Com as desigualdades a crescer, os serviços públicos a colapsar ou a viver no fio da navalha e a insanidade em que se tornou o emprego, para quem o tem, as famílias perdem os recursos, os apoios e a capacidade de lidar com as adversidades quotidianas da vida. Os filhos não ficam imunes à degradação do contexto dos pais. Só no país do la la land em que vivem os políticos é que as famílias recuperaram rendimentos, os serviços funcionam e tudo vai pelo melhor.
December 16, 2019
Notícias que não surpreendem
Com as desigualdades a crescer, os serviços públicos a colapsar ou a viver no fio da navalha e a insanidade em que se tornou o emprego, para quem o tem, as famílias perdem os recursos, os apoios e a capacidade de lidar com as adversidades quotidianas da vida. Os filhos não ficam imunes à degradação do contexto dos pais. Só no país do la la land em que vivem os políticos é que as famílias recuperaram rendimentos, os serviços funcionam e tudo vai pelo melhor.
A chatice dos factos
Quando o secretário de Estado vem dizer que colocou a professora noutra escola...
Quando o PS e toda a esquerda mostram estar para a violência contra professores como o Ferro Rodrigues está para o segredo de justiça...
December 15, 2019
Eleições inglesas: este título está ao contrário
Não foi por ele ter ganho, foi por os trabalhistas terem perdido em toda a linha. É que os trabalhistas tinham na agenda nacionalizar grandes empresas estratégicas.
Este resultado teve, pelo menos, o mérito de acabar com a divisão dos ingleses, totalmente bloqueadora de soluções, no Brexit. Agora há uma grande maioria a favor do Brexit, de modo que o caminho já não tem volta atrás.
Maiores empresas no Reino Unido valorizaram 40 mil milhões após vitória de Boris Johnson
O impacto da arte
Hoje fui ver uma exposição. Não planeei, foi uma situação de oportunidade. Nem sequer sabia sobre o que era a exposição. Resolvi não saber, quer dizer, não ler o folheto da exposição nem os textos explicativos espalhados em painéis, pela sala. Queria ter uma experiência emocional directa.
A obra de arte, neste caso a pintura, sendo um pedaço de tela pintado tem um impacto difícil de explicar na medida em que é estático. É um objecto estático pendurado numa parede. É estranho.
Por exemplo, estas duas pinturas estavam lado a lado e de cada vez que passava o olhar da imagem 1. para a 2. tinha uma impressão emocional de verão seguida de desesperança e desolação intransponíveis. Aqueles riscos negros rasgados por linhas vermelhas sangue são um desespero num fundo de cinza desmaiada. Se fixamos o olhar na área cinza a pintura perde o tom angustiante. No fim fui ver o nome e autor da pintura. Chama-se, Praia Desolada e é de Roger Hilton.
1.
2.
3.
Depois, esta pintura em estilo Rothko causa um grande impacto, impressão que se perde completamente aqui na fotografia, desde logo porque não sentimos a textura. A pintura vai tendo uma textura mais rugosa à medida que 'sobe' nas cores. Senti nesta obra a paisagem da vida ou a vida enquanto desenrolar de uma paisagem interior. Na linha mais abaixo, de cor luminosa e lisa, a alegria descomplicada da infância, nas linhas vermelhas, a idade adulta, cheia de paixão e com uma rugosidade violenta, manchada e entrecortada com linhas negras, duras e salientes como cicatrizes persistentes; depois vem uma zona quase negra, ainda mais rugosa (aqui não se percebe) que me parece a perda da memória do significado de tudo o que foi. Um pessimismo.
Depois, pensei como seria ver a pintura ao contrário mas, como não quis pôr-me a fazer figuras tristes no museu, tirei a fotografia e virei-a no computador quando cheguei a casa. A impressão é completamente diferente. Agora parece-me uma cosmogonia humana positiva: um princípio caótico e indistinto que se vai clareando e perdendo o tom violento e a rugosidade. Uma paisagem humana optimista.
Esta pintura é de Harold Cohen e chama-se Alpha Lyrae
Adorei esta paisagem que é de Fred Kradolfer e não tem nome. Lá está, a obra perde o impacto na fotografia porque quando a olhamos temos uma impressão telúrica muito forte. Uma coisa magnética mesmo. Tem imensa força e vitalidade.
"De que vale o PIB crescer se a maior parte dos cidadãos estiver pior?"
De que vale o PIB crescer se os principais beneficiados forem uma pequena minoria e a maior parte dos cidadãos estiver pior?
Em vez de basear toda a análise da economia na evolução do PIB, o governo islandês deseja conciliar factores como a educação, saúde, boa governança, cidadania, saúde da democracia, protecção ambiental, acesso à cultura ou gestão equilibrada do tempo.
O PIB até pode crescer, mas ocultar situações de extrema desigualdade, dispensar os mecanismos democráticos e concorrer para a exaustão dos recursos do planeta.
