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July 03, 2022

A única constante na actuação dos países uns com os outros é a hipocrisia



Johnson apoia o Brexit com o argumento da liberdade e auto-determinação da Inglaterra e vai à Ucrânia fazer declarações contra o abuso de poder, o imperialismo e a quebra das leis internacionais.


A Alemanha e a Irlanda denunciam a proposta de Boris Johnson de abandonar o protocolo da Irlanda do Norte

Rara declaração conjunta indica um endurecimento da posição da UE e da Irlanda.

Escrevendo no Observador, os dois ministros sugerem que a determinação de Johnson em anular efectivamente o chamado protocolo da Irlanda do Norte, que ele acordou há dois anos, corre o risco de minar a "ordem internacional baseada em regras", numa altura em que o continente enfrenta a ilegalidade da invasão da Ucrânia por parte da Rússia.

Os dois ministros afirmam que nas recentes eleições para a assembleia da Irlanda do Norte uma maioria de membros apoiam o protocolo e mostraram apoio às actuais disposições.

A raiva tem vindo a crescer em Dublin desde que o projecto de lei foi publicado. Leo Varadkar, vice-primeiro-ministro da Irlanda, acusou na semana passada o governo britânico de arriscar a ruptura do Reino Unido com a sua gestão da Irlanda do Norte. Varadkar, que deverá suceder a Micheál Martin no final deste ano, acordou os princípios do protocolo em conversações com Johnson em 2019.

Ele disse na semana passada que as acções do governo do Reino Unido são desrespeitosas. "Penso que é um erro estratégico para as pessoas que querem manter a união, porque se se continuarem a impor à Irlanda do Norte coisas que uma clara maioria das pessoas não quer, cada vez mais se afetarão da união", disse à BBC. "É uma política peculiar vinda de um governo que se propõe querer defender a união".

March 30, 2022

Ingleses sendo ingleses...

 


Vi uma entrevista no programa Hard Talk da BBC International com a comissária europeia, Mairead McGuinness. O entrevistador interrogou-a sobre as sanções, citou o caso de Portugal que apenas sancionou uma conta com 246 euros, citou os grandes bancos russos que ainda operam no sistema Swift, a dependência da energia russa e os milhões em pagamento à Rússia que isso implica, etc. Ela respondeu sempre bem.

No final perguntou-lhe porque é que a UE está a querer prejudicar a Inglaterra e se a ideia de união da Europa se coaduna com os obstáculos que estão a impor à Inglaterra no acesso aos bens europeus e à obrigação de os ingleses passarem a pagar taxas de importação, etc. Ela respondeu-lhe dizendo que a UE não trabalha para prejudicar a Inglaterra e que ele anda a ver demasiados programas ingleses... e ainda, que o Brexit significa a saída da UE e dos acordos internos da UE, como é evidente. Resposta dele: mas a UE não está a colaborar com a Inglaterra para que a Inglaterra possa defender os seus interesses. What??!! 

Os ingleses não têm noção das coisas? Então querem sair da UE -libertar-se como disse o primeiro-ministro deles, do jugo da Europa- para não terem nenhum dever nem obrigação mas querem que a UE permita que tenham os mesmos direitos que tinham como se fossem ainda membros e que trabalhe para que os ingleses defendam os seus interesses? Quem tem que defender os interesses da Inglaterra é a Inglaterra, não? Como ela lhe disse, a UE preocupa-se com os problemas da UE. 

Os ingleses estão doidos...


February 13, 2022

Acabo de encontrar isto na internet



Capas de jornais e cartazes de há três anos mas que parecem de há trinta. Certas coisas, mesmo vistas a uma curta distância aparecem já tão datadas e retardadas. Até infantis, algumas delas. Outras fazem-nos perceber o medo das pessoas e a revolta contra as injustiças.

 









October 25, 2021

Triste paternidade II

 


Supermercados utilizam recortes de cartão para esconder lacunas deixadas por problemas de abastecimento


Os supermercados estão a utilizar recortes de cartão com imagens de fruta, vegetais e outras mercearias para preencher lacunas nas prateleiras porque os problemas de abastecimento combinados com uma mudança para gamas de produtos mais pequenas significam que muitas lojas são agora demasiado grandes.

A Tesco começou a utilizar fotografias de espargos, cenouras, laranjas e uvas nos seus corredores de produtos frescos, provocando o ridículo nos meios de comunicação social.

"Mmmm, fotos deliciosas de espargos", escreveu um comentador no Twitter. Outro escarneceu de uma imagem sobredimensionada dos legumes amontoados: "Adoro que os espargos cresçam até este tamanho no Reino Unido. É o nosso clima, tenho a certeza".

Este processo foi acelerado pelo Brexit e pela pandemia que levou à escassez de pessoal e a dificuldades no transporte de mercadorias. Os supermercados e fabricantes reduziram a gama de diferentes tipos de massas, café ou chás que vendem para facilitar a manutenção do fluxo de mercadorias.

