August 31, 2024

Ouvido agora mesmo no canal Bloomberg

 


Jamie Dimon, CEO da JPMorgan: I always tell a client, 'When you complain to us, you're doing us a favor.'

(algo que os chefes, directores, CEOs, ministros e outras pessoas em cargos de chefia no nosso país, simplesmente não compreendem)

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Sarah Ketterer, diretor executiva da Causeway Capital Management: Banks in the US are offering 5% interest.

(não percebo nada de economia ou de finanças mas sei que os bancos portugueses, em vez de promoverem a economia, promovem banqueiros e cartelizaram-se para lucrar com o prejuízo dos clientes. Também sei que a nossa economia está anémica, em grande parte porque os bancos se comportam menos como bancos e mais como o Scrooge.

É no que dá pôr pessoas que não sabem pensar à frente de instituições públicas

 


Em conversa com uma jornalista, amiga que muito prezo, disse-me que os cursos de licenciatura eram uma licença para continuar a estudar sozinho. Não posso estar mais de acordo. Não só pelo princípio geral, como por duas razões que destaco.

Primeira razão, sobre a necessidade de formação ao longo da vida. A formação superior na Europa organiza-se em torno de dois princípios. O princípio da mobilidade que, através da acumulação de créditos ECTS, permite aos estudantes transportarem consigo uma espécie de passaporte de formação reconhecida em qualquer universidade europeia [com] a possibilidade de retomar processos de formação para atualização, aprofundamento ou alargamento de conhecimentos ou competências. Estamos, portanto, muito longe do modelo do passado, em que se faziam cursos de licenciatura muito longos (cinco ou seis anos), que duravam para a vida inteira. Hoje, o mais comum é fazer-se uma licenciatura curta (três anos) e ir fazendo formações mais curtas ao longo do percurso profissional, para especialização ou diversificação de competências, em função das oportunidades de carreira ou dos interesses que cada um vai desenvolvendo. Por isso se diz que a licenciatura é uma licença para continuar a estudar.
(...)
O mercado de trabalho, público e privado, evolui com a existência de mais pessoas mais qualificadas e com mais competências, gerando-se dinâmicas tecnológicas e organizacionais, novas necessidades, que não é possível antecipar. Por isso se diz muitas vezes que o mais importante no Ensino Superior é aprender a aprender, é adquirir competências que permitam procurar e mobilizar informação e conhecimento para a resolução de problemas novos. E não, como muitas vezes no passado, treinar apenas a resolução de problemas cuja solução já conhecemos.

Maria de Lurdes Rodrigues in licenca-para-continuar-a-estudar-sozinho/


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Em primeiro lugar, nenhum curso de licenciatura longo ou muito longo impediu que as pessoas fizessem formações mais curtas ao longo do seu percurso profissional. Todas as pessoas com licenciaturas pré-bolonha, em que me incluo mais muito milhares, continuaram e continuam a fazer formações mais curtas. Em muitas profissões é até obrigatório: na carreira docente, mas não só. Qual é o médico que não actualiza os seus conhecimentos? Portanto, a pessoa que escreve estas baboseiras, põe as questões em falsas dicotomias: ou tens uma licenciatura de 3 anos e podes continuar a fazer formações curtas ou tens uma licenciatura longa e nunca mais actualizas ou diversificas os teus conhecimentos.

Em segundo lugar, a expressão, 'aprender a aprender' é uma expressão que Ana Benavente, ex-SE da Educação de Marçal Grilo introduziu em Portugal de uma maneira negativa, pois problematizou a aprendizagem num contexto de extremos opostos falsamente incompatíveis: ou aprendes conhecimentos ou 'aprendes a aprender'; ou estás divertido a aprender ou a aprendizagem é traumática e negativa - falsas dicotomias.

Pois a Lurdes Rodrigues, passados mais de 20 anos, ainda papagueia essa falsa dicotomia no ensino superior: ou aprendes conhecimentos ou 'aprendes a aprender', como se ambas as aprendizagens fossem percursos diferentes e não paralelos e inter-dependentes.

Quando não se tem conhecimentos sólidos sobre os temas, por muito que se tenha exercitado o pensamento crítico e se tenha aprendido técnicas de ir buscar informação relevante, não se sabe interpretar a informação de maneira a construir conhecimento. É assim que as pessoas vão ao google buscar informação sobre as suas maleitas e depois chegam ao médico com opiniões sobre as doenças e os tratamentos, convencidas que por terem lido informação pertinente, sabem enquadrá-la num sistema de conhecimentos apropriado para a interpretar de maneira correcta e significante.