Agressões contra docentes
A minha proposta, tendo em conta que, como diz este artigo, o Direito não resolve os problemas estruturais da sociedade, é:
1. Os alunos que agridem os professores mudam imediatamente de escola e são obrigados a frequentar um programa intensivo de reeducação com um psicólogo (é claro que isto obrigava a ter psicólogos [plural] nas escolas). Os pais pagam uma multa, não simbólica.
2. Os encarregados de educação que agridem professores são imediatamente destituídos do papel de encarregados de educação e proibidos de entrar na escola. Para voltarem a ter esse estatuto têm que frequentar um programa de reeducação. De qualquer maneira, pagam imediatamente uma multa, não simbólica, paralelamente a um processo penal de crime público.
Se o governo quisesse, de facto, contribuir para a solução deste problema, tomava medidas. O que não faz. O ME, que me lembre, nunca teve uma palavra de apreço pelos professores, nem mesmo em casos de professores que se suicidaram por serem vítimas de bullying dos alunos.
A atitude que o ME e o governo tem para as agressões contra professores é a mesma que o Ferro Rodrigues tem para com o segredo de justiça? Parece que sim.
Agressões contra docentes: crime público?
Livros
A UNESCO disponibilizou para download a História Geral da África, em pdf. São 8 volumes produzidos por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comité Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.
Começar o dia a ler um texto bonito e bem escrito
Passei grande parte da minha vida a observar os arvoredos do Minho
Estou convencido de que o mundo - ou seja, a baía de Moledo, a foz do Minho, o monte de Santa Tecla, o forte da Ínsua e os pinhais em redor - desaparecem na próxima semana. E, com estes elementos, tudo o que os cerca e onde me dizem que existe o resto do planeta, uma massa disforme de matéria pegajosa e em desagregação. Podia escrever isto depois de assistir, com uma fingida e hipócrita perplexidade, ao primeiro quarto de hora do telejornal de ontem – mas hábitos quase seculares, aliados à preguiça que parece ser uma arma de defesa dos Homem de várias gerações, impedem-me de escrever à noite, aquele período reservado à contemplação das horas que foram, do dia que desaparece, dos ruídos que se despedem.
Assim, tive de esperar que Dona Elaine, a governanta deste eremitério de Moledo, recolhesse a segunda chávena do café de cevada matinal – que acompanha, há décadas, o par de torradas de pão de mistura –, para me lamentar acerca do desconcerto do mundo e das ameaças que, de um mês para o outro, tomaram conta da espécie humana. Nem uma coisa nem outra me incomodam grandemente, como já em tempos esclareci os meus benevolentes leitores – e voltar a um assunto não significa que estejamos a repeti-lo, mas apenas a insistir numa obsessão guardada com cuidado.
Passei grande parte da minha vida a observar os arvoredos do Minho e a não ocupar demasiado espaço na vida dos meus semelhantes. Sei distinguir a cor das folhas dos carvalhos brancos das cada vez mais raras ramagens das faias e bétulas que descem para os prados que delimitam o caudal do rio Minho, esse curso de água que fica bem nos tercetos derradeiros dos sonetos mais melancólicos. Por hábito e razoabilidade fui um homem poupado que desprezou o desperdício e aquilo que a minha sobrinha Maria Luísa, a eleitora esquerdista da família, designa por "consumismo". Não viajei muito de avião nem sequer de carro. Gastei mais solas de botas do que o juízo dos meus semelhantes. E, como uma quinquilharia conservadora guardada no baú do Alto Minho, entre florações de mimosas e o Outono do pico das montanhas, aguardo que o mundo se conserve igualmente em condições.
Não me vejo a repetir as palavras do Tio Henrique, que, à sua maneira, era um ecologista dos Arcos de Valdevez – e que desejava que regressássemos ao que o mundo era há cinquenta ou sessenta anos antes da sua idade madura. Hoje, ninguém se contenta com a noite que desce sobre os pinhais nem com a mediocridade dos povoados que apagam as luzes às onze da noite. Uma coisa não vem sem outra. A luz das estrelas sobre a copa dos pinheiros de Moledo é uma lembrança que guardo até ao último dos meus dias.
December 14, 2019
Que nome dar a isto? Não sendo ilegal é...
... no entanto, uma falta de ética, um abuso dos lugares de poder para promover a família à conta do Estado, ou seja, uma vergonha. Oops! Saiu-me aquela palavra. Devo ser uma populista que desgraça a República.
Duarte Cordeiro nomeia novamente mulher de Pedro Nuno Santos
O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, nomeou novamente para sua chefe de gabinete Ana Catarina Gamboa.
Gamboa trabalha há vários anos com o governante. Em março foi notícia porque também é mulher de Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas. A legislação proíbe nomeações de familiares no próprio gabinete (até ao 4º grau - primos), mas não impede familiares noutros gabinetes. Ou seja, é legal.
December 13, 2019
Subscribe to:
Posts (Atom)