Alguns artigos volumosos e pouco rentáveis, tais como bebidas gaseificadas engarrafadas e água, também foram empurrados para baixo na lista de prioridades de entrega devido à escassez de condutores, o que significa que pode haver lacunas nas prateleiras.


Triste paternidade

 



La Grande Illusion
Journal Secret du Brexit
- Michel Barnier





October 02, 2021

Os ingleses estão a delirar

 


Esta entrevista a Michel Barnier, o negociador do Brexit pela UE, que se vê tem mão do governo inglês, na maneira como a entrevistadora põe as questões, dá uma ideia dos ingleses absolutamente delirante. Os ingleses votaram sair da UE sem pedir a opinião das duas Irlandas, da Escócia ou de Gales como se tudo lhes pertencesse e os outros não tivessem voz própria; negociaram durante quatro anos um acordo de saída, assinaram protocolos e agora vêm dizer que querem rasgar os protocolos porque não lhes dá jeito. Querem pôr os produtos na Irlanda do Norte, como se esta não pertencesse ao espaço da UE, mas a verdade é que esse país quis ficar e pertence ao espaço da UE. A inglaterra não aceita não ser um poder imperialista.
A entrevistada gaba-se que a Inglaterra está óptima porque até assinou um grande acordo de defesa com os EUA e a Austrália e deu um pontapé na França e a seguir diz que Barnier é um preguiçoso, cita Farage -esse paradigma ético- contra ele e diz que Bruxelas devia ter o interesse da paz na Irlanda e em Inglaterra em consideração e rasgar o protocolo para evitar dissabores à Inglaterra... parece que estava a provocá-lo para ver se ele dizia qualquer coisa inconveniente, mas ele não lhe deu esse prazer... quer dizer, querem sair da UE, mantendo os privilégios que tinham. Estão a delirar. Quando ele diz que o acordo foi negociado palavra a palavra e que, portanto, não é uma surpresa para ninguém, a entrevistadora chega ao ponto de lhe perguntar se ele tem a certeza que a equipa do lado inglês/irlandês, percebeu o que estava a assinar...

Os ingleses estão a delirar.


March 15, 2021

Os jornais não são isentos a informar

 


Lemos esta notícia e ficamos com a impressão de que alguma coisa mais do que é dito se passará porque não é normal que um país respeitável viole um acordo internacional que firmou há um par de meses. Portanto, há aqui qualquer coisa que não é dita e que poderia esclarecer esta decisão que, vista assim, parece um precedente uma deriva lunática. Vamos ter que ir ler jornais e fontes inglesas para perceber os dois lados da questão. Isto de percebermos que não estamos a ser informados devidamente, irrita um bocado.


UE lança queixa formal contra o Reino Unido por violação do acordo do “Brexit”


Processo começa com o envio de uma carta formal, nesta segunda-feira, pela decisão unilateral britânica de estender o período de tolerância para os controlos fronteiriços na Irlanda do Norte.

A União Europeia prepara-se para oficializar, nesta segunda-feira, uma queixa contra o Reino Unido pela sua decisão unilateral de estender o período de tolerância para os controlos fronteiriços sobre determinados bens que entram na Irlanda do Norte vindos do restante território britânico.
(...)
As perturbações verificadas nos portos norte-irlandeses nestes primeiros meses do ano estão a afectar o fluxo de entrada de produtos na Irlanda do Norte e, por isso, o Governo britânico tem vindo a exigir à UE que estenda o período de tolerância – que termina no final do mês – nos controlos sobre determinados bens, essencialmente agrícolas e alimentares, até 2023.

Face à resposta negativa de Bruxelas, que mantém as negociações em aberto, Downing Street decidiu então agir de forma unilateral, estendendo esse período experimental, que implica menos controlos e menos burocracia, até ao dia 1 de Outubro.
(...)

August 25, 2020

A sede de poder dos governantes aliada à falta de consciência abrem crateras nas sociedades

 


Há um movimento em Inglaterra chamado, 'Defund BBC', que clama pelo fim do pagamento de taxas para manter a estação como serviço público. Dizem que não faz sentido suportar uma cadeia de TV contra aa vontade e que só deve pagar quem quer, falam em liberdade, etc. Na realidade, a campanha tem por detrás organizadores do movimento de Brexit e queixam-se que a estação está tomada pela esquerda e não é independente.

A BBC é a estação pública nacional mais antiga do mundo e muito respeitada, mas Cameron, um político ganancioso de poder e sem grande cabeça que queria marcar pontos para o partido, desencadeou um movimento que abriu uma cratera entre os ingleses que não pára de alastrar. Agora ninguém a sabe fechar. No dia em que não houver serviço público de TV as pessoas ficam como nos EUA, reduzidas a canais que são meros instrumentos de desinformação de propaganda política partidária. 

