educada pelo pai de um modo pouco vulgar à época, quer dizer, não foi uma educação do que se considerava ser apropriado para raparigas, que muito contribuiu para a formação da sua identidade, enquanto pessoa e literária.

Toda a gente conhece Frankenstein, a sua obra que aborda o tema do materialismo e do que viria a chamar-se, o cientismo, mas nem todos conhecem, O Último Homem, uma novela que se passa no final do século XXI e retrata o Ocidente devastado por uma peste que se alastrou ao mundo inteiro e não poupa ninguém. 
Em Inglaterra, o político Protector, impreparado para lidar com uma tal calamidade, foge para o Norte onde acaba por morrer sozinho no meio de uma açambarcamento absurdo de provisões. 
A Inglaterra é invadida por hordas de vândalos americanos em fuga da peste que pilham tudo e criam seitas religiosas que dizem ir salvar a humanidade. 

Os heróis da novela, dos quais só um sobrevive -o último homem- procuram um clima mais favorável  à vida no continente europeu e deambulam entre a Suíça e Itália na esperança de o encontrar, o que não acontece.

Na novela, a medicina está muito atrasada e quando produz uma vacina -vê-se que ela está a par dos últimos avanços científicos nessa área- é já tarde demais.

Para quem quiser ler este clássico de uma grande escritora, pode fazê-lo, gratuitamente, aqui:



Para quem não gosta de música clássica deixo aqui o Steve Martin e o seu banjo