December 23, 2019

I write therefore I am 🙂
































Philosophy Matters

Compensar 🧀




Hoje gastei dinheiro a comprar o Público porque queria ler o artigo de Tavares sobre o livro de Fernãdo Venãcio, Assim Nasceu Uma Língua, que fiquei com vontade de ler para saber de onde vem, afinal, o til, que usamos a torto e a direito em tudo quanto é palavra.

Entretanto vi o resto do jornal. Até à página 12 aparecem artigos de página inteira a fazer o elogio de Costa de uma maneira que até um acólito do PS como o mastim, que também lá aparece, pensaria vergonhosa. Ouviu senhor Ferro Rodrigues? Vergonhosa. Vergonhosa. Vergonhosa. Vergonhosa.

Na página 16 mais um artigo certamente encomendado e calculo que pelo nosso secretário de Estado do ensino não superior porque imita a ladainha que ele repete  ad nauseam para pseudo-resolver os problemas no papel e não ter que resolver nenhum a sério.

São duas páginas inteiras de uma suposta sumidade inglesa que vem dizer aos portugueses que os alunos abandonam o ensino superior porque "odeiam as matérias" e porque "os professores não compreendem que são eles a causa do abandono dos alunos" e que a solução é "começaram a ouvir as suas histórias" e a ajustar as matérias àquilo que esses alunos gostam e querem.

Nunca vi tanto senso comum numa suposta sumidade.

Aliás, a suposta sumidade só vê duas causas para o insucesso e abandono de 30% dos alunos nos dois primeiros anos de faculdade: ou os alunos têm pouco dinheiro para sustentar o estudo ou isso deve-se à incompetência dos professores que os vê como maus alunos. Não lhe passa pela cabeça que, se calhar, são mesmo maus alunos e que, se calhar, isso deve-se aos estragos que têm feito no ensino básico e que estão agora a exportar para o secundário. E que as coisas ainda vão piorar. Sobre isso é proibido falar.

Enfim, para não ficar mal disposta num dia que está a ir bem fui comer um queijinho pequenino aqui de Palmela, daqueles amanteigados que não existem em mais parte nenhuma do mundo e engordam 3 quilos à hora...

É por estas coisas que os jornais estão com dificuldades e que não compro uma balança...

3 coisas boas para começar bem o dia 🙂




Primeiro fui ao mercado comprar uns queijos frescos e curados. Decidi fazer uns biscoitos
para levar para a consoada para beber com o chá ou o café e pensei ir comprar uma caixinha gira para não os levar dentro de um saco de plástico. Dei 3 passos no mercado e vi uma banca a vender paninhos e naprons e cenas assim. Não é que a senhora tinha dois sacos de pano com motivos do Natal (são mais giros do que parecem na fotografia) mesmo do tamanho certo para enfiar uns biscoitos? Foi logo :)





Depois, no caminho de volta para casa encontrei a Catia Mazari Oliveira, uma amiga, ex-aluna que já não via há um bom tempo, a não ser no FB onde falamos de vez em quando. A Cátia lançou um disco no ano passado, A Garota Não que fez um grande sucesso. Merecido :) Foi bom vê-la. A Cátia vai actuar no CCB no dia 6 de Fevereiro. Tenho que arranjar maneira de ir ouvi-la 🙂
Depois, entrei no prédio e estava o carteiro do correio normal a chegar com um livro que tinha mandado vir para oferecer e estava a ver que não vinha a tempo deste Natal. Veio 🙂










Não é o melhor que podia ser que isso era outra coisa mas são 3 coisas boas para predispor bem o dia.

Poesia invernal




Com uma mão
dou-te tudo
com a outra descubro o nada
Uns dias sou
de veludo
outros de raiva vidrada
Entre a escrita onde me digo
e na escrita
onde me iludo
Há a escrita onde me escondo
e a outra
de meu abrigo
Tendo a razão como escudo
na porfia do disfarce
eu escrevo a ventania
Pelo meio da tempestade
Maria Teresa Horta









LUSA/ESTELA SILVA

December 22, 2019

What??!!



A receita dos filmes da saga Star Wars dava para pagar o buraco da saúde e para a financiar nos próximos anos. E falta aqui o que estreou agora que deve também ter uma receita na ordem dos milhares de milhão.