Muitos defensores do 'defund BBC' usam o hino de Elgar, Land of Hope and Glory, [que uma grande quantidade de ingleses quer passar a usar em vez do God Save The Queen] como símbolo dos seus sentimentos patrióticos, que acusam a BBC de trair.

Era bom que aqui no país se pusesse os olhos neste exemplo, sinal inequívoco de retrocesso democrático e social que parece alastrar-se sem que aqueles que estão em lugares de poder o percebam e lhe ponham travão, travando as suas ambições desmesuradas de poder.

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“The BBC is for the few and I’m not included.”

Another added: “The BBC has become an organisation run by a minority who hold in absolute contempt the majority who are forced by law to fund it.”

The BBC argues it continues to provide politically neutral and un-bias coverage.

Shortly after the 2019 General Election Lord Hall, the BBC’s Director General, defended the corporation in an article for the Daily Telegraph.





Land of hope and glory, mother of the free
How shall we extol thee, who are born of thee?
Wider still and wider shall thy bounds be set
God, who made thee mighty, make thee mightier yet
God, who made thee mighty, make thee mightier yet

April 16, 2020

Did you ever get the feeling that you wanted to go, but still had the feeling that you needed to stay?






Britânicos 'esquecem' Brexit e querem ajuda da UE no combate à pandemia

A larga maioria da população do Reino Unido acredita que Boris Johnson deveria 'esquecer' o Brexit e trabalhar em conjunto com a União Europeia no combate à pandemiade Covid-19, segundo um estudo levado a cabo entre a Focaldata e o jornal britânico The Independent.

77% das pessoas que participaram nesta sondagem defenderam que, neste momento, a decisão mais sensata passaria por manter vários acordos europeus que permitam assegurar que o país tenha acesso a equipamentos de proteção, vacinas e testes.

Se reduzirmos o panorama, 57% dos cidadãos que admitem ter votado favoravelmente ao 'divórcio' com a União Europeia apoiam, agora, uma 'reconciliação', mesmo que seja a curto-prazo, durante o combate ao surto do novo coronavírus.
Uma opinião partilhada por 62% dos eleitores do Partido Conservador, 88% do Partido Trabalhista e 95% do Partido Liberal Democrata.

February 01, 2020

Amanhecer triste



Estou aqui a ver as notícias e a fazer tempo para ir para casa. Na BBC só falam do Brexit ser uma oportunidade de negócio e de dinheiro e de ficar melhor sem os (outros) europeus. Quase 50 anos de participação num projeto de paz, de prosperidade submissa ao respeito pelos direitos humanos e tudo se resume a negócio e dinheiro. Nem uma palavra para a renúncia à reforma e melhoramento do projecto europeu. Calculo que agora que viraram as costas construam uma narrativa de desprezo pela UE. A não ser claro, naquilo que precisem para a vidinha.

January 30, 2020

Verhofstadt: Brexit is 'not an adieu, only an au revoir'- esta gente vive no La La Land e na hipocrisia



Grandes discursos e cantorias de despedida mas a UE sempre boicotou vozes contrárias. Houve referendos ao tratado de Maastricht que o chumbaram mas a UE arranjou maneira de os voltar a pôr na mesa, sem referendo, impondo-os a toda a gente. O eixo franco-alemão dominado pela Alemanha, tem imposto a sua vontade, têm chantageado os países, como aconteceu com a Grécia, empobrecido outros com as austeridades cegas e dogmáticas, como Portugal e nem a própria Alemanha tem beneficiado disto a não ser em termos de poder porque a escola pública deles também tem falta de investimento e as pessoas pagam muitos impostos para pouco investimento público.

De modo que esta gente que vive em Bruxelas e que agora chora, não têm interesse nem vontade para reformas que lhes retirem poder e o devolvam às pessoas. A Inglaterra saiu por discursos populistas, sim, mas também, e sobretudo, por muita revolta contra uma UE opaca, com orgãos que decidem às escuras, não dão cavaco a ninguém, impõem os seus interesses.... as perspectivas não são boas. Está agora mesmo o Juncker na BBC a dar uma entrevista onde proclama grandes princípios mas enquanto lá esteve foi um tipo dos lobbies e das grandes corporações.

São projectos fantásticos deitados fora por gente sem escrúpulos, ignorantes e venais.

December 15, 2019

Eleições inglesas: este título está ao contrário




Não foi por ele ter ganho, foi por os trabalhistas terem perdido em toda a linha. É que os trabalhistas tinham na agenda nacionalizar grandes empresas estratégicas.
Este resultado teve, pelo menos, o mérito de acabar com a divisão dos ingleses, totalmente bloqueadora de soluções, no Brexit. Agora há uma grande maioria a favor do Brexit, de modo que o caminho já não tem volta atrás.

Maiores empresas no Reino Unido valorizaram 40 mil milhões após vitória de Boris Johnson