Da mesma maneira os encarregados ele educação vão ao google ler informações sobre pedagogia ou uma área de conhecimento qualquer e depois aparecem nas escolas a dizer que o professor não ensina como deve ser ou que o teste de português está mal classificado porque se convenceram que a informação que leram é o próprio conhecimento.

Pensar que basta ter aprendido a procurar informação pertinente para transformá-la em conhecimento é não compreender o processo do conhecimento. Ter técnicas de procurar informação pertinente é necessário, mas não suficiente, para construir conhecimento.


Deixem-me dar um exemplo:


pegadas de dinossauro com 113 milhões de anos, descobertas no Texas

Até há cerca de 150 anos ninguém sabia da existência de dinossauros, o que parece incrível nos dias de hoje, dada a quantidade de fósseis que se encontram por todo o lado no planeta. Não é como se as ossadas de dinossauros fossem minúsculas e como tal, passassem despercebidas. Não, pelo contrário, milhares de pessoas as viram durante séculos e séculos. Porém, apesar de haver essa informação disponível, dado que não havia conhecimento sobre esses fósseis, ninguém sabia interpretá-la e transformá-la em conhecimento.

desenho de Plot

A primeira pessoa que descreveu um osso de dinossauro foi Robert Plot, um químico, antiquário e naturalista curioso, em 1677. Era a extremidade distal de um fémur que tinha sido encontrado na aldeia de Cornwell, em Oxfordshire. Plot fez um excelente desenho do osso, mas interpretou-o e identificou-o como o osso da coxa de um gigante humano. 

Em 1772, o médico e tradutor de obras naturalistas, Richard Brookes virou o desenho de Plot de pernas para o ar e, notando uma surpreendente semelhança com os órgãos genitais masculinos, deu-lhe o seu primeiro nome formal: Scrotum humanum

Em 1824, William Buckland, geólogo e paleontólogo, ao descrever um conjunto de fósseis da aldeia vizinha de Stonesfield, deu à criatura de Plot o nome de Megalosaurus.  A publicação de Buckland foi a primeira descrição científica moderna de restos de dinossauros, apesar de ele, não sem razão, ter pensado que se tratava de um réptil gigante e a categoria distinta 'dinossauro' só ter sido definida em 1842 por Richard Owen, um zoólogo e, primeiro diretor do Museu de História Natural de Londres.

Portanto, Robert Plot e Richard Brookes, dois estudiosos sem conhecimentos na área da zoologia e paleontologia, perceberem que tinham ali naqueles fósseis, informação pertinente, mas dado que não tinham os conhecimentos adequados para interpretá-la, produziram falsos conhecimentos interpretados à luz dos seus conhecimentos: para um e para outro eram fósseis de seres humanos.

Conclusão: saber procurar informação pertinente sem os conhecimentos para saber interpretá-la e enquadrá-la num sistema de conhecimentos adequados, não serve para muito e pode até levar a crenças falsas e enganadoras. De maneira que, 'aprender a aprender' é um complemento paralelo importante da aprendizagem de conhecimentos mas não uma alternativa substituta.

Que haja pessoas à frente de instituições públicas universitárias -que até já foram, infelizmente, ME- que não compreendam o fundamental e ajuízem e falem dos temas da educação com recurso a clichês que repetem sem pensar, explica muito do estado actual da educação.

🇺🇦 Quem são os 'militares' ucranianos?




São engenheiros, chefes pasteleiros, jogadores de futebol, arquitectos paisagistas, etc. São pessoas como eu e tu e se a Ucrânia não tiver apoio suficiente para ganhar esta guerra, em breve, nos nosso países também os civis se terão de transformar em militares à pressa para sobreviver ao imperialismo colonialista russo. Por outro lado, se os EUA e a Alemanha ajudarem a Ucrânia a vencer esta guerra, muitas guerras e terrorismo do mundo vão desaparecer misteriosamente.


