Zelensky exortou a NATO a fazer mais em entrevista ao Times
The Times. Daniel Berehulak/The New York Times
O Presidente Volodymyr Zelensky exortou os EUA e a Europa a fazerem mais para defender a Ucrânia, numa entrevista alargada ao The Times. Propôs que os aviões da NATO abatessem os mísseis russos no espaço aéreo ucraniano.
“Qual é o problema?” Zelensky disse durante a entrevista na segunda-feira em Kiev. “Porque não os podemos abater? É uma questão de defesa? Sim. É um ataque à Rússia? Não. Estão a abater aviões russos e a matar pilotos russos? Não. Então qual é o problema de envolver os países da NATO na guerra? Não existe tal problema”.
Este tipo de envolvimento direto da NATO, que, segundo os analistas, poderia provocar uma retaliação por parte da Rússia, tem sido alvo de resistência nas capitais ocidentais. Zelensky fez uma comparação com a forma como os EUA e a Grã-Bretanha ajudaram Israel a abater uma barragem de drones e mísseis do Irão no mês passado.
Zelensky disse que também apelou aos altos funcionários dos EUA para que permitissem à Ucrânia disparar mísseis americanos e outros armamentos contra alvos militares dentro da Rússia, uma tática a que os EUA continuam a opor-se. A incapacidade de o fazer, disse, deu à Rússia uma “enorme vantagem” na guerra transfronteiriça que está a explorar com ataques no nordeste da Ucrânia.
Zelensky falou com um misto de frustração e perplexidade perante a relutância do Ocidente em tomar medidas mais arrojadas para garantir que a Ucrânia ganhe a guerra.
Os seus apelos surgiram numa altura crítica para o esforço de guerra da Ucrânia. O seu exército está a recuar e um novo pacote de armas americanas ainda não chegou em quantidade suficiente. Desde os primeiros dias da guerra que a Ucrânia não enfrentava um desafio militar tão grave, dizem os analistas.
“Abatam o que está no céu sobre a Ucrânia”, disse Zelensky. “E dêem-nos as armas para usarmos contra as forças russas nas fronteiras.”