March 23, 2020
Diário da quarentena - 10º dia
O número de mortos subiu imenso. Há pessoas que continuam a ir para a rua passear o que denota uma irresponsabilidade, não só para com eles mesmos e as suas famílias, como para com os outros com quem se cruzam e para com todos os médicos, enfermeiros, e restante pessoal que vai todos os dias para o hospital pôr a vida em risco e não precisa de mais doentes a entupir o serviço.
Antes de ontem, a apanhar uma caneta do chão, bati com tanta força com o lado do corpo no braço da cadeira, de madeira maciça, que fiquei cheia de dores e a respirar mal. Hoje mal dormi porque não tinha posição confortável. Agora mesmo fui tomar um Brufen para ver se isto me passa. Talvez tenha uma inflamação interna, não sei. Espero não ter avariado outra vez uma costela...
Criei uma pasta com filmes para ver durante a quarentena. Chamei-lhe, 'filmes do Coronavirus'. Estive a ver de manhã, 'Adults in the Room' de Costa Gravas. Mesmo tendo em conta que o filme, baseado no livro de Varoufakis, é tendencialmente a favor dos gregos, como sabemos que o Varoufakis gravava os encontros, podemos ter confiança no relato. Digo relato porque o filme é meio documentário. A ideia com que ficamos é que aquele eurogrupo é uma bando de gente ignorante, uma espécie de grupelhos com os seus satélites, os seus amuos, as suas capelinhas, que não se interessam pelos povos dos outros. Dão mais importância ao 'mesmismo', coisa que se vê na obsessão de todos terem que usar gravata, que ao debate de ideias, normal e desejável em democracia.
O presidente holandês, um vaidoso, pomposo arrogante cheio de si mesmo e o alemão das finanças Schlaube, um dogmático fanático de regras que mais depressa caía no precipício do que admitia a possibilidade de rectificar ideias e evoluir. É isto que tem de mudar, esta Europa pomposa e dogmática.
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