A receita de bilheteira da saga Star Wars (em dólares)
Episódio VII (2015): 2,07 mil milhões

Episódio VIII (2017): 1,33 mil milhões

Episódio I (1999): 1,03 mil milhões

Episódio III (2005): 850 milhões

Episódio IV (1977): 775,5 milhões

Episódio II (2002): 649,4 milhões

Episódio V (1980): 547,9 milhões

Episódio VI (1983): 475,3 milhões


DN

do Natal e das coisas que importam




Durante muitos anos, quando éramos miúdos, o Natal era uma época mesmo especial. Sendo muitos irmãos, toda a época de Natal era uma excitação. Às vezes passávamo-lo com outra família de amigos dos pais que ainda tinham mais filhos de modo que, sobretudo nesses anos, a noite de Natal era uma coisa caótica e mágica. Fazia-se uma árvore de Natal com um pinheiro gigante.

A certa altura passámos nós a ser os pais e a organizar o Natal para os filhos e fazíamos com que fosse uma noite especial para os miúdos. À medida que iam nascendo mais miúdos e a família crescia o Natal passou a ser um stress. Os miúdos eram dezenas, nós dávamos presentes a todos, e ainda a pais, irmãos, amigos, cunhados...

Começava a planear o Natal um mês antes. Desenterrar o caderninho com a lista de pessoas a quem dar presentes, os nomes dos miúdos, a idade, o que tinha dado no ano anterior. Depois era pensar na comida que era preciso fazer porque a noite de Natal tinha que alimentar umas dezenas de pessoas.

Isto tudo calhava, como agora, na altura das avaliações do 1º período. Montes de testes para ver, notas para calcular, reuniões para preparar... no meio de todo o trabalho ia fazendo, paralelamente, listas mentais do que era preciso comprar no supermercado e quando. Depois era preciso pensar no que dar de presentes e ir escrevendo no caderninho porque tinha pouco tempo para isso e quando saia para os comprar já tinha que saber o que ia comprar e onde e no caso de não encontrar o que queria, qual era a alternativa. Isso era uma tarefa que ia fazendo em Novembro e Dezembro aos poucos mas depois havia dois dias, quando entrava de férias, lá para dia 21 ou 22 de Dezembro em que gastava seis ou sete horas de trabalho nisso. Por dia.

Quando o meu filho era já mais velho vinha comigo e fazíamos o trabalho a dois, tipo empreitada. Depois passava um dia a fazer embrulhos ( o escritório ficava caótico com papel e embrulhos por todo o lado) e a comprar comida e no outro dia inteirinho a fazê-la. Trabalhava mais de oito horas por dia para o Natal. Os homens, pelo menos nessa altura, tinham um Natal descansado e nós, as mulheres, é que fazíamos o Natal.

Depois a noite de Natal era entre o giro e o stress porque os miúdos eram pequenos, eram muitos, ao fim de meia-hora pareciam selvagens, todos desarranjados, a suar das correrias escada acima, escada abaixo (tal como nós fazíamos quando éramos miúdos), em cada momento havia uma confusão ou alguém caía ou chorava ou fazia birras de cansaço e sono ou tinha fome, de modo que tinha que estar-se sempre com um olho neles. Depois, sendo nós muitos e toda a gente gostando de discutir ideias e política e sei lá mais o quê, era uma confusão e uma barulheira. Os miúdos adoravam.

No dia a seguir ao Natal nem me levantava da cama. Dormia todo o dia. Levava dias a recuperar do Natal. De ano para ano isto custava cada vez mais.

Agora não é nada assim. Já há muito tempo. Somos menos. Os miúdos cresceram e uns vão passar o Natal com as famílias dos/as namoradas ou casados e os irmãos também. Ninguém se stressa. Toda a gente e não apenas as mulheres, tratam de arranjar qualquer coisa. Se estou em dia de me apetecer cozinhar, faço-o com prazer e calma, se não, compro qualquer coisa. Não me chateio com isso. Compro meia dúzia de presentes, geralmente livros. A noite de Natal é para estar com a família porque o que importa são as pessoas.

Nocturna








Escolas públicas e privadas





Estudo revela que escolas públicas preparam melhor para universidade 

No acesso ao ensino superior, as cinco melhores escolas são privadas e as cinco piores são públicas. Contudo, a situação inverte-se logo nas notas dos alunos no primeiro ano de faculdade. Há muitas escolas privadas a inflacionar resultados do secundário.