Пепел Клааса ᛞ

Coisas que não se percebem na administração Biden

 


Porque razão a administração Biden dá mais valor às bases militares russas de onde saem os ataques à Ucrânia que às vidas dos civis ucranianos? Que valor podem ver em manter Putin, um indivíduo com uma mentalidade leninista-estalinista, como interlocutor? Não consigo perceber, a não ser que haja acordos secretos de negócios de petróleo -ou outros- de que não sabemos.









Outras guerras - a da representatividade dos orgãos de soberania



A um ano e meio de distância, vemos já vários dedos no ar. Sem surpresas, são todos de homens, com mais de 55 anos, cabelo grisalho, experiência política e/ou mediática e níveis confortáveis de confiança. Em 2026 arriscamo-nos a comprar mais 5 anos da mesma História: aquela em que é uma miragem ver uma mulher como primeira figura do Estado.

António Costa, Mário Centeno, Santos Silva, Passos Coelho, Marques Mendes, António Guterres - sucedem-se os nomes masculinos, ora com legitimação dentro de um dos dois grandes partidos, ora com um histórico robusto de promoção pública. E é aqui que residem duas das razões para o vazio feminino. Em Portugal, depois de Maria de Lourdes Pintasilgo, em 1986, só houve mulheres candidatas à Presidência da República em 2016 e 2021. Concorreram Maria de Belém Roseira, Marisa Matias das duas vezes e Ana Gomes - ora como independentes, ora sem a gigante máquina partidária de um PS ou PSD. A todas faltava as longas horas multiplicadas por 15 anos de antena televisiva em horário nobre do “Professor”, divididas entre a TVI e a RTP, e que tornaram Marcelo Rebelo de Sousa como o expectável vencedor.

O mesmo protagonismo que tem agora Marques Mendes, todos os domingos na SIC, também há mais de 10 anos. Um privilégio aparentemente masculino: as mulheres representam apenas um quarto dos comentadores televisivos portugueses (24%), revela um estudo do ISCTE de março.

Para formar opinião e votar, é preciso conhecer as figuras e o seu discurso, e para isso é preciso dar voz. Mas para se ser uma voz apetecível para colocar em ecrã, nas páginas dos jornais ou nos microfones da rádio, é preciso também ir adquirindo protagonismo político (e vice-versa). E aqui, elas também estão a perder: a Lei da Paridade ainda não resolveu a misoginia, nem a eternização masculina nos lugares - neste momento as mulheres representam apenas um terço dos deputados, um número inferior a 2022. A lei atual permite que se possam seguir dois candidatos do mesmo sexo, sendo que em várias listas a composição é de dois homens, uma mulher, e assim sucessivamente.

Sem oportunidade de fazer política, não há oportunidade de implementar mudanças, de brilhar e de marcar a agenda. O mesmo se pode dizer em outras áreas da política: apenas cerca de um terço do corpo diplomático português é constituído por mulheres (de resto, na nossa História só houve uma Ministra dos Negócios Estrangeiros, e foi já há 20 anos). Elas próprias cresceram a acreditar que têm de cumprir uma lista infindável de requisitos para serem hipótese para o lugar, e somam-se estudos que mostram que as mulheres só se chegam à frente para uma determinada posição se sentirem que cumprem todos os itens da lista, ao passo que aos homens basta-lhes alguns dos tópicos e algum atrevimento.

Num país com metade de mulheres, muitas qualificadas e competentes, além de nunca ter havido nenhuma mulher Presidente da República, nunca houve nenhuma presidente do Tribunal Constitucional, nenhuma presidente do Supremo Tribunal de Justiça, nenhuma presidente da Câmara de Lisboa ou da Câmara do Porto.

Catarina Marques Rodrigues in a-formula-da-presidencia/

Bom dia

 

The Sea Is History
by Derek Walcott

Where are your monuments, your battles, martyrs?
Where is your tribal memory? Sirs,
in that gray vault. The sea. The sea
has locked them up. The sea is History



By Rukiye Garip

August 30, 2024

Os crimes de honra, as estruturas de clãs, as decapitações, a lapidação de mulheres e a lei da Sharia não pertencem a sítio algum!

 

Não devíamos aceitar que as mulheres não possam falar por si e tenham que ser 'representadas' por um líder de clã que fala por elas. Vivemos em países democráticos onde todos têm voz pública.


Stop supporting Taliban❗️

 

E islamitas.


Fazer o que tem de ser feito

 

Educação - 48 mil alunos sem professores

 


Se as aulas começassem hoje. E assim vai continuar porque no Norte há professores, mas no Sul onde faltam, não há maneira dos professores poderem pagar os custos de estarem empregados.