Maria Conceição Silva (professora na Católica Porto Business School), Ana Camacho e Flávia Barbosa (professoras na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) publicaram um estudo na revista Omega(link is external) em que apresentam um ranking alternativo das escolas secundárias.

Neste trabalho, o desempenho das escolas secundárias é avaliado com base nos resultados dos alunos no final do primeiro ano na universidade, sendo que as medidas de desempenho existentes baseadas em exames nacionais no final do ensino médio são complementadas com o desempenho das escolas na preparação dos alunos para o sucesso da universidade.

Para este efeito, foram utilizados dados da Universidade do Porto e da Universidade Católica do Porto, por um período de três anos, correspondendo a mais de 10.000 estudantes de 65 cursos.

Os resultados a que Maria Conceição Silva, Ana Camacho e Flávia Barbosa chegaram revelam que o ranking das escolas elaborado com base nas notas que os seus estudantes tiveram nos exames não tem qualquer relação com o ranking feito com base nos resultados dos estudantes no primeiro ano da universidade. De uma lista de 64 secundárias com alunos colocados em 65 cursos da Universidade do Porto e da Universidade Católica do Porto, as 15 que preparam estudantes com mais sucesso no ensino superior são públicas. Já entre aquelas em que os alunos apresentam menos sucesso ao fim de um ano, 60% são do ensino particular e cooperativo.

Inspeção abriu 20 processos por inflação de notas no secundário

Queda do ensino privado no PISA 2018

Classificação preguiçosa




Uma pessoa entra numa livraria para comprar umas lembranças de Natal. A casa está dividida em, destaques, literatura traduzida, livros técnicos e livros infantis... nos livros técnicos cabe tudo e mais alguma coisa e nem sequer arrumaram por ordem alfabética ou por assunto. Houve preguiça? Fez-me lembrar uma livraria que havia e talvez ainda haja, aqui na cidade, com muita fama. Tinha milhares de livros amontoados e arrumados de maneira que só o dono sabia a lógica da arrumação. Fui lá duas vezes. É que se fosse uma daquelas livrarias caóticas mas cheias de autênticos tesouros onde nos podemos perder em descobertas, era uma coisa, mas não, é só uma livraria mal arrumada.
Livrarias que afastam leitores motivados não hão-de ser grande coisa...

livraria de Vancouver, imagem da net

10 coisas boas deste ano



1.




















2.



















3.



















4.



















5.



















6.



















7.



















8.



















9.



















10.


















borepanda.com

Winter light




Love winter. All the bugs are dead, all the people are indoors :)







Mar da Palha

As contas certas dos rapazes que nos governam




12 mil milhões para as PPP mais 25,5 mil milhões para a banca, perfaz 37.5 mil milhões de euros.

As parcerias público-privadas (PPP) custaram ao Estado quase 12 mil milhões de euros entre 2011 e 2018, segundo o parecer do Tribunal de Contas à Conta Geral do Estado de 2018, divulgado esta sexta-feira. No documento, o Tribunal de Contas indica que os encargos líquidos com as PPP pagos pelos parceiros públicos ascenderam a 11.960 […]

Duas características que andam sempre a par nas religiões




Confrangedora ausência de sentido de humor e ganância pelo dinheiro.


Evangélicos pedem indemnização por todos os cristãos 'lesados' por Jesus Gay

Eduardo Tuma, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, encabeça ação que pede a censura do 'Especial de Natal Porta dos Fundos' que retrata Jesus como homossexual.

Tuma pede ainda uma indemnização por dano moral coletivo no valor de um milhão de reais [cerca de 220 mil euros] .

A ação, ainda não analisada pela Justiça, também requer indemnizações individuais em valor "não inferior a 1.000 reais [cerca de 220 euros]" para todos os cristãos que se sentirem lesados e que se habilitem a reclamar este valor.

Sete mil milhões de bagatelas rapaces para alimentar as harpias




A Face Oculta do Orçamento do Estado

Uma das maiores rubricas do OE 2020 é constituída, tal como nos anos anteriores, por despesas excepcionais. São sete mil milhões de gastos camuflados.

O Orçamento do Estado, agora apresentado para o ano 2020 (OE 2020), continua a ser um motor que empobrece o país. É reiteradamente o mecanismo através do qual, de forma encapotada, o Estado garante os privilégios dos poderosos e canaliza os recursos de todos para os maiores grupos económicos. Não admira, pois, que aquando da sua apresentação pública, o ministro das Finanças tenha omitido algumas das despesas previstas mais significativas.

Uma das maiores rubricas do OE 2020 é constituída, tal como nos anos anteriores, por despesas excepcionais. São sete mil milhões de gastos camuflados. Esta verba é equivalente ao que se gasta em Educação e representa muito mais do que é investido em qualquer outra função primordial do Estado, da Justiça à Segurança. As “excepções” consomem, no seu conjunto, mais do que se colecta em IRC, em todo um ano. Mas, para além de extraordinárias, as despesas são iníquas.

Em participações de capital irão ser despendidos 1600 milhões de euros, sem quaisquer benefícios para os cidadãos. Esta é, aliás, uma prática reiterada nos últimos anos: em 2017 foram cinco mil milhões para a CGD, em 2019 quatro mil milhões para parte incerta; continuará a sangria em 2020. Surpreendentemente, ninguém questiona Costa ou Mário Centeno sobre estas “bagatelas”.

São também despesas excepcionais as contribuições para o Fundo de Resolução da Banca, em montante superior a 1700 milhões de euros. Serão os 600 milhões para o Novo Banco que Centeno anunciou e mais 1100 milhões que o ministro omitiu. Estas transferências constituem um apoio absurdo à banca. Vamos já no quinto ano – desde a falência do BES, em 2014 – em que milhares de milhões dos nossos impostos são enterrados numa banca perdulária e fonte de inúmeros negócios corruptos. Aos apoios à banca, os governos não impõem qualquer limite. O Estado chega ao ponto de, em 2020, continuar a injectar dezenas de milhões no BPN, 11 anos depois da nacionalização que custou aos portugueses cerca de sete mil milhões e oito anos depois da sua venda, em saldo, ao BIC. Justificam-no como “despesas de reprivatização”. Fantástico: o Estado, que vendeu, é que continua a pagar!

No OE estão também previstas como extraordinárias as participações de capital, que orçam em 1600 milhões de euros. A que se soma ainda uma transferência para a Parpública de 950 milhões. Este tipo de gastos vem, aliás, na sequência de anos e anos de injecções de capital sempre mal explicadas, nas mais diversas entidades.

Além de jorrar dinheiro a rodos no sector financeiro, além de canalizar fundos para empresas mal geridas, o erário público irá também favorecer, com recursos quase ilimitados, os concessionários das parceiras público-privadas (PPP), muito em particular as rodoviárias. No próximo ano, serão 1500 milhões em rendas pelas ruinosas PPP rodoviárias, quantia que irá aumentar em 2021. Estas são verbas obscenas, já que o valor adequado seria de 340 milhões, se respeitados os cálculos disponibilizados pelo organismo de estatísticas europeias, o Eurostat. O pagamento das PPP rodoviárias irá, por mais um ano, reflectir um custo cinco vezes superior ao valor do activo – tal como nos anos anteriores e como está previsto vir a ocorrer nos próximos 17 anos... pelo menos! Só esta rubrica representará, em 2020, um esbanjamento de 1200 milhões de euros.


O Parlamento que temos




Não só recusam travões ao uso de Glifosato, esse veneno cancerígeno, como rejeitam que se faça análises à água para consumo humano para saber se tem o produto.

PS, PSD e CDS chumbam todos os projetos para restringir herbicida que pode ser cancerígeno

Propostas para restringir ou banir o glifosato, um herbicida que poderá ser cancerígeno, foram hoje rejeitadas no parlamento com os votos do PS, PSD e CDS-PP.

Os projetos dos dois partidos sobre a obrigatoriedade de análise da água destinada a consumo humano, para ver se tem o produto, que é largamente usado no país, foram chumbados pelo PS, PSD e CDS-PP, com PCP a abster-se e os restantes partidos a votarem a favor.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já alertou que o glifosato pode ser cancerígeno. Nos projetos os partidos salientam o perigo do glifosato para a saúde humana.

Há estudos que indicam que há uma relação entre o herbicida e um tipo de cancro no sangue que é o “Linfoma não Hodgkin”.

A empresa Bayer, que comprou em 2018 a Monsanto, fabricante do herbicida “Roundup” (glifosato), anunciou no final de outubro que enfrenta 42.700 processos judiciais nos Estados Unidos por causa do produto da sua filial norte-americana.