Não percebo. A Câmara de Lisboa tem imensos prédios desocupados ou mal ocupados; o governo tem montes de prédios para ministérios e delegações ministeriais que sorvem dinheiro; leio por aí que o PCP parece ser o maior proprietário imobiliário do país, com milhares de prédios e nem sequer paga o IMI. Porque é que a Câmara, com o apoio do governo, não compra uns prédios ao PCP ou usa alguns dos seus e arranja-os para apartamentos para professores deslocados? Saia mais barato e resolvia muitos problemas. 


DN


Educação - Carta de uma professora da Missão Escola Pública à Confederação de Pais e EE

 




do blog Arlindovsky


Como ser verdadeiramente livre segundo Pepe Mujica

 


Como ser verdadeiramente livre: Lições de um presidente filósofo

Pepe Mujica, antigo presidente espartano do Uruguai e filósofo de expressão simples, oferece a sabedoria de uma vida rica enquanto luta contra o cancro.

Há uma década, o mundo teve um breve fascínio por José Mujica. Era o presidente popular do Uruguai que tinha evitado o palácio presidencial do seu país para viver numa pequena casa de telhado de lata com a mulher e o cão de três patas.

Em discursos a líderes mundiais, entrevistas a jornalistas estrangeiros e documentários na Netflix, Pepe Mujica, como é universalmente conhecido, partilhou inúmeras histórias de uma vida digna de um filme. Assaltou bancos como guerrilheiro urbano de esquerda; sobreviveu 15 anos como prisioneiro, inclusive fazendo amizade com um sapo enquanto era mantido num buraco no chão; e ajudou a liderar a transformação da sua pequena nação sul-americana numa das democracias mais saudáveis e socialmente liberais do mundo.

Mas o legado do Sr. Mujica será mais do que a sua história colorida e o seu empenhamento na austeridade. Tornou-se uma das figuras mais influentes e importantes da América Latina, em grande parte devido à sua filosofia de expressão simples sobre o caminho para uma sociedade melhor e uma vida mais feliz.

(...)

(Sem ser solicitado.)

Penso que a humanidade, tal como está a evoluir, está condenada.

Porque é que diz isso?

Perdemos muito tempo inutilmente. Podemos viver de forma mais pacífica. Veja-se o caso do Uruguai. O Uruguai tem 3,5 milhões de habitantes. Importa 27 milhões de pares de sapatos. Fazemos lixo e trabalhamos com dor. Para quê?

És livre quando escapas à lei da necessidade - quando gastas o tempo da tua vida naquilo que desejas. Se as tuas necessidades se multiplicam, gastas a tua vida a cobrir essas necessidades.

O ser humano pode criar necessidades infinitas. O mercado domina-nos e rouba-nos a vida.

A humanidade precisa de trabalhar menos, de ter mais tempo livre e de estar mais assente na terra. Porquê tanto lixo? Porque é que temos de mudar de carro? Mudar o frigorífico?

Só há uma vida e ela acaba. Há que lhe dar um sentido. Lutar pela felicidade, não apenas pela riqueza.

Acredita que a humanidade pode mudar?


Pode mudar. Mas o mercado é muito forte. Gerou uma cultura subliminar que domina o nosso instinto. É subjetivo. É inconsciente. Tornou-nos compradores vorazes. Vivemos para comprar. Trabalhamos para comprar. E vivemos para pagar. O crédito é uma religião. Por isso, estamos um bocado lixados.

Parece que não tem muita esperança.

Biologicamente, tenho esperança, porque acredito no homem. Mas quando penso nisso, sou pessimista.

No entanto, os seus discursos têm muitas vezes uma mensagem positiva.

Porque a vida é bela. Com todos os seus altos e baixos, eu amo a vida. E estou a perdê-la porque chegou a minha hora de partir. Que sentido podemos dar à vida? O homem, comparado com os outros animais, tem a capacidade de encontrar um objetivo.

Ou não. Se não o encontrar, o mercado fá-lo-á pagar contas para o resto da sua vida.

Se o encontrares, terás algo pelo que viver. Os que investigam, os que tocam música, os que gostam de desporto, qualquer coisa. Algo que preencha a vossa vida.

Porque é que escolheu viver na sua própria casa como Presidente?