A Bayer foi já condenada três vezes a indemnizar californianos doentes com cancro.



December 21, 2019

Da minha janela - um céu Turner




Música ao entardecer - Irving Berlin





É isto...




Gastar 200 milhões para nos pagar parte do que nos roubaram não pode ser, já enfiar 25,5 mil milhões na banca ou quase 74 milhões em gastos de gabinetes de ministros é aceitável. São os políticos sérios de que fala o Poiares Maduro. Muito sérios.


PS e direita chumbam tempo de carreira dos professores

PS, PSD e CDS rejeitam propostas de PCP e BE para recuperação total do tempo de serviço.

Vejo tudo errado nesta análise política




O que têm em comum Greta Thunberg e Donald Trump? Ambos conectam com as pessoas a um nível emocional. A capacidade de promover ideias políticas, boas ou más, está cada vez mais dependente de uma adesão emocional mais do que racional. Greta conseguiu o que o consenso científico não tinha conseguido: fazer do clima o principal tema político. O sucesso de Trump não depende dos factos, mas da identificação daqueles que o suportam com os sentimentos que transmite. A crescente radicalização política é filha desta política das emoções. O desafio para os políticos sérios? Conseguir a empatia emocional com os cidadãos sem dispensar (nem os dispensar) do uso da razão. O desafio para a sociedade? Preservar as condições que permitem a procura de um bem comum num contexto crescentemente polarizado.
Greta Thunberg e Donald Trump têm em comum despertarem uma adesão emocional e não racional? Todas as pessoas desencadeiam nos outros uma adesão emocional, positiva ou negativa. Por exemplo, António Costa, quando se candidatou contra PPC, transmitiu um sentimento de respeito pelo povo, que agora se percebe que era uma encenação eleitoral, com os seus discursos de contrariar a austeridade e devolver a dignidade ao povo. Foi por acreditarem nesse discurso que as pessoas aderiram positivamente ao seu discurso e votaram nele. 
Entretanto, viram que era mentira e nestas eleições, apesar da oposição estar entretida a canibalizar-se e apesar do PS ter conseguido controlar quase todos os meios de comunicação para lhe serem favoráveis, não lhe deram maioria absoluta, o que mostra que vêem bem o que ele andou a fazer. 

Aliás a maioria nem foi votar. E essa deve ser a questão a fazer-se. Porque é que as pessoas já nem votam ou votam em Trumps? Porque a vida política está dominada pelos partidos políticos que agem como famiglias e as pessoas sabem que não têm voz nem importância nas decisões políticas desde que os políticos deixaram de as representar (ontem discutiu-se na AR a hipótese de reforma do sistema eleitoral e dedicaram 3 minutos para cada partido se pronunciar, o que mostra bem a importância que dão à representação democrática do povo) e humilham os que as tentam representar - os partidos proibiram os novos partidos que só têm 1 deputado de assistirem às reuniões da conferência de líderes, mesmo apenas como observadores. Estão excluídos do processo (não) democrático.

As pessoas votaram em Trump porque se vêem não representadas e ele lhes pareceu ser uma voz exterior e independente das famiglias da política, fechadas à voz do povo. E, de facto, é.
Só que é um comerciante sensível à voz de oligarcas e nisso é igual aos políticos.

Da mesma maneira as pessoas seguem Greta Thunberg porque ela parece ter conseguido furar esse muro que os políticos, que na maioria deixaram de ser sérios, são apenas profissionais de cargos e de poder, gente muito ignorante que pensa que isto do clima é uma tontice, embora não o digam com medo de perder votos, mas mostram-nos nas suas políticas desastrosas. A questão é que a maioria dos políticos já não consegue empatia porque já conseguem enganar as pessoas, as demagogias já não passam. Nem procuram um bem comum, como alega o autor do artigo, todos vemos que só procuram o bem do partido que lhes assegura lugares de poder e, o contexto está polarizado e radicalizado pelos próprios políticos que transformaram tudo em esquerda e direta, populistas, não populistas, etc.


O Mundo está hoje muito melhor do que alguma vez na história: da expectativa de vida ao número de pobres, praticamente todos os indicadores revelam melhorias. Mas não é isso que muitos sentem. Só isso explica a multiplicação dos conflitos sociais a que assistimos este ano.

Poiares Maduro, Três lições políticas de 2019


O Mundo não está melhor equitativamente. Por exemplo, o índice de pobreza a diminuir deve-se, em grande parte, à China, bem como o repovoamento florestal, bem como o indíce de desenvolvimento. Também à Índia. Esses dois países são um terço do mundo e todas as suas mudanças têm grande peso nos indicadores mundiais.

Na Europa e nos EUA as desigualdades estão a crescer, a pobreza a aumentar. Por exemplo, nos EUA o índice de mortes de adolescentes e de grávidas está a aumentar assustadoramente. O índice de mortes à nascença aumentou imenso em Portugal.

É verdade que os pobres têm a sopa dos pobres e não morrem à fome como no Yemen mas as pessoas têm menos recursos, vidas mais exploradas e têm menos acesso aos serviços públicos. Todos os dias é notícia as grávidas andarem de hospital em hospital porque ninguém as recebe: ou não há médicos ou não há camas. E isto num país que precisa de nascimentos como de pão para a boca.

Talvez, em de dizer que as pessoas votam neste e naquele por serem pouco racionais e estarem radicalizadas, fosse melhor perceber porque é que na Europa e nos EUA, as mesmas pessoas racionais que votavam nos partidos tradicionais tenham deixado pura e simplesmente de votar e muitas se tenham voltado para outras alternativas.

Se calhar chamar estúpidas e ignorantes às pessoas não é a melhor maneira de perceber o problema e muito menos recomendar que os políticos sejam mais demagogos do que já são para enganar as pessoas com empatia porque do que as pessoas precisam é de ver que estão a dar-lhes possibilidades de ter uma vida decente.

Uma pessoa pode não saber nada de corte e costura mas sabe ver se o fato lhe assenta bem e quem são os alfaiates e costureiras que deixam sempre tudo às três pancadas: tudo mal cortado e mal cosido. E isso não é ser emocional. Ser emocional é não ser capaz de pensar as causas do afastamento das pessoas dos partidos tradicionais e reagir chamando-lhes pouco racionais e radicais.

O apoio à banca evitou o colapso que quem, ao certo?




Evitou o colapso dos banqueiros. Preferia um título que dissesse, 'o apoio às famílias evitou o colapso do povo'.

1º - o dinheiro dos contribuintes para apoiar a banca, não evitou que as desigualdades crescessem. Logo, a quem interessa que a economia melhore desta maneira, que é a maneira de escoar todo o dinheiro para a banca? A Marcelo e a seus amigos? Não ao povo que é quem paga estes roubos e depois não tem acesso aos serviços.

2ª - se o mau governo da banca foi a razão de tanto dinheiro perdido, porque é que os banqueiros continuam nos lugares, uns, outros a ser nomeados pelo governo para outros bancos e outros, que roubaram milhares de milhões, continuam nas suas vidinhas sossegadas, sem devolver um tostão de tanto dinheiro roubado e sem ir presos? Isso também evita o colapso da economia?

3ª - fala-se aqui do apoio à banca no pretérito como se fosse coisa do passado mas agora mesmo o Costacenteno vai enfiar mais 1200 milhões no Banco bom -que faria se fosse mau?- de modo que isto não é um apoio a banca é a mesada dos banqueiros. Enquanto isso, tem 50 milhões para aumentar 600 mil funcionários públicos, à semelhança do que fez no ano passado. No entanto, o Parlamento gasta 83 milhões de euros em 2019 e dá 25,3 milhões aos partidosMais: Os gabinetes do governo custam 73,2 milhões e vão ser aumentados quase 14%. Os funcionários públicos, 0%

O Presidente vive no la la land e tem sido cúmplice de todas os desvios deste governo.
18 mil milhões foi o que se perdeu em corrupção no país, segundo o estudo The costs of corruption across the EU publicado em 2018 pelo Parlamento Europeu - o custo estimado da Corrupção em Portugal é de cerca de 7,9% do PIB, o que equivale a qualquer coisa como 18,2 biliões de Euros (18,200.000.000,00 Euros).

Ahh! E o apoio à banca não foram 18 mil milhões, foram 25,5 mil milhões!

O Presidente da República considerou esta sexta-feira que o encargo de 18 mil milhões de euros para o Estado apoiar o sistema financeiro na última década "não foi uma boa solução", mas evitou o "colapso da economia nacional".