Os vestígios culturais do feudalismo permanecem. O tapete vermelho. A corneta. Os presidentes gostam de ser elogiados.

Uma vez fui à Alemanha e puseram-me num Mercedes-Benz. A porta pesava cerca de 3.000 quilos. Puseram 40 motas à frente e outras 40 atrás. Fiquei envergonhado.

Temos uma casa para o Presidente. Tem quatro andares. Para tomar chá é preciso andar três quarteirões. É inútil. Deviam fazer dela uma escola secundária.

Como é que gostaria de ser recordado?

Ah, como aquilo que sou: um velho louco.

É só isso? Fez muito.

Eu tenho uma coisa. A magia da palavra.

O livro é a maior invenção do homem. É uma pena que as pessoas leiam tão pouco. Não têm tempo.

Hoje em dia, as pessoas lêem muito no telemóvel.

Há quatro anos, deitei o meu fora. Dava comigo em doido. Todo o dia a dizer disparates.

Temos de aprender a falar com a pessoa que está dentro de nós. Foi ela que me salvou a vida. Como estive sozinho durante muitos anos, isso ficou-me na memória.

Quando estou no campo a trabalhar com o trator, às vezes paro para ver como um passarinho constrói o seu ninho. Ele nasceu com o programa. Já é um arquiteto. Ninguém o ensinou. Conheces o pássaro hornero? São perfeitos pedreiros.

Eu admiro a natureza. Quase tenho uma espécie de panteísmo. É preciso ter olhos para a ver.

As formigas são um dos verdadeiros comunistas que andam por aí. São muito mais velhas do que nós e sobreviver-nos-hão. Todos os seres das colónias são muito fortes.

Voltando aos telemóveis: Está a dizer que eles são demais para nós?

A culpa não é do telemóvel. Nós é que não estamos preparados. Fazemos uma utilização desastrosa do telemóvel.

As crianças andam por aí com uma universidade no bolso. Isso é ótimo. No entanto, avançámos mais em tecnologia do que em valores.

No entanto, é no mundo digital que se vive atualmente grande parte da vida.

Nada substitui isto. (gesticula para nós os dois a falar). Isto é intransmissível. Não estamos a falar apenas com palavras. Comunicamos com gestos, com a nossa pele. A comunicação direta é insubstituível.

Não somos tão robóticos. Aprendemos a pensar, mas antes somos seres emocionais. Acreditamos que decidimos com a cabeça. Muitas vezes a cabeça encontra os argumentos para justificar as decisões tomadas pelo instinto. Não somos tão conscientes quanto parecemos.

E isso é ótimo. Esse mecanismo é o que nos mantém vivos. É como a vaca que segue o que é verde. Se há verde, há comida. Vai ser difícil deixar de ser quem somos.

Já disse no passado que não acredita em Deus. Qual é a sua visão de Deus neste momento da sua vida?

Sessenta por cento da humanidade acredita em alguma coisa, e isso deve ser respeitado. Há perguntas sem resposta. Qual é o sentido da vida? De onde viemos? Para onde é que vamos?

Não aceitamos facilmente o facto de sermos uma formiga no infinito do universo. Precisamos da esperança de Deus porque gostaríamos de viver.

Tem algum tipo de Deus?

Não. Respeito muito as pessoas que acreditam. É como uma consolação perante a ideia da morte.

Porque a contradição da vida é que ela é um programa biológico concebido para lutar para viver. Mas a partir do momento em que o programa começa, estamos condenados a morrer.

Parece que a biologia é uma parte importante da vossa visão do mundo.

Somos interdependentes. Não poderíamos viver sem os procariontes que temos no nosso intestino. Dependemos de uma série de insectos que nem sequer vemos. A vida é uma cadeia e ainda está cheia de mistérios.

Espero que a vida humana seja prolongada, mas estou preocupado. Há muitos loucos com armas atómicas. Muito fanatismo. Devíamos estar a construir moinhos de vento. Mas gastamos em armas.

Que animal complicado é o homem. É ao mesmo tempo inteligente e estúpido.

Jack Nicas in nytimes.com

August 29, 2024

Pausa digital - França baniu o uso de telemóveis nas escolas até aos 15 anos



Em 200 escolas mas em Janeiro poderá estender a medida às outras todas. 

Portugal está a experimentar um compromisso, introduzindo um certo número de dias sem telemóveis nas escolas todos os meses Hã...? Nunca ouvi falar disto...  o que me parece é que estamos muito atrasados a tomar medidas nest domínio e que com isso estamos a prejudicar os alunos e as aulas.


France bans children under the age of 15 from using phones in school.
@GlobeEyeNews


Cerca de 200 escolas básicas participarão na experiência que exigirá que os jovens entreguem os telemóveis à chegada à escola. A proibição dos dispositivos vai mais longe do que uma lei de 2018 que proibia os alunos das escolas primárias e secundárias [as nossas básicas] de utilizarem os seus telemóveis nas instalações, mas permitia-lhes ficar com eles.

Ao anunciar o ensaio na terça-feira, a ME em exercício, Nicole Belloubet, disse que o objetivo era dar aos jovens uma “pausa digital”. Se a experiência for bem sucedida, a proibição será introduzida em todas as escolas a partir de janeiro, afirmou Nicole Belloubet.

Uma comissão criada pelo Presidente Emmanuel Macron manifestou a sua preocupação com o facto de a exposição excessiva das crianças aos ecrãs estar a ter um efeito prejudicial na sua saúde e desenvolvimento.

Um relatório de 140 páginas, publicado em Março, concluiu que existe “um consenso muito claro sobre os efeitos negativos diretos e indirectos dos dispositivos digitais no sono, no sedentarismo, na falta de atividade física e no risco de excesso de peso e mesmo de obesidade (...), bem como na visão”.

O relatório afirma que a “hiper” utilização dos telemóveis e de outras tecnologias digitais não é apenas prejudicial para as crianças, mas também para “a sociedade e a civilização”.

O relatório recomenda que a utilização de telemóveis pelas crianças seja controlada por fases: não ter telemóveis antes dos 11 anos, telemóveis sem acesso à Internet entre os 11 e os 13 anos, telemóveis com Internet mas sem acesso às redes sociais antes dos 15 anos.

O relatório sugere ainda que as crianças com menos de três anos não devem ser expostas de todo a dispositivos digitais, que “não são necessários para o desenvolvimento saudável da criança”.

“Temos de pôr a ferramenta digital no seu lugar. Até aos seis anos de idade, pelo menos, uma criança não precisa de um dispositivo digital para se desenvolver”, afirmou Servane Mouton, neurologista e neurofisiologista que fez parte da comissão. “Temos de voltar a ensinar os pais a brincar com os filhos.


A Itália foi pioneira na introdução de proibições de uso do telemóvel, tendo introduzido uma em 2007, antes de a flexibilizar em 2017 e de a voltar a impor em 2022. Aplica-se a todos os grupos etários.

Em fevereiro deste ano, o governo de Westminster emitiu orientações não obrigatórias que diziam que as escolas em Inglaterra deviam proibir a utilização de telemóveis durante todo o dia escolar, mas que cabia aos diretores e responsáveis individuais decidir sobre a sua política de utilização de telemóveis.

Portugal está a experimentar um compromisso, introduzindo um certo número de dias sem telemóveis nas escolas todos os meses, enquanto em Espanha as escolas de algumas regiões autónomas impuseram uma proibição, mas não existe uma proibição a nível nacional.

Boa sorte com isso



Santa Maria ameaça processar utentes que critiquem profissionais de saúde nas redes sociais

Em causa estão “publicações nas redes sociais”, que têm crescido nos últimos meses e que atingem “a honorabilidade, reputação e bom nome da instituição e dos seus profissionais”.

PÚBLICO

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Não vai haver dinheiro que chegue no Orçamento da Saúde. Nós professores sabemos o que é isso.

August 28, 2024

Zelenskyy's update

 

A escravatura existe

 





Involução dos direitos das mulheres afegãs.

Dever

 


Haver              Dever

                       este corpo

                       o coração

                       o cérebro

                       os olhos

                       a boca e o nariz

                       o cabelo, as unhas

                       o sangue, as veias

                       a pele

                       as vísceras

                       todas as células

                       mesmo o sarcófago

                      das tumorais

                  

                                é tudo emprestado

                                   para devolver

 

                       excepto eu que não me

                             devo a ninguém                                   


           bja (after W. Szymborska)


Stop supporting Taliban❗️

 


E islamitas também.


Stop supporting Taliban❗️

 


Manhã submersa